Você está na página 1de 13

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/258927790

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA CANINA NO RIO DE JANEIRO –


REVISÃO

Article · June 2008

CITATIONS READS

0 1,502

10 authors, including:

Luisa Helena Monteiro de Miranda Thais Okamoto


The University of Sydney 10 PUBLICATIONS   385 CITATIONS   
50 PUBLICATIONS   709 CITATIONS   
SEE PROFILE
SEE PROFILE

Leonardo Quintella
Fundação Oswaldo Cruz
73 PUBLICATIONS   1,102 CITATIONS   

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Diversion Colitis View project

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS HISTOPATOLÓGICOS DAS LESÕES CUTÂNEAS DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA View project

All content following this page was uploaded by Leonardo Quintella on 26 May 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


SANTOS, I. B. dos, et al. 27

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA CANINA


NO RIO DE JANEIRO – REVISÃO

ISABELE BARBIERI DOS SANTOS1


LUISA HELENA MONTEIRO DE MIRANDA1
THAIS OKAMOTO1
FABIANO BORGES FIGUEIREDO1
TÂNIA MARIA PACHECO SCHUBACH1
LUIS RODRIGO PAES LEME1
LEONARDO PEREIRA QUINTELLA2
ROGERIO TORTELLY3

1 – Serviço de Zoonoses, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Av. Brasil 4365,
21045-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail address: isabele.santos@ipec.fiocruz.br ;
2 – Serviço de Anatomia Patológica, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ), Rio de Janeiro, Brasil;
3 – Serviço de Anatomia Patológica Doutor Jefferson Andrade dos Santos - Faculdade de Veterinária - Universidade
Federal Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil.

RESUMO: SANTOS, I. B. dos; MIRANDA, L. H. M. de; OKAMOTO, T.; FIGUEIREDO, F. B.; SCHUBACH,
T. M. P.; LEME, L. R. P.; QUINTELLA, L. P.; TORTELLY, R. Leishmaniose tegumentar americana canina no
rio de janeiro – revisão. Revista Universidade Rural: Série Ciências da Vida, Seropédica, RJ: EDUR, v. 28 n 1, p.
27-38, jan-juh, 2008. A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma zoonose amplamente distribuída no território
brasileiro. No estado do Rio de Janeiro é endêmica, causada por Leishmania (Viannia) braziliensis e transmitida pelo
flebotomíneo Lutzomyia intermedia. Possui evolução crônica e acomete a pele e mucosas, isoladamente ou em
associação, de seres humanos, cães, gatos e eqüinos. Nos cães, se caracteriza pela presença de lesões cutâneas ulceradas,
por vezes recobertas por crostas, geralmente únicas, localizadas nas orelhas, bolsa escrotal, focinho e membros, e tem
a esporotricose como principal diagnóstico diferencial. O diagnóstico definitivo depende da identificação de formas
amastigotas em tecido ou promastigotas em meios de cultura. Os anticorpos anti-Leishmania podem ser identificados
no soro utilizando-se as técnicas de ensaio imunoenzimáitco e reação de imunofluorescência indireta, podendo ocorrer
reações cruzadas. A intradermoreação de Montenegro é um teste de hipersensibilidade que pode ser utilizado como
diagnóstico auxiliar. O controle da LTA canina é realizado por meio de borrifação do domicílio e peridomicílio com
inseticidas e utilização de coleira de deltametrina.

Palavras chave: Leishmaniose tegumentar americana; Cão; Revisão

ABSTRACT - SANTOS, I. B. dos; MIRANDA, L. H. M. de; OKAMOTO, T.; FIGUEIREDO, F. B.; SCHUBACH,
T. M. P.; LEME, L. R. P.; QUINTELLA, L. P.; TORTELLY, R. American tegumentary leishmaniose in dogs
from Rio de Janeiro, review. Revista Universidade Rural: Série Ciências da Vida, Seropédica, RJ: EDUR, v. 28
n 1, p. 27-38, jan-juh, 2008. American tegumentary leishmaniasis in dogs from Rio de Janeiro – review. American
tegumentary leishmaniasis (ATL) is a zoonosis widely found in Brazil. In Rio de Janeiro it is endemic, caused by
Leishmania (Viannia) braziliensis and transmited by the flebotomíneo Lutzomyia intermedia. This is a diseases with
cronic evolution and can affect the skin and mucosae, separately or in combination, of humans, dogs, cats and horses.
In dogs, ATL is characterized by the presence of ulcerated cutaneous lesions, sometimes covered with crusts, frequently
single, on the ears, scrotal bag, nose and limbs, and has a sporotrichosis as the main differential diagnosis. A definitive
diagnosis depends on the identification of amastigotas in tissue or promastigotas in culture. Antileishmanial antibodies
are present in the serum of some patients as detected by enzyme-linked immunosobernt assay and immunofluorescent
assays, although cross-reactions may occur. Leishmanin skin Montenegro test detects hipersensitivity and can be
used in the differential diagnosis. The control of canine ATL is executed with insecticides that are sprayed inside and
outside the dwelling and dogs are fitted with deltamethrin-impregnated collars.

