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2022 41990
2-1
Porquê a função sinusoidal?
• É a forma da energia elétrica obtida
de um gerador rotacional mecânico,
sendo a forma quase exclusiva de
distribuição da energia elétrica.
O valor quadrático médio também conhecido por valor eficaz ou rms (root mean square) de uma função periódica é definido como a raiz quadrada do
valor médio do quadrado da função.
No caso de uma função sinusoidal, como v(t), é igual ao valor da amplitude (pico) a dividir por raiz de 2
1 t 0 +T 2 2 V
Vef = Vrms =
T t0
Vm cos (t + )dt = m
2
Como comprovaremos mais tarde, este valor (eficaz) equivale ao valor da tensão contínua que dissiparia a mesma potência numa resistência; este termo é
frequentemente usado para definir uma tensão sinusoidal, nomeadamente em sistemas de potência: a conhecida tensão da rede de 230 volt é uma
tensão eficaz.
2 – Análise AC Circuitos Elétricos, João Matos, DETI-UA, 2022 2-3
Recordar as relações u/i em L e C
Indutância 𝒅𝒖 𝒕
=𝑳 𝒅𝒊 𝟏
a u 𝒅 𝒅𝒊Τ𝒅𝒕 𝒖=𝑳 𝒊= න 𝒖 𝒅𝒕 + 𝒊𝟎
+ 𝒅𝒕 𝑳
L 𝟎
u i
di/dt
- b 𝒅𝒊 𝟏 𝟐
𝒑𝒊𝒏𝒅 = 𝑳𝒊 𝒅𝒕 𝑬𝒊𝒏𝒅 = 𝑳𝒊
𝟐
Capacidade 𝒅𝒊 𝒕
i
𝒅 𝒅𝒖Τ𝒅𝒕
=𝑪 𝒅𝒖 𝟏
+ a
𝒊=𝑪 𝒖= න 𝒊 𝒅𝒕 + 𝒖𝟎
𝒅𝒕 𝑪
du/dt 𝟎
u i C
- b 𝒅𝒖 𝟏 𝟐
𝒑𝒄𝒂𝒑 = 𝑪𝒖 𝑬𝒄𝒂𝒑 = 𝑪𝒖
𝒅𝒕
𝟐
L e C são duais
porque as expressões que os regem são obtidas, uma da outra, por troca de u por i e i por u.
A resposta forçada tem a forma da função excitação, das suas derivadas e do seu primeiro integral.
Então será do tipo: 𝑖 𝑡 = 𝐼1 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 + 𝐼2 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡
Substituindo na equação diferencial obtém-se: 𝑅 𝐼1 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 + 𝐼2 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡 + 𝜔𝐿 −𝐼1 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡 + 𝐼2 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = 𝑉𝑚 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡
𝑅𝐼1 + 𝜔𝐿𝐼2 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 + 𝑅𝐼2 − 𝜔𝐿𝐼1 𝑠𝑖𝑛𝜔𝑡 = 𝑉𝑚 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡
2 2
𝑅𝐼1 + 𝜔𝐿𝐼2 = 𝑉𝑚 ቊ𝑅𝐼1 + 𝜔 𝐿 𝐼1 Τ𝑅 = 𝑉𝑚 𝐼1 = 𝑅𝑉𝑚 Τ 𝑅2 + 𝜔2 𝐿2 𝑅𝑉𝑚 𝜔𝐿𝑉𝑚
ቊ 𝐼2 = 𝜔𝐿𝐼1 Τ𝑅 ൝ 𝑖 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 + 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡
𝑅𝐼2 − 𝜔𝐿𝐼1 = 0 𝐼2 = 𝜔𝐿𝑉𝑚 Τ 𝑅2 + 𝜔2 𝐿2 𝑅2 + 𝜔 2 𝐿2 𝑅2 + 𝜔 2 𝐿2
𝑉𝑚 𝜔𝐿
𝑖 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 − 𝑡𝑎𝑛−1
𝑅2 + 𝜔 2 𝐿2 𝑅
Se para este circuito a resolução é trabalhosa. Para um circuito com 2 ou 3 equações diferenciais é impraticável.
