Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Livro Cinetica e Reatores Schmal
Livro Cinetica e Reatores Schmal
O primeiro livro foi escrito no inicio de 1980 -82, quando nao existiam muitos livros textos
sobre cinetica e reatores. Com base nos cursos de cinética e reatores para graduação escrevi o
primeiro livro, com uma ementa ainda limitada que foi ampliada nos anos noventa. Surgiram
novos e ótimos textos que foram inclusive traduzidos já com novos temas, como, cinética de
polimerização, cinética enzimática e outros, que também foram incorporados nas ementas do
curso de graduação. Durante todo este período lecionei semestralmente o curso de cinética e
reatores na Escola de Química e formei o meu segundo livro que aqui apresento, incorporando
novos temas, e uma grande serie de exercícios aplicados em provas e em exercícios para
projetos ou exercícios para casa. Evidentemente, grande parte do original foi mantido ou
ampliado. Mas o que diferencia este texto dos demais é que procuro dar ênfase a cinética,
explicando os fundamentos da cinética e mostrando como se resolvem os problemas. Começo o
texto o mais fácil possível e vou aumentando gradativamente em dificuldade, mas ao mesmo
tempo tento colocar problemas que ilustrem o que quero fundamentar. Na segunda parte,
apresento o estudo sobre reatores, tentando juntar os conceitos que muitas vezes são repetidos,
fazendo com que se entenda todos os reatores. Mas procuro focalizar os itens de comparação e
combinação de reatores e mais adiante estudar os reatores não ideais e heterogêneos,
envolvendo os reatores de leito fixo, móvel, lama etc., e fazendo uma analise qualitativa e
quantitativa para entender os diferentes reatores.
Finalmente, inclui no final dos capítulos de cinética e de reatores, separadamente, uma
grande serie de exemplos e exercícios propostos. Não pretendo apresentar problemas de
projetos de reatores industriais, mas exemplificar para estudar o problema e não resolvê-lo
somente. Estes exemplos foram tirados de vários textos e reformulados para esta finalidade e
são gerais, não específicos, de modo que os dados dos problemas foram adaptados. No final de
problemas propostos coloquei alguns que foram dados para final de curso de reatores para os
alunos, que os resolviam numericamente e se necessário tenho os disponíveis.
Como disse no inicio acho que embora os livros textos utilizados nos cursos são ótimos,
todos traduzidos do inglês, o meu livro é próprio e escrito visando o aprendizado do aluno em
cinética e reatores que é original e por isso há poucas referencias. Algumas deduções são iguais
a todos os textos e nada há o que mudar, mas a aplicação e a explicação é que faz a diferença
deste meu livro.
Alguns capítulos escrevi para os cursos especiais ou eletivos que dou na graduação, como
por exemplo, cinética e catalise, reatores não ideais e processos cinéticos, catalise heterogênea
e fundamentos em óxidos e metais na pós-graduacao. Sobre estes últimos estou preparando
livros, que poderão ajudar ao entendimento de alguns itens aqui desenvolvidos. Mas a maioria
do texto foi escrito visando o ensino de cinética e reatores para a graduação obrigatória.
Agradeço particularmente aos alunos Wagner Silva e Fabio Tomiolo pela revisão do texto e
dos problemas.
Martin Schmal
Indice
I- Cinética Pagina
1. Definições e estequiometria 1
Variáveis de medida 4
Sistemas contínuos 9
Pressão total 11
Grandezas genéricas 12
2. Equilíbrio químico 17
3.1. Taxas de reações – definições 27
3.2. Velocidade de reação 33
Equações cinéticas 38
Volume variável 44
3.3. Efeito da temperatura 48
3.4. Teoria das colisoes 55
3.5. Balanço de massa 65
3.6. Método integral e diferencial – simples e complexas 72
Reações a volume constante 74
Reações a volume variável 77
Meia vida 81
Reações reversíveis 86
Método diferencial 95
Reator diferencial 102
Reações complexas- série,paralela -volume constante 105
Sistemas contínuos 113
3.7. Reações não elementares 118
Modelo cinético e mecanístico 121
Reações em cadeia 124
Teoria do estado de transição 125
Craqueamento térmico 133
3.8. Reações de polimerização 137
Adição de radicais 138
Determinação das constantes 143
3.9. Reações enzimáticas 148
Modelo cinético 150
Determinação dos parâmetros cinéticos 153
Efeito de inibidores externos 157
Cinética de ferementacao biológica 161
3.10. Reações heterogêneas 167
Fenômenos difusivos internos 171
Fenômenos de adsorção-desorção 174
Isotermas de adsorção 180
Modelos de adsorção-desorção 182
Reação química heterogênea 188
Efeito de temperatura e energias 192
Determinação das constantes 193
Reações heterogêneas não catalisadas 198
3.11. Reações em fase liquida 203
Soluções liquidas 204
Reações ácido-base 209
3.12. Reações complexas com vários componentes 212
Reações de decomposição 212
Reações em paralelo 214
Reações série-paralelo 218
3.13 - Exercicios resolvidos de cinética 222
3.14 – Exercícios propostos de cinética 245
II- Reatores
Referncias 611
Apendices
I. Definições e estequiometria
• Reações simples: ocorrem numa etapa simples e podem ser elementares ou não.
Se a ordem de reação coincide com a estequiometria a reação é simples e
•
elementar.
reações complexas: ocorrem varias reações simultaneamente em paralelo, em série
ou combinados.
Exemplos:
2. Decomposição do acetaldeido:
CH 3 CHO → CH 4 + CO
Cinética: irreversível e de ordem fracionaria ⇒ taxa ~ CA1.5 ⇒ não elementar
onde A=CH3CHO
3. Síntese da amônia :
N 2 + 3 H 2 ⇔ 2 NH 3
Cinética: reversível e de ordem fracionaria ⇒ taxa ~ CN21 . CH22.25 . CNH3-1.5 ⇒ não
elementar
1
4. Metanacão ou Síntese de Fischer-Tropsch:
CO + 3 H 2 → CH 4 + H 2 O
CO + 2 H 2 → [C n H 2n ] n + H 2 O
Cinética: Complexas (em paralelo), irreversíveis e de ordem fracionarias
5. Hidrogenação do crotonoaldeido:
CH 3 - CH 2 = CH 2 - HC = O + H 2 → CH 3 - CH 3 - CH 3 - HC = O + H 2 → CH 3 - CH 3 - CH 3 - HCOH
6. Gaseificação de carvão
C + H 2 O → CO + H 2
CO + H 2 O → CO2 + H 2 (reação de deslocamento)
cinética: Complexa e mista, irreversível e de ordem fracionaria
Num sistema fechado (batelada) esta propriedade varia com o tempo de reação.
Num sistema aberto (contínuo) varia com a posição ou com o tempo espacial. Neste
caso, entende-se como tempo espacial a razão entre o volume ou massa do sistema
(reator) e o fluxo da mistura na entrada. O esquema abaixo mostra os dois sistemas.
2
Agitador Amostra
Pressão
Concentração
V(ml) vs t
CA Cp
Produtos
Reator batelada
Reagente A
Reagente A
Produtos Tempo (t) ou
Reagente B distancia (z)
z Cromatógrafo
Reator contínuo
O fato mais importante é que estas medidas são experimentais e dependem do tipo
de reator, mas também da análise dos reagentes e produtos. No reator batelada retira-
se várias pequenas amostras em diferentes intervalos de tempos e medem-se as
concentrações de desaparecimento dos reagentes ou de formação dos produtos. Por
outro lado, no reator continuo, medem-se as concentrações de desaparecimento de
reagentes ou de formação de produtos ao longo do reator. As técnicas de análise mais
usadas são:
3
• Espectrofotometria – De acordo com a lei de Beer, determina-se a absorbância que
é proporcional à concentração. Esta medida é feita por espectrofotometria.
Seja uma reação reversível num sistema fechado ou aberto, então o número de
moles iniciais e o número de moles após determinado instante de tempo ou posição
será, respectivamente:
aA + bB ⇔ rR + sS 1.1
moles iniciais: n A0 nB0 nr0 ns0
moles finais: n A nB nr ns
onde n é o numero de moles, os sub índices 0, I representam a condição inicial e
instantânea ou local, respectivamente, sendo A e B os reagentes, R e S os
produtos da reação.
Grau de avanço
n A0 - n A nB 0 - nB nR - nR0 nS - nS
α= = = = 1.2
a b r s
onde a,b,r,s, são os respectivos coeficientes estequiométricos da reação.
Note que neste caso, o grau de avanço é uma variável extensiva, medida em
moles. Tendo α , pode-se determinar o numero de moles instantâneo ou local de
cada componente:
4
n A = n A0 - a α
nB = nB0 - b α
n R = n R0 + r α
n S = n S0 + s α 1.3
C=
V
(
n moles
l
)
Logo,
C A = C A0 - a α
C B = C B0 - b α
C R = C R0 + r α
C S = C S0 + s α 1.4
Conversão
5
n A0 - n Ae
X Ae = 1.6
n A0
C A0 - C A
XA = 1.7
C A0
Tendo a conversão, pode-se determinar o n0 de moles ou a concentração de
cada componente, conhecendo-se a estequiometria da reação. Logo, em analogia com
o grau de avanço, tem-se para uma reação do tipo:
aA + bB ⇔ rR + sS
n A = n A0 (1 - X A ) ou a V=cte C A = C A0 (1 - X A )
nB = nB0 - (b/a) X A C B = C B0 - (b/a) X A
nR = nR0 + (r/a) X A C R = C R0 + (r/a) X A
n S = n S0 + (s/a) X A C S = C S0 + (s/a) X A 1.8
PV
n= 1.9
RT
Pela soma do n0 de moles de cada componente, conforme equação 1.3, obtém-se o n0
de moles totais em função do grau de avanço α:
n = n0 + ( r + s - a - b )α 1.10
6
respectivamente, e n0 = n A0 + nB0 + n R0 + nS0 é o n0 total de moles iniciais.
