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Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho na Construção Civil

CAPÍTULO VII
MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS

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Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho na Construção Civil

ÍNDICE
1. Objectivos específicos.........................................................................................................................................3 
2. Introdução...........................................................................................................................................................3 
3. Trabalhos de desmatação, desenraizamento e escavação de taludes............................................................ 3 
4. Trabalhos de escavação a céu aberto ...............................................................................................................5 
4.1. Necessidade de Estudo Prévio .................................................................................................................... 5 
4.1.1. Natureza dos solos ................................................................................................................................5 
4.1.2. Presença de cabos e condutas no subsolo ..........................................................................................7 
4.1.3. Existência de elementos construtivos, árvores, etc., muito próximo da frente de escavação ....... 8 
4.1.4. Sobrecargas ocasionais e vibrações ................................................................................................... 9 
4.1.5. Presença de água ................................................................................................................................. 9  
4.2. Entivações ................................................................................................................................................... 9 
4.2.1. Enquadramento legal .......................................................................................................................... 10 
4.2.2. Sistemas de entivação ......................................................................................................................... 11 
4.3. Medidas preventivas nos trabalhos em valas ou trincheiras .................................................................. 13 
4.3.1. Abertura e entivação de valas ............................................................................................................ 14 
4.3.2. Larguras mínimas para escavação ..................................................................................................... 14 
4.3.3. Colocação de rodapés ........................................................................................................................ 15 
4.3.4. Distância de materiais ou produtos de escavação ........................................................................... 15 
4.3.5. Utilização de escadas ......................................................................................................................... 16 
4.3.6. Atravessamento de valas ................................................................................................................... 16 
4.3.7. Delimitação da zona de trabalhos ..................................................................................................... 17 
4.3.8. Conduta dos trabalhadores ............................................................................................................... 17 
4.4. Riscos mais frequentes na movimentação de terras .............................................................................. 19 
4.5. Equipamentos de protecção individual .................................................................................................... 19 
Regulamentação aplicável ...................................................................................................................................20 
Bibliografia ............................................................................................................................................................20 

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1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
  Identificar os riscos relativo à desmatação, desenraizamento e escavação de
taludes.
  Reconhecer a necessidade de se efectuar um estudo prévio relativamente aos
trabalhos de escavação a céu aberto.
  Conhecer as diversas técnicas de contenção de solos.

  Propor medidas preventivas nos trabalhos em valas ou trincheiras.


  Identificar os Equipamentos de Protecção Individual para trabalhos de escavação.

2. INTRODUÇÃO
A frequência com que hoje em dia se realizam escavações leva, muitas vezes, a que os profissionais as
vulgarizem, efectuando-as à margem dos métodos condizentes com as boas regras de construção. O
número elevado de operários que são vítimas mortais de acidentes de trabalho em consequência de
soterramento coloca em evidência os riscos, particularmente graves, deste tipo de trabalhos. A
especificidade das operações de escavações obriga à observância de regras muito precisas.

3. TRABALHOS DE DESMATAÇÃO, DESENRAIZAMENTO E ESCAVAÇÃO


DE TALUDES
A execução destes trabalhos deverá merecer cuidado especial, tendo em vista a prevenção da ocorrência
de deslizamentos de terras em resultado da remoção da vegetação, que constitui um factor de
estabilização dos taludes.

Só deverá ser efectuada uma desmatação de taludes quando acompanhada de acções tendentes a
consolidá-los (execução de muro pé de talude, por exemplo). Especial cuidado deverá merecer a
desmatação em época de chuvas, uma vez que a água provoca o arrastamento dos elementos finos, com o
consequente reajustamento dos elementos mais grossos. A ocorrência destes movimentos provoca
deslizamentos de terras, de envergadura e consequências imprevisíveis.

Desprendimento de terras

Em época de chuvas, é boa técnica proteger o talude desmatado com plástico, executar uma vala de crista
de talude, de modo a encaminhar as águas, e acompanhar a construção dos elementos de obra
implantados no talude com a execução de elementos de contenção em betão pobre (muro de espera,
revestimento superficial do talude na totalidade ou em parte).

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Utilização de plástico na protecção do talude do efeito das águas pluviais.

Na protecção de taludes rochosos podem utilizar-se redes metálicas, conseguindo-se, deste modo, evitar
possíveis desprendimentos de pedras.

Redes metálicas.

De notar que qualquer sobrecarga na crista do talude desmatado pode ajudar ou provocar mesmo o
deslizamento.