Key words: American tegumentary leishmaniasis; Dog; Review

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


28 Leishmaniose tegumentar americana...

INTRODUÇÃO Cablocos); Jacarepaguá (Pau da fome, Estrada


Teixeiras, Rio Grande/ Rio Pequeno); Barra
Considera-se que 1,5 milhões de novos da Tijuca (Camorim, Vargem Pequena, Vargem
casos de LTA humana ocorram anualmente no Grande, Grumari, Sacarrão); Bangu (Senador
mundo. No Brasil, no período de 1980 a Câmara, Realengo, Serra do Bangu); e
2004,o Ministério da Saúde registrou média Guaratiba (Barra de Guaratiba, Ilha de
anual da 35 mil casos novos de LTA no país Guaratiba) (D’UTRA E SILVA, 1915; KAWA
(CENEPI, 1999). Entretanto, a real gravidade & SABROZA, 2002).
da LTA continua em grande parte invisível, A LTA canina tem sido registrada em
pois muitas das pessoas afetadas vivem em várias regiões do Brasil, como Rio de Janeiro,
áreas remotas e, o estigma social associado às São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais,
deformidades causadas pelas lesões as mantém Bahia e Amazonas (TAFURI et al., 1993). No
isoladas. (WHO, 2005). Estado do Rio de Janeiro casos de LTA canina
As Leishmanioses compreendem um já foram diagnosticados em algumas regiões
grupo de doenças cujas características clínicas como Campo Grande, Maricá, Nova Iguaçu,
e patológicas variam de acordo com as Paracambi, Jacarepaguá e Angra dos Reis –
diferentes espécies de Leishmania Ilha Grande (AGUILAR, et al., 1987;
pertencentes aos subgêneros Viannia e PIRMEZ et al., 1988a; MADEIRA et al.,
Leishmania (LAINSON & SHAW, 1987). 2003; SANTOS et al., 2004; MADEIRA et
Também conhecida como leishmaniose al., 2006).
mucocutânea, úlcera de Bauru, ferida brava O Serviço de Zoonoses - Instituto de
entre outros, a LTA, apresenta ampla Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação
distribuição nas Américas Central e do Sul. Oswaldo Cruz (IPEC) - FIOCRUZ vem
No Brasil tem sido relatada nas regiões Norte, observando, no Rio de Janeiro, a ocorrência
Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. de um número crescente de casos caninos de
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000; REY, LTA, sugerindo que essa doença venha
2001a). A leishmaniose tegumentar americana ocorrendo com certa freqüência na região
(LTA) é uma doença infecto-parasitária, não (SANTOS et al., 2004; SANTOS et al., 2007).
contagiosa, restrita ao tegumento, amplamente Devido a este fato este artigo tem como
distribuída no território brasileiro. A LTA, no objetivos fornecer informações sobre o agente
Brasil, é causada pelas espécies Leishmania etiológico, reservatório, vetor, transmissão,
(Viannia) braziliensis, Leishmania aspectos clínicos, métodos de diagnóstico,
(Leishmania) amazonensis, Leishmania diagnóstico diferencial e controle da LTA
(Viannia) guyanensis, Leishmania (Viannia) canina, aos médicos veterinários clínicos de
lainsoni, Leishmania (Viannia) shawi, pequenos animais.
Leishmania (Viannia) naiffi (GENARO,
1995). Agente etiológico
No Estado do Rio de Janeiro, a LTA, é
endêmica, causada pelo protozoário A LTA no Estado do Rio de Janeiro tem
Leishmania (Viannia) braziliensis e afeta como agente etiológico o protozoário
animais domésticos (cães e eqüinos), silvestres Leishmania (Viannia) braziliensis, pertencente
e o homem, acometendo a pele e mucosas à or d e m K i n e t o p l a s t i d a e f a m í l i a
(AGUILAR et al., 1987). Trypanosomatidae. É um parasito intracelular
As áreas de ocorrência de casos obrigatório das células do sistema mono-
humanos de LTA são: Angra dos Reis (Ilha nuclear fagocitário (SMF), com uma forma
grande), Campos, Cantagalo, Macaé, flagelada ou promastigota, encontrada no tubo
Mangaratiba, Itacuruçá, Itaocara, Campo digestivo do inseto vetor e outra aflagelada ou
Grande (Campo Grande, Rio da Prata, Cabuçu/