Logo,
n = n0 + ∆ν .α 1.11
PV P0V0
= + ∆ν .α 1.12
RT RT
Em função da conversão, substitui-se α pela equação 1.2 e re-arranjando, obtém-se:
n A0 - n A n0 n A0
∆ν .α = ∆ν . .
a n0 n A0
∆ν
∆ν .α = .X A . y A0 .n0
a
∆ν
Define-se o têrmo .y como fator de contração ou de expansão,
a A0
conhecido como ε A , um indicador da variação de volume do sistema de reação.
P0V0
Substituindo ∆ν.α na equação 1.12 e considerando que n = ,
0 RT
obtém-se para um sistema a pressão e temperatura constantes, a variação de volume
do sistema em função da conversão,
V = V0 (1 + ε A X A ) à P e T = cte 1.13
7
Se nas reações em fase gasosa, ε A for positivo, haverá expansão, caso
contrario haverá contração de volume. Quando for nulo, não há variação de volume.
Nas reações em fase liquida ε A = 0.
A variação de volume nas condições não isotérmicas deve ser corrigida pela
temperatura. Para condições não ideais corrige-se pelo fator de compressibilidade z .
Assim sendo, a equação 1.13 transforma-se em:
T z
V = V0 (1 + ε A X A ) 1.15
T0 z0
Note-se que o volume varia com a conversão do reagente limitante A, mas pode
variar com qualquer outro componente. Somente nas condições equimolares que
ε A = εB .
No entanto, para qualquer outra condição, são diferentes. Para o mesmo
volume total sabe-se que:
V = V0 (1 + ε A X A ) = V0 (1 + ε B X B )
Logo, sempre
ε A X A = εB X B 1.16
Exemplo: N2 + 3 H2 ⇔ 2 NH3
Caso 1 N2 3 H2 2 NH3 (+ Inerte) Total
ε
Cond.Inicial 1 3 0 4
Cond.final 0 0 2 2
ε A -0,5
Caso 2
Cond.Inicial 1 4 0 5
Cond.final 0 1 2 3
ε A -2/3
Caso 3
Cond.Inicial 2 3 0 5
Cond.final 1 0 2 3
ε B = -2/3
Caso 4
Cond.Inicial 1 4 0 +1 Inerte 5
Cond.final 0 1 2 +1 Inerte 4
ε A = -2/5
Note-se que no caso 3 o componente limitante é B e no caso 4 há a presença do Inerte.
8
I.1.2- Sistemas contínuos
A maioria das reações é feita em sistemas contínuos e neste caso usa-se outra
variável. Em particular, utiliza-se o fluxo molar, F , em ( moles ) num sistema
tempo
aberto:
Produtos
CA0
CB0
v0
v = v0 (1 + ε A X A ) 1.17
FA = FA0 (1 - X A ) . 1.18
F A0 - F A
XA = 1.19
F A0
Que é semelhante à definição dada pela equação 1.6.
Portanto, para o grau de avanço tem-se uma relação análoga a eq. 1.2,
9
F A0 - F A FB 0 - FB FR - FR0
α= = = 1.20
a b r
Os fluxos molares dos demais componentes podem ser determinados em função
da conversão, obtendo-se as seguintes relações, válidas para reações com volume
variável ou constante:
FA = FA0 (1 - X A )
FB = FB0 - (b/a)FA0 X A
FR = FR0 + (r/a) FA0 X A 1.21
I. 1. 3 – Pressoes parciais
Sabe-se pela lei dos gases que a pressão parcial é função da pressão total,
pA = y A P . Portanto, conhecendo as frações molares do sistema, aberto ou
fechado, podem-se determinar as pressões parciais de cada componente.
Considerando novamente a reação química:
aA + bB → rR
e o balanço de n0 de moles:
moles em t ⇒ nA nB nr ns n = n0 + ∆ν .α
tem-se:
frações molares:yi ⇒ n A0 - a α nB0 - (b/a) α n R0 + (r/a) α 1.22
n0 + ∆ν .α n0 + ∆ν .α n0 + ∆ν .α
α n -n X
= A0 A = A 1.23
n A0 a .nA0 a
ou
α F - FA X A
= A0 = 1.24
FA 0 a .FA0 a
10
Conseqüentemente, calculam-se as pressões parciais de cada componente.
aA + bB → rR
a pressão parcial de A será:
pA = y A P
Pela lei dos gases ideais:
nA n - aα
pA = RT = A0 RT
V V
a ( n - n0 )
p A = p A0 - RT
∆ν V
Como as pressões totais iniciais e num tempo t são P0 e P , respectivamente,
vem:
a
p A = p A0 - ( P - P0 ) 1.25
∆ν
Em relação ao produto, muda somente o sinal (-) para (+), ou seja,
r
pR = pR0 + ( P - P0 ) 1.26
∆ν
11
I. 1. 4 – Grandezas genéricas
aA + bB → rR
e seja G uma grandeza característica de cada componente. Portanto,
G = G A n A + G B nB + G R n R 1.27
G = G A ( n A0 - aα ) + G B ( nB 0 - (b/a)α ) + G R ( nR 0 + ( r / a )α )
Vem:
G = G0 + ∆Gα 1.28
Sendo,
G0 = G A0 n A0 + G B 0 nB 0 + G R 0 nR 0
e
∆G = G R ( r / a ) - [ G Aa + G B ( b / a )]
α G - G0
= 1.29
α e G e - G0
ou em função da conversão
X A G - G0
= 1.30
X Ae Ge - G0
12
Se a reação é irreversível, sabe-se que X Ae = 1 e Ge = G∞ = 0 , quando a
grandeza esta relacionada ao reagente. Portanto, para reações irreversíveis, simplifica-
se para:
G0 - G
XA = 1.31
G0
Ou Ge = G∞ ∞ e G0 = 0 quando é relacionada ao produto:
G
XA = 1.32
G∞
Solução:
a) A pressão parcial do reagente pode ser calculada em função da pressão total P, num
sistema a volume constante, usando a eq. 1.25,
a
p A = p A0 - ( P - P0 ) 1e
∆ν
A pressão inicial e: P0 = pA0 + pI = 9 mmHg.
Quando o tempo e suficientemente longo, todo o reagente foi transformado e a pressão
inicial do reagente A e nula quando a pressão final do sistema e 31.5 mmHg. Portanto,
1
0 = 7 ,5 - ( 31,5 - 9 )
∆ν
Logo,
∆ν = 3 e n = 4, 2e
13
Portanto,
A → 4P . 3e
p A = C A RT ,
C A0 - C A p A0 - p A
XA = = 4e
C A0 p A0
Substituindo pA da eq.1e vem,
1 P - P0
XA = 5e
3 p A0
Substituindo os valores de P apos 20 min e P0 , obtém-se:
X A = 0 ,44 6e
Portanto,
∆V = V - V0 = V0 ε A X A 8e
pA = yAP ⇒ y A = 0 ,83
⇒ y I = 0 ,16
A → 4P Inerte
A P I Total
C.I. 0.83 0 0.16 1.0
C.F. 0 3.3 0.16 3.5
14
ε A = 2 ,5
Logo, a variação de volume será de acordo com eq. 8e:
∆V = V0 ε A X A = 0 ,55
Portanto o volume final será:
V = 1,05 litros
I. 1.5. 2 - Uma reação em fase gás do tipo 2A + 4 B → 2 R e feita num sistema continuo
a pressão constante de 10 atm e temperatura de 7270C. Introduzem-se os reagentes
com concentrações iniciais iguais com um fluxo volumétrico de 2.5 l/min. Calcule os
fluxos molares de cada componente quando a conversão atinge 25%.
P = 10 atm, T=7270C
v0=2.5l/min TTT X = 0.25
Pois, yA0 = yA0 = 0.5, já que as concentrações iniciais dos reagentes são iguais.
FA0 = FB0 = C A0 .v0 = FB0 = C B0 .v0 = 0.0609 . 2.5 = 0.152 moles /min
15
t (min) 0 10 20 30 50 ∞
V (ml) 52.5 32.1 23.5 18.9 14.4 10.5
Solução:
V .N V
n= = 0 ,675
1000 1000
n A0 - n A
XA =
n A0
Calculando, conforme tabela, vem:
t (min) 0 10 20 30 50 ∞
V (ml) 52.5 32.1 23.5 18.9 14.4 10.5
nA (mol/l) 0.0354 0.02166 0.01586 0.0127 0.00972 0.00708
XA 0 0.388 0.551 0.639 0.725 0.799
16
3.2 - Velocidade de reação
33
As constantes cinéticas têm unidade e dependem da ordem de reação.