2 – Análise AC Circuitos Elétricos, João Matos, DETI-UA, 2022 2-5
Resposta forçada a uma excitação sinusoidal - 2
Num circuito linear as tensões ou correntes presentes no circuito têm a mesma frequência que
a excitação, sendo a amplitude e a fase inicial função da amplitude e frequência da excitação
e dos restantes elementos básicos do circuito.
Por este motivo vamos recordar os conceitos fundamentais das operações com números
complexos.
𝑧 = 𝒓 ∗ 𝒆𝒋𝜽
𝑧1 = 𝑎1 + 𝑗𝑏1 = 𝑟1 𝑒 𝑗𝜃1 a real
Considerem-se os números complexos z1 e z2 𝑧2 = 𝑎2 + 𝑗𝑏2 = 𝑟2 𝑒 𝑗𝜃2 𝑎 = 𝑅𝑒 𝑧 𝒂 = 𝒓 ∗ cos 𝜽
b = 𝐼𝑚 𝑧 𝒃 = 𝒓 ∗ sin 𝜽
𝒓= 𝑧 𝒓 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐
Soma/Diferença 𝑧1 ± 𝑧2 = 𝑎1 ± 𝑎2 + 𝑗 𝑏1 ± 𝑏2 𝜽 = 𝑎𝑟𝑔 𝑧 𝜽 = tan−𝟏 𝒃Τ𝒂
Multiplicação 𝑧1 ∗ 𝑧2 = 𝑟1 𝑟2 𝑒 𝑗 𝜃1 +𝜃2
= 𝑎1 𝑎2 − 𝑏1 𝑏2 + 𝑗 𝑎1 𝑏2 + 𝑎2 𝑏1
Divisão 𝑧1 𝑟1 𝑗 𝜃1 −𝜃2
𝑎1 𝑎2 + 𝑏1 𝑏2 + 𝑗 𝑎2 𝑏1 + 𝑎1 𝑏2
= 𝑒 =
𝑧2 𝑟2 𝑎2 2 + 𝑏2 2
𝑛
Potenciação 𝑧1 = 𝑟1 𝑛 𝑒 𝑗𝑛𝜃1
1 𝜃1 +2𝑘𝜋
𝑛 𝑛 𝑗 𝑛
Radiciação 𝑧1 = 𝑧1 𝑛 = 𝑟1 𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑘 = 0, 1, 2, … , 𝑛 − 1
A resolução das equações diferenciais, com tensões e correntes na forma complexa, é grandemente simplificada,
uma vez que a derivada da função ex é a própria função.
𝑅𝐼𝑚 𝑒 𝑗 𝜔𝑡+𝜑
+ 𝑗𝜔𝐿𝐼𝑚 𝑒 𝑗 𝜔𝑡+𝜑
= 𝑉𝑚 𝑒 𝑗 𝜔𝑡
A corrente no domínio do tempo obtém-se tomando a parte real desta corrente complexa
𝑉𝑚
𝑖 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 − 𝑡𝑎𝑛−1 𝜔𝐿Τ𝑅
𝑅 2 + 𝜔𝐿 2
Indutância v(t) = L di(t)/dt Vmej(t+ ) = L d(Imej(t+ ))/dt Vmej(t+ ) = jL Imej(t+ ) Vmej = jL Imej
V = jL I V=ZI ZL=jL YL=1/ jL i está atrasada 90 de v
𝑹𝒔
𝒊𝒃 = 𝒊𝒔 𝒊𝒃 = 𝟏𝒎𝑨 Divisor de corrente
𝑹𝒔 + 𝑹𝒃𝒃 + 𝑹𝒃𝒆
𝒀𝑹
𝒊𝒍 = −𝑨𝒊 𝒊𝒃
𝒀𝑹 + 𝒀𝑳 + 𝒀𝑪
𝒐
𝒊𝒍 = 𝟕𝟒, 𝟑𝒆𝒋𝟏𝟑𝟖 𝒎𝑨 Divisor de corrente
Lei de Ohm
𝒐
𝒗𝒍 = 𝒊𝒍 𝑹𝒍 𝒗𝒍 = 𝟓, 𝟓𝟕𝒆𝒋𝟏𝟑𝟖 V
onde P = (Vm Imcos(v -i))/2 é a potência média ou ativa e Q = (Vm Imsen(v -i))/2 é a potência reativa
dependentes de dois fatores
pf=cos(v -i) é o fator de potência
rf=sen(v -i) é o fator de reatividade
já P+Pcos(2t) corresponde à potência que está a ser consumida instantaneamente por uma carga real.
