Você está na página 1de 3

Atividade Avaliativa

Aluno: Pablo Corrêa de Lemos;


Curso de Pós Graduação: Engenharia Elétrica com Ênfase em Sistema de Automação;
Disciplina: Sistemas de Automação.

Sistemas de Automação.
Falar sobre os sistemas de automação nos faz voltar algumas décadas atrás para poder
fundamentar e descrever com propriedade este assunto tão atual em nossos dias. Os processos
e métodos existem há muito tempo nas empresas e indústrias, mas padronizar e principalmente
serializar com qualidade e confiabilidade sempre foi um dos maiores desafios enfrentados por nós
gestores e engenheiros. Na época da revolução industrial iniciava-se a implantação de processos
que facilitariam a manufatura e geravam uma maior fluidez nos postos de trabalho, porém não
existia ainda ferramentas ou tecnologia para serializar, sem um esforço humano massivo e
constante, mas sim muitas máquinas e serviços totalmente dependentes do controle humano e
suas atividades manuais.
Com o crescimento do número de máquinas, seus custos mais acessíveis e avanço tecnológico, a
necessidade de se produz mais, com qualidade, em menos tempo e mais barato, puxou o
desenvolvimento de processos e métodos mais automatizados que visavam garantir uma
repetibilidade de tarefas, mantendo o mesmo padrão inicial e gerando um volume de produção
superior ao seu equivalente processo e método manual.
Porém, automatizar ou aplicar um sistema de automação em processos e métodos, nem sempre
é uma escolha correta, visto que a automação é uma técnica que prevê auxiliar e facilitar as
atividades que até então eram realizadas de forma manual, para garantir inúmeras vantagens
mas geralmente acarretando em custos elevados, onde para alguns processos e métodos não
justificaria sua implementação. Um exemplo é querer utilizar um robô de 6 eixos controlado por
voz para realizar o processo de fechamento de pastel de uma lancheria que vende no máximo 30
pasteis por dia, o custo deste robô e sua manutenção não justificaria o investimento, visto que por
muito menos um funcionário faria esta atividade e ainda atenderia no balcão.
Então, como nosso objetivo não é falar da história e muito menos de lições de investimento
econômico, vamos tratar dos sistemas de automação em seu âmbito geral e específico,
apresentando alguns conceitos, técnicas e modelos atuais que são utilizados nos processos e
métodos em nossos dias atuais.
Os sistemas de automação são caracterizados por processos e métodos geridos por controles
independentes ou dependentes, porém sempre regidos por uma lógica pré definida e com
resultados esperados bem claros e específicos. Tudo inicia na definição das entradas e saídas
dos processos, onde é necessário apresentar as regras do jogo para que o sistema de automação
execute a partida de forma coerente e objetiva.
Um sistema de automação é composto por atuadores, sensores, controladores e sua interface
lógica, onde podemos definir cada um deles como:
- Atuadores: São os elementos que geram ação física junto ao manipulados;
- Sensores: São elementos que geram retorno e sinalizam eventuais necessidades de ação;
- Controladores: São os componentes e dispositivos que controlam as ações do sistema de
automação;
- Interface Lógica: Possui os processos de processamento de dados e informações, geram e
interpretam os sinais lógicos, transformando os mesmos em comandos pré definidos.
Podemos também definir sistemas de automação não somente por sua dependência de outros
sistemas de automação, mas também por seu meio de atuação, pois podem ser autônomos ou
semiautônomos, que irá definir o grau de interação com o ser humano.
Em sistemas de automação puramente autônomos, geralmente presente em processos
repetitivos e serializados sem a necessidade da ação e controle direto do ser humano, uma lógica
é desenvolvida e pré carregada na interface lógica do sistema de automação, quem vai controlar,
definir ações e atuar sobre o manipulado serão os componentes do sistema de automação, os
sensores iram agir como os olhos, ferramentas de medição e sentidos do operador, assim como
os controladores como a força e precisão do operador e o atuador como suas mãos, neste
processo não existe a mão humana em seu fluxo padrão, todos os métodos e critérios de
avaliação estão programados neste modelo de uso do sistema de automação.
Podemos citar como exemplo de um sistema autônomo de automação os robôs que realizam a
solda ponto na lataria dos carros junto a um processo seriado de um modelo de veículo de uma
montadora, antes de entrar o primeiro veículo no processo de solda ponto foi definido e levantado
inúmeros dados do mesmo, assim como calibrado e aferido os sensores e posições dos robôs,
