A “arte cinética” ou “cinetismo” representa um movimento artístico moderno das
artes plásticas, surgido em Paris na década de 50. Como o próprio nome indica, determina uma arte vibrante e dinâmica que possui como principal característica o movimento, ao contrário do caráter estático da pintura e da escultura. Os artistas dessa corrente trabalham especialmente com a arte abstrata (abstracionismo), de forma a gerar no espectador uma ilusão de ótica, expressa por efeitos visuais de uma “obra móvel”. Nesse sentido, vale lembrar que o movimento da Op Art está intimamente relacionada com a proposta da arte cinética.
Objetos Cinéticos do escultor grego
Panagiotis Vasilakis "Takis", em Paris. Um dos maiores exemplos da arte cinética está o pintor e escultor estadunidense Alexander Calder (1898-1976), muito conhecido por seus “Móbiles” (desenho em quatro dimensões). Os objetos são um tipo de escultura com peças que se movimentam, seja pela ação dos ventos ou por motores de energia.
Móbile de 1932 de Alexander
Calder. O artista francês Marcel Duchamp também idealizou uma das obras considerada precursora da ideia de arte cinética, a Roda de Bicicleta (1913), uma roda acoplada em um banquinho de madeira.
Roda de Bicicleta, de Marcel Duchamp,
criada em 1913. A ORIGEM DA ARTE CINÉTICA
A exposição Le mouvement (O movimento), que aconteceu em Paris, na França, em
1955, na galeria Denise René, pode ser considerado como o começo da arte cinética. A partir dessa exposição, surgiu nos países da Europa vários grupos de artistas que começaram a seguir esta corrente artística, a exemplo do Grupo Zero (1958) na Alemanha, do Equipo 57 (1957) e do Groupe de Recherche D'Art Visuel (1960), ambos na França. No Brasil, a arte cinética chegou na década de 60 e teve forte representação em diversos artistas, como: Luiz Sacilotto (1924-2003), Ivan Serpa (1923-1973), Lothar Charoux (1912-1987), Lygia Clark (1920-1988), Mary Vieira (1927-2001), Abraham Palatnik (1928), Almir Mavignier (1925). Características da Arte Cinética Ruptura com a ideia de obra de arte estática, através do uso de recursos que dão movimento. Para implementar o movimento, o artista plástico planeja a “construção” da obra de forma estruturada. Elementos e técnicas de engenharia são, muitas vezes, utilizados. Obras de arte em terceira dimensão (tridimensional). Utilização de recursos tais como: eletromagnetismo, motores, vento, água, efeitos especiais, ilusões de ótica, etc. O artista considera a interação entre a obra e o espectador. A questão da perspectiva é considerada a partir do ponto de vista do espectador. Na construção das esculturas cinéticas, vários materiais são utilizados: madeira, metais, vidros, fios, arames, plásticos, etc. Elaboração de obra de arte com presença de construções técnicas.
Arte Cinética no Brasil
Essa corrente artística se espalhou pelo mundo de forma que despontou no Brasil na década de 60, sendo seus maiores representantes:
Lygia Clark (1920-1988)
Ivan Serpa (1923-1973) Abraham Palatnik (1928-2020) Lothar Charoux (1912-1987) Luiz Sacilotto (1924-2003) Almir Mavignier (1925-2018) Mary Vieira (1927-2001) Mira Schendel (1919-1988) Obras importantes brasileiras 1. “CONCREÇÃO 5839”, 1958, DE LUIZ SACILOTTO 3. “BICHOS”, DE 1965, DE LYGIA CLARK
2. “OBJETO CINÉTICO”, 1968, DE ABRAHAM PALATNIK 4. “MONUMENTO AO JANGADEIRO”, 1992, DE SÉRVULO