∗ 1 ∗
𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 = 𝑉𝐼 𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 𝑒 𝑗 𝜃𝑉 −𝜃𝐼
𝑆 = 𝑉𝑟𝑚𝑠 𝐼𝑟𝑚𝑠 cos 𝜃𝑉 − 𝜃𝐼 + 𝑗 sin 𝜃𝑉 − 𝜃𝐼
2
O valor eficaz de uma corrente ou tensão periódica é igual ao valor da corrente ou tensão contínua que entrega a mesma
potência média a uma resistência que a corrente ou tensão periódica.
Vm Im
Os valores eficazes são iguais aos valores rms. Vrms = Vef = e I rms = I ef =
2 2 2
Para uma carga resistiva Vrms
P= = I rms
2
R
R
O modelo de rede de dois portos ou quadripolos que usaremos está sujeita às seguintes restrições:
1. Não há energia inicial armazenada no circuito
2. não contém fontes independentes
3. todas as ligações externas são obtidas nestes 2 portos de modo independente.
Uma rede de dois portos define-se por 4 parâmetros que relacionam as quatro variáveis , (V1, I1, V2, I2). Assim
pode descrever-se o quadripolo por um sistema de duas equações, normalmente dependentes da
frequência.
Como veremos, já em seguida, se obtivermos as tensões (V1 e V2), em função de (I1 e I2) os parâmetros têm
dimensão de impedância (ohm). Contudo nas várias combinações podem também ser adimensionais
(razão entre tensões ou correntes) ou ainda admitância (siemens).
Os parâmetros podem ser obtidos por casos particulares (medidas) das variáveis.
Uma situação vulgar é condicionar uma variável a zero.
Por exemplo y11 e y21 são obtidos com o porto 2 em curto-circuito (V2=0) :
𝐼 𝐼
𝑦11 = 𝑉1 ฬ e 𝑦21 = 𝑉2 ฬ
1 𝑉2 =0 1 𝑉2 =0
Mas y12 e y22 são obtidos com o porto 1 em curto-circuito (V1=0) : I1 I2
𝐼1 𝐼2
𝑦12 = 𝑉 ฬ e 𝑦22 = 𝑉 ฬ
2 𝑉1 =0 2 𝑉1 =0 y11
V1 V2
y12V2 y21V1 y22
Certifique que o seguinte circuito
é equivalente à matriz dos parâmetros admitância.
