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Tainã Góis

@tainagois12
taina.gois@usp.br
Tereza de Benguela
Líder quilombola durante todo o século XVII,
dirigindo o Quilombo do Quariterêre, que
resistiu de 1730 até o início dos anos 1800.
Como este, muitos quilombos de resistência
contra o trabalho escravizado foram dirigidos
diretamente por mulheres, ou contavam com
muitas delas em seus conselhos e defesa.

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§ Esperança Garcia foi uma mulher negra escravizada
que lutou por seus direitos no século XVIII. Esperança
escreveu uma carta endereçada ao governador da
capitania de São José do Piauí, em que denunciava as
violências a que ela e seu povo estavam submetidos e
reivindicava providências. É considerada a primeira
advogada brasileira, tendo ingressado nos quadros
da advocacia em 1889. Esperança Garcia, no entanto,
escreveu sua petição em 1770, o que faz dela uma
nova candidata a esse posto: não apenas a primeira
mulher, mas a primeira pessoa a exercer a advocacia
no País.

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§ Liderou uma das principais revoltas negras de
resistência à escravidão em Salvador no início do
século 19, a Revolta dos Malês, segundo relato do seu
filho - o abolicionista Luiz Gama. O livro Um defeito
de cor, da escritora Ana Maria Gonçalves, é inspirado
na história de Luísa.

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§A Greve Geral de 1917 foi
deflagrada pelas mulheres do
Cotonifício Crespi, com demandas
relacionadas à igualdade salarial e
fim do assédio sexual no trabalho.
§ Os ”fura-greves” muitas vezes
eram homens que se alistavam nos
postos de trabalho deixados pelas
mulheres e crianças, reivindicando
que a posição das mulheres nas
indústrias contribuía para a
redução salarial e diminuição do
número de empregos.

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§ As mulheres chegavam a ocupar quase 34% do setor industrial, e o setor de
tecidos, um dos mais influentes nas construções grevistas, chegava a contar com
contingente 72% feminino. Contudo, sua participação sindical era bastante
reduzida – organizavam-se, prioritariamente, em Comitês de Bairro ou nas
próprias fábricas.

§ Organizações de classe eram obrigadas a discutir a questão da mulher: mesmo


com participação reduzida nos órgãos sindicais, eram as maiores deflagradoras
de movimentos paredistas.
§ Preocupação do PCB, então principal organização da classe trabalhadora, com a
pauta das mulheres trabalhadoras.

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§ A dificuldade de se produzir uma legislação específica para a mulher era uma
problemática levantada pelas feministas desde 1926, amplamente discutida pela
Liga das Nações e tema presente desde as primeiras reuniões da Organização
Internacional do Trabalho, fundada em 1919.
§ Decreto do Trabalho das Mulheres (1932) – que estipulou a licença-maternidade e
proibiu a desigualdade salarial: teve o efeito perverso de diminuir a participação
da mulher no trabalho público produtivo.
§ Luta das mulheres de classes médias a altas, que haviam estudado fora do Brasil,
por uma regulamentação mais condizente com as demandas das mulheres
enquanto sujeitas de direito.

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§ Bertha Lutz - foi educada na Europa,
formou-se em Biologia pela Sorbonne e
tomou contato com a campanha sufragista
inglesa. ganizou o primeiro congresso
feminista do país e, na Organização
Internacional do Trabalho (OIT), discutiu
problemas relacionados à proteção do
trabalho da mulher. Foi uma das mais
expressivas lideranças na campanha pelo
voto feminino e fundadora da Federação
Brasileira pelo Progresso Feminino.
§ Patrícia Galvão - Em 1931, ingressou no
PCB, ao participar da organização de uma
greve de estivadores em Santos. No
mesmo ano, foi presa pela polícia política
de Getúlio Vargas- a primeira de uma série
de 23 prisões ao longo da vida. Em 1933,
publicou o romance Parque Industrial, sob o
pseudônimo de Mara Lobo. Rompe cm o
PCB em 1940.
1910 - 1962
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1910 - 1962
§ Na década de 60/70, na chamada segunda onda do movimento feminista, as
ativistas e acadêmicas feministas passaram a questionar a posição da mulher na
sociedade a partir da divisão sexual do trabalho
§ A divisão sexual do trabalho e a hierarquização de determinados trabalho – como
é produzida a desvalorização do “trabalho da mulher”?
§ A classe operária tem dois sexos: os descaminhos do feminino nas ciências nas
teorias cegas para gênero.
§ Trabalho doméstico e trabalho não pago: função natural da mulher, cuidado ou
opressão de gênero.