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


SANTOS, I. B. dos, et al. 29

amastigota nos tecidos dos hospedeiros vetor ao meio ambiente modificado pelo
vertebrados (REY, 2001b). homem, hoje é freqüentemente encontrada no
Reservatórios peridomicílio, em abrigos de animais e
também no intradomicílio, criando um padrão
Até o momento não foram identificados epidemiológico de transmissão domiciliar e
animais silvestres como reservatórios de L (V.) peridomiciliar (OLIVEIRA-NETO et al.,
braziliensis, embora já tenha sido isolada de 1988, MARZOCHI & MARZOCHI, 1994;
roedores (FORTANI, 1960). Entretanto, é MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).
freqüente o encontro de animais domésticos,
como os eqüinos, mulas e em especial o cão, Transmissão
em ambientes domiciliares e peridomiciliares,
albergando uma quantidade expressiva do A transmissão ocorre através da picada
parasito, sugerindo que sejam fontes de do inseto vetor. Quando a fêmea realiza o
infecção nesses locais (MINISTÉRIO DA repasto sanguíneo em animais ou pessoas
SAÚDE, 2000). infectadas ingerem macrófagos parasitados
A importância dos cães na transmissão por formas amastigotas de Leishmania. No
da LTA ainda não está esclarecida, alguns tubo digestivo do vetor há liberação das
autores os consideram como reservatórios amastigotas, ocorre a reprodução por divisão
secundários da doença ou elo na cadeia de binária e diferenciação em formas promasti-
transmissão humana (DIAS et al., 1977, gotas, que também se reproduzem por divisão
COUTINHO et al., 1985, FALQUETO et al., binária e migram para esôfago e faringe. A
1986), e outros sugerem que o cão se infecta infecção em novos hospedeiros vertebrados
acidentalmente, assim como o homem ocorre por meio de um novo repasto sanguíneo
(FORTANI, 1960; REITHINGER & DAVIES pela fêmea parasitada, onde essas liberam as
1999; SAVANI et al., 1999). formas promastigotas juntamente com a saliva.
Na derme do hospedeiro, as formas
Vetor promastigotas são fagocitadas por histiócitos
e/ou macrófagos, retornam à forma amastigota
O inseto vetor da LTA, no Rio de e se reproduzem até o rompimento das células
Janeiro é um flebotomíneo da espécie fagocitárias, ocorrendo a liberação de parasitos
Lutzomyia intermedia, conhecido popular- que são fagocitados por outras células num
mente como “mosquito-palha”, “tatuíra”, processo contínuo (REY, 2001B;
“birigui”, “cangalha”, “cangalhinha” entre MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004)
outros nomes. Este é pequeno, medindo de 1
a 3 mm de comprimento, possui coloração Aspectos clínicos da LTA canina
castanho clara ou cor de palha e corpo
revestido por pêlos. É facilmente reconhecível A LTA canina se caracteriza pela
quando pousa, pois suas asas permanecem presença de lesões cutâneas ulceradas
entreabertas e ligeiramente levantadas. A localizadas no nariz, orelhas, bolsa escrotal e,
atividade dos flebotomíneos é predominan- ocasionalmente, membros e cauda acome-
temente crespuscular ou noturna, mas nas tendo, isoladamente ou em associação, a pele
florestas e em lugares sombrios, as fêmeas se e as mucosas. É uma doença de evolução
mostram ativas durante o dia (MINISTÉRIO crônica e as lesões cutâneas geralmente são
DA SAÚDE, 2000; REY, 2001B). úlceras únicas, eventualmente múltiplas,
A espécie Lutzomyia intermedia era indolores, com bordos elevados e fundo
originalmente encontrada nas matas granuloso, com ou sem exsudato, podendo
participando do ciclo primário de transmissão ocorrer a formação de crostas. Alterações
da doença. Entretanto, devido a adaptação do macroscópicas internas não são observadas e

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


30 Leishmaniose tegumentar americana...

não há diferença significativa quanto ao sexo Métodos parasitológicos


em cães infectados por L. (V.) braziliensis
(PIRMEZ et al., 1988a, PADILLA et al., O diagnóstico parasitológico é o
2002, MADEIRA et al., 2003) método de confirmação e baseia-se na
Cães infectados experimentalmente demonstração do parasito em amostras de
apresentam sinais físicos semelhantes e as lesões cutâneas ou mucosas ulceradas, obtidas
úlceras tendem a aparecer num período de 4 a a partir de raspado, aspirado, ou biópsia da
8 meses após a inoculação e a cicatrizar em 3 borda da lesão. (OLIVEIRA-NETO et al.,
a 5 meses (PIRMEZ et al., 1988b). 1988; MARZOCHI & MARZOCHI, 1994;
REY 2001a). Esta demonstração pode ser feita
Diagnóstico diretamente por meio dos exames
citopatológico e histopatológico ou
O diagnóstico da LTA abrange aspectos indiretamente por meio da cultura de tecido e
epidemiológiccos clínicos e laboratorioais. posteriormente identificação da amostra
Frequentemente a associação destes aspectos isolada.
é necessária para se chegar ao diagnóstico No exame citopatológico, realizado por
final (REY, 2001a). meio da impressão ou esfregaço por aposição,
O diagnóstico laboratorial da LTA podem ser visualizadas formas amastigotas no
canina pode ser realizado por métodos interior de células fagocitárias ou livres e estas
parasitológicos (diretos e indiretos), devem ser distinguidas dos trofozoítas de
imunológicos e moleculares, semelhantes aos Toxoplasma gondii e das formas amastigotas
realizados na doença humana (MINISTÉRIO de Trypanosoma cruzi (REY, 2001a). Este
DA SAÚDE, 2000; REY, 2001a). método tem como vantagens ser simples,
barato e rápido e como desvantagens à
necessidade de examinador treinado e baixa
sensibilidade (PIRMEZ et al., 1988a).

Figura 1: Forma amastigota (seta). Exame citopatológico de lesão cutânea ulcerada de um cão com leishmaniose
tegumentar americana. Giemsa. Obj. 100x.