h11 +
V1 V2
-
h12V2 h21I1 1/h22
Desafios:
• desenhe o circuito elétrico equivalente para os parâmetros g
• obtenha as expressões para o cálculo dos 2 tipos de parâmetros presentes neste slide
• indique a unidade física de cada parâmetro
2 – Análise AC Circuitos Elétricos, João Matos, DETI-UA, 2022 2-24
Parâmetros Transmissão
Estes parâmetros estão particularmente adaptados para representar quadripolos em cascata (seguidos, como era o caso dos
blocos ganho e filtro da figura inicial)
Pode comprovar que nesta configuração cascata, parâmetros [a] resultantes desta associação, são:
a11=a’11a’’11+a’12a’’21
a12=a’11a’’12+a’12a’’22 [a’] [a’’]
a21=a’21a’’11+a’22a’’21
a22=a’21a’’12+a’22a’’22
Configuração Cascata: Parâmetros a
Os quadripolos podem ser ligados de cinco modos: série, paralelo, série-paralelo, paralelo-série e cascata. Para se
obterem os parâmetros correspondentes a estas associações, basta, nos quatro primeiros casos, somar os parâmetros
(específicos para cada caso, como se observa na figura) dos quadripolos iniciais.
Caso se conheçam os circuitos externos, ligados ao porto 1 e ao porto 2, poderemos escrever mais duas
equações correspondentes a estes dois portos, obtendo um sistema de 4 equações a 4 incógnitas,
permitindo calcular (V1, V2, I1, I2).
Caso se conheça uma das terminações, por exemplo no porto 1, podemos escrever uma terceira equação,
relativa circuito ligado ao porto 1. Deste sistema de 3 equações e 4 incógnitas pode deduzir-se uma
equação paramétrica V2=f(I2), que nos dá VTh e Zeq do equivalente de Thevenin, visto do porto 2.
As unidades logarítmicas são vantajosas quando queremos obter ganhos de redes sucessivas uma vez que as
multiplicações sucessivas se transformam em somas.
Por exemplo G1=20, G2=400 e G3=80, G1*G2*G3=640000, pode ser calculado por g1=10logG1=13,
g2=logG2=26 e g3=logG3=19 como a potência de 10 da soma (g1+g2+g3) 1E(58/10)=630957, com um erro
inferior a 2%. No tempo em que não existia capacidade de cálculo computacional era uma grande mais valia.
Para além desta vantagem também permite analisar grandezas bastante distintas, com por exemplo, 1, 2, 10, 400 e
106 que se convertem em 0 dB, 3dB, 10dB, 26dB e 60dB. Numa escala linear até 106 nunca distinguiríamos
1 de 2 ou, mesmo, de 10, mas numa escala até 60 já seria possível distinguir 0 de 3 e de 10.
As unidades logarítmicas e o decibel são, presentemente, usadas em gráficos que representam razões entre
tensões, correntes ou potências em função da frequência, usualmente designados de diagramas de Bode
1
𝑉𝑜 1 𝐻 𝑗𝜔 =
𝐻 𝑗𝜔 = = ൞ 1 + 𝜔/𝜔𝐶 2
𝑉𝑖 1 + 𝑗𝜔𝑅𝐶
∠𝐻 𝑗𝜔 = −𝑡𝑎𝑛−1 𝜔/𝜔𝐶
sendo 𝜔𝑐 = 1Τ𝑅𝐶
2
20𝑙𝑜𝑔10 𝐻 𝑗𝜔 = −10𝑙𝑜𝑔10 1 + 𝜔/𝜔𝐶 𝑑𝑒𝑐𝑖𝐵𝑒𝑙𝑙
൞
∠𝐻 𝑗𝜔 = −𝑡𝑎𝑛−1 𝜔/𝜔𝐶 grau 𝑜𝑢 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜
𝑉𝑜 1 1
𝐹𝑇 = = 𝑉𝑜 𝑅 𝑉𝑜 𝑗 𝜔𝐶 − 𝜔𝐿 𝑅
𝑉𝑖 𝜔𝐿 1 𝐹𝑇 = = <=>
1 + 𝑗 𝑅 − 𝜔𝐶𝑅 𝑉𝑖 1 =
𝑅 + 1ൗ𝑗 𝜔𝐶 − 𝜔𝐿 𝑉𝑖 1
1 + 𝑗 𝜔𝐶 − 𝜔𝐿 𝑅
Observa-se que, na frequência de
ressonância, ω0=(1/LC) (parte imaginária À frequência de ressonância (ω0=(1/LC)) há um nulo da
da função anula-se), há um máximo da função de transferência (FT=0).
função de transferência (FT=1).
