Você está na página 1de 68

MARCHAS 2022

POPULARES
DE LISBOA

EGEAC — CULTURA EM LISBOA


MARCHAS POPULARES DE LISBOA 2022

Apresentação Grande Marcha Marcha de Belém


Presidente da de Lisboa 2022 36
Câmara Municipal 13
de Lisboa Marcha da Bica
3 Marcha Infantil 38
“A Voz do
Apresentação Operário” Marcha de
Vereador 14 Campo de Ourique
da Cultura da 40
Câmara Municipal Marcha dos
de Lisboa Mercados Marcha de Carnide
5 16 42
Apresentação Marcha Santa Casa Marcha do Castelo
Conselho de 18 44
Administração
da EGEAC Marcha da Ajuda Marcha do Lumiar
7 20 46
Calendário Marcha de Marcha da
de exibições na Alcântara Madragoa
Altice Arena e 22 48
na Avenida da
Marcha de Alfama Marcha de Marvila
Liberdade
9 24 50
Marcha do Marcha
Júri
Alto do Pina da Mouraria
Grande Marcha
de Lisboa 2022 26 52
10 Marcha do Marcha dos Olivais
Júri das Marchas Bairro Alto 54
Populares de 28
Marcha da
Lisboa 2022
Marcha do Bairro Penha de França
10 da Boavista 56
Classificação 30
Marcha de
do Concurso
Marcha da Baixa São Vicente
das Marchas
Populares 2019 32 58
11 Marcha da Bela Flor Agrupamentos
– Campolide convidados
Classificações
Especiais 2019 34 61
11

FESTAS DE LISBOA 2022


1 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHAS POPULARES DE LISBOA 2022

As Marchas voltam à Avenida. A vivacidade e a alegria dos


Este é o momento por excelência marchantes, partilhadas pelos
em que a nossa Lisboa se une espectadores, são a melhor
em torno da nossa mais bela demonstração da vitalidade do
identidade bairrista e que projeta bairrismo e da solidez desta
a nossa cidade pelo Mundo fora. importante tradição, transmitida
As Festas de Lisboa regressam de geração para geração no
assim à sua plenitude, convocando coração dos bairros da cidade.
a participação dos habitantes da A todos os que tornam possível
cidade e de todos aqueles que nos as Marchas quero expressar o
visitam durante o mês de junho. meu profundo reconhecimento
As coloridas coreografias, que e sentido agradecimento.
envolvem milhares de pessoas
das coletividades da cidade Carlos Moedas
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
(marchantes, músicos, coreógrafos
e tantos outros membros das
equipas que viabilizam este
desfile), vão apresentar-se perante
lisboetas e turistas que enchem a
Avenida da Liberdade, e perante o
júri que premiará as vinte marchas
a concurso.
Todas elas irão cantar “Amália
é Lisboa”, o título vencedor do
último concurso Grande Marcha,
desta forma homenageando uma
das figuras mais queridas de
Lisboa.

FESTAS DE LISBOA 2022


3 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHAS POPULARES DE LISBOA 2022

Quando a pandemia veio desafiar O tema das Festas de Lisboa


e alterar tudo o que reconhecemos para este ano recupera o previsto
como o nosso dia a dia, a dita para 2020, com a celebração dos
normalidade, ninguém imaginava 100 anos do nascimento de Amália
o impacto prolongado que este Rodrigues, a incomparável e única
vírus teria naqueles grandes Amália, que serve de mote ao
acontecimentos que contribuem, de concurso das Marchas. Porque
forma significativa, para assinalar Amália simplesmente é Lisboa.
e definir os nossos costumes e Extraconcurso, e porque a
identidade. Em 2020 e 2021 não tradição não tem idade, vamos
nos foi possível celebrar o mês de também poder ver e ouvir a Marcha
junho, e tudo o que ele representa Infantil da Voz do Operário,
para a cidade de Lisboa, como que já participa na festa há 34
seria desejável. Junho, o mês que anos, a Marcha da Santa Casa da
habitualmente passamos na rua, Misericórdia, composta por muitos
nas festas em honra de Santo seniores, e a Marcha dos Mercados.
António, no convívio de bairro E este ano, pela primeira vez, a
e em comunidade nos arraiais Marcha Infantil das Escolas de
populares. As tradicionais e Lisboa também desfila na Avenida.
emblemáticas Festas de Lisboa As Marchas Populares
tiveram de ser adiadas. representam a alma da cidade
Dois anos depois da paragem e a retoma das festividades é
imposta pela pandemia, no dia 12 um sinal animador para todos
de junho vamos finalmente poder nós, mas em particular para as
celebrar as Marchas Populares coletividades que, após dois anos
com a Avenida plena de Alfacinhas de muitas dificuldades, regressam
em competição. Vai ser uma alegria à sua dinâmica sociocultural com
enorme voltar a desfrutar dos a alegria e a convicção que os
figurinos e arcos coloridos, que caracteriza.
retomam o desfile pela 88ª vez,
Diogo Moura
celebrar e de novo aplaudir
Vereador da Cultura, Economia e Inovação,
o grande espetáculo que resulta Educação, Orçamento Participativo e
do trabalho árduo das associações Relação com as Juntas de Freguesia
e coletividades da cidade.

