Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2.0 Justificativa
Atualmente, no Brasil, além da escassez de procedimentos de avaliação da escrita
manual, existem procedimentos que estão disponíveis apenas para pesquisa, impossibilitando o
uso por parte do profissional da educação e da saúde, por exemplo: a Escala de Disgrafia
(LORENZINI, 1993), ou ainda, foi realizada a tradução, mas não foi aplicada na população
brasileira, inviabilizando a utilização dos resultados, como, por exemplo, o Handwriting
Assessment Protocol (POLLOCK et al., 2009, traduzido por MAGALHÃES et al., 2012).
Portanto, torna-se necessário a elaboração de um procedimento de avaliação educacional
com padrões psicométricos, para que se conheça o perfil caligráfico dos escolares, de acordo
com a faixa etária, seriação escolar e gênero, e ainda identifique quem são os escolares que
apresentam o diagnóstico de disgrafia, para que no futuro, possa-se elaborar programas de
intervenção adequados para as dificuldades encontradas.
3.0 Problemática
Com base na revisão teórica, os seguintes questionamentos norteiam esta pesquisa:
• O que pode ser esperado, para cada faixa etária, em relação à escrita manual?
• As queixas levantadas pelos professores são condizentes com a escrita que o
escolar está apresentando?
• Os pais identificam as dificuldades na escrita manual dos seus filhos?
• É possível identificar escolares com dificuldades na aprendizagem da escrita
manual?
4.0 Hipótese
A hipótese deste estudo está pautada no fato de que a elaboração de um procedimento de
avaliação educacional da escrita manual, pode auxiliar na identificação de escolares com
dificuldades no desenvolvimento da habilidade escrita. A partir da identificação, seria possível
que educadores e profissionais da área da educação possam planejar orientações e estratégias
adequadas para cada escolar.
5.0 Objetivos
5.1 Objetivo Geral
Elaborar um protocolo de avaliação diagnóstica educacional, com medidas psicométricas,
para análise da caligrafia de escolares de ensino fundamental, composto por:
• Provas de escrita manual
o Provas de avaliação da legibilidade de escrita
o Provas de avaliação da velocidade de escrita
• Provas de avaliação da função motora fina
• Provas de avaliação percepto-viso-motora
• Questionários para pais
• Questionários para professores
Após a elaboração dos questionários e das demais provas de avaliação, estes serão
entregues a três juízes expert em escrita manual, tais como pedagogos, fonoaudiólogos e/o
terapeutas ocupacionais, para o julgamento do procedimento. Diante das modificações sugeridas
será realizado o estudo piloto, que será aplicado em 42 escolares, de 9 a 14 anos e 11 meses, de
ambos os gêneros, divididos em:
GI: 6 escolares de 9 anos a 9 anos e 11 meses
GII: 6 escolares de 10 anos a 10 anos e 11 meses
GIII: 6 escolares de 11 anos a 11 anos e 11 meses
GIV: 6 escolares de 12 anos a 12 anos e 11 meses
GV: 6 escolares de 13 anos a 13 anos e 11 meses
GVI: 6 escolares de 14 anos a 14 anos e 11 meses
GVII: 6 escolares com dificuldades na aprendizagem da escrita manual
Os escolares com dificuldades na aprendizagem da escrita manual deverão apresentar
idades entre 9 e 14 anos e 11 meses, e serão selecionados a partir da estatística-resumo com
desempenho entre médio-inferior e inferior nas provas de escrita.
Conforme resolução do Conselho Nacional de Saúde CNS 196/96, anteriormente ao
início da aplicação do procedimento, os pais ou responsáveis pelos escolares selecionados
assinarão o termo de Consentimento Pós-Informado para autorização da realização do estudo.
Após a realização do estudo piloto, haverá um novo encontro com os juízes, para
verificar a necessidade de modificações no procedimento.
9.0 Referências
ACCARDO, A. P.; GENNA, M.; BOREAN, M. Development, maturation and learning
influence on handwriting kinematics. Human Movement Science, v. 32, p. 136–146, 2013.
BOYD, D. Why youth heart social network sites: The role of networked publics in teenage social
life. In: BUCKINGHAM D. (Ed.). The John D. and Catherine T. MacArthur foundation
series on digital media and learning. Cambridge, MA: MIT Press, 2008, p. 119-142.
CAPELLINI, S. A.; SOUZA, A.V. Avaliação da função motora fina, sensorial e perceptiva em
escolares com dislexia do desenvolvimento. In: SENNYEY, A. L.; CAPOVILLA, F. C.;
MONTIEL, J. M. Transtornos de aprendizagem: da avaliação à reabilitação. São Paulo: Artes
Médicas, 2008, p. 55-64.
CHANG, S-H.; YU, N-Y. Handwriting movement analyses comparing first and second graders
with normal or dysgraphic characteristics. Research in Developmental Disabilities, v. 34, p.
2433–2441, 2013.
FIN, G.; BARRETO, D.B.M. Avaliação motora de crianças com indicadores de dificuldades no
aprendizado escolar, no município de Friburgo, Santa Catarina. Unoesc & Ciência – ACBS,
Joaçaba, v. 1, n. 1, p. 5-12, jan./jun. 2010
GRAHAM, S.; HARRIS, K. R.; FINK, B. Is handwriting causally related to learning to write?
Treatment of handwriting problems in beginning writers. Journal of Educational Psychology,
v. 4, p. 620-633, 2000.
MCCARNEY, D. et al. Does Poor Handwriting Conceal Literacy Potential in Primary School
Children?. International Journal of Disability, Development and Education, v. 60, n. 2, p.
105-118, 2013. doi:10.1080/1034912X.2013.786561
MCHALE, K.; CERMAK, S. A. Fine motor activities in elementary school: Preliminary findings
and provisional implications for children with fine motor problems. American Journal of
Occupational Therapy, v. 46, p. 898–903, 1992.
PIEK, J. P. et al. The role of early fine and gross motor development on later motor and
cognitive ability. Human Movement Science, v. 27, p. 668–681, 2008. doi:
10.1016/j.humov.2008.03.004
RE, A. M.; PEDRON, M.; CORNOLDI, C. Expressive writing difficulties in children described
as exhibiting ADHD symptoms. Journal of Learning Disabilities, v. 40, p. 244–255, 2007. doi:
10.1177/00222194070400030501
ROSENBLUM, S.; ALONI, T.; JOSMAN, E.N. Relationships between handwriting performance
and organizational abilities among children with and without dysgraphia: A preliminary study.
Research in Developmental Disabilities, v.31, p. 502–509, 2010.
SHEN, I-H.; LEE, T-Y.; CHEN, C-L. Handwriting performance and underlying factors in
children with Attention Deficit Hyperactivity Disorder. Research in Developmental
Disabilities, v. 33, p. 1301–1309, 2012. http://dx.doi.org/10.1016/j.ridd.2012.02.010
TSENG, M.; CHOW, S. Perceptual-motor function of school-age children with slow handwriting
speed. American Journal of Occupational Therapy, v.54, p. 83–88, 2000.
VAN HOORN, J.F. et al. Handwriting, visuomotor integration, and neurological condition at
school age. Developmental Medicine & Child Neurology, v. 52, p. 941–947, 2010.