O fator de Qualidade (Q) também pode ser definido como a razão entre a potência reativa em L ou em C, à frequência de
ressonância 𝜔0 = 1Τ 𝐿𝐶, (transita entre L e C) e a potência ativa (dissipada em R).
2
𝑉𝑖 1 𝑉𝑖 𝑅 + 𝑗 𝜔𝐿 − 1Τ𝜔𝐶
Sendo 𝐼= ֜𝑆 =
𝑅 + 𝑗 𝜔𝐿 − 1Τ𝜔𝐶 2 𝑅 2 + 𝜔𝐿 − 1Τ𝜔𝐶 2
𝑄 = 𝜔0 𝐿Τ𝑅
Obtendo-se o fator de qualidade ቐ 𝑜𝑢
𝑄 = 1Τ𝜔0 𝐶𝑅
𝜔
𝑉𝑜 𝑄𝜔0 𝜔𝑟0 Τ𝑄
Podendo a FT ser descrita em função de parâmetros 𝐹𝑇 = 𝑉 = 2 =𝜔 2
𝑖 𝜔
+𝑗
𝜔
−1 𝑟0 Τ𝑄+𝑗 𝜔𝑟0 −1
caraterísticos do circuito 0 e de Q, e não dos 𝑄𝜔0 𝜔0
onde 𝜔𝑟0 = 𝜔Τ𝜔0
elementos do circuito (R, L, C).
2 – Análise AC Circuitos Elétricos, João Matos, DETI-UA, 2022 2-35
Filtro Ressonante Passa Banda
Sendo a Largura de Banda, LB, a gama de frequências compreendidas na condição de meia potência, pode ser calculada
a partir dessa condição de meia potência (-3dB)
𝑉𝑜 1 1
𝑃𝑜 Τ 𝑃𝑖 = 1Τ2 ֜ 𝑉𝑜 ൗ 𝑉𝑖 = 1Τ 2 = = 𝜔𝐿 1
𝑉𝑖 2 − = ±1
𝜔𝐿 1 2 𝑅 𝜔𝐶𝑅
1+ −
𝑅 𝜔𝐶𝑅
Selecionando as soluções positivas (>0), obtém-se a frequência angular inferior, ωl, e a frequência angular superior, ωh,
que limitam a banda:
𝑅 𝑅
2
1 𝑅 𝑅
2
1
𝑅
𝜔𝑙 = − + + 𝜔ℎ = + + 𝐿𝐵 = 𝜔ℎ − 𝜔𝑙 =
2𝐿 2𝐿 𝐿𝐶 2𝐿 2𝐿 𝐿𝐶 𝐿
Verifica-se que o Fator de Qualidade é igual à razão entre a frequência de ressonância e a largura de banda do circuito:
𝜔0
𝑄=
𝐿𝐵
0,0
60,0
-20,0
-160,0 -90,0
2 – Análise AC Circuitos Elétricos, João Matos, DETI-UA, 2022 2-37
Auto-indutância e Indutância Mútua
i Como sabemos uma corrente elétrica produz um campo magnético.
+ N
Numa bobine ideal (assumimos todas as indutâncias e núcleos magnéticos lineares) com N espiras, = N = Li
o fluxo magnético (de ligação) é diretamente proporcional ao número de espiras e à corrente
V
- onde L é a indutância da bobine (auto-indução), expressa em henrie (H), e tanto como
exprimem-se em webers (Wb).
A lei de Faraday (indução eletromagnética) afirma que a tensão induzida numa bobine é d d ( N ) di
v= = =L
igual à variação no tempo do fluxo magnético dt dt dt
A mesma bobine pode estar sob influência de fluxos de ligação produzidas por outras bobinas.