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


SANTOS, I. B. dos, et al. 31

Na histopatologia a amostra é obtida da discreta perianexial e proliferação vascular


borda das lesões cutâneas por meio de biópsia. (PIRMEZ et al., 1988a). As formas
O quadro histopatológico predominante de amastigotas são ocasionalmente visualizadas
lesões cutâneas ulceradas em cães com LTA é no interior de células fagocitárias ou livres e
a presença de infiltrado inflamatório devem ser distinguidas das formas amastigotas
mononuclear e difuso na derme com infiltração de Trypanosoma cruzi, trofozoítas de
de plasmócitos, linfócitos, macrófagos e, Toxoplasma gondii, estruturas leveduriformes
freqüentemente, células epitelióides, podendo de Histoplasma capsulatum e Sporothrix
está acompanhado de necrose e vasculite. Nas schenckii (PADILLA et al., 2002;
lesões cutâneas cicatrizadas observa-se fibrose SCHUBACH et al., 2006).
na derme com reação inflamatória crônica

Figura 2: Formas amastigotas (seta). Exame histopatológico de lesão cutânea ulcerada de um cão com leishmaniose
tegumentar americana. Hematoxilina Eosina. Obj. 100x.

A comparação entre a histopatologia e de formas promastigotas de Leishmania sp.


a citopatologia é controversa na literatura, com (CHANG & CHANG, 1985). As espécies dos
alguns autores favore CE N D O O E X AM E isolados são identificadas através da técnica
HISTOPATOLÓGICO (SCHUBACH et al., 2001a, de eletroforese de isoenzimas (CUPOLILLO
FABER et al., 2003) e outros afirmando que et al., 1994). A especificidade da cultura
este é menos sensível (SALMAN et al., 1999). parasitológica é de aproximadamente 100%,
E ambos tem como desvantagem à impossi- entretanto, sua sensibilidade é em torno de
bilidade do diagnóstico da espécie do parasito. 60% podendo ser mais baixa dependendo da
A cultura parasitológica é realizada a carga parasitária, tipo de material biológico
partir de fragmento de lesão cutânea ativa, que coletado e processamento laboratorial da
é semeado em meio bifásico (NNN acrescido amostra (REY, 2001a).
de Schneider‘s suplementado com 10% de soro
fetal bovino - SFB), objetivando o cultivo

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


32 Leishmaniose tegumentar americana...

Métodos imunológicos enduração poderá ser marcada com caneta


esferográfica e decalcada com papel
A reação de imunofluorescência indireta umidecido, onde posteriormente será medida
(RIFI) e o ensaio imunoenzimático (ELISA) em milímetros (SOKAL, 1975). Assim como
são os métodos de diagnóstico sorológico mais a sorologia, também ocorre reação cruzada
utilizados para detectar níveis de anticorpos entre a LTA e esporotricose na IDRM em
anti-Leishmania circulantes. Na RIFI cães que humanos e cães, o que pode levar a falsos
apresentem título igual ou superior a 1:40 são resultados (SCHUBACH et al., 2001b;
considerado soro reagentes e no ELISA, um SANTOS et al., 2004; BARROS et al., 2005).
valor da densidade óptica igual ou superior a A técnica de imunohistoquímica (IHQ)
3 desvio-padrões do (cut off) do resultado do baseia-se na detecção de antígenos em cortes
controle negativo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, histológicos por meio da utilização de um
2004). anticorpo, primário, relativamente específico,
Alguns autores sugerem que a RIFI é e de um sistema de enzima e substrato
mais específica e menos sensível do que o cromógeno que se deposita no local da reação
ELISA e tem valor como método de antígeno-anticorpo, possibilitando sua
diagnóstico (SANTOS et al., 1998; SAVANI visualização (TAYLOR, 1978; RAMOS-
et al., 1999; NOLI, 1999). Entretanto, relatos VARA, 2005). E vem sendo utilizada para o
de reações falso negativas em cães com LTA diagnóstico da LTA, facilitando a visualização
(UCHÔA et al., 2001) e reações positivas de amastigotas em amostras de biópsia de
encontradas em cães com outras doenças, como lesões cutâneas ativas.
leishmaniose visceral (LV), doença de chagas
e esporotricose (REED et al., 1990; Métodos moleculares
REITHINGER & DAVIES, 1999; SANTOS
et al., 2004) e a impossibilidade da A reação em cadeia de polimerase
identificação da espécie do parasito, nos fazem (PCR) é uma técnica de diagnóstico altamente
questionar o valor deste teste no diagnóstico sensível e específica e baseia-se na
da LTA canina. amplificação de regiões específicas do DNA
A intradermoreação de Montenegro alvo (nuclear ou do cinetoplasto) extraído de
(IDRM) é um teste de hipersensibilidade tardia amostras biológicas como sangue e biópsia de
muito utilizado no diagnóstico auxiliar da LTA lesões cutâneas ativas e cicatrizadas, frescas
humana (MONTENEGRO, 1926). Em cães, ou fixadas em formol, podendo detectar
estudos preliminares demonstraram que alguns parasitos de diferentes gêneros e espécies
autores obtiveram sucesso e outros não na (NOLI, 1999; SLAPPENDEL, 2000;
utilização da IDRM como ferramenta de MULLER et al., 2003).
diagnóstico da LTA canina (MARZOCHI &
Diagnóstico diferencial
BARBOSA-SANTOS, 1988; PIRMEZ et al.,
1988a, PIRMEZ et al., 1988b, GENARO et No Rio de Janeiro, a ocorrência de uma
al., 1990). epidemia de esporotricose acometendo cães,
A IDRM é realizada com antígeno gatos e seres humanos (BARROS et al., 2001;
padronizado (por exemplo, promastigotas BARROS et al., 2004; SCHUBACH et al.,
mortas de L. (V.) braziliensis, suspensas em 2004, SCHUBACH et al., 2006) vem
solução fenolada, contendo 40 mm de N/mL). dificultando o diagnóstico das leishmanioses.
O grau de resposta cutânea é medido 48 ou 72 No período 1998-2004, foram atendidos 44
horas após a injeção intradérmica de 0,1 mL cães com diagnóstico de esporotricose
de antígeno na face interna da coxa. Uma (SCHUBACH et al., 2006) e 60 com
pápula eritematosa com enduração 5mm ou diagnóstico de leishmaniose no Serviço de
mais de diâmetro é considerada positiva. A Zoonoses do IPEC. Devido à sobreposição de