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§ Mulher na Sociedade de Classes –
primeiro livro brasileiro a fazer uma
discussão de fôlego sobre a opressão da
mulher a partir da crítica histórica e de
categorias marxistas.
§ Desvenda a condição do trabalho
doméstico e reprodutivo na estrutura de
produção capitalista.
§ Discute a forma como as mulheres foram
alijadas das universidades e dos campos
de produção de conheciment

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- Durante a ditadura, as mulheres da periferia das cidades brasileiras foram protagonistas na luta contra
a ditadura e por uma melhor redistribuição dos recursos nos seus bairros.

- os interesses prá;cos de gênero emergem da posição das mulheres na divisão sexual do trabalho, mas
também, e ainda mais importante, da sua classe; as mulheres da classe trabalhadora têm
necessariamente um leque mais amplo e mais premente de interesses prá;cos relacionados com a sua
sobrevivência diária que não são comuns a todas as mulheres

classe social, a maternidade e a divisão sexual do trabalho são elementos centrais que, aliados às
questões raciais e indígenas, são inevitáveis quando se trata da classe trabalhadora e da variedade das
lutas das mulheres

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§ 1. Salário igual para trabalho igual;
§ 2. Igualdade no acesso ao mercado de trabalho e na ascensão profissional;
§ 3. Extensão dos direitos trabalhistas e previdenciários, de forma plena, às empregadas
domésticas e às trabalhadoras rurais;
§ 4. Igualdade de tratamento previdenciário entre homens e mulheres, devendo ser
princípio orientador da legislação trabalhista a proteção à maternidade e ao
aleitamento através de medidas como: à garantia do direito à mulher gestante;
extensão do direito à creche no local do trabalho e moradia para as crianças de 0 a 6
anos, filhos de mulheres e homens trabalhadores;
§ 5. Estabilidade para a mulher gestante;
§ 6. Licença ao pai nos períodos natal e pós-natal;
§ 14. Salário-família compatível com a realidade, extensivo aos menores de 18 anos.

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§ Saldo organizativo da atuação política das mulheres § Características: cruzamento entre opressões,
nas lutas contra as ditaduras da década de 1980, e nos centralidade da vida cotidiana como pauta
movimentos populares em defesa de suas política, representatividade como pauta de
comunidades contra o neoliberalismo reconhecimento de saberes diversos.

§ Surge das exigências das mulheres que lutam dentro § Lutas por democracia, custo de vida/carestia,
contra a violência do Estado, creches e direitos
de movimentos sociais da classe trabalhadora.
reprodutivos.

§ Organização em torno dos bairros, igrejas (Teologia da § A conformação de um feminismo diretamente


Libertação e Comunidades Eclesiais de Base), samba produzido pelas camadas populares foi fundamental
e academias carnavalescas. para diluir as barreiras ideológicas que dificultavam a
difusão das ideias de igualdade feministas.

