“Por Crasmar, pela
República e pelo Bem
Maior!” O Bem Maior
VOL.X. . . No.2
A MORTE DE
DEMETRI VON
MIRLIN
A perda de Von Mirlin
espalha o luto pela
cidade e levanta sérias
dúvidas
Por INGRID MÉNDEZ
A família Von Mirlin, originária de
Épia, estabeleceu-se na República e aqui
fixou sua casa. Friederich Von Mirlin
trouxe para a República sua maior inven-
ção, a prensa, o equipamento que pro-
porcionou a rápida confecção de livros e,
anos mais tarde, a criação dos jornais que
hoje se espalham por todo o país. Conhe-
cido como o Barão de Mirlin, seu antigo
título, Friederich auxiliou a república na
universalização da educação e no fomento
da leitura, ao financiar diversos projetos
para a construção de escolas e bibliotecas.
Seu filho, Demetri Von Mirlin, seguiu
os passos do pai e provou ser um típico
cidadão crasmaniano. Foi Demetri que
propagou a ideia dos jornais, tendo fun-
dado alguns para depois passar o cargo
a frente. Vários parques, praças e outras
obras de infraestrutura só foram possíveis
graças as doações de Demetri para a Re-
pública. Sua última grande empreitada
seria a Mirlin Magias, uma rede de lojas
que venderia itens mágicos para o cida-
dão comum, uma necessidade, segundo
Mirlin, para simplificar e encantar a vida
das pessoas.
Entretanto, Von Mirlin também dese-
java competir com a recém chegada dos
produtos mirianos e é neste ponto em
que sua morte fica complicada. Demetri
demonstrava publicamente seu desafeto
pelos produtos importados e defendia que
BOSQUAL - 2ª EDIÇÃO
a criação deveria ser feita dentro da Re-
pública. Nas audiências públicas para a
construção do Acordo Miriano, ele propôs
uma cláusula para que a República rece-
besse as fórmulas de construção dos itens
mágicos e pagasse uma taxa por seu uso,
ao invés de apenas comprar os itens. A
proposta foi recusada pelo comitê, mas o
motivou a criar a Mirlin Magias, projeto
que tomou boa conta de seus últimos anos
de trabalho.
A rede de lojas não chegou a ser inau-
gurada e teve uma de suas manufaturas
atacada e destruída na primeira quinzena
do mês. Após uma festa em sua casa,
Demetri foi encontrado morto em sua
mansão queimada. Amigos próximos e
advogados afirmam que o ataque e sua
morte foram orquestrados por terceiros e a
notícia inflamou o coração de grupos que
se opõe ao Acordo Miriano, e que agora
promovem uma greve geral no país. Uma
investigação está sendo conduzida pelos
inquisidores da capital sobre as condições
de sua morte.
Demetri Von Mirlin, último de sua
família, deixa para trás um grande legado.
Parte de suas florestas de papel em Vidál-
vila foram doadas para a República e sua
manufatura de prensas na cidade passa
a ser operada pelos seus funcionários.
Sua fortuna foi doada aos cofres públi-
cos e parte delas é destinada a continuar
com a tradição da família de construir
bibliotecas e, uma novidade, organizá-las
pelo método Quillsharpner, inventado por
Albordon Quillsharpner, advogado e pro-
fessor da Escola Superior Crasmaniana.
O Bem Maior expressa seu luto e suas
condolências a amigos, colegas e a to-
dos que conheceram e admiraram Von
Mirlin. Com Demetri, morre o nome da
família, mas permanecem suas ações que
ultrapassam a barreira do tempo.
Crasmar
CINCO PRATAS
TELEPORTE
SIMPLIFICADO
Inauguração do primeiro
círculo da REMETE em
Noitol acelera a
reconstrução da cidade
Por ALEJANDRO GUTIÉRREZ
Aprovado em regime de urgência pelo
Senado, a implementação da Rede Mer-
cantil de Teleporte (REMETE) atinge um
marco importante com a inauguração do
primeiro círculo em Noitol. Construído
por uma comitiva miriana em tempo re-
corde, o círculo irá agilizar a reconstrução
da cidade e facilitar a chegada dos insu-
mos necessários. A cidade encontra-se
sem acesso ao mar desde que um Kra-
ken surgiu no começo do mês passado e
passou a aterrorizar a região.
Espera-se que Noitol volte a exercer
um papel de relevância nas cidades na
Baía de Sigueiro e passe a ser o posto co-
mercial da região com a implementação
do círculo. Além disso, o comércio com
Míren volta a ocorrer dentro dos limites
do acordo e os mirianos podem se utilizar
da REMETE para a entrada de seus pro-
dutos. Até então, comerciantes tinham de
fazer a difícil rota das miragens através
do Deserto dos Sussurros para conseguir
transportar seus itens.
A REMETE opera com restrições
mais brandas do que as normalmente apli-
cadas para teleportes dentro da República
e assim que estiver 100% operacional
deve ligar as maiores cidades em uma
grande rede de comércio quase instantâ-
nea. A próxima cidade a operar dentro
da REMETE será Segóvia e espera-se
que a construção do círculo termine até o
começo de Ceada.