Em caso de ocorrência de deslizamentos, as acções de contenção devem ser imediatas, pois o protelar
ajuda a agravar a situação, provocando novos deslizamentos à medida que a zona afectada vai tomando
maiores dimensões. O enrocamento de contenções é uma das soluções que também se preconiza para
colmatar aquelas situações.

Pelo exposto, é de concluir que o trabalho de desmatação é um trabalho que deve merecer atenção por
parte dos responsáveis pela segurança da empreitada, especialmente quando nas zonas vizinhas do talude
existem elementos que importa a todo o custo salvaguardar, tais como edificações, postes eléctricos ou de
telefones, vias de comunicação (rodoviárias ou ferroviárias), etc.

Como já foi referido, é de notar que um factor importante para a ocorrência de deslizamentos de terras é a
infiltração de águas (pluviais ou não). Daí que seja importante salvaguardar a não ocorrência de novos
caminhos preferenciais de circulação de águas, executados inadvertidamente durante a desmatação ou
escavação do talude.

Na sequência das escavações realizadas, os taludes devem ser protegidos de acordo com as suas
inclinações, a estabilidade do terreno, o tempo que permanecerão sujeitos à erosão e as cargas ou
movimentos existentes na proximidade da sua crista. Todas estas variáveis estão directamente interligadas
com a consistência do terreno do talude.

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Talude natural

4. TRABALHOS DE ESCAVAÇÃO A CÉU ABERTO

4.1. Necessidade de Estudo Prévio


Há um conjunto de informações que é necessário recolher previamente ao início dos trabalhos, a fim de
conhecer a estabilidade do terreno. Algumas dessas informações já devem constar do projecto (estudo
geotécnico, por exemplo), outras terão de ser recolhidas e equacionadas por quem tiver a
responsabilidade de gerir a segurança em obra. Os dados mais importantes são: a natureza do solo, a
profundidade a atingir, a existência de condutas (água, electricidade, gás, etc.), a aproximação de
construções, linhas eléctricas aéreas e árvores, as sobrecargas acidentais e vibrações a suportar pelos
terrenos adjacentes, o grau de humidade, bem como todos os outros elementos susceptíveis de pôr em
perigo a vida das pessoas.

Outros factores importantes para a estabilidade dos taludes e que têm de ser equacionados são:

  Modo de realizar a escavação (manual ou mecânica);


  Factores atmosféricos e climáticos (humidade, chuva, temperatura e amplitude térmica);
  Sobrecarga do coroamento dos taludes;
  Duração (período de tempo em que a escavação vai estar aberta).

4.1.1. Natureza dos solos

É essencial o estudo da natureza do solo a escavar. Este será o ponto de partida na escolha do processo de
escavação, assim como do tipo de entivação a utilizar.
A maior ou menor dificuldade que um solo apresenta em ser escavado está directamente relacionada com
a coesão do mesmo. A coesão de um solo pode ser definida como a propriedade que ele tem em resistir a
um esforço de corte, e varia em função da água existente entre os grãos que formam o solo e que, por
capilaridade, criam forças de tracção entre essas partículas. Esta coesão capilar necessita que haja no solo
simultaneamente água e ar. Por isso, nos dois casos limites (solo totalmente impregnado de água ou solo
completamente seco), a coesão tende a desaparecer.

Deste facto também resulta que a coesão de um solo não é característica permanente e pode variar
consoante o respectivo grau de humidade.

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Segundo a legislação portuguesa (Decreto-lei 41821, de 1958), para efeitos de escavação os solos podem
considerar-se de:

   Grande consistência;
   Consistência média;

  Pouca consistência;
  Sem consistência.

 Consideram-se solos de grande consistência os formados por rocha e argila dura que apresentam forte
resistência à escavação, o que obriga à utilização de processos mecânicos.

 Os solos de consistência média caracterizam-se pela existência de argila misturada com alguma areia e
cascalho, e o seu equilíbrio depende do grau de humidade a que se encontram. Normalmente, podem ser
escavados à picareta.

Os solos de pouca consistência são os que apresentam uma coesão precária, geralmente devido a uma
percentagem de areia relativamente elevada. Quando secam, costumam degradar-se até à pendente
natural.

Os solos sem consistência não têm coesão e admitem escavação à pá. Neste caso estão os solos de areia
e os saturados de água.

A dificuldade que um solo apresenta em ser escavado está, como se disse, directamente ligada à sua
coesão, o que equivale a dizer que um solo é tanto mais instável quanto mais fácil for a sua escavação.