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


SANTOS, I. B. dos, et al. 33

áreas endêmicas e à semelhança clínica entre principal diagnóstico diferencial para LTA
ambas as doenças em diferentes estágios de canina no Rio de Janeiro.
infecção, a esporotricose vem se tornando o

Figura 3: Lesão ulcerada acometendo pele e mucosa no focinho de um cão com esporotricose

Figura 4: Lesão ulcerada acometendo pele e mucosa no focinho de um cão com leishmaniose tegumentar americana.

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


34 Leishmaniose tegumentar americana...

No diagnóstico da LTA é recomendável Em áreas onde ocorre a LV a eutanásia


a demonstração do agente etiológico em é realizada como medida de controle em cães
amostras obtidas de lesões cutâneas ou soro reatores com títulos de pelo menos 1:40
mucosas (OLIVEIRA-NETO et al., 1988; na RIFI (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
MARZOCHI & MARZOCHI, 1994). Na LTA a eutanásia não é indicada, pois a
Entretanto, nem sempre é possível o importância do cão na sua transmissão ainda
isolamento ou visualização do parasito, pelo não está esclarecida (MINISTÉRIO DA
fato da escassez de parasitos nas lesões de pele SAÚDE, 2000).
e das limitações das técnicas habituais de Entretanto em áreas onde ocorre
diagnóstico, dificultando assim a confirmação superposição da LTA com a LV canina, a
da doença. eutanásia é praticada como medida de
Na rede de atenção básica à saúde controle, em animais soro reatores com títulos
humana, o diagnóstico diferencial entre de pelo menos 1:40 na RIFI (MINISTÉRIO
esporotricose e LTA costuma ser realizado com DA SAÚDE, 2004), embora os testes
base em evidências epidemiológicas, aspecto sorológicos possam apresentar resultados
clínico da lesão, reação intradérmica e, falsos positivos por reação cruzada, onde cães
eventualmente, na sorologia para soro reatores com LTA são eliminados
leishmaniose. Estudos preliminares demons- equivocadamente (REED et al., 1990;
traram que, semelhante ao observado na SCHUBACH et al., 2001b; MADEIRA et al.,
doença humana (BARROS et al., 2005), cães 2006).
com esporotricose podem apresentar
intradermor-reação e sorologia para Agradecimentos
leishmaniose positivas (SCHUBACH et al.,
2001b; SANTOS et al., 2004). Tais resultados Os autores agradecem aos funcionários
sugerem que, ao considerar o diagnóstico do Serviço de Zoonoses pelo apoio técnico. E
diferencial entre LTA e esporotricose caninas, ao laboratório Bravet LTDA – saúde animal
é necessário a demonstração do agente “quem cria confia”.
etiológico (OLIVEIRA-NETO et al., 1988;
PIRMEZ et al., 1988a; HELLER & SWARTZ, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1994).
Além da esporotricose as úlceras AGUILAR C.M., RANGEL E.F., GRIMALDI
cutâneas causadas pela LTA têm como FILHO G. & MOMEM H. 1987. Human,
diagnósticos diferenciais piodermites, canine and equine leishmaniasis caused by
neoplasias cutâneas, criptococose, Leishmania braziliensis braziliensis in an
tuberculose, escabiose, entre outros endemic area in the State of Rio de Janeiro.
(TABOADA, 2000; GONTIJO et al., 2003). Mem. Inst. Oswaldo Cruz. 82:143.

Controle BARROS M.B.L., SCHUBACH T.M.P.,


GALHARDO M.C.G., SCHUBACH A.O.,
O controle da LTA canina é realizado MONTEIRO P.C., REIS, R.S., ZANCOPE-
por meio de borrifação do domicílio e OLIVEIRA R., LAZERA M., CUZZI-MAYA
peridomicílio com inseticidas (organoclora- T., BLANCO T.C., MARZOCHI K.B.,
dos, organofosforados, ou piretróides) e WANKE B. & VALLE A.C. 2001.
utilização de coleira de deltametrina nos cães Sporotrichosis: an emergent zoonosis in Rio
(KILLICK-KENDRICK et al, 1997; NOLI, de Janeiro. Mem. Inst. Oswaldo Cruz.
1999; REITHINGER et al., 2001). 96:777-79.