Quando a ordem de reação é inteira, têm-se alguns casos particulares:
• Ordem zero ⇒ r = kC A0 C B0 ⇒ (
k mol l .h )
• Primeira ordem ⇒ ⇒ k (h )
1
r = kC A
• Segunda ordem ⇒ r = kC A2 ⇒ ( mol .h)
k l
r = kC AC B ⇒ k ( l mol .h)
• Terceira ordem ⇒ ⇒ ( )
2
r = kC A3 k l mol h -1
r' s'
k C Re CSe
= a' b' = K → equilibrio 3.2.3
k ' C Ae C Be
Substituindo a eq. 3.2.3 em 3.2.1, vem:
1
r = k [ C Aa' C Bb' - C Rr' CSs' ] 3.2.4
K
Note-se, quando a constante de equilíbrio é grande, a reação desloca-
se favoravelmente para a direita, no sentido de formação dos produtos e é
considerada irreversível quando K→ ∞ . Portanto,
34
Os casos mais comuns são:
⇒ a’ = 2 , b’ = 0 ⇒ - rA = kC A2
A→ R+S
• Taxa ⇒ - rA = kC A ou
⇒ - rA = kC A2
A+ B → R+ S
A taxa correspondente será:
- rA = -rB = kC AC B
35
1. Reações em paralelo – decomposição, que são representadas pelas
reações:
→ P
k1
A
→ R
k2
A
As taxas dos componentes correspondentes para as reações, no caso
irreversível, são:
rP = k 1C A
rR = k 2C A
- rA = k1C A + k 2 C A 3.2.6
→ P → R
k1 k2
A
As taxas correspondentes de cada componente são dadas por:
- rA = k1C A
rP = k1C A - k 2 C P
rR = k 2C P 3.2.7
A + B k1→ P
A + P k2→ R
rP = k1C AC B - k 2 C A C P
rR = k 2 C A C P
- rA = k1C AC B + k 2 C AC P 3.2.8
36
Nas reações reversíveis devem ser consideradas as taxas reversas,
portanto, a decomposição dos produtos nos respectivos componentes, cujas
Metanacão:
Síntese de Fischer-Tropsch:
Síntese de Metanol:
37
Estas reações podem ocorrer simultaneamente ou não, dependendo
das condições termodinâmicas e principalmente do catalisador. Na
metanacão utilizam-se catalisadores de Ni, enquanto que nas reações de
Fischer-Tropsch, catalisadores de Fe ou Co. Já as reações de síntese de
metanol utilizam catalisadores óxidos mistos de CuO/ZnO e para a reação de
deslocamento utiliza-se o catalisador de Ni suportado.
38
3.2.1.1 - Irreversíveis e a volume constante
C A = C A0 (1 - X A )
C B = BB0 - (b/a) X A = C A0 ( M - (b/a) X A )
Onde
n
- rA = C A0 (1 - X A )a' ( M - (b/a) X A )b' 3.2.10
(-rA ) (-rB ) rR
= = 3.2.11
a b r
Portanto, as constantes cinéticas também são definidas em relação a
39
k A kB kR
= = 3.2.12
a b r
Usaremos a constante cinética sem o sub-indice, ficando implícito que
corresponde à taxa definida em relação a determinado componente.
Casos particulares:
Reação: A + 3 B → produtos
2
- rA = kC A0 (1 - X A )( M - 3 X A ) 3.2.13
onde (b/a) = 3
- rA = k * (1 - X A ) 3.2.15
40
• Ordem n genérica
C A CB
= = cte 3.2.16
a b
Colocando a concentração de CB em função de CA na equação 5
-
onde,
b b'
k* = k( )
a
e
n = a' + b'
Também pode ser escrita em função da conversão, obtendo-se:
- rA = k * C nA0 (1 - X A )n 3.2.18
aA + bB ⇔ rR + sS
cuja taxa será:
1
r = k [ C Aa' C Bb' - C Rr' C Ss' ]
K
B. Reação elementar de primeira ordem direta e reversa
A ⇔ R
41
cuja taxa e representada por
1
r = k [CA - C ]
K R
C. Reação elementar de 2a ordem direta e 1a ordem reversa, ou vice versa,
do tipo:
A+B ⇔R
A⇔R+S
1
r = k [ C AC B - C ]
K R
1
r = k [ CA - C C ]
K R S
onde K e a constante de equilíbrio químico.
C A = C A0 (1 - X A )
C B = C A0 ( M - (b/a) X A )
ou produtos,
C R = C A0 ( R + (r/a) X A )
1
r = kC A0 [ (1 - X A ) - ( R + (r/a) X A )] 3.2.19
K
Mas, no equilíbrio a taxa resultante é nula, logo, pela eq. 3.2.3, e
considerando a estequimetria mais simples (a=r=1) , vem:
k ( R + X Ae )
= = K → equilibrio 3.2.20
k ' ( 1 - X Ae )
42
Substituindo K da eq. 3.2.20 na eq. 3.2.19, obtém-se a taxa em
função da conversão de equilíbrio. A conversão de equilíbrio pode ser
determinada, ou calculando-se pela constante de equilíbrio termodinâmica
kC A0 ( R + 1 )
r= (X Ae - X A ) 3.2.21
( R + X Ae )
sendo k (min 1
) a constante cinética direta, e R a relação entre as
kC A0 ( R + 1 )
r= (- 1) < 0 3.2.22
( R + X Ae )
Portanto, a taxa decresce negativamente e a curva é sempre côncava,
obtendo-se uma variação do tipo:
dr/dXA
XA
43
3.2.1.3 - Reações irreversíveis ou reversíveis a volume variável
Sistema aberto:
Volume variável
Reagentes
R,S
Produtos
AeB
P=cte
Volume
Variável e P=cte
k
- rA = p p 3.2.24
( RT )2 A B
44
Pode-se também colocá-la em função das frações molares e pressão total do
sistema, pois,
pA p
yA = , yB = B
P P
Logo,
k 2
- rA = 2 y A yB P 3.2.25
( RT )
Neste caso, as frações molares podem ser colocadas em função do
grau de avanço α , utilizando as eqs. 1.22, para uma reação do tipo:
aA + bB → rR
ou seja:
k (n A0 - a α ) (nB0 - (b/a) α ) 2
- rA = P
( RT )2 ( n0 + ∆ν.α )2
3.2.26
2) Em função dos fluxos molares num sistema aberto, por exemplo, para
uma reação irreversível de segunda ordem, parte-se da mesma eq.3.2.23:
FA0 = C A0 v0
FA = C Av
FB = C B v
FA FB
- rA = k . 3.2.26
v v
Os fluxos molares e a vazão volumétrica são conhecidos em função da
conversão XA, para reagentes ou produtos, através das eqs. 1.21(Cap I):
45
FA = FA0 (1 - X A )
FB = FB0 - (b/a) X A
Portanto, a taxa final será:
(1 - X A ) (M - (b/a) X A )
- rA = kC 2A0 3.2.27
( 1 + ε A X A )2
Genéricamente, para uma ordem n e ordens parciais a’ , b’ e quando
a temperatura varia, deve-se levar em consideração a variação de volume
com a temperatura, corrigindo-se a expressão anterior. Nestas condições
mais gerais tem-se:
Solução:
A primeira parte da solução e igual ao problema EI. 1.5. 1
Se o volume e constante, a pressão parcial será 1.25:
a
p A = p A0 - ( P - P0 )
∆ν
Como,
a=1
∆ν = 4 ⇒ r = 5.
Mas,
46
Para t= 10 min ⇒ pA0 = 0 , P = 1 e P = 3
1 P - P0
XA = =0,5
3 P0
Para a segunda condição, num pista, a conversão e a mesma, sendo a pressão mantida
constante. Mas a variação de volume será:
V = V0 (1 + ε A X A )
Como,
V = 2 V0
Obtém-se:
2V0 = V0 + V0 ε A X A
V0 ε A =2
2
- rA = kC A0 (1 - X A )2
Ou para o sistema com pista sem atrito, a volume variável, será:
(1 - X A )2
- rA = kC 2A0 E3.2.1
( 1 + ε A X A )2
Mas,
p A0 P 1
C A0 = = 0 = = 4.06.10 -2 moles/l
RT RT 0 ,082.300
Substituindo os valores nas eqs. E3.2.1, obtém-se para XA = 0.5:
5
Batelada: (-rA ) = 1.23 . 10 - moles/l.min
Pistão: (-rA ) = 1.37 . 10 -6 moles/l.min
A taxa inicial e igual para ambos os casos:
47
3.6- Determinação dos parâmetros cinéticos
• Método integral:
Ha 4 etapas sucessivas:
r = k .C Aa' C Bb' = kf ( C j ) = kf ( X A )
(- rA ) = ( - rB ) = kC AC B = kC An 0 f ( X A ) 3.6.1
Batelada:
XA
dx A
t = C A0 ∫ kC An 0 f ( X A )
3.6.2
0
Tubular:
XA
V dx A
τ = = C A0
v0 ∫ kC An 0 f ( X A )
3.6.3
0
72
3. Solução matemática – Em geral tem-se uma solução integral analítica
quando a ordem é inteira. Quando é fracionaria ou é um modelo mais
complexo, a solução da integral deve ser feita numericamente. No
entanto, o gráfico ilustra a solução da integral:
1
f ( XA )
XA
dx A
∫ f ( XA )
⇒ F( X A )
0
0
XA
Figura 3.6.1 -
τ ( t )C An -01 k = F ( X A ) 3.6.4
C An -01 k
0 t ou τ
Figura 3.6.2
73
4. Verificação experimental - Os experimentos em laboratório nos dão as
medidas de concentração em função do tempo ou do tempo espacial,
para uma temperatura constante. Calculam-se as conversões, em seguida
a função f(X A ) e finalmente a constante cinética k . Se os valores
experimentais de F(X A ) estiverem sobre a reta, pode-se concluir que o
modelo proposto foi correto. Caso contrário, teríamos de escolher outro
modelo. Na figura mostram-se os pontos azuis que seguem o modelo. Os
pontos em vermelho indicam que o modelo não é apropriado.
