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Fatores volume-formação e ensaios PVT

Prof. Antonio Gomes de Mattos Neto - 2023


Fatores volume-formação

FATORES VOLUME-FORMAÇÃO DE FLUIDOS DE PETRÓLEO

São relações entre volumes de fluidos de petróleo em determinadas condições de


pressão e temperatura – habitualmente as condições de reservatório – e volumes desses
mesmos fluidos em alguma condição padrão, que se relaciona aproximadamente às
condições de superfície.

i. Muito usados na engenharia de reservatório para se estudar a relação entre fluidos no reservatório e
estes mesmos fluidos na superfície.

ii. Na superfície encontra-se o resultado da produção do petróleo, que depende das condições em que o
fluido se encontra no reservatório.

iii. Na superfície temos o quanto produzimos e estimativas de quanto ainda poderemos produzir. No
reservatório temos quanto já retiramos e quanto ainda podemos retirar até o abandono.
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Condições padrão

CONDIÇÕES PADRÃO PELO API (AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE)

𝑝0 = 14,7 𝑝𝑠𝑖 (1 𝑎𝑡𝑚 𝑜𝑢 1,033 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚2 )


𝑇0 = 60 0𝐹 15,6 0𝐶 = 520 𝑅 (288,75 𝐾)

CONDIÇÕES PADRÃO PELA ANP (AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO)

𝑝0 = 1 𝑎𝑡𝑚 (1,033 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚2 )


𝑇0 = 20 0𝐶 (293,15 𝐾)

CONDIÇÕES PADRÃO PELA IUPAC (INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APPLIED CHEMISTRY)

𝑝0 = 105 𝑃𝑎 (1 𝑏𝑎𝑟)
𝑇0 = 273,15 𝐾 (0 0𝐶)

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Fatores volume-formação

DEFINIÇÃO DE FATOR VOLUME FORMAÇÃO DO GÁS NATURAL

𝑉 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑔á𝑠 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 (𝑝, 𝑇)


𝐵𝑔 = =
𝑉0 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑔á𝑠 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (𝑝0 , 𝑇0 )

𝑍𝑛𝑅𝑇
𝑝𝑉 = 𝑍𝑛𝑅𝑇 → 𝑉 =
𝑝

𝑉 𝑍𝑛𝑅𝑇 𝑝0 𝑝0 𝑇
= =𝑍 , 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑍0 ≅ 1
𝑉0 𝑝 𝑍0 𝑛𝑅𝑇0 𝑝 𝑇0

𝑝0 𝑍𝑇
𝐵𝑔 =
𝑇0 𝑝

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Fatores volume-formação

FATOR VOLUME FORMAÇÃO DO ÓLEO

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Fatores volume-formação

DEFINIÇÃO DE FATOR VOLUME FORMAÇÃO DO ÓLEO

𝑉 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 + 𝑔á𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 (𝑝, 𝑇)


𝐵𝑜 = =
𝑉0 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (𝑝0 , 𝑇0 )

Interpretação:

𝑉 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒𝑣𝑒 𝑠𝑒𝑟 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 (𝑝, 𝑇)
𝐵𝑜 = =
𝑉0 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑟 𝑢𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉0 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (𝑝0 , 𝑇0 )

Formas de apresentação do fator volume-formação do óleo:

1. Tabelas
2. Gráficos

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Fatores volume-formação

EVOLUÇÃO DO FATOR VOLUME FORMAÇÃO DO ÓLEO COM A QUEDA DE PRESSÃO

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Fatores volume-formação

FATOR VOLUME-FORMAÇÃO DO ÓLEO PARA PRESSÕES ACIMA DO PONTO DE BOLHA

i. Acima do ponto de bolha não há liberação de gás

ii. Líquidos possuem compressibilidade isotérmica praticamente constante

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Razão de solubilidade

Em um reservatório de óleo, a mistura líquida em condições de reservatório é na verdade um volume de


óleo mais gás dissolvido. Chamamos a grandeza que exprime a quantidade de gás presente no líquido de
razão de solubilidade, ou simplesmente solubilidade.

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Razão de solubilidade

DEFINIÇÃO DA RAZÃO DE SOLUBILIDADE

A razão de solubilidade de um mistura líquida de hidrocarbonetos, a uma certa condição


de pressão e temperatura, é a relação entre o volume de gás que está dissolvido,
expresso em condições padrão (standard), e o volume de óleo que será obtido da
mistura, também expresso em condições padrão.