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§ Articula conceitos do marxismo e da psicologia
§ Debate com os “grandes interpretes do Brasil”
§ Interpela as questões de gênero e classe com o
debate racial
§ Elabora o conceito de neurose da cultura brasileira
para explicar o mito da democracia racial e a
cegueira para raça do pensamento brasileiro
§ “Feminismo Amefricano da América Ladina”
§ Uma feminista interseccional? - “a tomada de consciência
da opressão ocorre, antes de tudo, pelo racial”
1935 - 1994
§ Fundadora do Movimento Negro Unificado (MNU) –
18 de junho de 1978

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§ Sua militância política teve início no ano de
1960, quando ainda muito jovem, aderiu ao
Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1968,
com o racha interno do PCB, vivendo em
situação de clandestinidade desde 1965, adere
ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB),
convicta da necessidade da luta armada. É
capturada pela equipe da Operação
Bandeirantes (OBAN). Em sua trajetória
carcerária, passou pelo DOI-Codi/SP,
Deops/SP. Após a soltura, deu continuidade à
militância política, que tem entre suas
principais bandeiras o movimento feminista e
a busca pelos mortos e desaparecidos
políticos. Atualmente é coordenadora do
Projeto Promotoras Legais Populares e
integrante da Comissão de Familiares de
Mortos e Desaparecidos Políticos.

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§ Filha de uma mulher negra, empregada doméstica e mãe
solteira, Lenira cresceu na casa grande de um engenho e se
mudou para o Recife para trabalhar na casa de seu padrinho,
filho do dono do engenho onde vivia com a mãe. Passou 16
anos, trabalhando como babá e depois como copeira. Participa
da Juventude Operária Católica – JOC, e se engaja na luta por
direitos trabalhistas. Foi uma personagem central para a criação
da Associação das Empregadas Domésticas do Recife, em
1979, e na construção do Sindicato das Empregadas
Domésticas, após 1988.
§ Em seus testemunhos, Lenira Carvalho em diversos momentos
fala sobre a desvalorização da trabalhadora doméstica na
sociedade, inclusive entre os extratos mais pobres. Ela discorre
sobre a vergonha que muitas trabalhadoras domésticas têm de
assumir essa identidade e sobre as condições degradantes de
trabalho as quais estão expostas.

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§ A década de 2000 é marcada por um processo de “institucionalização” do
movimento feminista.
§ A partir da Constituição de 1988, os movimentos de mulheres e feministas passam
a se organizar para demandar a efetividade de direitos a partir do estado.
§ Os governos petistas absorvem muitos quadros feministas, que passam a criar
políticas de Estado voltadas às mulheres.
§ Lei Maria da Penha: fruto de uma articulação internacional das mulheres e
movimentos feministas brasileiros.

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§ Marcha Mundial de Mulheres (MMM) – Surgem em 2000, parte de um movimento
internacional que começa no Canadá e se espalha pelo mundo a partir do Fórum Social
Mundial. Surge com as pautas de luta contra a pobreza, o neoliberalismo e a violência
contra a mulher.
§ Marcha das Margaridas - mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag). O nome desta Marcha, uma referência a Margarida Alves, tornou
visível a trajetória de lutas das mulheres rurais que, desde os anos 1980, atuam de forma
organizada no Brasil.
§ Mulheres da Via Campesina – Organização de mulheres camponesas vinculadas ao
MST.
§ União de Mulheres e PLPs – organização feminista criada por mulheres que lutaram
contra a ditadura e pela redemocratização.
§ Mulheres em Movimento (MTST)

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§ Patrícia Galvão - Paixão Pagu - Autobiografia Precoce Patrícia Galvão; Parque Industrial
(Publicado sob o pseudônimo de Mara Lobo).
§ Lélia Gonzales – Racismo e sexismo na culutra brasileira

§ Heleieth Saffioti – A Mulher na Sociedade de Classes


§ História do movimento LGBT - Movimento LGBTI+: Uma breve história do século XIX aos
nossos dias. Renan Quinalha, 2022.
§ História do movimento feminista – Uma breve história do Feminismo no Brasil, de
Amelinha Telles.
§ Link para pasta:
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