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Reginaldo Pupo
Colaboração para Nossa
28/12/2022 04h00
De acordo com relatos de testemunhas à época, o disco voador em altíssima velocidade estava prestes a se
chocar com a água quando conseguiu realizar uma manobra brusca para cima, evitando o choque. Mas,
inexplicavelmente, acabou explodindo em seguida. Após a explosão, vários estilhaços em chamas caíram
sobre o mar e na areia da praia, próximo aos banhistas.
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Um morador da
praia das Toninhas
que testemunhou a
queda da nave
enviou uma carta
anônima para o
jornal "O Globo",
contando detalhes
sobre o incidente.
No envelope,
endereçado ao
Fragmentos do disco voador que explodiu em Ubatuba, durante análise colunista Ibrahim
Imagem: Arquivo pessoal
Sued, a testemunha
colocou alguns dos
fragmentos recolhidos na praia.
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"Aqui, anexo uma pequena amostra do material, que não sei a quem devo confiar para análise", disse o autor
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da carta (Veja íntegra no pé da matéria).
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Análises intrigantes
A reportagem de "O
Globo" sobre o caso
em Ubatuba foi
publicada em 14 de
setembro de 1957,
com base na carta
enviada pelo
morador. A notícia
chamou a atenção
do ufólogo Olavo
Fontes, renomado
investigador de
Fragmentos do disco voador que explodiu em Ubatuba, durante análise
OVNIs (Objetos
Imagem: Arquivo pessoal
Voadores Não-
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Identificados) à época. O colunista, que não teria acreditado na história, apesar de ter publicado o relato,
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repassou os fragmentos para o especialista.
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Os fragmentos foram enviados pelo ufólogo para o então Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão
do Ministério da Agricultura, sob responsabilidade da tecnologista química Luiza Maria Barbosa, que fez as
primeiras análises.
Em um laudo
emitido em 24 de
setembro daquele
ano, a profissional
atestou que os
fragmentos tinham
aspecto metálico,
de cor cinza, baixa
densidade e que
pesavam, cada um,
aproximadamente
0,6 grama. "A
análise
espectrográfica TOPO
Laudo do Ministério da Agricultura, à época, atestando a pureza dos fragmentos
revelou a presença
Imagem: Reprodução ASSINE
de magnésio (Mg)
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em alta
concentração e ausência de qualquer outro elemento metálico", atestou a química, que era responsável pelo
então Laboratório da Produção Mineral do Ministério da Agricultura.
Outros testes, realizados em 1970, demonstraram que o material sofreu uma "fusão solidificada unidirecional",
uma espécie de mistura a frio, técnica impossível para a época. Uma observação adicional é que o magnésio é
um material leve, resistente, mas também facilmente inflamável.
Diante dos resultados dos testes, chegou-se à conclusão de que os fragmentos foram fabricados, pois na
natureza terrestre não existe magnésio com esta concentração de pureza, de 99,99%.
Mais dois exames foram feitos no Brasil a pedido do ufólogo. Outra parte dos fragmentos foi enviada para a
APRO (Aerial Phenomena Research Organization), uma organização de pesquisa de fenômenos aéreos nos
Estados Unidos, juntamente com os relatórios dos resultados obtidos anteriormente.
Ele também entregou um fragmento ao major Roberto Caminha, do Exército, e ao comandante José Geraldo
Brandão, da Marinha, para que fossem analisados no âmbito militar. No entanto, ele nunca recebeu os
resultados.
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Fragmentos do disco voador que explodiu em Ubatuba, Fragmentos do disco voador que explodiu em Ubatuba,
durante análise durante análise
Imagem: Arquivo pessoal Imagem: Arquivo pessoal
Em 1970, os engenheiros metalúrgicos Walter Walker e Robert Johnson, da Companhia Dow, dos Estados
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Unidos, analisaram um dos fragmentos, também a pedido de Fontes, e fizeram novas descobertas quanto à
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estrutura do material. As análises chegaram à mesma conclusão que a primeira.
