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As células que compõem a madeira contêm elevada proporção de

celulose, e a estrutura dos tecidos que a constituem permitem o


aprisionamento de inúmeras massas de ar em seu interior, essas
características aliadas com a rigidez da seção da madeira funcionam
como um conjunto isolante. A madeira como material estrutural possui
muitas vantagens, porém, ela também possui algumas desvantagens
significativas, como por exemplo, a sensibilidade à decomposição, sendo
facilmente inflamável. Isso significa que mesmo após a retirada da fonte
de chama, as estruturas de madeiras são capazes de queimar por muito
tempo. Sua combustão é muito lenta, regular, e tem o desempenho
altamente previsível.
Para garantir a segurança contra incêndio de uma construção, a
resistência ao fogo de seus elementos estruturais pode ser aumentada
usando métodos conhecidos.

Existem inúmeros produtos de proteção contra o fogo que se pode


utilizar, sendo necessário, em primeiro lugar, conhecer as condições em
que está inserido o elemento de madeira a proteger, saber que tipos de
produtos podem ser aplicados, e posteriormente aplicar estes mesmos
produtos consultando o fabricante e respeitando as instruções dadas nas
suas fichas técnicas.

A proteção feita na madeira, recorrendo a produtos preservadores ou


protetores de fogo, é muito influenciada pelos agentes degradadores,
tais como o sol, a chuva, o vento, a ação do fogo e os compostos
químicos.

Segundo o engenheiro Antonio Fernando Berto, uma das saídas para


garantir a resistência da madeira é encapsular os elementos que a
compõem com materiais que retardam o comprometimento incessante
das seções pela ação do fogo.

Há vários processos de tratamento com Retardantes de Fogo e que


podem ser classificados genericamente em três classes:

1. Os que são Incorporados na madeira durante o ciclo de produção,


como resinas e películas.
2. Os que são impregnados em autoclave, após o ciclo de
fabricação, em madeira sólida, contraplacados e outros painéis,
como as soluções de sais minerais.
3. Os que são aplicados na montagem ou instalação dos produtos,
como tintas, vernizes e placas minerais.

Os Retardantes de Fogo têm diversas formulações e atuam de


diferentes maneiras, sempre com o objetivo de conter a combustão e a
propagação das chamas através das superfícies, diminuindo a taxa de
liberação de calor e reforçando a capacidade de reação da madeira ao
fogo, portanto, não tornam a madeira incombustível.
Seus principais objetivos são:

 Promover a carbonização.
 Converter os gases voláteis em não inflamáveis (Por exemplo:
vapor de água e CO2).
 Formar uma barreira vitrificada nas superfícies.
 Produzir uma barreira nas superfícies.
 Liberar radicais livres que inibem a reação de combustão.

Esses Retardantes são submetidos a Ensaios de Reação ao Fogo, em


diferentes cenários, gerando uma classificação segundo o tipo de
proteção que devem proporcionar. A escolha desses produtos e
processos depende de vários fatores. É importante discutir em detalhe
com os fabricantes ou fornecedores, de modo a eliminar ou minimizar
eventuais riscos do projeto. Esses fatores incluem:

 Cumprir as Normas e Recomendações vigentes para o nível de


proteção a que se destina.
 Exigências e especificações arquitetônicas.
 Tipo de madeira (espécie) do substrato.
 Natureza do trabalho: edificação nova / conservação /
reconstrução / restauração.
 Condições do ambiente.
 Condições de trabalho durante a aplicação / instalação.
 Requisitos de conservação, prevenção e manutenção.
 Efeitos do tratamento na aparência do substrato ou nas
propriedades inerentes.
 Interferência do tratamento, por impregnação, em posterior
aplicação de revestimentos.
 Disponibilidade do produto no mercado, e condições de
fornecimento.

Para prevenção das estruturas ao fogo, também temos os produtos


fungicidas. Estes não são retardantes de fogo, apenas não aumentam a
carga térmica, uma vez que não alimentam a combustão.

Há algumas normas que podem ser seguidas para a prevenção e segurança


contra incêndios podem ser vistas nas seguintes NBRs:

NBR 13434 - Esta parte da ABNT NBR 13434 padroniza as formas, as


dimensões e as cores da sinalização de segurança contra incêndio e pânico
utilizada em edificações, assim como apresenta os símbolos adotados

A NBR 14276:2020 traz em seu escopo os requisitos e procedimentos para


composição, treinamento e atividades das brigadas de emergência de incêndio,
para proteger a vida e o patrimônio, bem como para reduzir as consequências
sociais e os danos ao meio ambiente

NBR 7190 – Projeto de Estruturas de Madeira

Esta Norma fixa as condições gerais que devem ser seguidas no projeto,
na execução e no controle das estruturas correntes de madeira, tais
como pontes, pontilhões, coberturas, pisos e cimbres. Além das regras
desta Norma, devem ser obedecidas as de outras normas especiais e as
exigências peculiares a cada caso particular.

NBR 15575: Edificações Habitacionais

Em seis partes, a norma trata de requisitos de desempenho para


sistemas estruturais, sistemas de pisos, de vedações verticais internas e
externas, bem como de coberturas e aparelhos hidrossanitários.

Esses requisitos, como o desempenho estrutural da edificação, a


segurança contra incêndio, a durabilidade, a estanqueidade e os
desempenhos acústico, lumínico e térmico, são englobados em três
categorias: segurança, sustentabilidade e habitabilidade.

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