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


SANTOS, I. B. dos, et al. 35

BARROS M.B.L., SCHUBACH A.O., leishmaniasis Americana. I. Study of


VALLE F.A.C., GALHARDO M.C.G., reservoirs in an endemic region of the State
CONCEIÇÃO F.S., SCHUBACH T.M.P., of Minas Gerais. Ver. Inst. Med. Trop. São.
REIS R.S., WANKE B., MARZOCHI K.B. Paulo. 19:403-10.
& CONCEICAO M.J. 2004. Cat-transmited
sporotrichosis epidemic in Rio de Janeiro, D’UTRA & SILVA O. 1915. Sobre a
Brazil; description of a series of cases. Clin. leishmaniose tegumentar e seu tratamento.
Infect. Dis. 38:529-35. Mem. Inst. Oswaldo Cruz. 7:213-48.

BARROS M.B.L., SCHUBACH A.O., FABER W.R., OSKAM L., VAN GOOL T.,
VALLE F.A.C., GALHARDO M.C.G., KROON N.C., KNEGT-JUNK K.J.,
SCHUBACH T.M.P., CONCEIÇÃO F.S., HOFWEGEN H., VAN DER WAL A.C. &
SALGUEIRO M., MOUTA-CONFORT E., KAGER P.A. 2003. Value of diagnostic
REIS R.S., MADEIRA M.F., CUZZI T., techniques for cutaneous leishmaniasis. J.
QUINTELLA L.P., SILVA J.P., CONCEICAO Am. Acad. Dermatol. 49:70-4.
M.J. & MARZOCHI, M.C.A. 2005. Positive
montenegro skin test among patients with FALQUETO A., COURA J.R., BARROS
sporotrichosis in Rio de Janeiro. Acta Trop. G.C., GRIMALDI-FILHO G., SESSA P.A.,
93:41-7. CARIAS V.R., DE JESUS A.C. & DE
ALENCAR J.T. 1986. Participation of the dog
CENEPI/ MINISTÉRIO DA SAÚDE. 1999. in the cycle of transmission of cutaneous
– (Notas de dados estatísticos). leishmaniasis in the municipality of Viana,
State of Espirito Santo, Brazil. Mem. Inst.
CHANG C.S. & CHANG KP. 1985. Heme Oswaldo Cruz. 81:155-63.
requirement and acquisition by extracellular
and intracellular stages of Leishmania FORTANI P.O. 1960. Sobre os reservatórios
mexicana amazonensis. Mol. Biochem. naturais da leishmaniose tegumentar
Parasitol. 16:267-276. americana. Rev. Inst. Med. Trop. São. Paulo.
2:195-203.
COUTINHO S.G., NUNES M.P.,
MARZOCHI M.C.A. & TRAMONTANO N. GENARO O., DA COSTA C.A., WILLIAMS
1985. A survey for american cutaneous and P., SILVA J.E., ROCHA N.M., LIMA S.L. &
visceral leishmaniasis among 1,342 dogs from MAYRINK W. 1990. Occurrence of kala-azar
áreas in Rio de Janeiro (Brazil) where the in the urban area of Grande Belo Horizonte,
human deseases occur. Mem. Inst. Oswaldo Minas Gerais. Rev. Soc. Bras. Med. Trop.
Cruz. 80:17-22. 23:121.

CUPOLILLO E., GRIMALDI-FILHO G. & GENARO O. 1995. Leishmaniose tegumentar


MOMEN H. 1994. A general classification of americana p. 41-60. In: Neves D.P (ed.)
New World Leishmania using numerical Parasitologia humana. 10ª.ed. Atheneu, São
zymotaxonomy. Am. J. Trop. Med. Hyg. Paulo.
50:296-11.
GONTIJO B. & CARVALHO M.L.R. 2003.
DIAS M., MAYRINK W., DEANE L.M., DA Leishmaniose tegumentar americana. Rev.
COSTA C.A., MAGALHAES P.A., MELO Soc. Bras. Med. Trop. 36:71-80.
M.N., BATISTA S.M., ARAUJO F.G.,
COELHO M.V. & WILLIAMS P. 1977. HELLER H.M. & SWARTZ MN. 1994.
Ep idemiolog y of mu cocuta n eous Nodular lymphangitis: clinical features,

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


36 Leishmaniose tegumentar americana...

differential diagnosis and management. Curr. MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS),