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Meteorito é descartado
Outros fragmentos
chegaram às mãos
de Garry Nolan,
professor em
patologia e que
comanda um dos
laboratórios da
Universidade de
Stanford (EUA). Há
dez anos, ele
analisa fragmentos
coletados em
Garry Nolan, pesquisador da Universidade de Stanford
Imagem: Arquivo pessoal
incidentes com
OVNIs, já publicou
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centenas de artigos científicos e até foi acionado pela CIA para analisar casos inexplicáveis e bizarros nos
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Estados Unidos.
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Segundo Nolan, os fragmentos poderiam ser de um objeto semelhante a um meteorito, mas a suspeita logo foi
descartada, pois, de acordo com ele, tratava-se de magnésio em alto grau de pureza, inexistente em nossa
tabela periódica.
Pesquisas continuam
Nos Estados Unidos, além da Universidade de Stanford e da Companhia Dow, a Nasa também avaliou o
material.
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Muitos dos fragmentos se perderam durante as pesquisas por vários institutos, empresas e universidades, pois
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precisaram ser incinerados para obter os resultados e algumas amostras acabaram, segundo os ufólogos,
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guardadas a sete chaves pelas autoridades militares brasileiras.
O ufólogo e
pesquisador
brasileiro Edison
Boaventura Júnior,
um dos
especialistas no
caso de Ubatuba,
conta que em 2016
recebeu uma carta
de uma pessoa que
dizia ser filho de um
militar do Exército.
No envelope havia
quatro fragmentos
que seriam da
explosão do disco
O ufólogo Edison Boaventura Junior mostra fragmentos da explosão em Ubatuba
Dois anos depois, o ufólogo recebeu uma informação de que outros fragmentos estavam expostos no Museo
OVNI, na Argentina, onde teve a oportunidade de ver e tocar o material, que faze parte daquele acervo.
Segundo Boaventura, o metal também foi analisado por especialistas em meteoritos metálicos que também
descartaram completamente se tratar de detritos espaciais, levando em consideração a estrutura e a
composição química das amostras.
"A Ciência continua interessada nestes fragmentos, nestes metamateriais. Os militares brasileiros escondem a
verdade sobre este incidente em Ubatuba. Uma coisa é certa, onde há fumaça, há fogo. Esperemos com
paciência os próximos capítulos desta intrigante história ufológica", finalizou Boaventura.
"Como leitor assíduo do jornal, quero proporcionar-lhes um verdadeiro furo jornalístico a respeito dos discos
voadores, se é que acredita na existência deles. Até alguns dias atrás eu mesmo não acreditava. Mas enquanto
pescava na companhia de vários amigos, em Ubatuba, vi um disco voador aproximando-se da praia numa
velocidade incrível, prestes a chocar-se contra as águas, quando, num impulso fantástico, elevou-se TOPO
rapidamente e
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explodiu. Atônitos,
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acompanhamos o
espetáculo, de
chamas e
fragmentos que
mais pareciam
fogos de artifício.
Esses pedaços
caíram quase todos
sobre o mar, mas
muitos caíram perto
da praia, o que
facilitou o
recolhimento de
uma parte do
O ufólogo Edison Boaventura Junior, no Museo OVNI, na Argentina, onde há mais fragmentos da
explosão material. Aqui,
Imagem: Arquivo pessoal
anexo uma pequena
amostra do material,
que não sei a quem devo confiar para análise. Nunca li artigos que relatassem sobre pedaços desprendidos de
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UFOs, a menos que
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as autoridades
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militares tenham
também impedido
essas publicações.
Certo de que este
assunto muito lhe
interessará, mando-
lhe duas cópias
desta".
Os quatro fragmentos que o ufólogo Edson Ventura recebeu por meio de carta anônima
Imagem: Arquivo pessoal
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