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ORIENTAÇÕES GERAIS

LÍNGUA PORTUGUESA – 9º ANO

Descritor

D16: Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados

A forma como as palavras são usadas ou a quebra na regularidade de seus


usos constituem recursos que, intencionalmente, são mobilizados para produzir no
interlocutor certos efeitos de sentido. Entre tais efeitos, são comuns os efeitos de
ironia ou aqueles outros que provocam humor ou outro tipo de impacto. Para que a
pretensão do autor tenha sucesso, é preciso que o interlocutor reconheça tais efeitos.
Por exemplo, na ironia, o ouvinte ou leitor devem entender que o que é dito
corresponde, na verdade, ao contrário do que é explicitamente afirmado.

Um item relacionado a essa habilidade deve ter como base textos em que tais
efeitos se manifestem (como anedotas, charges, tiras etc.) e deve levar o aluno a
reconhecer quais expressões ou outros recursos criaram os efeitos em jogo.

Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade do aluno em reconhecer


os efeitos de ironia ou humor causados por expressões diferenciadas utilizadas no
texto pelo autor ou, ainda, pela utilização de pontuação e notações. No caso deste
item, o que se pretende é que o aluno reconheça qual o fato que provocou efeito de
ironia no texto.

BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil:


ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. p. 92.

Professor, as atividades aqui propostas têm por objetivo auxiliá-lo na


implementação de ações pedagógicas voltadas ao desenvolvimento da habilidade
D16: Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

Gerar humor é uma das facetas que um texto pode assumir. Nessa tentativa,
é comum que textos, tanto verbais quanto não verbais, tentem gerar a sensação do
inesperado, da quebra de expectativas e, até mesmo, do grotesco. Para atingir tal
objetivo, ainda, acontece muito comumente de os textos usarem o recurso da ironia,
como uma forma de fazer o leitor, de certa maneira, se sentir entrando nas
entrelinhas desse texto, ao perceber algo que não está explícito.

Por isso, recomenda-se que os textos de humor, como charges, cartuns e


tirinhas, além de piadas e crônicas de humor, estejam cotidianamente presentes em
sala de aula, para treinar, nos alunos, a habilidade de compreender as estratégias de
geração de humor utilizadas pelos mais diversos autores.
ORIENTAÇÕES GERAIS

A seguir há propostas de atividades com níveis de dificuldade diferentes. A


primeira tem nível de dificuldade fácil/médio e a segunda é um desafio de nível difícil.

Esse formato permite que a sistematização das habilidades seja feita de modo
progressivo e, ao mesmo tempo, pode apoiá-lo na condução do processo de ensino-
aprendizagem considerando a heterogeneidade da sala de aula.

Cabe destacar que as atividades complementares são modelos para possíveis


estratégias de intervenção didática, podendo ser ampliadas ou adaptadas a partir das
especificidades de sua turma. Aproveite a seção “Para saber mais” para ampliar seus
estudos sobre o tema abordado.

PARA SABER MAIS


BERGSON, N. H. O riso: ensaio sobre a significação da comicidade. São Paulo:
Martins Fontes, 2007.

MUECKE, D. C. Ironia e o irônico. São Paulo: Perspectiva, 1995.

PIRES, O. Manual de teoria e técnica literária. Rio de janeiro: Presença/


Brasília: INL, 1981.
GABARITO

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

1) Observe o cartum a seguir.

©Shutterstock/mmatee

a) No cartum, a linguagem que leva à geração de humor é:

exclusivamente não verbal.

primordialmente verbal (os algarismos)

uma mescla entre linguagem verbal e linguagem não verbal.

b) Como se faz referência, na última imagem humanoide, à revolução tecnológica


que estamos vivendo?
Por meio do código binário, usado em computadores.

c) Como se dá a relação intertextual presente no texto, a qual gera humor?

Faz-se uma aproximação com a Teoria da Evolução.


GABARITO

DESAFIO
2) Leia, a seguir, um trecho de texto de Lima Barreto.

Na Arte de furtar, que ultimamente tanto barulho causou entre os eruditos,


há um capítulo, o quarto, que tem como ementa esta singular afirmação: “Como os
maiores ladrões são os que têm por ofício livrar-nos de outros ladrões.”
Não li o capítulo, mas abrindo ao acaso um exemplar do curioso livro, achei
verdadeira a cousa e boa para justificar a publicação destas despretensiosas “Notas”.
A “Bruzundanga” fornece matéria de sobra para livrar-nos, a nós do Brasil, de
piores males, pois possui maiores e mais completos. Sua missão é, portanto, como
a dos “maiores” da Arte, livrar-nos dos outros, naturalmente menores.
Bem precisados estávamos nós disto quando temos aqui ministros de Estado
que são simples caixeiros de venda, a roubar-nos muito modestamente no peso da
carne-seca, enquanto a Bruzundanga os tem que se ocupam unicamente, no seu
ofício de ministro, de encarecerem o açúcar no mercado interno, conseguindo isto
com o vendê-lo abaixo do preço da usina aos estrangeiros. Lá, chama-se a isto prover
necessidades públicas; aqui, não sei que nome teria...
E semelhante ministro daqueles “maiores” de que a Arte nos fala, destinados
a ensinar-nos como nos livrar dos nossos modestos caixeiros de mercearias
ministeriais.
Não contente com ter dessas cousas, a Bruzundanga possui outras muitas que
desejava enumerar todas, pois todas elas são dignas de apreço e portadoras de
ensinamentos proveitosos. […]

Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000023.pdf>. Acesso em 30


abr. 2019.

a) É um exemplo de ironia no texto:

a) afirmar que Arte de furtar fez sucesso entre os eruditos.


b) deixar clara a ideia de que ladrões jamais são pegos no Brasil.
c) afirmar explicitamente que “Bruzundanga” é, na verdade, o Brasil ele
mesmo.
d) mostrar que o Brasil pode se livrar de seus terríveis males ao se
comparar com um local mais problemático, Bruzundanga.

b) Uma palavra que concentra, em si, um tom irônico e cômico é:

a) “ultimamente” em “que ultimamente tanto barulho causou entre os


eruditos”.
b) “não” em “Não li o capítulo”.
c) “muitas” em “[...] a Bruzundanga possui outras muitas que desejava
enumerar todas [...]”.
d) “modestamente” em “a roubar-nos muito modestamente no peso da
carne-seca”.
ESCOLA_________________________________________________________
DATA: ______________________________________TURMA:_____________
NOME: _________________________________________________________

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

1) Observe o cartum a seguir.

©Shutterstock/mmatee

a) No cartum, a linguagem que leva à geração de humor é:

exclusivamente não verbal.

primordialmente verbal (os algarismos)

uma mescla entre linguagem verbal e linguagem não verbal.

b) Como se faz referência, na última imagem humanoide, à revolução tecnológica


que estamos vivendo?

c) Como se dá a relação intertextual presente no texto, a qual gera humor?


ESCOLA_________________________________________________________
DATA: ______________________________________TURMA:_____________
NOME: _________________________________________________________

DESAFIO
2) Leia, a seguir, um trecho de texto de Lima Barreto.

Na Arte de furtar, que ultimamente tanto barulho causou entre os eruditos,


há um capítulo, o quarto, que tem como ementa esta singular afirmação: “Como os
maiores ladrões são os que têm por ofício livrar-nos de outros ladrões.”
Não li o capítulo, mas abrindo ao acaso um exemplar do curioso livro, achei
verdadeira a cousa e boa para justificar a publicação destas despretensiosas “Notas”.
A “Bruzundanga” fornece matéria de sobra para livrar-nos, a nós do Brasil, de
piores males, pois possui maiores e mais completos. Sua missão é, portanto, como
a dos “maiores” da Arte, livrar-nos dos outros, naturalmente menores.
Bem precisados estávamos nós disto quando temos aqui ministros de Estado
que são simples caixeiros de venda, a roubar-nos muito modestamente no peso da
carne-seca, enquanto a Bruzundanga os tem que se ocupam unicamente, no seu
ofício de ministro, de encarecerem o açúcar no mercado interno, conseguindo isto
com o vendê-lo abaixo do preço da usina aos estrangeiros. Lá, chama-se a isto prover
necessidades públicas; aqui, não sei que nome teria...
E semelhante ministro daqueles “maiores” de que a Arte nos fala, destinados
a ensinar-nos como nos livrar dos nossos modestos caixeiros de mercearias
ministeriais.
Não contente com ter dessas cousas, a Bruzundanga possui outras muitas que
desejava enumerar todas, pois todas elas são dignas de apreço e portadoras de
ensinamentos proveitosos. […]

Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000023.pdf>. Acesso em 30


abr. 2019.

a) É um exemplo de ironia no texto:

a) afirmar que Arte de furtar fez sucesso entre os eruditos.


b) deixar clara a ideia de que ladrões jamais são pegos no Brasil.
c) afirmar explicitamente que “Bruzundanga” é, na verdade, o Brasil ele
mesmo.
d) mostrar que o Brasil pode se livrar de seus terríveis males ao se
comparar com um local mais problemático, Bruzundanga.

b) Uma palavra que concentra, em si, um tom irônico e cômico é:

a) “ultimamente” em “que ultimamente tanto barulho causou entre os


eruditos”.
b) “não” em “Não li o capítulo”.
c) “muitas” em “[...] a Bruzundanga possui outras muitas que desejava
enumerar todas [...]”.
d) “modestamente” em “a roubar-nos muito modestamente no peso da
carne-seca”.

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