Clin. Top. Infect. Dis. 14:142-58. DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA. 2000. Manual de
KAWA H. & SABROZA P.C. 2002. vigilância e controle da leishmaniose
Espacialização da leishmaniose tegumentar no visceral. 61p. 5ª.ed. Ministério da Saúde,
Rio de Janeiro. Cad. de Saúde Pública. Brasília.
18:853-65.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS),
KILLICK-KENDRICK R., KILLICK- DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA
KENDRICK M., FOCHEUX C., DEREURE EPIDEMIOLÓGICA. 2004. Manual de
J., PUECH M.P. & CADIERGUES M.C. vigilância e controle da leishmaniose
1997. Protection of dogs from bites of visceral. 120p. 1ª.ed. Ministério da Saúde,
phlebotomine snadflies by deltamethrin collars Brasília.
for control of canine leishmnaniasis. Med. Vet.
Ent. 11:105-11. MONTENEGRO J. 1926. A cutis reação na
leishmaniose. Anais da Faculdade de
LAINSON R., RYAN L. & SHAW J.J. 1987. Medicina S. Paulo. 1:161-64.
Infective stages of Leishmania in the sandfly
vector and some observations on the MULLER K., BISCHOF S., SOMMER F.,
mechanism of transmission. Mem. Inst. LOHOFF M., SOLBACH W. & LASKAY T.
Oswaldo Cruz. 82:421-24. 2003. Differential production of macrophage
inflammatory protein 1gamma (MIP-
MADEIRA M.F., UCHÔA C.M., LEAL C.A., 1gamma), lymphotactin, and MIP-2 by
SILVA R.M., DUARTE R., MAGALHÃES CD4(+) Th subsets polarized in vitro and in
C.M. & SERRA C.M.B. 2003. Leishmania vivo. Infect. Immun. 71:6178-83.
(Viannia) braziliensis in naturally infected
dogs. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 36:551-55. NOLI C. 1999. Leishmaniosis canina.
Waltham Focus. 9:15-24.
MADEIRA M.F., SCHUBACH A.O.,
SCHUBACH T.M.P., PEREIRA S.A., OLIVEIRA-NETO M.P., PIRMEZ C.,
FIGUEIREDO F.B., BAPTISTA C., LEAL RANGEL E., SCHUBACH A. &
C.A., MELO C.X., CONFORT M.E. & GRIMALDI-JUNIOR G. 1988. An outbreak
MARZOCHI M.C.A. 2006. Post mortem of American cutaneous leishmaniasis
parasitological evaluation of dogs seroreactive (Leishmania braziliensis braziliensis) in a
for Leishmania from Rio de Janeiro, Brazil. periurban area of Rio de Janeiro city, Brazil:
Vet. Parasitology. In press. clinical and epidemiological studies. Mem.
Inst. Oswaldo Cruz. 83:427-35.
MARZOCHI M.A.C. & BARBOSA-
SANTOS E.G. 1988. Evaluation of a skin test PADILLA A.M., MARCO J.D., DIOSQUE P.,
on the canine mucocutaneous leishmaniasis SEGURA M.A., MORA M.C. &
diagnosis. Mem. Inst. Oswaldo Cruz. FERNÁNDEZ M.M. 2002. Canine infection
83:391-92. and the possible role of dogs in the
transmission of American tegumentary
MARZOCHI M.A.C. & MARZOCHI K.B.F. leishmaniosis in Salta, Argentina. Vet.
1994. Tegumentary and visceral leishmaniases Parasitol; 110:1-10.
in Brazil. Emerging anthropozoonosis and
possibilities for their control. Cad. de Saúde PIRMEZ C., COUTINHO S.G., MARZOCHI
Pública; 10:359-75. M.C., NUNES M.P. & GRIMALDI-JÚNIOR

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


SANTOS, I. B. dos, et al. 37

G. 1988a. Canine American cutaneous SALMAN S.M., RUBEIZ N.G. & KIBBI A.G.
leishmaniasis: a clinical and immunological 1999. Cutaneous leishmaniasis: clinical
study in dogs naturally infected with features and diagnosis. Clin. Dermatol.
Leishmania Braziliensis braziliensis in an 17:291-96.
endemic area of Rio de Janeiro, Brazil. Am.
J. Trop. Med. Hyg. 38:52-8. SANTOS E.G., MARZOCHI M.A.C.,
CONCEICAO N.F., BRITO C.M. &
PIRMEZ C., MARZOCHI M.A.C. & PACHECO R.S. 1998. Epidemiological
COUTINHO S.G. 1988b. Experimental canine survey on canine population with the use of
mucocutaneous leishmaniasis (Leishmania immunoleish skin test in endemic areas of
braziliensis braziliensis). Mem Inst Oswaldo human American cutaneous leishmaniasis in
Cruz; 83:145-51. the state of Rio de Janeiro, Brazil. Rev. Inst.
Med. Trop. Sao Paulo; 40:41-7.
REED S.G., SHREFFLER W.G., BURNS
J.M., JR.SCOTT J.M., ORGE MDA G. & SANTOS I.B., SCHUBACH T.M.P,
GHALIB H.W. 1990. An improved FIGUEIREDO F.B, OKAMOTO T.,
serodiagnostic procedure for visceral PEREIRA A.S., LEME L.R.P., RIBEIRO F.C.,
leishmaniasis. Am. J. Trop. Med. Hyg. MADEIRA M.F., QUINTELLA L.P., PAES
43:632-39. R.A., SCHUBACH A.O. 2004. Diagnóstico
diferencial entre a leishmaniose tegumentar
RAMOS-VARA J.A. 2005. Techinical aspects americana e a esporotricose canina no Rio de
of immunohistochemistry. Vet Pathol. 42:405- Janeiro. Anais da XX Reunião Anual de
426. Pesquisa Aplicada em doença de chagas e
VIII de leishmanioses. 17.
REITHINGER R. & DAVIES C.R. 1999. Is
the domestic dog (Canis familiaris) a reservoir SANTOS I.B., SCHUBACH T.M., LEME
host of American cutaneous leishmaniasis? A L.R., OKAMOTO T., FIGUEIREDO F.B.,
critical review of the current evidence. Am. J. PEREIRA S.A., QUINTELLA L.P., DE F
Trop. Med Hyg. 61:530-41. MADEIRA M, DOS S COELHO F., REIS R.
& DE O SCHUBACH A. 2007.
RE IT HINGER R., TE ODORO U. & Sporotrichosis: the main differential diagnosis
DAVIES C.R. 2001. Topical insecticide with tegumentary leishmaniosis in dogs from
treatments to protect dogs from sandy fly Rio de Janeiro, Brazil. Vet. Parasitology.
vectors of leishmaniasis. Emerging Inf. 19;143(1):1-6.
Deseases. 7:872-76.
SAVANI E.S., GALATI E.A., CAMARGO
REY L. 2001a. O complexo “Leishmania M.C., D’AURIA S.R., DAMACENO J.T. &
braziliensis” e as leishmaniases tegumentares BALDUINO S.A. 1999. Serological survey
americanas, p. 227-39. In: Rey L (ed.) for American cutaneous leishmaniasis in stray
Parasitologia. 3ª.ed. Guanabara Koogan, Rio dogs in the S. Paulo State, Brazil. Rev. Saúde
de Janeiro. Publica. 33:629-31.

