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ESPAÇOS DE TECNOLOGIAS E ARTES DO SESC-SP: UM CASO DE

AGENCIAMENTO COLETIVO DE INVENÇÃO

Sergio Segal1 e Victor Alves2, (SESC-SP)

Este trabalho pretende apresentar um estudo sobre ações desenvolvidas nos Espaços de
Tecnologias e Artes do Sesc São Paulo, e como estas geram um agenciamento coletivo de
invenção e impactam de forma relevante em processos criativos que relacionam artes e
tecnologias.
Os Espaços de Tecnologias e Artes foram criados em 2015. São espaços onde são
propostas atividades de desenvolvimento artístico envolvendo os mais diversos fazeres e as mais
diversas ferramentas tecnológicas em um ambiente de cooperação e reflexão sobre linguagens e
tecnologias.
A abordagem proposta neste estudo, leva em consideração os encontros possibilitados
nesses locais, entre arte educadores, artistas, estudantes, o público heterogêneo frequentador do
Sesc e a mediação dos educadores do espaço. Os educadores facilitam tecnologias, técnicas e
ferramentas com foco no conhecimento compartilhado, na experimentação e na democratização
dos espaços munidos dos equipamentos tecnológicos.
Essas condições indicam a abertura de um acontecimento multidimensional que avança
numa relação recíproca entre pelo menos duas dimensões claras. Uma que leva em conta o próprio
espaço, seus equipamentos e ferramentas e as próprias pessoas que circulam no ambiente, o que
poderíamos chamar de acontecimento do estado das coisas, que incentivam uma formação de
potências. E outra, composta pelo repertório trazido pelos frequentadores, seus conhecimentos
prévios, interesses, intenções e demais agentes que geram enunciados de linguagens e
desenvolvem regimes coletivos de enunciados, que afetam o programa e seus métodos.
Situação que pode ser compreendida a partir da aproximação teórica sobre as ideias de
desconstrução, contaminação e compartilhamento presentes no conceito de Extremidades
levantado pela pesquisadora Christine Mello, onde "a abordagem das extremidades parte da noção
de zonas limítrofes e fronteiriças interconectadas em múltiplas plataformas, comunidades e
linguagens relacionados à experiência contemporânea. Como um processo movido a
interdisciplinaridade e transversalidade, o campo da análise se manifesta tanto em problemas
concretos, ligados à vida cotidiana, como em problemas de trânsitos entre linguagens" (MELLO,
2017, p.30).
Essa abordagem torna possível observar com maior clareza as dinâmicas existentes nos
Espaços de Tecnologias e Artes, não como um mensurador das relações sociais, mas como um
corpo coletivo e social em constante construção no seu cotidiano.

Palavras-chave: Invenção; Desenvolvimento artístico; laboratório; tecnologias; arte.


1
Artista visual, pesquisador e arte-educador do Espaço de Tecnologias e Artes do Sesc Campinas,
licenciado em Educação Artística com Habilitação em Artes Plásticas pela FAAC/UNESP de Bauru.
2
Artista visual, pesquisador e arte-educador do Espaço de Tecnologias e Artes do Sesc 24 de maio,
graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Alagoas.

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