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (𝑝0 , 𝑇0 )


𝑅𝑠 =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑎𝑚𝑏é𝑚 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜(𝑝0 , 𝑇0 )

Formas de apresentação da razão de solubilidade:

1. Tabelas
2. Gráficos

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Razão de solubilidade

EVOLUÇÃO DA RAZÃO DE SOLUBILIDADE COM A QUEDA DE PRESSÃO

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Fator volume-formação total

O fator volume-formação total, também conhecido como fator volume-formação duas


fases do óleo, é definido como sendo o quociente entre o volume total do fluido existente
no reservatório a uma da condição de pressão e temperatura, e o volume do líquido que
seria obtido se esse fluido fosse transportado para as condições padrão.
Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 + 𝑔á𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜 + 𝑔á𝑠 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 (𝑝, 𝑇)


𝐵𝑡 =
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (𝑝0 , 𝑇0 )

Pode ser expresso por:

𝐵𝑡 = 𝐵𝑜 + 𝑅𝑠𝑖 −𝑅𝑠 𝐵𝑔

onde 𝑅𝑠𝑖 e 𝑅𝑠 são, respectivamente, as razões de solubilidade nas pressão inicial 𝑝𝑖 e na pressão 𝑝.

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Fator volume-formação total

EVOLUÇÃO DO FATOR VOLUME-TOTAL DO ÓLEO COM A QUEDA DE PRESSÃO

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Correlações

CORRELAÇÕES PARA 𝐵𝑜 , 𝑝𝑏 e 𝑅𝑠

a) Fator volume-formação do óleo

Figura 1.45 do livro do Rosa, Carvalho e Xavier.

b) Pressão de bolha

Figura 1.47 do livro do Rosa, Carvalho e Xavier.

c) Razão de solubilidade

Equação 1.150 e 1.151 do livro do Rosa, Carvalho e Xavier.

𝑅𝑠 = 𝑅𝑠 𝑑𝑔 , 𝑝, 𝐴𝑃𝐼𝑜 , 𝑇

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Ensaios PVT

Os fatores volume-formação são determinados experimentalmente, em ensaios de laboratório, em testes


chamados de “Ensaios PVT”. Há dois tipos principais para esses ensaios, liberação flash e liberação
diferencial:

i. Na liberação “flash” é possível determinar a compressibilidade isotérmica do óleo acima do ponto de


bolha, o fator volume-formação do óleo acima do ponto de bolha, e a pressão do ponto de bolha.
ii. Na liberação diferencial é possível determinar a razão de solubilidade, o fator volume-formação do
óleo e o fator volume-formação do gás.

𝑝 ≥ 𝑝𝑏 Liberação “flash” Liberação diferencial


𝑐𝑜 𝑅𝑠
𝐵𝑜 𝐵𝑜
𝑝𝑏 𝐵𝑔

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Liberação “flash”

ETAPAS DA LIBERAÇÃO FLASH

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Liberação “flash”

ETAPAS DA LIBERAÇÃO FLASH

1. Célula cilíndrica contendo mercúrio (Hg).


2. Pode-se iniciar o experimento a uma pressão superior a pressão do ponto de bolha da mistura.
3. A pressão é reduzida retirando-se parte do Hg existente na célula.
4. A composição total do sistema permanece constante (nenhum gás é retirado da célula).
5. O processo termina quando se chega à capacidade máxima da célula (todo Hg foi retirado).
6. Esse tipo de ensaio permite determinar a compressibilidade isotérmica do líquido acima do ponto de
bolha. A variação de volume do líquido é igual ao volume do Hg retirado.
7. A pressão do ponto de bolha é determinada pela inflexão na variação do volume com a queda de
pressão. A variação de volume é pequena para pressões maiores que a pressão do ponto de bolha e é
grande para pressões menores que a pressão do ponto de bolha.
8. Se a capacidade da cédula permitir o alcance das condições padrão, pode-se determinar tanto o fator
volume-formação total da mistura abaixo do ponto de bolha, assim como a razão de solubilidade inicial.
Nesse caso, ao final do experimento, os volumes de gás e líquido devem ser separados e medidos.

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Liberação diferencial

ETAPAS DA LIBERAÇÃO DIFERENCIAL

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Liberação diferencial

ETAPAS DA LIBERAÇÃO DIFERENCIAL

1. Célula cilíndrica contendo mercúrio (Hg).


2. Pode-se iniciar o experimento a uma pressão superior a pressão do ponto de bolha da mistura.
3. A pressão é reduzida retirando-se parte do Hg existente na célula.
4. Mede-se a variação do volume do líquido pelo volume do Hg retirado.
5. A partir de pressões abaixo do ponto de bolha, o gás formado é retirado da célula por meio de
reinjeção do Hg. Assim, tanto o volume do gás formado é medido (pelo volume do Hg reinjetado,)
como também o volume de líquido, que é a diferença entre o volume total da cédula menos o volume
total de Hg (inicial mais reinjetado).
6. O processo pode ser levado até se alcançar a pressão atmosférica.
7. Em cada estágio são medidos o volume do líquido no interior da célula e o volume do gás liberado. Com
isso se obtém tanto o encolhimento do líquido a cada estágio de liberação do gás, e a quantidade de
gás dissolvido em função da pressão. Determinam-se assim 𝑅𝑠 , 𝐵𝑜 e 𝐵𝑔 .

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Comparação entre as duas liberações

COMPARAÇÃO ENTRE DO DOIS MÉTODOS

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Ponto de bolha

DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO DO PONTO DE BOLHA

Fonte: ROSA, A. J.; CARVALHO, R.S.; XAVIER, J.A.D., Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

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Fim!

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