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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA

CURSO DE AGRONOMIA

DISCIPLINA: LEGISLAÇÃO, POLÍTICA AGRÁRIA E AMBIENTAL

PANORAMA DO TRABALHO ESCRAVO

SÃO LUÍS - MA

2023.01
DJANE SANTOS SILVA, MARIA EDUARDA MARQUES E RAYSSA LUIZA DO
VALE

PANORAMA DO TRABALHO ESCRAVO

Artigo apresentado à Universidade Estadual


do Maranhão (UEMA) na disciplina de
Legislação, Política Agrária e Ambiental, no
período de 2023.01, ministrada pelo
Professor Engr. Eduardo Mendonça
Pinheiro .

SÃO LUÍS - MA

2023.01
1 - INTRODUÇÃO

Elaborar um artigo científico sobre o “Panorama do Trabalho Escravo na Zona


Rural”, não é uma tarefa fácil, demanda certo cuidado, pela complexidade e
profundidade do tema. Atualmente, a prática do trabalho escravo é um dos assuntos
mais em evidência na mídia e um dos graves problemas que o governo federal tem
procurado solucionar através de políticas que visam à sua erradicação. Em primeiro
plano, abordaremos a evolução histórica da escravidão, desde a antiguidade até os
nossos dias. Falaremos das várias denominações que são dadas ao trabalho
escravo. Definiremos, com exemplos, as duas modalidades: trabalho forçado ou
obrigatório e o realizado em condições degradantes. Em segundo plano, faremos
uma espécie de diário de viagem do trabalho escravo, desde o aliciamento dos
trabalhadores em sua terra natal até a sua libertação e resgate das fazendas pelos
órgãos de fiscalização, bem como do retorno.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De acordo MPT (Ministério Público do Trabalho), a escravidão Brasil Moderna é um


crime que já fez mais de 60 mil vítimas entre 1995 e 2022, definida como um
fenômeno natural ou jurídico que explicarmos a sua existência, devemos voltar ao
passado dos povos antigos e do Brasil colonial até os nossos dias, levando em
consideração que essa situação não se apresenta como uma situação imóvel (que
poderia, então, ser definida por critérios imutáveis), mas como uma complexidade
dinâmica, pois para a sua compreensão, que exige, a adocao de medidas positivas
pelo Estado, contemplando a implementacao de acoes preventivas e de repressao à
escravidao comtemporanea.

Considera-se ou denomina-se como trabalho escravo ou análogo à escravidão


como uma nova forma de escravidão com vários nomes e conceitos, entre eles os
mais comuns são: escravidão branca; trabalho forçado ou obrigatório e/ou realizado
em jornadas exaustivas e condições degradantes, caracterizando uma violação
grave dos direitos humanos. (art. 149 do Código Penal), e a forma mais usada e que
adoto para o presente artigo: trabalho escravo.
O artigo 149 do Código Penal brasileiro, em sua antiga redação, tipifica a conduta
do trabalho escravo como: “reduzir alguém à condição análoga à de escravo”, cuja
penalidade era a de reclusão de 2 a 8 anos. As ocorrências registradas no Brasil
contemporâneo aconteceram principalmente no meio rural, em fazendas e
propriedades associadas ao agronegócio e ao extrativismo mineral.

O plano de fundo desta análise, deu-se com a escravidão na Grécia e na Roma


Antiga, segundo Meltzer (2004), aconteceu devido às diversas guerras e conflitos
entre povos, onde o vencedor tinha o direito de escravizar o vencido, ou, ainda, das
dívidas contraídas, quando o credor passava a ter direito sobre o corpo do devedor,
subjugando-o assim na escravidão. Já no Brasil, adveio com a chegada dos
portugueses, que tinham em mente escravizar os índios que já estavam no âmbito
territorial, porém não deu muito certo, porque estes eram considerados uma raça
rebelde e preguiçosa, segundo os colonizadores. Como não obtiveram sucesso,
escravizando os índios, os portugueses, no início do século XVII, passaram a utilizar
a mão-de-obra escrava negra que vinha da África para trabalhar em suas grandes
propriedades de lavouras. O escravo seria, então, aquele tipo de trabalhador que,
no interior do processo de produção, não estaria apenas no controle dos meios
produtivos (característica que compartilha com outros tipos de trabalhadores,
inclusive o assalariado), mas também privado do controle de seu próprio esforço
produtivo. Vale dizer, é marcado pela ausência de soberania quanto à sua inserção
no processo que garanta a subsistência material e vontade, quanto à sua posição
produtiva elementar dentro dos direitos trabalhistas e sociais que existem hoje.
Diferente da América do Norte, no qual os colonizadores foram refazer suas vidas,
levando os imigrantes alemães e suíços apesar de também estarem presos às
dívidas contraídas, trabalhavam em condições não degradantes, ao contrário
daqueles escravizados negros no Brasil e que os colonizadores vieram fazer
fortuna. O imigrante tinha alimentação farta (podia plantar para sua subsistência), as
habitações eram simples, porém com instalações higiênicas e água de boa
qualidade, na maioria das vezes. O modelo colonial predominante no Brasil
instaurado ou enraizado, é de uma civilização agrícola que não era o trabalhador, o
simples povoador; explorador – empresário atrás de um grande negócio.

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