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FAMÍLIA
O Desenho Infantil e o
Círculo Familiar de
Thrower em Medicina
Geral e Familiar
JOSEFINA MARAU*
RESUMO
A autora apresenta dois métodos de abordagem familiar, o desenho infantil e o Círculo Familiar
de Thrower tendo por base a sua prática clínica. Breves casos clínicos são relatados exemplifican- que a problemática tinha um forte com-
do a sua aplicação. ponente de disfuncionalidade familiar.
Participar quinzenalmente nas reu-
Palavras-chave: Família; Abordagem Familiar; Desenho Infantil; Círculo Familiar de Thrower niões do Grupo Integrado de Cuidados
de Saúde Mental do Centro de Saúde
de Sintra – GICSMCSS – permitiu-nos
compreender o problema, partilhar de-
INTRODUÇÃO
cisões e usar recursos para a resolução
dos problemas e simultaneamente
a prestação de cuidados manter a formação contínua multidis-
ABORDAGEM FAMILIAR
Conhecendo a estrutura da família –
e o genograma permite a sua visualiza- Os métodos de avaliação familiar usa-
ção imediata – é possível percepcionar dos nos Cuidados de Saúde Primários
a fase do ciclo de vida e antecipar alguns permitem aos técnicos de saúde pensar
dos factores de risco e/ou protectores a família como um sistema, integrando
a que o indivíduo poderá estar sujeito. o problema do doente na família a que
Num tempo seguinte, ouvir a sua bio- ele pertence e ter em conta a dinâmica
grafia clínica1 vai permitir integrar todo familiar, sabendo como ele a influencia
o conhecimento acumulado e clarificar e como é influenciado por ela.
os problemas que o levaram a procurar São instrumentos de aplicação rápi-
os cuidados médicos. da, que permitem ao utente expressar
Obter a biografia clínica de um uten- de forma organizada algumas das suas
te exige treino de técnicas de entrevis- preocupações e ao médico obter infor-
ta e de comunicação2 que permitam mação complementar em pouco tempo
uma relação médico-doente eficaz. e, aos dois, organizar um plano de cui-
Desde 1985, quando iniciamos a dados e de seguimento adequados.
nossa actividade como Médicos de Fa- A literatura descreve múltiplos méto-
mília, foi claro que não tínhamos o trei- dos de abordagem familiar de utilização
no suficiente para resolver os problemas regular na consulta de Medicina Geral
*Médica de Família do Centro que nos eram colocados na consulta, e Familiar. Aqui valorizámos aqueles
de Saúde de Sintra especialmente quando percebíamos que, de uma forma gráfica, nos podem
DESENHO INFANTIL
Figura 4. Figura 5.
Figura 8.
CONCLUSÃO
Nota final: o GICSMCSS reúne desde 1985,
no Centro de Saúde de Sintra, médicos de
Os instrumentos de abordagem fami-
família e de saúde pública, enfermeiros, psi-
liar, entre eles o desenho infantil e o
cóloga e assistente social e a equipa de psi-
Círculo Familiar de Thrower, são instru-
quiatria do Hospital Miguel Bombarda (Sin-
mentos que facilitam a comunicação e tra) chefiada pelo Prof. Dr. João Seenfelt e a
aumentam o conhecimento da funcio- equipa de Pedopsiquiatria do Hospital Dona
nalidade familiar, mas não são diagnós- Estefânia chefiada pelo Dr. João Beirão e
ticos nem têm valor prognóstico e só fa- ainda representantes do ensino especial ou
zem sentido se integrados num plano de da Câmara Municipal de Sintra ou dos Tri-
cuidados longitudinais. bunais de Família ou da Comissão de Pro-
tecção de Menores, com o objectivo de reso-
lução de casos apresentados pelos diferen-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
tes técnicos e de manter a formação contí-
nua na área da saúde mental.
1. Tavares F. A Família. São Mamede do
Coronado: Edições Bial; 1999.
2. Nunes J. A comunicação em contexto Endereço para correspondência
clínico. Lisboa: Bayer Health Care; 2007. Josefina Marau
3. Ferreira T. Em defesa da criança. Lis- Centro de Saúde de Sintra
boa: Assírio e Alvim; 2002. p. 358. Rua Miguel Bombarda no 30
4. Didier H. Dicionário de psicopatologia 2710 Sintra
da criança e do adolescente. Lisboa: Climep- E-mail: josefinamarau@hotmail.com