VOL.X. . . No.2
GREVE GERAL SE
ESPALHA
Nas principais cidades da Península de Gibra está
república, grupos com suas rotas marítimas
paralizam o trabalho paralisadas
Por ALEJANDRO GUTIÉRREZ
Crasmar, a capital da República, junta-
se a diversas outras cidades que estão em
greve ou tem setores em greve. Cidadãos
dos setores têxtil, agrícola e portuário pro-
testam contra o Acordo Miriano e se opõe
a utilização das ferramentas e produtos
mirianos que, segundo os grevistas, subs-
tituem a mão de obra local. Os grevistas
já invadiram depósitos e manufaturas na
tentativa de destruir os novos equipamen-
tos e exigem uma audiência com o Senado
para rediscutir o acordo.
Na capital, construtores do estaleiro
e trabalhadores do porto estão parados
desde o dia 10. Para eles, a criação da
REMETE vai diminuir a relevância do
transporte marítimo. Os portuários dese-
jam criar uma regulamentação para deter-
minar os produtos que podem utilizar a
nova rede e os que devem viajar de barco e
esperam que a REMETE não se expanda
para o transporte de pessoas. Para Andres
Carranza, cônsul do estaleiro, a situação
é delicada e deve-se buscar através do
diálogo uma garantia para estes trabalha-
dores, visto que suas reivindicações são
justas e a implantação do acordo está avan-
çando mais rápido do que o esperado pela
sociedade.
Distros e governadores trabalham
agora para acalmar os ânimos dos gre-
vistas, mas os protestos se tornam cada
vez mais comuns. Estima-se que as greves
no país podem causar problemas na pro-
dução de tecidos até o próximo inverno e
a paralisação das docas já causa um efeito
cascata ao bloquear a entrega de bens e
produtos pela República.
O Bem Maior BOSQUAL - 2ª EDIÇÃO
BLOQUEIO NO
ESTREITO DE SOR
Por DIEGO ZAPATERO
A marinha Epiana realizou uma mano-
bra militar e obteve o controle do Estreito
de Sor, onde agora executa um bloqueio
marítimo. Com parte do movimento pa-
ralisado, apenas barcos que pagam a taxa
cobrada pelos mirianos podem trafegar
pelas águas e embarcações crasmanianas
estão sendo impedidas de acessar o es-
treito.
O Senado e a Marinha Crasmaniana
buscam uma solução diplomática para a
situação e não desejam o conflito, mas
os Epianos não expressam o desejo de
dividir o estreito. Entrevistados pelo O
Bem Maior, os senadores responsáveis
não puderam informar quais são os próxi-
mos passos. As cidades da Península de
Gibra dependem agora do transporte por
terra até o litoral norte para o acesso ao
mar.
Recentemente, o estreito serviu de
ponte entre epianos refugiados que imi-
graram para a República e fontes escu-
tadas pelo O Bem Maior acreditam que
este seja um dos motivos para a investida
marinha. Com a restrição, os barcos cras-
manianos que faziam esta travessia agora
estão impedidos de navegar.
RUMO A UMA MOEDA
FORTE
Discussão sobre o papel
moeda avança no Senado
Por VIRGINIA TEJEDOR
Avança no Senado a discussão do use
do papel moeda no lugar do tradicional
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modelo das moedas de metal e a cada
discurso do comitê responsável, mais se-
nadores se veem convencidos de seus
benefícios. Ainda sem data para vota-
ção, a proposta revolucionária iria tirar
de circulação as moedas feitas de metal,
substituindo-as por papel.
Este papel especial seria marcado com
um valor similar a uma moeda de ouro
e moedas de ferro fariam a divisão em
prata e cobre. Com isso, a República
aumentaria as reservas de metais precio-
sos e os usaria para acordos comerciais
internacionais e na fomentação do desen-
volvimento da República. Com a medida,
estima-se que em torno de cem toneladas
de ouro, prata e cobre retornem aos cofres
públicos.
A discussão gira agora ao redor das
tecnicalidades da impressão do papel mo-
eda. Com a morte de Demetri Von Mirlin,
há agora dúvidas entre os senadores se a
prensa desenvolvida em sua manufatura
irá atender a todos os requisitos de segu-
rança necessários. O desenvolvimento
da prensa de papel moeda estava sendo
feito em Odivelas, em uma parceria da
República com Von Mirlin.
TERRA NOVA
Primeiras fazendas são
distribuídas para
imigrantes do deserto
Por ALONSO BENEJA
Imigrantes do Deserto dos Sussurros
estão adentrando a República e sendo re-
alocados temporariamente para algumas
cidades há seis meses e agora os primei-
ros grupos finalmente tem uma terra para
chamar de sua. Lotes destinados ao plan-
tio foram distribuídos próximos a Ferrol
e abrigam agora em torno de vinte famí-
lias. As terras estão bem localizadas e
devem receber um aqueduto na região em
breve para auxiliar no desenvolvimento
agrícola.