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energia dada pela equação (5), maior será a tendência de o sólido ser solúvel. Portanto, ao
aumentarmos o valor de do meio, estaremos diminuindo a atração entre os íons do sólido
iônico. Isto explica a solubilidade destes sólidos em água, que possui uma constante de
permissividade elétrica alta.
(a) (c)
(d)
(b)
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Um outro fator importante é a proporção entre sódio e cloro dentro da célula unitária.
Considere que os átomos de sódio sejam os vermelhos na Figura 19. Apenas 1/8 dos átomos
localizados no vértice do cubo está do lado de dentro da célula unitária. Como são oito os
vértices, tem-se um átomo do lado dentro. Cada átomo na face do cubo está com metade do
átomo do lado de dentro e a outra metade do lado de fora. Então, como são seis faces, a soma
total dá três átomos. Assim, o total de átomos de sódio dentro da célula unitária é de quatro
átomos (um dos vértices e três dos átomos da face). Fazendo o mesmo para os átomos de
cloro, chegaremos a conclusão que existem os mesmos quatro átomos. Portanto, a proporção
é de 4:4, como deveríamos esperar, o número de átomos de sódio é igual ao número de
átomos de cloro.
Outros sólidos iônicos que possuem a mesma estrutura do cloreto de sódio são: LiCl,
KBr, KCl, KI, RbI, AgCl, AgBr, MgO, CaO, TiO, FeO, etc.
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(Figura 20). A proporção cátion-ânion na célula unitária é de 1:1. São exemplos de outros
sólidos com esta estrutura o CsBr, CsI, CsCN, CaS, etc.
Figura 21. A estrutura cristalina do ZnS em perspectiva, destacando o tetraedro dos átomos de zinco e um
dos tetraedros entre o zinco e átomos de enxofre.
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flúor é quatro. São exemplos de sólidos iônicos com estrutura da fluorita: UO2, BaCl2, CaCl2,
HgF2, PbO2, etc.
Na estrutura da antifluorita tem-se a posição de cátions e ânions invertida. Os
seguintes sólidos iônicos são exemplos da estrutura da antifluorita: K2O, K2S, Li2O, Na2O,
Na2S, etc.
Para calcular esta energia, precisam-se levar em conta todos os aspectos envolvidos
na equação (6). Como já foi discutido, o modelo de força eletrostática é adequado para
descrever a atração entre os íons. Portanto, começaremos a análise com a equação (5),
apenas trocando as cargas dos íons pelo número de carga destes (Z+ e Z–) multiplicado pela
carga do elétron (e) e com o valor da constante de permissividade elétrica no vácuo ( 0) uma
vez que se está no estado gasoso. Com isso, tem-se:
Z .Z .e 2
E coulomb (7)
4.π . 0 .r
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menores; e quando a distância tende a zero, a energia é infinitamente negativa. Isto, claro, é
impossível. O problema desta análise é considerar somente a atração entre os íons. Cátions e
ânions possuem elétrons que se repelem mutuamente conforme a distância entre o par iônico
diminui. Portanto, é preciso levar em conta a repulsão dos íons no cálculo da energia do
retículo cristalino. Para grandes valores de r, a repulsão será mínima, próxima de zero. A
repulsão irá aumentar conforme os íons se aproximam. Para distâncias muito pequenas, a
repulsão tenderá ao infinito, como mostra a Figura 24. Além da distância entre os íons, a
repulsão dependerá também do número de elétrons do sistema. Quanto maior o número de
elétrons, maior será a repulsão. Na Tabela 9 estão resumidos os fatores de repulsão em
função do número de elétrons do sistema.
Figura 23. Gráfico da energia de Coulomb para um par iônico em função da distância entre os íons
Então, para uma descrição correta da ligação iônica e para calcular a energia do
retículo cristalino, é preciso levar em consideração tanto a atração quanto a repulsão.
Reescrevendo a equação (7) com o termo de repulsão (n):
Z .Z .e 2 1
E total .1 (8)
4.π . 0 .r n
Mas a equação (8) ainda deixa de fora aspectos importantes como, por exemplo, a
estrutura cristalina dos sólidos iônicos. Como as estruturas são diferentes, desde o arranjo
espacial até o número de coordenação, as forças atuantes em cada átomo serão diferentes.
Portanto, é preciso considerar-se este fator geométrico nos cálculos. Isto se faz introduzindo a
constante de Madelung (A), que terá um valor para cada estrutura cristalina (Tabela 10).
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A equação (8) mostra a energia da ligação para um par de íons. No entanto um par de
íons não forma um cristal. O cloreto de sódio, para citar um exemplo, precisa de no mínino 4
pares de íons para formar uma célula unitária de seu cristal. Por isso, precisa-se considerar um
grande número de íons para se ter a energia do retículo cristalino. Introduzindo a constante de
Avogadro (N) na equação (8), obtém-se o valor para um mol do sólido iônico. A equação (8)
com as constantes de Madelung e de Avogadro torna-se:
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Z .Z .e2 1
U0 AN .1 (9)
4.π . 0 .r0 n
Figura 25. Perfil energético de uma ligação iônica em função da distância entre os íons. Há um mínimo de
energia, que corresponde à energia do retículo cristalino, quando se atinge o comprimento de ligação.
Por exemplo, a energia do retículo cristalino do cloreto de sódio pode ser calculada
facilmente apenas sabendo os raios iônicos típicos dos íons sódio (114 pm) e cloreto (167 pm).
A distância entre os íons, r0, será a soma entre os raios iônicos:
O fator de Madelung para a estrutura cloreto de sódio pode ser encontrado na Tabela
10. Para usarmos o fator de repulsão, é preciso conhecer a configuração eletrônica do íon e
consultar a Tabela 9. O íon sódio, Na+, tem a seguinte configuração eletrônica:
+
11Na = 1s2 2s2 2p6
que é a mesma configuração eletrônica do Ne. Portanto, o fator de repulsão para o sódio é
igual a sete. O cloreto, Cl–, tem a seguinte configuração eletrônica:
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–
17Cl = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
que é a configuração eletrônica do Ar. Segundo a Tabela 9, o fator de repulsão neste caso é
igual a nove. Então, o fator de repulsão (n) para o cloreto de sódio será a média daqueles
encontrados para seus íons:
7 9
n 8 (11)
2
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A medida de raios iônicos é muito mais complicada que a de raios atômicos. Fatores
como a estrutura dos sólidos iônicos, número de coordenação e caráter covalente devem ser
levados em conta.
G= H–T S (12)
A equação (12) é expressa em termos de variação da energia livre, entalpia e entropia, pois é
mais conveniente tratar da variação destas funções do que do valor em cada passo do
processo, uma vez que estas são funções de estado. Funções de estado são funções que
dependem apenas do estado inicial e final de um determinado processo. Considere um sistema
com suas propriedades definidas pelo ponto A (Figura 26). Se um dado procedimento leva o
sistema ao ponto B, agora suas propriedades serão definidas por este ponto. Para uma função
de estado, não importa como se deu processo de A para B, apenas que suas propriedades
antes eram definidas pelo ponto A e agora serão definidas pelo ponto B. Podem-se imaginar
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