Casos específicos:
- ln( 1 - X A ) = kτ 3.6.5
- ln( 1 - X A ) = kt 3.6.5a
Caso a) 2 A → produtos
Caso b) A + B → produtos
74
• ⇒ a’=1 , b’ = 1 ⇒ (- rA ) = kC AC B = kC A2 0 ( 1 - X A )( M - X A )
• ⇒ a’ = 2 , b’ = 0 ⇒ (-r A ) = k C A2 = kC A2 0 ( 1 - X A )2
Caso c) A + 2 B → produtos,
⇒ - rA
2
= kC A0 (1 - X A )( M - 3 X A )
1 (M - X A )
ln = k C A0 τ ( t ) 3.6.6
(M - 1) M (1 - X A )
onde
C B0
M= , quando A é o reagente limitante.
C A0
XA
τkC A0 = 3.6.7
( 1 - X A )( M - X A )
(-r A ) = k C A2 = kC A2 0 ( 1 - X A )2 .
75
As soluções para os reatores batelada ou tubular e tanque, serão,
respectivamente:
(tubular ou batelada)
XA
= kC A0 τ ( t )
(1- XA )
(Tanque)
XA
= kC A0 τ
( 1 - X A )2
3.6.8
Exemplo:
E3.6.1- Uma reação A → 4 R é feita num reator batelada. Introduz-se A com 50%
(vol) de inerte. Não se sabe se a reação é de 1a ou 2a ordem, mas é inteira e
irreversível. Teste e mostre a diferença. A reação é feita a temperatura constante a
270C. Mediu-se a pressão final, 10atm, que ficou constante. Observou-se que após
8 minutos a pressão total foi de 8 atm.
Solução:
Observa-se que a pressão final de 10 atm foi atingida, quando todo o reagente se
transformou em produto. No entanto, a pressão total inicial não é conhecida, sendo
que 50% corresponde ao inerte. Logo, aplicando a lei das pressões parciais:
a
p A = p A0 - ( P - P0 )
∆ν
∆ν
a
Neste caso, pA = 0 , e pA0 = 0.5 P0 , = 1/3 . Logo, quando P = 10 atm,
tem-se: P0 = 4 atm.
p A0 - p A 1 ( P - P0 )
XA = = = 0 ,67
p A0 3 0 ,5 P0
Considerando 1a ordem: eq. 3.6.5a
- ln (1 - X A ) = kt 3.6.5a
logo,
k = 0.11 min-1
76
Considerando 2a ordem: eq. 3.6.8,
XA
= kC A0 t
(1- XA )
p A0 0.5 P0
Como C A0 = = = 7.39.10-2 moles/l
RT 0.082.330
Obtém-se:
k = 2,74 l/mol.min
Nota-se que os valores de k são diferentes. Por isso, é necessário verificar,
experimentalmente e observar se o valor de k é constante. Como no presente caso,
somente há um dado experimental, não é possível concluir qual é a verdadeira
ordem da reação e sua constante cinética.
(1- XA )
( - rA ) = kC A0
( 1 + εA X A )
-
Para um reator tubular, equação 3.6.3, substitui-se a expressão da taxa e
apos integração, obtém-se a seguinte expressão:
- (1 + ε A ) ln (1 - X A ) - ε A X A ] = kτ 3.6.9
77
XA
dX A
t = n A0 ∫ V (- rA ) 3.5.6.
0
válida para reações em fase gasosa, como por exemplo num reator batelada
pistão feito à pressão constante, onde o volume varia conforme,
V = V0 ( 1 + ε A X A )
Substituindo-se a expressão da taxa e o volume, obtém-se simplesmente:
- ln (1 - X A ) = kt 3.6.10
∆V = V - V0 = V0 ε A X A
Logo,
∆V
XA =
V0 ε A
e substituindo-se na equação 3.6.10, obtém-se outra forma:
∆V
- ln (1 - ) = kt 3.6.11
V0 ε A
• reações de 2a ordem
A + B → produtos
2 A → produtos
Caso a)
( 1 - X A )( M - X A )
( - rA ) = kC 2A0
( 1 + ε A X A )2
78
Pode ser simplificada para o caso b), quando M=1.
( 1 + ε A X A )2 dX A
XA XA
dX
τ = C A0 ∫ rA = ∫ kC ( 1 - X )( M - X )dX A
0 0 A0 A A
(1 + ε A M )2 (M - X A ) (1 + ε A )2
ln - ln( 1 - X A ) + ε A 2 X A = τk C A0
(M - 1) M ( M -1)
3.6.12
e quando M=1
XA
(1 + ε A )2 + ε A 2 X A + 2 ε A ( 1 + ε A ) ln( 1 - X A ) = τk C A0
(1- XA )
3.6.13
Exemplo:
Solução:
2 ( 1 - X A )2
( - rA ) = kC A0 ( 1 + ε A X A )2
O reator sendo tubular vem:
( 1 + ε A X A )2 dX A
XA
τC A0 = ∫ dX A
0 k ( 1 - X A )2
79
XA
(1 + ε A )2 + ε A 2 X A + 2 ε A ( 1 + ε A ) ln( 1 - X A ) = τk C A0
(1- XA )
FA0 - FA FR - FR 0 FS - FS 0
= =
FA0 2 FA0 FA0
Portanto,
FR = 2 FA0 . X A
0.034 = 2 FA0 . 0.1
Mas,
V VC A0 VC A0 0 ,2 x1,06.10 1
τ= = = = = 0,124 s-1
v0 v0 C A0 FA0 0 ,170
Cálculo de εA
A 2R S Inerte Total
Inicio 0.7 0 0 0.3 1.0
Final 0 1.4 0.7 0.3 2.4
2.4 − 1
εA = = 1,4
1
k = 9,73 l/mol.s k
XA
= kC A0 t
(1- X A )
Logo,
t = 0,107 s
80
Comparando com τ = 0,124 s-1, observa-se a diferença devido a expansão no
sistema contínuo em fase gasosa.
a A + b B → produtos
ou
a A→ R + S +T
A taxa também é representada genericamente em relação ao componente
principal A, com ordem genérica:
(-rA ) = k a C An
XA C A
dX A dC A
t = C A0 ∫ (- rA ) ∫ k C n
= -
0 C A0 a A
Integrando, obtém-se:
C A1- n - C A0
1- n
= (n - 1) k t 3.6.14
81
Nota-se que há duas incógnitas, n e k e, portanto, a solução é
iterativa. Em geral simplificamos, escolhendo uma concentração e o tempo
correspondente. A cinética das reações muito lentas ou muito rápidas é difícil
de acompanhar-se; ocorrem em tempos excessivamente longos ou curtos,
respectivamente.
Neste método propõe-se fixar um tempo e determinar a sua
concentração neste instante. Porém, a experiência também muda, já que é
necessário começar cada reação, partindo-se de uma nova concentração
inicial. Mede-se assim, para diferentes concentrações iniciais, a variação da
concentração em função do tempo, mas pára-se num determinado tempo t.
Usualmente, adota-se o critério da meia vida, considerando o tempo de meia
vida (t1/2), aquele que correspondente a 50% de conversão ou metade da
concentração inicial.
CA
CA01
CA02 Concentrações iniciais
CA03
CA02 /2
1
Reação lenta
3 2
Reação rápida
(t1/2)2 t
Tempo de meia vida
1- n
C A0 [2 (n -1) - 1 ] = (n - 1) k t 1/2 3.6.16
82
não pode ser usada diretamente, já que é indeterminada. Parte-se da
equação 3.6.5, fazendo XA = 0,5. Para uma reação de ordem zero, quando a
taxa independe da concentração, simplifica-se a expressão acima. Portanto:
C A0
n=0 k= 3.6.17
2t1 / 2
0 ,693
n=1 k= 3.6.18
t1 / 2
[2 (n -1) - 1 ] 1- n
t 1/2 = C A0 3.6.19
(n - 1) k
e logo,
ln t 1/2 = ln k * + (n - 1) ln C A0 3.6.20
onde
* [2 (n - 1) - 1 ]
k = 3.6.21
(n - 1) k
Graficamente representa-se assim:
ln t1/2
(1-n)
(n=0)
ln CA0
Figura 3.6.4
83
E3.6.3- Uma reação A → R + S é feita num reator batelada (V=cte). A experiência
foi feita partindo-se de várias concentrações iniciais e quando se atingia a metade
dessa concentração, mediu-se o tempo correspondente. A tabela abaixo mostra os
valores a duas temperaturas diferentes. Determine a ordem de reação, a constante
cinética e a energia de ativação.
T = 1000 C
Solução:
ln t1/2 = ln k * + (n - 1) ln C A0
CA0(moles/l) t1/2 (min) ln CA0 ln t1/2
0.0250 4.1 -3.69 1.41
0.0133 7.7 -4.32 2.04
0.0100 9.8 -4.06 2.28
0.0500 1.96 -3.00 0.67
0.0750 1.30 -2.59 0.26
Y = -2.77 –1.16 X
Portanto,
(1-n) = -1.16
n = 2.16
Logo,
(-rA ) = k * C A2,16
*
A constante k pode ser calculada, subtituindo-se o valor de n na equação acima
e utilizando um valor experimental, por exemplo, o primeiro valor da tabela: CA0 =
0.025 quando t1/2 = 4.1.