A verificação da coesão dos solos faz-se através de ensaios de campo ou laboratoriais.

Estudo do solo em laboratório.

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4.1.2. Presença de cabos e condutas no subsolo

É indispensável um contacto com as diversas


entidades exploradoras de serviços públicos ou
privados de água, electricidade, gás, telefone,
saneamento, etc., a fim de ser conhecida a
localização de canalizações (condutas) que
eventualmente existam na zona a intervencionar.

O corte de uma tubagem de gás ou de electricidade


em tensão pode provocar danos extremamente
graves, que poderão ser evitados se a localização
das canalizações for devidamente assinalada.

Presença de cabos e condutas no subsolo.

Meios de escavação em função da proximidade de cabos eléctricos

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4.1.3. Existência de elementos construtivos, árvores, etc., muito próximo da frente de


escavação

A constatação da existência de elementos


construtivos (edifícios, muros, etc.), estruturas
auxiliares
escavar é ou árvores
muito muito próximo
importante da zonadaa
para a escolha
técnica de escavação, para a previsão de
escoramentos (quando a estabilidade das
construções puder ser afectada), para o reforço da
entivação e para outras medidas a implementar
antes do início da escavação.

Escavação perigosa abaixo das fundações de um muro.

Trabalhos na proximidade de linhas eléctricas

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4.1.4. Sobrecargas ocasionais e vibrações

Deve ter-se em consideração a transmissão de vibrações,


produzidas por máquinas de estaleiro e veículos em
movimento, pelo que é uma regra a seguir a manutenção de
distâncias adequadas, devidamente delimitadas, em relação à
frente da escavação.

Efeito das vibrações transmitidas ao solo.

4.1.5. Presença de água

O comportamento dos terrenos face à acção


desencadeada pela infiltração de águas pluviais não
pode ser ignorado. Deve-se drenar todas as águas
existentes na zona da escavação, de forma a evitar
a sua acção como agente desestabilizador.

Utilização de plástico para evitar a infiltração de águas


pluviais.

4.2. Entivações
A entivação é o nome corrente que se dá ao revestimento, normalmente de madeira ou painel metálico, de
paredes rochosas ou terrosas, destinado a impedir desmoronamentos. Existem entivações em valas ou
taludes de vários tipos apresentando-se como principais factores para a sua escolha a natureza dos
terrenos e a profundidade da escavação.

O risco de soterramento surge especialmente durante as operações de construção de infra-estruturas ou


de partes enterradas de obras. Pode ocorrer logo no decurso da escavação mas o mais usual é que ocorra
no decorrer dos trabalhos efectuados dentro da escavação, ou seja, em valas. As principais origens são os
deslizamentos, afundamentos ou desmoronamentos do terreno ou os desmoronamentos de construções
próximas dos trabalhos em causa.

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As medidas de prevenção contra soterramento são basicamente de dois tipos:

1 |  Respeitar os taludes naturais:

Talude natural é o ângulo de maior inclinação que a parede escavada pode manter indefinidamente
sem que os materiais que compõem o terreno tenham tendência a deslizar ou desmoronar.

2 |  Aplicar medidas de contenção – Entivação:

Entivação é o revestimento de madeira ou painel metálico de paredes rochosas ou terrosas,


destinado a impedir desmoronamento. A necessidade de entivar surge principalmente em zonas
urbanas onde, por falta de espaço, não é possível respeitar os taludes naturais.

4.2.1. Enquadramento legal

O Decreto nº 41 821, de 11 de Agosto de 1958 (regulamento de Segurança no Trabalho da Construção Civil)


estabelece os requisitos quanto às entivações.

Entivação de acordo com o Decreto nº 41 821

Na aberturadedesegurança
condições valas comcontra
profundidades compreendidas
desmoronamentos entre
quando as 1,20 m e 3 m,tenham
entivações consideram-se asseguradas
as dimensões as
mínimas
que se seguem:

PRUMOS CINTAS ESTRONCAS


Natureza do
solo Secção Espaçamento Secção Espaçamento Secção Espaçamento Espaçamento
(cm) (m) (cm) (m) (cm) Vertical (m) Horizontal (m)
Consistência
5  15 1,80 -- -- 10  15 1,20 1,80
média
Pouca
5  15 0,90 10  95 1,20 10  15 1,20 1,80
consistência

Sem
consistência 5  15 Pranchada
Contínua 10  15 1,20 10  15 1,20 1,80
Características dos componentes de uma entivação