estes robôs foram ensinados há gerar um padrão pré definido e gravado em sua rotina lógica,
seguindo um mesmo padrão de solda e em pontos específicos dos veículos, isto só é possível
pois estes robôs possuem referências absolutas de posicionamento além de estarem
constantemente monitorando seus sensores de posição. A força das pinças da solda ponto estão
constantemente sendo monitoradas por sensores de pressão e a corrente de solda por sensores
de corrente elétrica, tudo isso garante sempre uma posição ideal, uma corrente de solda
padronizada e qualidade do processo automatizado.
Já em formas de sistemas de automação semiautônomos existe uma parcela de automação
autônoma e outra manual e/ou fornecida por um meio não oriundo do sistema de automação, mas
sim de um operador. Podemos citar o exemplo de um veículo que estaciona em uma vaga de
estacionamento controlado pela chave de seu dono, onde o dono do veículo precisa deixar o
mesmo em uma posição imposta pelo dono e o veículo inicia o processo de estacionar
manobrando o volante e controlando a tração de forma automática, mas sempre sobre a
intervenção do dono.
Então, falamos um pouco sobre métodos e processos, tipos de sistemas de automação e seus
modelos mais comuns, agora vamos comentar sobre os dispositivos de automação mais
utilizados atualmente, assim como seus protocolos e particularidades.
É comum entrarmos em uma indústria e nos depararmos com esteiras, sensores, atuadores,
motores e inúmeros elementos que possibilitam a automação de processos e seus métodos, mas
neste meio é bem comum ouvirmos falar dos CLPs (controladores lógicos programáveis) ou ainda
nos sistemas supervisórios e suas inúmeras aplicações de sensoriamento, monitoramento e afins.
Um CLP pode controlar a velocidade de uma esteira conforme o volume de itens que foram
entregues para ela em um determinado período e ao mesmo tempo informar um sistema de
indicadores online sobre a quantidade de itens que passaram e qual a melhor estratégia que o
gestor deve tomar naquele instante, tudo isto é possível pois o CLP está integrado com o drive
que controla a velocidade do motor da esteira, assim como está conectado ao mesmo padrão de
protocolo de comunicação TCP/IP do sistema de rede que estabelece a conexão com o
supervisório de monitoramento presente na mesa do gestor. Atualmente existem muitos modelos
de equipamentos para controlar dispositivos de automação e integrar suas entradas e saídas a
um sistema de supervisão visual, muitos protocolos e modelos a nível de hardware compatíveis e
outras nem tanto, padrões bem conhecidos como o 4 a 20mA, EIA485, EIA232, Modbus,
Fieldbus, TCP/IP, etc. porém muitas vezes é difícil compatibilizar todos os sistemas de automação
de uma linha, por exemplo, por isso muitos equipamentos atualmente possuem multi padrões,
tornado possível sua utilização em qualquer sistema de automação.
Falamos sobre interfaces de comunicação, controladores lógicos e protocolos, agora iremos falar
um pouco mais sobre as ferramentas de programação lógica dos sistemas de automação, visto
que para conseguirmos ensinar e gerar raciocínio artificial nos sistemas de automação
precisamos desenvolver o programa destes controladores lógicos e para tal tarefa se faz
necessário conhecer lógica de programação C#, Ladder, Digital, Analógica, Sockets, C++ e afins.
O Ladder foi um dos primeiros meios de programação lógica para CLPs, um sistema desenvolvido
em linhas onde no inicio da linha se inclui o sensor/lógica e ao final seu atuador, com o avanço da
programação lógica em C# os desenvolvedores de CLPs começaram a fornecer sistemas
computacionais que aceitavam este método como um meio de criar a lógica de seus
controladores, assim criando mais um método facilitando que possui códigos em C# já prontos ou
para quem possuía maior familiaridade com a linguagem. Com o avanço tecnológico, surgiram
inúmeras linguagens de programação porém o resultado junto ao sistema de automação e seus
componentes não teria muito efeito, visto que ao criar novas camadas de aplicação, cada vez
mais os desenvolvedores de compiladores se dedicariam apenas ao processo de interface visual
com o programador, afim de facilitar para o mesmo, mas ao nível de hardware a lógica continua
chegando no mesmo formato e realizado as mesmas ações.
Atualmente podemos ver sistemas de automação presentes em tudo que fazemos, desde uma
simples xicara de café expresso até um complexo e atual lançamento de foguete. Os sistemas de
automação vieram para ficar, para facilitar nosso dia a dia e tornar nossas vidas mais confortáveis
e seguras.

Você também pode gostar