Obtém-se:
k* = 10.2 min-1
84
Simplifica-se a solução para uma solução exata, aproximando-se o valor n = 2, e
comparando com o caso anterior. Neste caso, parte-se da equação 3.6.8, batelada:
XA
= kC A0 t
(1- X A )
com XA = 0.5 e t = t1/2 , obtém-se:
1
k= (A)
C A0 .t1 / 2
Logo,
k = k0 . exp (- E/RT)
Passando o ln, tem-se (eq.3.3.8):
E
lnk = lnk0 -
RT
Fazendo-se a tabela:
k T (K) ln k 1/T
10 373 2.32 2.68.10-3
20 383 3.00 2.61.10-3
85
Logo,
Y = 28.2 – 9657 X
Portanto,
E
= 9657
R
Com R = 1.98 cal/mol
E = 19120 cal/mol.
A⇔R
cuja taxa e representada por
1
r = k [CA - C ]
K R
Substituindo as concentrações pela conversão do reagente A, de acordo com
as equações:
C A = C A0 (1 - X A )
C B = C A0 ( M - X A )
C R = C A0 ( R + X A )
vem:
1
r = kC A0 [ (1 - X A ) - ( R + X A )] 3.2.19
K
onde
86
k ( R + X Ae )
= = K → equilibrio 3.2.20
k' ( 1 - X Ae )
e X Ae é a conversão de equilíbrio.
kC A0 ( R + 1 )
r= (X Ae - X A ) 3.2.21
( R + X Ae )
Escolhemos o sistema batelada ou contínuo, cuja solução é de acordo com a
equação 3.6.2:
XA
dx A
τ ( t ) = C A0 ∫ r
3.6.2
0
XA k (1 + R)
- ln( 1 - )= τ( t ) 3.6.23
X Ae (R + X Ae )
Ou graficamente:
XA
- ln (1 - — )
XAe
k (R+1)
k*= ———
R +XAe
τ ou t
Figura 3.6.5
87
* '
Note-se que k = k + k que pode ser determinado através de
resultados experimentais (gráfico), medindo as conversões em função do
tempo t ou tempo espacial τ . Conhecendo a constante de equilíbrio ou a
conversão de equilíbrio, esta experimental, pode-se determinar k e k'
separadamente.
A + B ⇔2 R
cuja taxa será:
1
r = k [ C AC B - C R2 ]
K
Admite-se que os reagentes A e B entram como componentes puros
e, portanto, C R0 = 0 . Além disso, admite-se que os reagentes entram no
sistema com concentrações iniciais iguais. Logo, C A0 = C B 0 e M = 1 .
Em função da conversão esta equação transforma-se utilizando as
concentrações dos reagentes e produtos em função da conversão:
4 2
r = kC 2A0 [ (1 - X A )2 - X )] 3.6.24
K A
sabendo que C R = 2 C A0 X A ) .
2
(1 - X Ae )2 .K - 4 X Ae =0
k
sabendo-se que K= . Resolvendo esta equação de 20 grau, ou seja:
k'
2
(K - 4) X Ae - 2 K X Ae + K = 0
2K b
X Ae + X 'Ae = =-
K -4 a
K c
X Ae . X 'Ae = =
K -4 a
88
Sendo as raízes X Ae e X 'Ae , a primeira real e a segunda fictícia. Há
kC 2A0 ( K - 4 ) 2K K
r= [ X A2 - XA + ]
K (K -4) (K -4)
(X Ae + X 'Ae ) (X Ae . X 'Ae )
Portanto, a taxa resultante em função das conversões será:
kC 2A0 ( K - 4 ) 2K K
r= [ X A2 - XA + ]
K (K -4) (K -4)
kC 2A0 ( K - 4 )
r= [ (X Ae - X A ) . (X 'Ae - X A )] 3.6.25
K
Escolhendo o sistema batelada ou continuo e substituindo a expressão
3.6.25 na equação 3.6.2, pode-se integrar analiticamente, obtendo-se a
seguinte expressão final:
XA
(κ -)
1 X Ae
ln[ ( ). ] = k* τ ( t ) 3.6.26
κ X
(1- A )
X Ae
onde,
X 'Ae
κ=
X Ae
e
( K -4)
k* = k( κ - 1 ) C A0 X Ae 3.6.27
K
Analogamente, a solução gráfica da equação 3.6.26 é idêntica a a anterior.
89
Conhecendo k* a partir dos valores experimentais das conversões
X A em função do tempo t ou τ e os valores da conversão de equilíbrio
X Ae ou da constante de equilíbrio K , podemos determinar separadamente
as constantes cinéticas: k e k' .
Note-se que a expressão 3.6.26 é extensiva para outras reações
reversíveis, podendo ser de ordem diferente na direção direta e reversa.
Mudam somente as constantes cinéticas e conseqüentemente o valor de k *
da equação 3.6.27 e a constante termodinâmica K . Assim, por exemplo, se
a reação for do tipo:
2 A ⇔2 R
a taxa resultante conseqüentemente será:
1 2
r = kC 2A0 [ (1 - X A )2 - X )]
K A
Com os seguintes parâmetros:
k (1 + X Ae )2
K= ' =
k (1 - X Ae )2
e
( K -1)
k* = k
K
Exemplo:
E3.6.4- A reação A ⇔ R será feita num reator tubular (PFR) a 870C. Introduz-se
reagente puro com uma vazão de 1.0 L/min e pressão de 10 atm, operando
isotermicamente. No entanto, não são conhecidas as constantes cinéticas. Neste
sentido foram feitos experimentos em separado num reator batelada. Introduziu-se
o reagente puro a 1 atm e a 270C. Observou-se que após 100min a conversão foi
de 40%. Quando a conversão atingiu 90% não se observou mais nenhuma
mudança. Numa outra experiência a 1070C obteve-se a mesma conversão de 40%,
porém num tempo menor, 20 min. Após atingir 60% de conversão não se observou
mais alteração. Quer-se determinar o volume do reator PFR nas condições
especificadas, sabendo que o fluxo de saída do produto R foi de 0.20 moles/min.
Solução:
90
Sendo a reação reversível de primeira ordem direta e reversa, tem-se a taxa:
r = k C A - k ' CR
'
cujas constantes cinéticas são k e k . Escolheu-se o reator batelada para
determinar estas constantes. Logo, substituindo-se a taxa na equação do
reator batelada e integrando, obtém-se a expressão já deduzida
anteriormente, equação 3.6.23.
XA k (1 + R)
- ln( 1 - )= t 3.6.23
X Ae (R + X Ae )
k X 2Ae
K= ' = =9
k (1 - X Ae )
Logo, a constante cinética reversa será:
'
k 27 = 5.87 . 10 -4 min -1
Estas constantes cinéticas foram calculadas para uma temperatura de 270C
(300 K). Para conhecermos a constante cinética a 870C, precisamos calcular a
energia de ativação E . Para isto utilizamos o dado a 1070C. Utilizando as mesmas
equações acima, tem-se:
ln k 107 /k 27
E=R
(1/T27 - 1/T107 )
91
e analogamente a energia de ativação reversa E ' . Note que as temperaturas
são dadas em Kelvin.
Portanto,
E = 5135 cal/mol
E ' = 10211 cal/mol
Estes dados mostram que a reação direta é maior que a reversa, pois K é
grande. Além disso, como a energia de ativação reversa é maior que a direta, e
portanto, a energia de barreira é maior para a reação reversa que para a direta.
Pela equação de Arrhenius, teremos que determinar as constantes de freqüência
k0 , que independem da temperatura. Assim,
k = k0 . exp (- E/RT)
-3 -1
Para T= 300K K 27 = 5.29 . 10 min . Logo:
k0 = 30,0 min -1
k = 30 e -5135/RT
k ' = 1.71 . 10 4 e -10211/RT
k87 X Ae
K 87 = ' = 2 ,16
k87 ( 1 - X Ae )
Logo,
X Ae = 0,684
• Calculo da conversão final no reator PFR.
FR = 20 moles/min
92
F R = C R . v0 = C A0 v0 X A .
A concentração inicial calcula-se pela lei geral dos gases:
P 10
C A0 = = = 3.38 . 10 -1 moles / l
RT 0,082 . 360
Logo,
V = 60litros
E3.6.5- Uma reação 2 C2H5NCO ⇔ ═ C6H5N2(C═O)C6H5 é feita num reator
contínuo (PFR) de 5ml e à temperatura de 250C. A reação é reversível de 2a ordem
direta e reversa, sendo a constante de equilíbrio de 0,125 nestas condições.
Introduz-se 0,36 l/h de reagente puro com uma concentração de 0,2 moles/l e a
conversão final é igual a 70% da conversão de equilíbrio. Calcule as constantes
cinéticas direta e reversa.
