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A radiofrequência foi usada pela primeira vez no século XIX pelo físico
francês Jacques-Arsène D'Ansorval e vem sendo utilizada até hoje nas
práticas da dermatologia estética. A radiofrequência tornou-se um
padrão de tratamento estético com muitas indicações, devido à sua
versatilidade, eficácia e segurança. O conceito básico desta técnica é a
geração de calor no tecido subcutâneo, que induz a produção de novas
fibras de colágeno e melhora o aspecto da pele. "Para isso,
são emitidas correntes de alta frequência, que contam com uma tensão
aproximada de 30.000 a 40.000 Volts e com frequência de 1560 a 200
kilohertz", explica a dermatologista Ana Paula Jordão, da clínica Vivid.
Dentre as indicações mais comuns para a radiofrequência, estão:
melhora da flacidez da pele, redução de rugas, redução da celulite,
tratamento de cicatriz de acne e estrias", explica a dermatologista
Elvira Cancio Assumpção, membro da Sociedade Brasileira de
Dermatologia.
Inicialmente a pele deve ser higienizada com água e sabonete ou óleo
de limpeza. Em seguida será aplicada vaselina na área a ser tratada
caso seja parte do corpo ou gel de condução quando a área de
tratamento for facial. Através dos aplicadores posicionados na pele,
são realizados disparos de radiofrequência no local tratado. Após se A
técnica não é invasiva e causa efeitos apenas na área de tratamento.
O objetivo de cada sessão é elevar a temperatura da pele e do tecido
subcutâneo até 39°C a 42°C e mantê-la por um período de 14 minutos.
Após o tratamento é retirado o gel ou a vaselina da pele.
O transdutor (ponteira) deve ser movimentado o tempo todo a fim de
distribuir bem o calor por toda a pele. Durante o tratamento é medida
a temperatura da pele diversas vezes para garantir que ela chegue a
40-42 graus Celsius e não ultrapasse esse nível de temperatura. A
radiofrequência pode ser realizada em todas as regiões do corpo e face,
exceto região da tireoide.
Atuação na gordura localizada
O calor profundo, proporcionado pela radiofrequência, atua na célula
de gordura, melhorando seu metabolismo, aumentando a oferta e a
difusão de nutrientes, diminuindo o estoque de energia (triglicérides)
e contribuindo para a redução de seu volume.
Atuação na celulite
A radiofrequência atua na inflamação causada pela celulite no tecido
adiposo. Com a melhora da gordura localizada, um dos pilares para a
formação da celulite, acontecerá a melhora do aspecto da celulite. Em
adição, em técnicas em que o vácuo está associado o método funciona
também como uma drenagem linfática, contribuindo para a redução de
toxinas nos tecidos.
Atuação no colágeno
O aparelho de radiofrequência aquece o tecido através da corrente elétrica,
ocorrendo a produção da temperatura acima do normal, que gera a contração
imediata do colágeno e remodelação da fibra de colágeno e elastina já
existentes. Após o tratamento observa-se o estímulo dos fibroblastos para
produção de novo colágeno.
Tipos de Radiofrequência:
Radiofrequência monopolar
Na radiofrequência monopolar a corrente elétrica é emitida através de
um eletrodo aplicado na área de tratamento e retorna ao gerador
através de um eletrodo de dimensões maiores localizadas à distância,
podendo atingir uma profundidade de até 6 milímetros. Um exemplo
dessa modalidade é o aparelho Hertix Octopolar da marca KLD.
Radiofrequência bipolar
Na radiofrequência bipolar o eletrodo de saída e o de retorno é a
própria ponteira, gerando dessa forma um efeito mais superficial em
relação a RF monopolar (até 2mm de profundidade. Podemos citar
como exemplo o modelo o aparelho Hertix Octopolar da marca KLD.
Radiofrequência tripolar
Na radiofrequência tripolar os três eletrodos estão na mesma ponteira.
A profundidade da penetração da energia é, aproximadamente, a
distância média entre os eletrodos. O aparelho Hertix, da marca KLD,
apresenta um cabeçote aplicador nesse modelo.
Terapias combinadas
Atualmente existem equipamentos de radiofrequência que trazem
outras tecnologias associadas para potencializar o efeito da
radiofrequência como o vácuo, que maximiza a penetração da energia
na área tratada, aumenta a circulação local, estimula a drenagem
linfática e contribui na redução do volume da célula de gordura.
São necessárias de três a dez sessões em cada região tratada. O
número de sessões dependerá do objetivo a ser alcançado, da
alteração apresentada e da resposta individual de cada paciente.
Devem ser respeitadas as frequências de uma sessão semanal para o
corpo e uma a cada duas ou três semanas para o rosto. Para
manutenção do resultado, devem ser realizadas novas sessões de
radiofrequência anualmente.
Cada sessão dura de 20 a 40 minutos.
Cuidados Após a Radiofrequência
Aspecto da pele
Logo após a radiofrequência, a pele ficará com uma leve vermelhidão
e inchaço suave a médio. Pode ainda haver urticária - caracterizada
por vergões vermelhos e salientes na superfície da pele que geralmente
provocam coceira - e marcas arroxeadas na pele. Pode ainda acontecer
alergia à substância utilizada (o gel ou a vaselina). Todos esses efeitos
colaterais são transitórios
Proteção solar
O protetor solar é recomendado todos os dias, mas deve ser aplicado
depois de pelo menos uma hora da realização do procedimento.
Cosméticos
O uso de cosmético e maquiagem está liberado uma hora após o
procedimento.
Contraindicações
Qualquer doença de pele na área tratada, uso de marca-passo,
desfibrilador, ou qualquer implante eletrônico contraindica o
tratamento com radiofrequência. Coagulopatias, sangramento
excessivo ou hematomas, histórico de trombose profunda e uso de
medicamentos como anticoagulantes e corticoides de modo contínuo e
uso de isotretinoína nos últimos seis meses também impedem o
método. Pessoas com tumores malignos ativos ou recentes, doenças
da tireoide descontrolada, qualquer histórico de doenças estimuladas
pelo calor, como a herpes, no local a ser tratado, desordem endócrina,
como diabetes e HIV também não podem passar por sessões de
radiofrequência. Além disso, mulheres que usam o método
anticoncepcional DIU são contraindicadas à técnica para a região
abdominal.
O tratamento com radiofrequência não deve ser feito em regiões com
implantes sintéticos, sobre tatuagens ou maquiagem definitiva. Após
aplicação de Botox, é necessário aguardar pelo menos quatro dias para
fazer a radiofrequência, após preenchimentos e peeling químicos deve-
se aguardar duas semanas. Após peeling profundo e procedimentos
com laser é necessário esperar um mês.
Gestantes não podem fazer o tratamento com radiofrequência.
O risco da aplicação de radiofrequência está relacionado a queimaduras
geradas pelo calor emanado pelo aparelho. Para evitar a complicação,
é necessário que o aparelho esteja bem calibrado e a técnica seja
realizada da maneira correta.
Os resultados são rápidos e progressivos e começam a aparecer a
partir da terceira sessão, dependendo de vários fatores, como idade,
local de aplicação, grau de flacidez, número de sessões e manutenção
dos resultados obtidos.
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