O documento discute o conceito de "cinemão", referindo-se a um tipo de cinema comercial e de massa, focado em entretenimento e lucro, em contraposição a um cinema mais cultural e reflexivo. O filme Interestelar é apontado como um exemplo híbrido, que incorpora elementos do "cinemão" mas também aborda grandes questões humanas.
O documento discute o conceito de "cinemão", referindo-se a um tipo de cinema comercial e de massa, focado em entretenimento e lucro, em contraposição a um cinema mais cultural e reflexivo. O filme Interestelar é apontado como um exemplo híbrido, que incorpora elementos do "cinemão" mas também aborda grandes questões humanas.
O documento discute o conceito de "cinemão", referindo-se a um tipo de cinema comercial e de massa, focado em entretenimento e lucro, em contraposição a um cinema mais cultural e reflexivo. O filme Interestelar é apontado como um exemplo híbrido, que incorpora elementos do "cinemão" mas também aborda grandes questões humanas.
1. O sufixo aumentativo “-ão” confere ao substantivo um sentido pejorativo/depreciativo.
2. “Cinemão” é aquele que dispõe de (grandes) recursos técnicos e financeiros, faz concessões co- merciais (objetiva ser sucesso de bilheteria/ganhar dinheiro), explora “emoções baratas” (pois está direcionado para um amplo público), dilui as “partes mais difíceis do conhecimento hu- mano, pouco assimiláveis ao senso comum” e é exibicionista (“ostentatório”). 3. O modelo de cinema a que o autor faz referência com a palavra “cinemão” é a indústria cinema- tográfica norte-americana, representada por Hollywood. 4. Segundo o autor, trata-se de um público para o qual é preciso haver, além de “emoções bara- tas”, a “diluição das partes mais difíceis do conhecimento humano, pouco assimiláveis ao senso comum”. Portanto, o cinemão seria feito para um público de inteligência mediana, limitado a assimilar coisas rasas, pouco profundas. 5. Trata-se do cinema que está “a serviço da especulação humana”, ou seja, preocupado em ofere- cer ao público, por meio da técnica cinematográfica, uma investigação das “grandes questões” do ser humano. 6. O autor associa o filme ao “cinemão”, mas reconhece que ele se aproxima do cinema cultural: “é animador ver que o cinemão coloca de vez em quando seus recursos técnicos e financeiros a serviço da especulação humana”. Desse modo, Interestelar representa o cinemão e, ao mesmo tempo, vai além dele, pois faz algo diferente e mais consistente. 7. Interestelar se insere na categoria “cinemão”, oferecendo ao público coisas palatáveis – “doses de açúcar”, ou seja, “emoções baratas” – e, ao mesmo tempo, vai além dele, procurando discutir grandes questões do ser humano, por meio de “teses destoantes do senso comum”. 8. Representam, por exemplo, avaliações pessoais: “é animador ver que...”; “é um belo e inteligen- te filme”; “Ainda que beleza e inteligência pareçam às vezes um tanto ostentatórias”. 9. Comentário da UERJ: Conforme o penúltimo parágrafo do texto, para chegar à sensibilidade do público, é preciso “saber narrar” e “um receptor disposto a entender” a mensagem. Ou seja, o emissor da mensa- gem precisa demonstrar competência discursiva, enquanto o receptor precisa querer enten- der o que aconteceu, superando preconceitos e eventual apatia. 10. Comentário da UERJ: A enumeração de episódios de violência extrema reforça a conclusão do texto, que apela para a necessidade de se falar abertamente sobre esses episódios para melhor entendê-los. O risco de não se falar sobre tais acontecimentos trágicos é justamente o de permitir que eles se repi- tam muitas vezes. 11. Comentário da UERJ: O sentido da expressão conectiva “por mais que” é o de concessão. Entre as reescrituras pos- síveis do período, mantendo-se o mesmo sentido de concessão, está: “Ainda que as vítimas sejam pungentes, a mensagem não é nada sem um receptor disposto a entendê-la”. Os termos embora e mesmo que também poderiam ser utilizados para se manter a ideia de concessão.
Redação – 2ª Série – Módulo 6 – Resolução 1
211 12. c Trata-se da única alternativa que satisfaz o enunciado: o réu, recusando-se a fazer o exame de DNA, torna-se, segundo a lei, um presumível pai da criança. 13. a) Não, pois o leitor inverteu a relação de causa e consequência apontada por Dimenstein: “A corrupção é, em larga medida, resultado de uma sociedade que não fiscaliza e, pior, em que alguns setores de elite são coniventes...” b) Redação pessoal. Por exemplo: Para Gilberto Dimenstein, a corrupção é a consequência de uma sociedade que não pratica a devida e necessária vigilância, sendo muitas vezes conivente com práticas que espoliam o Estado ou o bem público. 14. c II. Incoerente. Segundo o texto, não se trata de aumentar o contingente policial, mas de alterar seu padrão de qualificação: “Paralelamente a isso, temos uma Polícia Rodoviária, tanto no âmbito estadual como federal, incompetente e acomodada”. 15. e Cony utiliza o texto de Erico Verissimo como apoio à sua ideia de que o escritor deve estar comprometido com a realidade. 16. c Conforme o texto: “Erico acertou na veia (...). Ele também ergueu sua lâmpada e iluminou parte da escuridão em que vivemos”, ou seja, o escritor deve tornar a realidade visível para o leitor. 17. d A descrição, no contexto em que ela se insere, tem a finalidade de reforçar o compromisso do escritor com a realidade, mostrando-a sem idealizações que a falsifiquem. 18. e “Acertar na veia” significa ser preciso, exato, perfeito. 19. b O uso do verbo perdoar sugere o uso da expressão “na veia” a contragosto, como uma concessão à moda. 20. d O texto narra/conta, de modo subjetivo, um episódio tirado do cotidiano e testemunhado pelo narrador: uma humilde celebração de aniversário em um botequim. 21. e O autor se utiliza do padrão culto da língua, mas com presença do informal e sem rebusca- mentos, como se pode ler, por exemplo, neste trecho: “Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa (...). Passo a observá-los.” Expressões como “uma negrinha de seus três anos” e “toda arrumadinha” são registros de informalidade, enquanto “Passo a observá-los” comprova o uso do padrão culto da língua. 22. e Como enfatiza o narrador ao longo do texto, “os assuntos que merecem uma crônica” estão “fora de mim”, ou seja, na realidade exterior, no dia a dia das pessoas, que pode ser entre- visto “quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico”. Por isso, a crônica está relacionada com a “busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano”, pretendendo “recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano”. 23. O narrador relata fatos que ele supostamente presenciou/testemunhou em um botequim, sem participar efetivamente desses acontecimentos.
Redação – 2ª Série – Módulo 6 – Resolução 2
211 24. e Relatório é um gênero textual que tem como principal propósito comunicativo expor o re- sultado de alguma atividade, apresentando um conjunto de informações pormenorizadas sobre ela. Utiliza linguagem culta, formal e objetiva. No texto, Graciliano Ramos desvia-se do padrão ao elaborar o texto com forte carga de subjetividade. 25. b O uso repetido da expressão “né” é comum na linguagem falada e indica que o falante ainda pretende fazer uso da palavra (deseja manter o turno conversacional) ou procura verificar se o interlocutor ainda ouve (teste fático do canal). 26. b Citando o texto: “De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação”.