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A legislação portuguesa prevê que:

  Em escavações até 1,20 m de profundidade pode dispensar-se entivação, qualquer que seja a
natureza do terreno;

  Em solos de rocha ou argila dura pode prescindir-se de entivação;

  Em casos de terrenos de fraca coesão se utilize entivações constituídas por cortinas de estacas-
pranchas com a espessura mínima de:

  0,05 m - para profundidades entre 1,20 m e 2,20 m;


  0,08 m - para profundidades entre 2,21 m e 5,00 m;

  Em terrenos de fraca coesão, escavados a profundidades superiores a 5,00 m, as estacas-pranchas


devem ser metálicas.

4.2.2. Sistemas de entivação


1 |  EM DUAS FACES OPOSTAS

É utilizado na entivação de valas. Como os impulsos do terreno são transmitidos na horizontal, as escoras
(entroncas) são colocadas horizontalmente a conter as estruturas de suporte dos dois lados da vala. É
importante que as escoras tenham resistência suficiente para aguentar os esforços resultantes dos
impulsos de ambos os lados. De entre este tipo de entivação, destacam-se os seguintes:

  A entivação por meio de painéis pré-fabricados com escoramento posterior que consiste em realizar
em primeiro lugar uma gaiola de protecção constituída por dois painéis ligados por um sistema de
escoramento provisório sendo posteriormente colocado o escoramento definitivo ao abrigo daquela
protecção;

Entivação por meio de painéis pré-fabricados


  A entivação por meio e pranchas e quadros metálicos independentes que consiste em instalar na vala
os quadros metálicos na posição vertical e seguidamente colocar as pranchas entre quadros
sucessivos, fixadas lateralmente;

Entivação por meio de pranchas e quadros metálicos independentes

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  A entivação por meio de pranchas e quadros metálicos deslocáveis que consiste na entivação por
troços, à custa de quadros metálicos dispostos na posição horizontal que dão suporte a pranchas
colocadas verticalmente contra as paredes da vala. Seguidamente é colocado o escoramento definitivo
ao abrigo daquela protecção. A entivação provisória faz-se depois avançar para o troço seguinte à
medida que progride a instalação das pranchas verticais;

Entivação por meio de pranchas e quadros metálicos deslocáveis


  A entivação por meio de caixas rígidas em pranchas de madeira ou metálicas que consiste num
sistema pré-fabricado por módulos constituído por dois painéis ligados entre si por escoras metálicas
extensíveis, podendo o sistema ser colocado na vala a partir do exterior;

Entivação por meio de caixas rígidas em pranchas de madeira ou metálicas

2 |  NUMA FACE COM ESCORAMENTO

No caso de escavações que não sejam em vala, o escoramento pode ser efectuado com escoras (dispostas
para o interior da escavação) ou ancoragens (colocadas para o interior do terreno);

Escoramento por estacas inclinadas

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3 |  NUMA FACE COM ELEMENTOS AUTOPORTANTES

No caso de escavações mais profundas ou em que não seja admissível o atravancamento causado pelas
escoras, cravam-se os prumos metálicos que suportam as pranchas horizontais que contêm o terreno. Os
prumos (elementos verticais) têm deter rigidez à flexão suficiente para resistir aos impulsos do terreno. Os
prumos são cravados por percussão por um bate-estacas.

Contenção por perfis metálicos e pranchas de madeira

4.3. Medidas preventivas nos trabalhos em valas ou trincheiras

Zonas de segurança em entivação de vala

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4.3.1. Abertura e entivação de valas

Quando o terreno tiver uma coesão média e não for atravessado por canalizações, a entivação pode ser
feita depois de haver um comprimento suficiente de vala aberta. Quando estas condições se verificam, há
que deixar livre o espaço necessário para a escavação mecânica ou, no caso de ser escavação manual, o
trabalho da entivação não perturbar os movimentos do trabalhador que abre a trincheira. Por isso, um
bom processo de execução será o que prevê uma "zona de escavação" livre de qualquer impedimento e
uma outra "zona de entivação em curso" que sucede à "zona já entivada" e se mantém suficientemente
afastada do trabalho de escavação, de forma a possibilitar à máquina movimentos compatíveis com o
alcance do seu braço.

