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Além de ministrar cursos, palestras e trabalhar com cinema, Rivaldo tem uma produção
artística voltada às relações do corpo com o lugar e o tempo. Enquanto mantém o interesse
pela presença própria e do outro na fotografia, também realiza ações urbanas explorando a
participação das pessoas. Sempre buscando intervir na ordem cotidiana, em situações em
que a fotografia ainda está envolvida, mas deixa de ser assunto principal.
Em Via de Mãos Dadas nº1, Rivaldo leva sua bicicleta ao encontro de outro ciclista. Ele
retira uma das rodas traseiras e propõe encaixar sua bicicleta à outra. Do desafio de tentar
pedalar em dupla, surge uma performance que Rivaldo reedita seguidamente e cujos
registros em fotos podem ser conferidos no seu Tumblr:
- É preciso aprender a andar. Demora, mas a gente consegue. Disso vem minha vontade da
intervenção urbana e do aspecto performático para chamar a atenção para algo estranho,
pensando na transformação da percepção. Quero que o trabalho toque o outro e não
simplesmente resulte em algo que se coloque na parede para ser visto. Quero que o público
se envolva na construção do trabalho.
Se pudéssemos sintetizar a obra de Tiago Rivaldo em uma única palavra, esta seria...
síntese. Antes de ser reduzida a mero recurso tautológico, a síntese como síntese
considera as variações em torno da ideia de condensação – temporal e espacial –
entrevista nos trabalhos do artista. Tais variações dão‐se de múltiplas formas e serão
organizadas aqui em três abordagens distintas e permeáveis entre si.
Intervenção na qual o público é convidado a dançar utilizando caixas de papelão posicionadas entre os pares.
Estas caixas são preparadas para que em seu interior se projetem imagens em câmera obscura. O fenômeno só
acontece neste objeto se duas pessoas o usarem, pois assim vedam as entradas de luz para que a projeção
natural aconteça. Dessa maneira cada pessoa vê a paisagem que está atrás de si projetada de cabeça para
baixo sobre o rosto do outro e vice-e-versa.
Ação performática em que eu me desloco pelo calçadão de Copacabana com uma camera obscura ‘vestível’.
Em imagens invertidas e redimensionadas que se projetam em um anteparo no interior da câmera, experiencio
uma sensação de desorientação.
Eu e Renato fazemos bolhas de sabão com nossas próprias bocas nos encarando frente-a-frente, de perfil para
a câmera. As bolhas produzidas por um destroem as do outro com um simples toque. Em alguns momentos se
transformam em uma só que passa a ser preenchida por ambos até que sua fina pele estoure e se reinicie o
processo.