REY L. 2001b. Leishamnia e leishmaniasis: SCHUBACH A.O., CUZZI-MAYA T.,


os parasitos, p. 215-26. In: Rey L (ed.) OLIVEIRA A.V., SARTORI A., OLIVEIRA-
Parasitologia. 3ª.ed. Guanabara Koogan, Rio NETO M.P., MATTOS M., ARAÚJO M.L.,
de Janeiro. SOUZA W.J., HADDAD F., PEREZ M.A.,
PACHECO R.S., MOMEN H., COUTINHO
S.G., MARZOCHI M.C., MARZOCHI K.B.

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.


38 Leishmaniose tegumentar americana...

& COSTA S.C. 2001a. Leishmanial antigens TAFURI W.L., RASO P., HERMETO M.V.,
in the diagnosis of active lesions and ancient VIEIRA-DIAS D. & MAYRINK W. 1993.
scars of American tegumentary leishmaniasis Comparative histopathologic study of the skin
patients. Mem. Inst. Oswaldo Cruz. 96:987- test in dogs from an endemic area of
96. tegumentary leishmaniasis, using 2 antigens:
Leishvacin and P10.000G. Rev. Soc. Bras.
Schubach TMP, Schubch AO, Silva V, Med. Trop. 26:11-4.
Monteiro P, Santos E, Duarte R. 2001b.
Avaliação da Intradermoreação e sorologia TAYLOR C.R. 1978. Immunoperixidase
para Leishmaniose em cães com esporotricose. techniques. Arch. Pathol. Lab. Méd. 102:113-
C. Animal. 10:193. 121.

SCHUBACH T.M.P., SCHUBACH A.O., UCHÔA C.M., SERRA C.M., DUARTE R.,
OKAMOTO T., BARROS M.B., MAGALHAES C.M., SILVA R.M.,
FIGUEIREDO F.B., CUZZI-MAYA T., THEOPHILO F., FIGLIUOLO L.P., HORTA
FIALHO-MONTEIRO P.C., REIS R.S., F.T. & MADEIRA M.F. 2001. Aspectos
PEREZ M.A. & WANKE, B. 2004. sorológicos e epidemiológicos da
Evaluation of an epidemic of sporotrichosis leishmaniose tegumentar americana canina em
in cats: 347 cases (1998-2001). Maricá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Soc. Bras.
Med. Trop. 34:563-68.
J. Am. Vet. Med. Assoc. 224:1623-29.
Schubach T.M.P., Schubach A.O., Okamoto T., World Health Organization (WHO). Health
Barros M.B.L., Figueiredo F.B, Cuzzi-Maya topics: Leishmaniasis. http//www.who.int/en
T., Pereira S.A., Santos I.B., Paes R.A., Paes- (acessado em 10/Out/2005).
Leme L.R. & Wanke, B. 2006. Canine
sporotrichosis in Rio de Janeiro, Brazil:
clinical presentation, laboratory diagnosis and
therapeutic response in 44 cases (1998-2003).
Med. Micology. 44: 87-92.

SLAPPENDEL R.J. & FERRER L. 2000.


Leishmaniasis, p. 496-503. In Greene CE.
Enfermidades infecciosas en perros y gatos.
2ª.ed. McGraw-Hill Companies, México, D.F.
Sokal J.E. 1975. Measurement of delayed skin
test responses. N. Engl. J. Med. 293:501-02.

TABOADA J. 2000. Systemic mycoses, p.


453-56. In: Ettinguer S & Feldman E (ed.)
Texbook of veterinary internal medicine –
Deseases of the dog and cat. Vol.1. 5ª.ed.
Saunders, Philadelphia.

Rev. de Ciên. da Vida, RJ, EDUR. v. 28, n. 1, jan-jun, 2008, p. 27-38.

View publication stats

Você também pode gostar