A corrente i1 produz um campo λ11, parte do qual atravessa a secção do enrolamento 2, λ21, e o restante é o
λ𝟏𝟏 = λ𝟐𝟏 +λ𝑳𝟏
campo de fugas, λL1. λ𝟐𝟐 = λ𝟏𝟐 +λ𝑳𝟐
A corrente no enrolamento 2 será obtida de modo equivalente
λL1 λ11 λ21
i1 i2
O fluxo total influenciando o enrolamento 1, 1, é a soma das componentes λ𝟏 = λ𝟏𝟏 +λ𝟏𝟐
devidas a i1 e i2 ,o mesmo se passando para o enrolamento 2 λ𝟐 = λ𝟐𝟐 +λ𝟐𝟏
+ L2 +
L1
v1 v2 O fluxo magnético no enrolamento 1 é 1, onde M12 é a indutância mútua
N1 M N2
- -
𝟏 = 𝑵𝟏 𝟏 = 𝑵𝟏 𝟏𝟏 +𝑵𝟏 𝟏𝟐 = 𝑳𝟏 𝒊𝟏 ± 𝑴𝟏𝟐 𝒊𝟐
Outra conclusão que é possível retirar é que as indutâncias mútuas são iguais: M12=M21=M 1 1
𝑊= 𝐿1 𝑖1 2 + 𝐿2 𝑖2 2 ± 𝑀𝑖1 𝑖2
sendo possível deduzir que a energia armazenada num par de indutâncias acopladas é dado por: 2 2
O coeficiente de acoplamento é uma medida do grau em que o fluxo produzido por uma bobine é colectado na outra, sendo definido por
𝑘 = 𝑀Τ 𝐿1 𝐿2 , 0≤𝑘≤1 e 0≤𝑀≤ 𝐿1 𝐿2
di1
Assumindo que a bobine 2 está em aberto a sua ddp devida ao fluxo v 2oc = M
produzido pela bobine 1 (força eletromotriz induzida), exprime-se por: dt
De modo idêntico, a fem (força eletromotriz) induzida na di2
bobine 1, devido à corrente na bobine 2, é: v1oc = M
dt
equivalente estático.
A figura representa o circuito equivalente dinâmico, onde a indutância mútua é representada sob a
forma de fontes de tensão dependentes, obtido de acordo com:
i1 i2
1. As correntes i1 e i2 percorrem L1 e L2.
2. A corrente i1, origina uma fonte de valor Mdi1/dt em série com L2, cuja polaridade está de L1 L2
acordo com a convenção dos pontos. + +
3. A corrente i2, origina uma fonte de valor Mdi2/dt em série com L1, cuja polaridade está de v1 - + v2
di + - di1
acordo com a convenção dos pontos. - M 2 M -
dt dt
Um esquema de circuito elétrico que integre este circuito equivalente dinâmico pode ser resolvido
por qualquer método de análise conhecido.
Embora quaisquer duas bobines acopladas possam ser chamadas de transformador, é vulgar usar a designação de transformador para
dispositivos com K 1.
Em condições próximas do transformador ideal, os valores das auto indutâncias e das indutâncias mútuas tem menor significado na
descrição dos fenómenos do circuito, uma vez que a razão entre o número de espiras é suficiente para descrever o comportamento do
transformador, visto dos seus terminais.
Assumindo um transformador com razão entre espiras 1:n (primário : secundário), deduzem-se expressões simples para as relações tensão
corrente:
V2=nV1, I1=nI2 e Pin= Pout
Com estas relações deduz-se facilmente que o transformador também permite transformar impedâncias:
Por exemplo uma carga, Z2= V2/I2, refletida no primário é Z1= V1/I1= Z2/n2 .
2 – Análise AC Circuitos Elétricos, João Matos, DETI-UA, 2022 2-42