As escoras (estroncas) devem manter os outros elementos de entivação na sua posição inicial e obedecer,
para tanto, às seguintes condições:
   Possuir resistência suficiente, para o que serão calculadas como colunas, tendo em conta o efeito
do varejamento;
   Serem apertadas por meio de macacos, de cunhas ou por outro processo apropriado;
   Descansarem sobre uma base estável, quando transmitirem directamente ao terreno as cargas que
   suportam;
   Impedirem o escorregamento da sua extremidade inferior por meio de espeques adequados ;
   Fazerem ligação com barrotes por meio de cunhas aparafusadas, no caso de escavação mecânica.

A desmontagem de uma entivação deve percorrer sempre o caminho inverso da montagem, de forma a
não expor os trabalhadores a grandes alturas desentivadas. A desentivação deve, pois, iniciar-se de baixo
para cima, se possível, tendo o cuidado de ir aterrando a parte desentivada por pequenas fracções. Mais
vale deixar esquecida no fundo da escavação uma tábua, do que arriscar a vida para a recuperar.
Quando se proceder à abertura de valas, estas devem ser abertas por troços tão curtos quanto seja
compatível com um bom rendimento dos trabalhos e pelo menor tempo possível, para irem sendo tapadas
com a compactação adequada.

Se no fundo da vala surgir água, esta deve ser bombeada; por outro lado, devem existir bombas de reserva
para que, em caso de avaria, se possa substituir de imediato.

Antes de se executarem escavações próximas de muros ou paredes de edifícios, deve verificar-se se essas
escavações poderão afectar a sua estabilidade. Na hipótese afirmativa, serão adoptados processos
eficazes, como escoramento , para garantir a estabilidade.
Depois de temporais ou qualquer ocorrência susceptível de afectar as condições de segurança
estabelecidas, os trabalhos de escavação só poderão continuar depois de uma inspecção geral, que abranja
os elementos de protecção dos trabalhadores e do público.

4.3.2. Larguras mínimas para escavação

Pelo estudo dos acidentes que ocorrem em escavações, verifica-se que a sua gravidade é maior nas
escavações mais estreitas, onde os desmoronamentos colmatam mais a trincheira aberta.

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Dadas as circunstâncias, devem observar-se larguras mínimas para escavação, consoante a profundidade
que atingem:
Altura (m) Largura mínima (m)
≤ 1,50 0,6
> 1,5 ≤2,0 0,7

> 3,0 ≤ 3,0 0,9


> 2,0 ≤ 4,0 1,2
 4,0 1,3

Conforme a natureza do terreno e a profundidade da escavação, assim os elementos destinados a suportar


directamente os impulsos serão, como já vimos atrás, mais ou menos afastados entre si, possuidores de
maior ou menor secção, podendo ser de madeira ou metálicos.

4.3.3. Colocação de rodapés

As escavações devem ser contornadas por rodapés que impeçam a queda de materiais existentes na
superfície sobre os operários que se encontrem no interior.

Aquando da colocação dos painéis de entivação, estes deverão ficar de fora da escavação cerca de 0,15 m,
como podemos observar na figura a seguir.

4.3.4. Distância de materiais ou produtos de escavação

Deve ser mantido um espaço livre de aproximadamente 0,60 m entre o bordo superior da vala e os
materiais ou produtos da escavação. Os impulsos do terreno aumentam com as sobrecargas.

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Vala com produtos da escavação devidamente afastados.   Zonas de segurança em entivação de vala

4.3.5. Utilização de escadas


Para atingir o fundo das escavações, devem utilizar-se escadas de acesso distanciadas entre si, no máximo,
15 m, e garantir que estas ultrapassam o bordo superior da vala, no mínimo, em 1 m.

4.3.6. Atravessamento de valas

Para que o atravessamento das valas seja realizado em segurança, torna-se necessário instalar passadiços,
que poderão ser de madeira ou metálicos. Nunca se deve andar em cima das estroncas, para trabalhar ou
atravessar uma escavação.

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Exemplo de um passadiço metálico

4.3.7. Delimitação da zona de trabalhos

É boa regra delimitar eficazmente a zona de trabalhos, estabelecendo sinalização necessária à orientação
de pessoas e viaturas.