Solução:
1 2
r = kC 2A0 [ (1 - X A )2 - X )]
4K A
No equilibrio a taxa resultante é nula, portanto:
k X Ae 2
K= ' = = 0 ,125
k 4(1 - X Ae )2
ou
2
(4K - 1) X Ae - 8 K X Ae + 4K = 0
X Ae = 0,414
X 'Ae = - 2,41
93
Logo, a taxa resultante em função das conversões será:
kC 2A0 ( 4 K - 1 ) XA X
r= [ (1 - ) . (1 - ' A )] 3.6.25
K X Ae X Ae
XA
(κ- )
1 X Ae
ln[ ( ). ] = k * τ( t ) 3.6.26
κ X
( 1- A )
X Ae
onde
( 4K - 1 )
k* = k( κ - 1 ) C A0 X Ae = 0 ,956
4K
onde
XA
κ= = -5 ,83
X 'Ae
X A = 0,7 . X Ae
Daí tiramos
kτ = 1,432
V
Como τ= = 0.83 min.
v0
Logo,
k = 1,719 l/mol.min
k ' = 13,7 l/mol.min
94
3. 10 – Cinética de reações heterogêneas
3. 10.1 – Introdução
167
uma molécula reagente alcançar o sítio ativo onde a reação de fato ocorre, há várias
etapas:
Entretanto, uma questão que se coloca é como ocorre a reação química sobre
os sítios ativos? Qual a cinética de reação e as diversas variáveis envolvidas?
168
O processo, conforme figura 3.10.3 ocorre com transferência de massa do
fluido à superfície do catalisador e com difusão dentro de poros, cuja concentração
varia ao longo do percurso.
C
C AS
A
Concentração
C
A
Superfície do Catalisador
C
AS
Distância
169
XA
Exp.3
Exp.2
Exp.1
D
L/D fixo
(W/F)
XA
W/F = cte
Vel.linear
Há duas possibilidades:
170
A Figura 3.10.5 apresenta, para diferentes casos, os gradientes de
concentração que se formam na película do fluido que envolve o catalisador.
Conversão
1 2 3 4 1/D
P
171
Seio do Fluido Película Sítio Ativo
Basicamente, são três os tipos de difusão que ocorrem no interior dos poros
de catalisadores.
Poro
Moléculas
172
Poro
173
Efeitos difusivos
-ln k Ea’ < Ea
Ea (Cinetica)
1/T
174
A relação entre essas energias define as propriedades do sistema:
175
Figura 3.10.9 – Interação entre as partículas em um sistema condensado (sólido ou
líquido).
176
Energia Reação não catalisada
Potencial
Ea
H reagentes
Hads Ea/cat
Reação catalisada ∆ HR
Hprodutos
Hdes
Percurso de reação
espontâneo e, portanto, ∆Gads < 0. Por outro lado, a entropia final do sistema
a superfície de um sólido através da energia livre de Gibs. É um fenômeno
∆G = ∆H - T∆S 3.10.1
Como ∆Gads < 0 e ∆Sads < 0, então a variação de entalpia do sistema será
menor que zero, e portanto a adsorção é um fenômeno exotérmico.
• Adsorção Física
177
grandeza das forças de van der Waals e a entalpia de adsorção está na faixa
observada para as entalpias de condensação ou evaporação dos gases (de –0,5 a 5
kcal mol-1). Neste tipo de adsorção podem se formar camadas moleculares
sobrepostas, sendo que a força de adsorção diminui com o aumento do número de
camadas.
178
Energia
Potencial X+X
Q
Energia para a
dissociação de X
2
X
2
F Distância à
superfície
∆H
fis
∆H
a adsorção química
quim
179
Tabela 3.10.2 – Comparação entre adsorção física e química.
n = f ( P )T ,gás ,sólido
180
I II
III IV
V VI
•
não porosos ou macroporosos;
As isotermas IV e V correspondem, respectivamente, às isotermas II e III
quando o sólido apresenta macro ou mesoporos e a quantidade adsorvida
•
tende a um valor finito o qual corresponde ao enchimento dos poros;
Finalmente, a isoterma do tipo VI (em degraus) ocorre em superfícies
uniformes não porosas e representa uma adsorção camada a camada, sendo
que a altura do degrau corresponde à capacidade da monocamada em cama
camada adsorvida.
181
3. 10.6- Modelos de adsorção
1- Modelo de Langmuir
O primeiro modelo teórico quantitativo da adsorção de gases em sólidos foi
proposta por Irving Langmuir em 1916. Langmuir admitiu as seguintes hipóteses no
desenvolvimento do modelo:
1) A superfície de um sólido contém um número definido de
sítios para a adsorção;
2) Cada sítio pode adsorver somente uma molécula;
3) Todos os sítios são energeticamente equivalentes, i.e.,
todos possuem a mesma entalpia de adsorção;
4) A adsorção independe da presença ou ausência de
espécies adsorvidas na sua vizinhança, i.e., a entalpia de
adsorção independe do grau de cobertura;
5) No equilíbrio, a taxa de adsorção é igual à taxa de
desorção;
6) No equilíbrio, a uma certa temperatura e pressão, existe um
número n A de moléculas adsorvidas. A fração de sítios
ocupados por uma molécula A qualquer é:
nA
θA = 3.10.4
nm
7) A uma dada temperatura, a taxa de adsorção de uma
molécula de um gás A qualquer depende da pressão
parcial de A , PA e do número de sítios vazios. A taxa de
desorção depende do número de sítios ocupados.
nads
θA =
nm
182
Onde
ou esquematicamente:
Agas ( 1 - θA )
θA
rads = k a p A ( 1 - θ A ) 3.10.5
rdes = k d θ A 3.10.6
rads = rdes
Conseqüentemente, pode-se determinar a fração de sítios ocupados pela molécula
A sobre a superfície, conforme equação abaixo:
ka p A
θA =
kd + ka p A
ka
KA =
kd
183
vem:
K A pA
θA = 3.10.7
1 + K A pA
que é a equação de Langmuir para a adsorção simples. Note-se que a
fração de superfície pode ser determinada experimentalmente, medindo-se
os volumes num sistema a pressão total a temperatura constante, segundo a
lei dos gases, pois,
Vads
θA = 3.10.8
Vmonocamada
184
rads = ka p A ( 1 - θ A )2 3.10.10
rdes = k d θ 2A 3.10.11
No equilíbrio, tem-se
rads = k a p A ( 1 - θ A )2 = k d θ 2A
Como
ka
KA =
kd
K A pA
θA = 3.10.12
1 + K A pA
Agas B gas ( 1 - θ A - θB )
θA θB θR
superfície
Onde
θv = ( 1 - θ A - θ B - θ R .....)
185
Sabendo que as taxas de adsorção e desorção são iguais as taxas das
equações 3.10.5 e 3.10.6, para cada componente, e considerando a constante de
equilíbrio adsorção – desorção igualmente, obtém-se o seguinte sistema:
θ A = K A p A θv
θ B = K B p B θv
...........................
θ R = K R p R θv
+
∑ θi = (K A . p A + K B . pB + K R . pR - - - --)θv
∑ K i pi ( 1 - ∑ θi )
Portanto,
∑ K i pi
∑ θi =
( 1 + ∑ K i pi
3.10.13
1
θv =
( 1 + ∑ K i pi
3.10.14
θi = K i pi θv
. Assim, por exemplo, para o componente A, vem:
K A pA
θA = 3.10.15
( 1 + K A . p A + K B . pB + K R . p R )
186
K A pA
θA = 3.10.16
( 1 + K A p A + K B . pB + K R . p R )
•
•
Todos os sítios não são igualmente ativos
A entalpia de adsorção depende do grau de
cobertura ou, em outras palavras, moléculas
adsorvidas interferem na adsorção de sítios
vizinhos.
(1 n )
θ = kP 3.10.17
(- ∆H ads ) = ∆H o (1 - βθ ) 3.10.19
187
-
onde ∆H o é a entalpia inicial de adsorção. O grau de cobertura é, neste caso, dado
por:
RT
θ= ln( AP ) 3.10.20
β∆H o
onde A é uma constante relacionada com a entalpia de adsorção.
Adsorção forte
Força de adsorção
188
Por outro lado, a força de adsorção do produto formado não deve ser muito
forte, pois, nesse caso, a sua desorção será difícil e, esse sítio não estaria mais
disponível para a adsorção de novas moléculas reagentes.
→ R
k
A
A+ * ← → A*
ka /kd
onde
* é o sitio ativo na superfície.
→ R*
k
A*
Onde a constante k é uma constante cinética de uma reação irreversível,
cuja unidade é dada em m2/moles.tempo e
R* é a espécie adsorvida
189
(iii) Desorção do produto
R* ← → R* + *
ka / kd
Esquematicamente, obtém-se:
A R
A* R*
Superficie
Há três possibilidades:
r = kθ A 3.10.21
kK A p A
( - rA ) = 3.10.22
( 1 + K A . p A + K R . pR )
Para uma reação bimolecular faríamos analogamente, admitindo um segundo
reagente para reagir formando o produto R, ou seja,
→ R
k
A+ B
190
Admite-se que ambos os reagentes e produtos estejam adsorvidos.
Analogamente, teríamos as frações de cada espécie adsorvidas sobre a superfície.
r = kθ Aθ B 3.10.23
kK A K B p A pB
( - rA ) = 3.10.24
( 1 + K A . p A + K B . p B + K R . p R )2
Estas expressões são válidas somente para o caso (b), onde a reação química
superficial é a etapa limitante. Quando as adsorções ou desorções tanto do reagente
como produtos são as etapas limitantes, admite-se que neste caso as taxas não
estão em equilíbrio. Portanto,
191
2) modelo cinético de Eley-Rideal
r = kθ A pB 3.10.25
onde
KB = 0
KR = 0
Logo, analogamente a eq. 3.10. 24, obtém-se:
kK A p A pB
( - rA ) = 3.10.26
( 1 + K A . p A + K R . pR )
192
respectivamente, que são exotérmicas. Portanto, partindo da expressão 3.10.26, por
exemplo, tem-se que:
k = k 0 . exp( - E/RT)
K i = K i0 exp ( ∆H i /RT)
Onde ∆H i < 0
Se a taxa catalisada é:
E cat = E - ∆H A + ∆H R 3.10.6
-
1 1 K p
+ p A + R pR = A
kK A k kK A (- rA )
193
pA/(-r )
A
Para pR = 0
1/k
1/k.K A
pA
Exemplo
A reação é feita com catalisador. Sugira a taxa de reação, considerando que haja adsorção
– desorção e reação química, sendo esta última limitante. Tente estimar a constante de
reação utilizando alguns dados da tabela, admitindo que as constantes de adsorção –
desorção dos produtos sejam aproximadamente iguais.
194
Solucao:
OH
+ H2O
A → R + S
Vamos fazer uma análise para cada componente e verificar se os componentes estão ou
não adsorvidos sobre os sítios, com base nos resultados da tabela.
(i) Em relação a A:
kK A p A
r=
( 1 + K A . p A + K R . pR )
Pelos dados da tabela:
•
•
Aumentando a pressão PCH em 5 vezes a taxa cai 3 vezes
Aumentando (exp.2 e 3) a pressão 1,2 vezes a taxa cai ≈ 2 vezes
• Aumentando (exp.1 e 3) a pressão 6 vezes a taxa cai ≈ 6 vezes
195
Portanto, sua adsorção é muito fraca, mas cai levemente, o que significa que poderia estar
no denominador, mas pode ser considerada desprezível frente a adsorção de A.
Igualmente, mantém-se a pressão parcial dos outros componentes constante. Logo, pela
tabela, vem:
Pelas exp. 1 e 8 :
Pelas exp. 4 e 5
Pode-se concluir que o termo R está adsorvido, mas comparado com a adsorção de A esta
adsorção é mais fraca, embora maior que a da água.
kK A p A
r=
( 1 + K A . p A + K R . pR )
ou rearranjando vem:
1 1 K K p
+ p A + R p R + S pS = A
kK A k kK A kK A r
a b c d
a + b y1 + c y2 + d y3 = X
Consideremos as experiencias:
196
Experiencia Taxa r . 105 PCH (atm) PCH- (atm) PH2O (atm)
(moles/l.s) .
1 3.3 1 1 1
2 1.05 5 1 1
3 0.565 6 1 1
PR = PS = 1 ,
Logo,
y 2 = y3 = 1
a * + b y1 =X
onde
c * = c y 2 + d y3
a* = a + c*
A -0.88893 0.10259
B 1.14624 0.01583
------------------------------------------------------------
R SD N P
------------------------------------------------------------
0.9999 0.10095
A
12 Linear Fit of Data1_A
10
8
5
PA /(-rA ). 10
0 2 4 6 8 10
PA
a* = 0
b = 1.146 10 5
197
3. 10.10- - Reações heterogêneas não catalisadas-
C + O2 → CO2
2. Eliminação de compostos sulfurados que durante a oxidação formam H2S.
ZnO + H 2 S → ZnS + H 2 O
A questão principal é conhecer e determinar a cinética dessas reações que
envolvem também fenômenos difusivos durante o processo da reação. A
partícula sólida está sendo consumida devido a reacao química, mas a medida
que se transforma deixa uma cinza ou um material inerte pelo qual o gás
reagente deve difundir-se até chegar a superfície e dai reagir, penetrando no
sólido. Há portanto, uma limitante a mais que é a difusão do gás dentro do sólido.
Por outro lado, os fenômenos de adsorção–desorção do gás sobre a superfície
também ocorrem e podem ser limintantes ou não. Em geral, a superfície não é
homogênea e este fenômeno ocorre devido aos diferentes tipos de sítios
superficiais.
. .
M O2 (4 πr ) r - M O2 (4 πr 2 ) r +dr = 0
2
3.10.29
198
Reação
CO2
O2 sólido Cinza
Difusão r R
?r
R0
[O2]
Reação
r
R0
.
d(M O2 r 2 )
=0 3.10.30
dr
Mas, pela lei de Fick, sabe-se que:
. dC O2
M O2 = - D 3.10.31
r dr
Mas, substituindo-se 3.10.31 na equação 3.10.30, obtém-se:
d dC O2 2
(- D r )=0
dr dr
199
d 2 dC O2
(r )=0 3.10.32
dr dr
Resolvendo esta equação para as condições de contorno:
r = R0 C O2 = C [ O2 ] 0
r = Rint erface C O2 =0
Obtém-se:
-
1 1
C O2 -
=φ= R r 3.10.33
C [ O2 ] 0 1 1
-
R R0
1.0
R0 R(t) R 0
200
dC O2 C [ O2 ] 0
-D r2 = -D 3.10.34
dr 1 1 2
int erface ( - )r
R R0
Balanço em relação ao carbono
d(4/3π R 3 ρC ε )C O2
r (4 π R ) = - D
'
c
2
3.10.35
dt
onde
rc' - taxa de reação de carbono por unidade de área (g/m2 .min)
ρC - densidade (g/m3)
ε - fração de carbono
D - Coeficiente de difusão
Dessa expressão tira-se a variação do consumo de carbono na interface, ou seja:
dR rC'
= 3.10.36
dt ( ρC ε )
Balanço em relação ao carbono/oxigênio na interface
• Sabe-se que para cada mol de oxigênio que reage sai um mol de CO2:
. C [ O2 ] 0
'
r = - M O2
c =D 3.10.37
Rint erface R2
(R- )
R0
Logo, substituindo 3.10.37 em 3.10.36, quando r = 0 , R = R0, vem:
dR C [ O2 ] 0
=D 3.10.38
dt 1 1
( ρC ε )( - )
R R0
201
Pela condição de contorno para t =0 , R = R0 , obtém-se integrando:
( ρC ε )R02 R 2 R 3
t= [ 1 - 3( ) + 2( ) ] 3.10.39
6 DC [ O2 ] 0 R0 R0
O tempo necessário para o consumo total de carbono obtém-se quando R=0, ou
seja:
( ρC ε )R02
t= 3.10.40
6 DC [ O2 ] 0
202
3.13 - Exercícios resolvidos -cinética
RC1- A reação abaixo foi feta num reator batelada, obtendo-se os dados da tabela
abaixo:
2N O 2N O + O
2 5 2 4 2
Ela pode ser de primeira ou segunda ordem. Calcule a energia de ativação com um
modelo, levando em consideração o tempo de meia vida.
Solução:
Como vimos esta reação não é elementar e portanto, pode ser de primeira ou de segunda
ordem. Admite-se uma reação de primeira ordem e determinam-se os valores da
constante para cada uma das temperaturas. Pela eq. 3.6.18 vem:
0 ,693
k=
t1 / 2
Logo, a nova tabela será:
Observa-se pelos resultados da figura 1 que não é uma linha reta e que para
temperaturas mais elevadas há efeitos difusivos. No entanto, considerando os valores a
temperaturas entre 50 e 2000C tem-se uma linha reta, correspondendo a uma energia de
ativação de 23400 cal/mol, satisfazendo o regime cinético. Acima desta temperatura há
efeitos difusivos.
222
6 0
200 C
6 0 F
300 C 4
-E/R= -12446,9
4 2
E= 23400 cal/mol
2 0
ln k
0 -2
ln k
-2 -4
0
-6 50 C
-4
-8
-6
0,0020 0,0022 0,0024 0,0026 0,0028 0,0030 0,0032
-8
1/T
0,0016 0,0020 0,0024 0,0028 0,0032
1/T
RC2 – Mostre que a taxa do produto formado de uma reação autocatalítica do tipo:
→ B+B
k1
A+ B
É dada pela seguinte expressão:
1 2
rB = k 1 [( C 0 - C B ) - C ]
K B
Onde,
C 0 = C A0 + C B 0
Mostre que a concentração máxima de B é igual a:
C B0 C
C B max = ( 1 + B0 )
2 C A0
Solução:
rB = k 1C A + k 1C B - k'1C 2B - k 1C B
Logo,
rB = k 1 ( C A + C B - C B ) - k'1C 2B
Mas,
C0 = C A + C B
Logo,
1 2
rB = k 1 [( C 0 - C B ) - C
K B
223
RC3 – A reação reversível se dá num reator tubular a 250C, conforme
C
2C6H5NCO C 6 H5 N N C6 H5
C
O
0
A constante de equilíbrio a 25 C é igual a 1,25. A conversão é igual a 90% da conversão
de equilíbrio. Introduz-se 0,36 l/h de reagente puro com concentração inicial igual a 0,2
moles/l num reator de 5 litros. Admite-se uma cinética de primeira ordem direta e
reversa. Calcule as constantes direta e reversa.