Delimitação da zona de escavação

4.3.8. Conduta dos trabalhadores

  Nunca descer a uma escavação não entivada, quer para fazer o assentamento da entivação quer para
a realização de outros trabalhos;
  Nunca se devem suprimir as estroncas se a entivação não tiver resistência suficiente par impedir
aluimentos;
  Não se transportarão operários em veículos que não disponham de assentos para os acompanhantes;

  As escavadoras mecânicas só poderão ser conduzidas por maquinistas e operários habilitados,


dispondo de um sistema de sinalização eficiente;

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  As escavadoras mecânicas, qualquer que seja o seu tipo ( de baldes, de colher ou de garras, etc..),
meio de accionamento ( a vapor, electricidade, ar comprimido ou nafta, etc.. ..) e processo de
deslocação (carris, lagartas, etc..) satisfarão aos seguintes requisitos mínimos:
  Serem adequados ao fim a que se destinam
  Estarem sempre em boas condições de funcionamento
  Serem utilizados e conservados de acordo com as instruções dos respectivos fabricantes.
  Para evitar tal tipo de acidentes, os maquinistas, antes de iniciarem uma manobra ou um movimento
imprevisto, devem alertar através de um sinal acústico;
  O trabalho deverá ser organizado de modo que no perímetro da giratória (contrapesos e balde) não
permaneça nem passe ninguém quando o equipamento está em funcionamento.

Zona de perigo na movimentação da máquina

  Só é permitido o “ataque” de escavação com a máquina colocada no escoramento do talude, se esta


tiver os rastos orientados, perpendicularmente ao talude ou se encontrar a uma distância prudente do
coroamento do mesmo (pelo menos 1/3 da altura do talude). Excluem-se as situações em que exista
entivação, parede ancorada ou qualquer outro elemento similar com resistência suficiente para
suportar os impulsos introduzidos no terreno. 
  Como meio de prevenção de desabamentos, não se deve escavar debaixo da base de apoio, nem nas
zonas de ondulação do terreno.

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  Durante as escavações em que sejam utilizadas pás, picaretas, percutores e outras ferramentas
semelhantes, os operários deverão manter entre si a distância mínima de 3,6 m, para evitar lesões.

4.4. Riscos mais frequentes na movimentação de terras

Os riscos maissão
e escavações frequentes em estaleiro de obra relacionados com os trabalhos de movimentação de terras
os seguintes:

  Capotamento;
  Atropelamento;
  Choque com objectos;
  Contacto com redes técnicas enterradas e aéreas;
  Electrocussão;
  Incêndio;
  Deslizamento de terras sobre o equipamento;
  Soterramento;

  Projecções;
  Exposição ao ruído e vibrações;
  Queda no acesso à máquina.

4.5. Equipamentos de protecção individual


A par da utilização de protecções colectivas, os trabalhadores devem utilizar equipamentos de protecção
individual, tais como capacete, luvas de trabalho, botas de biqueira e palmilha de aço e outros
considerados adequados ao ambiente específico do trabalho de escavação.

VII-19
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5/15/2018 7.MOVIMENTA ÃODETERRAS-slidepdf.com

Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho na Construção Civil

As verificações apresentadas no âmbito da entivação de segurança são de carácter geral, pelo que cada
caso concreto obrigará à análise dos condicionalismos existentes no local:

Lista de verificação

Acções
Verificações NA C NC correctivas
Vala com profundidade superior a 1,2 m tem entivação?
Existência de zona livre de cargas com largura ≥ 0,60 m.
Bordo da escavação com afastamento ≥ 2,0 m
relativamente a circulação de veículos.
Colocação de guardas-rodapés no coroamento da vala
com altura ≥ 0,15 m.
Existência de uma escada no interior da vala, por cada 15
m de escavação.
Monitorização de gases tóxicos no interior da vala.

Existe bomba para drenagem de água.


Monitorização diária das condições de segurança dos
trabalhos e meios de protecção colectiva.

NA – Não aplicável; C – Conforme; NC - Não Conforme 

REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL

  Decreto 41 821, de 11 de Agosto de 1958 - Aprova o regulamento de segurança no


trabalho da construção civil.

BIBLIOGRAFIA
  Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas
do Norte, Manual do Formando – Segurança, Higiene e Segurança do Trabalho da
Construção Civil. 2005;
  Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas
do Sul (CENFIC), Análise de Riscos na Construção Civil – Guia de Aprendizagem do
Formando. Prior Velho – Março de 2008;
  Abel Pinto, Manual de Segurança, Construção, Conservação e Restauro de
Edifícios. Edições Sílabo. Lisboa – 2005;
  Ventura Rodríguez, Manual Práctico de Seguridad y Salud en la Construcción.
Comunidad de Madrid Outubro de 2009;
  José Ignacio Miangolarra, Seguridad Práctica en la Construcción.Osalan. Instituto
Vasco de Seguridad y Salud Laborales. 2009

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