Solução:
Sabe-se que a reação é do tipo: 2 A⇔R
A cinética da reação ou taxa resultante é igual a:
r = k C A - k' C R
cuja taxa resultante conseqüentemente é:
1
r = kC A0 [ (1 - X A ) - X )]
2K A
C A0
Sabendo que C R = XA )
2
No equilibrio a taxa resultante é nula, portanto:
k X Ae
K= ' = = 1 ,25
k 2(1 - X Ae )
ou
X Ae = 0,714
XA
r = kC A0 (1 - ) 3.6.25
X Ae
224
Substituindo a expressão da taxa na equação de um PFR e integrando, obtém-se a mesma
expressão 3.6.26 deduzida acima, ou seja:
XA
dx A
τ ( t ) = C A0 ∫ r
0
XA k
- ln( 1 - )= τ( t ) 3.6.26
X Ae ( X Ae )
onde
XA 0 ,642
= = 0 ,89
X 'Ae 0 ,714
Daí tiramos
kτ
= 0 ,116
X Ae
V
Como τ= = 0.83 min.
v0
Logo,
k = 0,1 min -1
k' = 0,08 min -1
RC4 – A reação abaixo é feita em reator batelada e em fase gas. Introduz-se o reagente
com 10% de N2 a 2 atm e 4500C, quando se dá o inicio da reação.
H2C CH2 CH4 + CO
O
Após 50 min a pressão atingiu 3.3 atm. A reação é irreversível e de primeira ordem.
Calcule a constante cinética.
225
Se fosse feita num reator fechado (pistão ) qual seria a variação de volume, mantendo-se
a pressão a2 atm e considerando a mesma conversão do item anterior. Calcule a
concentração inicial.
Solução:
A reação é do tipo: A → R+ S.
Como a reação se dá a volume constante, calculam-se as pressões parciais. As pressões
p N 2 = 0 ,1 x 2 = 0 ,2 atm
parciais iniciais do reagente e do inerte são:
p A0 = 1 ,8 atm
Para calcular a pressão parcial de A, tem-se:
a
p A = p A0 - ( P - P0 )
∆ν
Após 50 minutos a pressão total do sistema foi de 3,3atm, sendo a pressão inicial igual a
2atm. Como a variação de volume ∆ν = 2 - 1 = 1 e a = 1 , vem:
p A = 1 ,8 - 1( 3 ,3 - 2 ) = 0 ,5
p A0 - p A
XA = = 0 ,72
p A0
∫
dx A
t = C A0
kC A0 ( 1 - X A )
0
- ln( 1 - X A ) = kt
V = V0 ( 1 + ε A X A )
226
Calcula-se o fator de expansão:
A → R + S Inerte Total
V X A = 1 - V X A =0
Logo, εA = = 0 ,8
V X A =0
y A0 P0 0 ,9.2
C A0 = = = 1.78.10 - 4 moles/litro
RT 0 ,082.( 273 + 450 )
RC5 – Uma reação do tipo A → 2 R + 1 2 S em fase gas foi realizada num PFR
isotérmico, sendo alimentado com 30% de inerte a 10atm e 800K. A reação é irreversível
e de 2a.ordem. Foram feitas as medidas que se encontram na tabela abaixo:
Sendo o fluxo total na entrada igual a 7,2 moles/min. A energia da ativação é igual a 30
Kcal/mol. Com estes dados calcule as constantes e comente os resultados. Não há difusão
limitante. Qual é variável que deve ser calculada.
227
( 1 + ε A X A )2 dX A
XA
τC A 0 = ∫ 2 dX A
0 k ( 1 - X A )
Calculo de ε
A → 2R + 1 2 S Inerte Total
Inicial 0,7 0 0 0,3 1,0
Final 0 1,4 0,35 0,3 2,05
VX A =1 - VX A =0 2 ,05 - 1
εA = = = 1 ,05 = 1 ,0
VX A =0 1
Com estes valores a equação torna-se:
4X A
+ X A + 4 ln( 1 - X A ) = τk C A0
(1- XA )
Substituindo os valores da tabela, determinam-se os valores de k, conforme tabela acima.
Os dados para os primeiros dois valores mostram que a constante cinética a 800K é
constante e igual a 5.85.10-2 (l/mol.min). No entanto, como não há efeitos difusivos,
provavelmente houve engano na leitura da temperatura de reação. O 30 resultado é 10
vezes maior, portanto, calcula-se a temperatura, sabendo que a energia de ativação é
constante e dada. Logo,
k = k0 e - ( E / RT )
228
Calcula-se inicialmente a constante k0 , pois para a temperatura de 800K o valor de k foi
determinado igual a 5.85.10-2. Sendo a energia de ativação conhecida E=30000 cal/mol,
vem:
k0 = 8.25.10 6
-2
Logo, como a constante para o 30 valor foi de k = 5.85.10 , vem:
- ( E / RT ) -2 6 - ( 30000 / 2T )
k = k0 e = 5.85.10 = 8.25.10 e
Calcula-se a temperatura: T = 912 K = 6390C
→ RSCH 2 - C . HR'
k3
RS . + CH 2 = CHR'
Propagação :
→ RSCH 2 CH 2 R'
k4
RSCH 2 - C . HR' + RSH
→ RSSR
5 . k
Terminação: 2 RS
Determine a taxa de desaparecimento do Tiol (RSH). A estequiometria global da reação
→ RSCH 2 - C HR' k . '
é: RSH + CH 2 = CHR
Teste os dados abaixo para determinar a constante cinética, admitindo-se uma reação
irreversível. Compare com o mecanismo global.
Solução:
. . . . '
Sejam: A = RSH ; R1 = RS ; MR1 = RSCH 2 - C HR
M = CH 2 = CHR' ; P = RSSR
O mecanismo acima se simplifica:
→ R1. + H .
k1
A
→ H 2 + R1.
k2
H.+ A
k3
R1. + M → MR1.
→ R1. + R2
k4
MR1. + A
→ P
k5
2 R1.
229
k1
[H.] = (3)
k2
r = k 3 [ R1. ][ M ] - k 4 [ MR1. ][ A ] = 0 (4)
MR1.
k1 [ A ]
Logo,
2 k 1 [ A ] = k 5 [ R1. ] 2
Ou seja:
2k1 [ A ]
[ R1. ] = (6)
k5
Da equação (4) vem:
k 3 [ R1. ][ M ] = k 4 [ MR1. ][ A ]
k 3 [ R1. ][ M ]
[ MR1. ]= (7)
k4 [ A ]
Substituindo (6) em (7), vem:
k 3 [ R1. ][ M ] 2k1 [ A ]
[ MR1. ]= (8)
k4 [ A ] k5
Eq.(3) Eq.(8)
2 k1 [ A ]
- rA = 2 k 1 [ A ] + k 3 [ M ]
k5
Despreza-se o primeiro termo desta equação que representa a taxa inicial. Esta taxa é
rápida em relação a etapa 3. Portanto, pode-se escrever a taxa de desaparecimento de A
da seguinte forma:
2k1 [ A ]
- rA = k 3 [ M ] (9)
k5
Nota-se que a concentração do reagente [ A ] está dentro da raiz e pode variar com o
tempo. A concentração do monômero M indica que a reação em relação a ele é de
primeira ordem.
230
Os dados abaixo mostram como o reagente [ A ] varia com o tempo
t(s) 0 350 400 500 640 750 830
[ A] 0,874 0,223 0,510 0,478 0,432 0,382 0,343
231
Nota-se que a constante para uma cinética global é de 2.34.10-3 l/mol.min. Para uma
cinética real do modelo é praticamente o dobro, ou seja: 3.82.10-3 l/mol.min.
RC7 – Uma reação irreversível do tipo A → 3 R foi feita num PFR. Introduz-se A
com 40% de inerte a 10 atm e 600K, sendo o fluxo de entrada 1,0 l/min. Mediu-se o fluxo
de R na saída do reator em função de diferentes velocidades espaciais, conforme tabela
abaixo. A reação é de 2a ordem, calcule a constante cinética.
Solução:
Sendo a reação de 2aordem, mas com volume variável, tem-se:
( 1 - X A )2
( - rA ) = kC 2A0
( 1 + ε A X A )2
Substituindo na equacao do PFR, vem:
( 1 + ε A X A )2 dX A
XA
τC A 0 = ∫ 2 dX A
0 k ( 1 - X A )
A → 3R I Total
Inicial: 0,6 0 0,4 1,0
Final: 0 1,8 0,4 2,4
Portanto, ε A =1,4
Calculo das condições iniciais:
- Concentração: C A0 = y A0 P0 = 0 ,6.10 = 0 ,121moles / l
RT 0 ,082.( 600 )
- Fluxo molar : FA0 = v0C A0 = 1,0.0 ,121 = 0 ,121moles / l
F A0 - F A F
- Conversão: XA = = R
F A0 3 F A0
5,75X A
+ 1 ,96X A + 6 ,72 ln( 1 - X A ) = τk C A0
(1- XA )
ve FR XA k
0,05 0,05 0,137 0,0795
0,00757 0,15 0,413 0,0798
232
0,00352 0,2 0,550 0,0801
0,00155 0,25 0,688 0,079
k ( medio ) = 0,0798
k = k0 e - ( E / RT )
Observa-se que as duas primeiras colunas tem a mesma temperatura. Para determinar a
ordem, utilizam-se estes dois valores:
Ln(4.9.10-4)=-7,62 ln(6.10-5)=-9,72
Ln(0,2)=-1,60 ln(0,06)=-2,81
-7,62=ln k -1,6 n
-9,72=lnk-2,81.n n=1,73
Portanto, a ordem de reação é fracionaria.
A taxa será:
r0 = k C A1,73
Logo,
r0
k=
C A1 ,073
233
A
2
Data1A
1
R=0,997
0
-1 E=41653 cal/mol
ln k
-2
-3
-4
-5
234