FESTAS DE LISBOA 2022


5 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHAS POPULARES DE LISBOA 2022

O cancelamento das Marchas O apoio institucional é claramente


Populares em 2020 e 2021 foi, para fundamental, mas o “segredo” está,
a EGEAC e para a cidade, um dos sabemos bem, no empenho pessoal
momentos mais tristes destes de quem faz viver as associações
últimos dois anos. A Avenida da e coletividades; no entusiasmo
Liberdade vazia, na noite de Santo dos marchantes, compositores
António, é uma imagem que resume e coreógrafos, cenógrafos,
bem o vazio sentido nestes anos em aderecistas e costureiras. E em
que a cultura na cidade não pôde cada pessoa que, dentro das suas
manifestar-se livremente. possibilidades, permite que esta
É, assim, quase uma obrigação tradição se mantenha viva: da avó
voltar em força e com toda a que fica com os netos para os filhos
alegria este ano. Não é tarefa poderem ensaiar, ao colega de
fácil. Continua a haver limitações turno que cobre as horas para que
e cuidados de saúde pública o músico possa animar os ensaios
a ter em conta. E há sequelas noturnos.
emocionais e económicas dos Fica aqui, assim, publicamente, o
dois anos passados. Mas é nosso profundo agradecimento aos
também da adversidade que vem alfacinhas que contra ventos, vírus,
a força, e as Marchas Populares já e marés passam este testemunho
ultrapassaram várias dificuldades, importante de geração em geração.
como a sua longa e resiliente Não temos como lhes agradecer
história o demonstra. as horas, dias e meses de trabalho,
que culminam numa noite em que
todas as emoções voltarão a estar
à flor da pele. Não vemos a hora
de estar novamente juntos.

Joana Gomes Cardoso


Presidente do Conselho de
Administração da EGEAC

FESTAS DE LISBOA 2022


7 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
FESTAS DE LISBOA 2022
8 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHAS POPULARES DE LISBOA 2022

EXIBIÇÃO DESFILE
3, 4 E 5 JUNHO NA AVENIDA
ALTICE ARENA 12 JUNHO
21H00 21H45
Alinhamento: Alinhamento:

3 Junho Marcha Popular Vale do Açor marcha


Marcha Infantil “A Voz do Operário” convidada
Marcha de Belém Marcha Infantil das Escolas de Lisboa
Marcha do Bairro da Boavista Marcha Infantil “A Voz do Operário”
Marcha do Castelo Marcha dos Mercados
Marcha do Alto do Pina Marcha Santa Casa
Marcha da Bica Marcha da Mouraria
Marcha da Mouraria Marcha do Castelo
Marcha do Bairro Alto Marcha de Carnide
Marcha da Bela Flor – Campolide
4 Junho Marcha do Bairro Alto
Marcha dos Mercados Marcha do Bairro da Boavista
Marcha de Marvila Marcha da Penha de França
Marcha do Lumiar Marcha do Lumiar
Marcha da Baixa Marcha de Belém
Marcha dos Olivais Marcha da Baixa
Marcha de São Vicente Marcha da Madragoa
Marcha de Carnide Marcha de Campo de Ourique
Marcha da Penha de França Marcha de Alcântara
Marcha de Alfama
5 Junho Marcha da Ajuda
Marcha Santa Casa Marcha de Marvila
Marcha da Bela Flor – Campolide Marcha da Bica
Marcha da Madragoa Marcha de São Vicente
Marcha da Ajuda Marcha dos Olivais
Marcha de Alcântara Marcha do Alto do Pina
Marcha de Campo de Ourique
Marcha de Alfama

FESTAS DE LISBOA 2022


9 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
JÚRI 2022

GRANDE MARCHA MARCHAS POPULARES


DE LISBOA DE LISBOA
Apreciação da Generalidade Presidente do Júri
Rita Guerra Pedro Santos Franco

Apreciação da Letra Apreciação da Coreografia


Carlos Mendes Henrique Feist

Apreciação da Música Apreciação da Cenografia


e representante da SPA José Costa Reis
Renato Júnior
Apreciação do Figurino
Maria Luiz

Apreciação da Letra
Mário Rainho

Apreciação da Música
Jorge Fernando

Apreciação Global
Filipa Pais

Representante da EGEAC
Sofia Bicho

FESTAS DE LISBOA 2022


10 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
CLASSIFICAÇÕES 2019

CONCURSO DAS CLASSIFICAÇÕES


MARCHAS POPULARES ESPECIAIS
DE LISBOA
Prémio Coreografia
1.º Marcha do Alto do Pina Marcha do Alto do Pina
2.º Marcha de Alfama
3.º Marcha da Penha de França Prémio Cenografia
4.º Marcha de São Vicente Marcha de São Vicente
5.º Marcha de Alcântara Marcha de Carnide
6.º Marcha do Bairro Alto
7.º Marcha da Bica Prémio Figurino
8.º Marcha de Marvila Marcha de Alfama
9.º Marcha de Carnide Marcha do Alto do Pina
10.º Marcha dos Olivais Marcha de São Vicente
11.º Marcha do Castelo
12.º Marcha do Bairro da Boavista Prémio Letra
13.º Marcha da Madragoa Marcha do Alto do Pina
14.º Marcha da Baixa Marcha do Bairro Alto
15.º Marcha da Bela Flor – Campolide
16.º Marcha da Ajuda Prémio Musicalidade
17.º Marcha da Mouraria Marcha do Alto do Pina
18.º Marcha da Graça
19.º Marcha do Beato Prémio Composição Original
20.º Marcha do Parque das Nações Marcha do Alto do Pina

Prémio Desfile na
Avenida da Liberdade
Marcha do Alto do Pina

FESTAS DE LISBOA 2022


11 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
Raul Nery, Amália Rodrigues e Santos Moreira, 1955
Colecção Museu do Fado

FESTAS DE LISBOA 2022


12 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
GRANDE MARCHA DE LISBOA 2022

Amália é Lisboa
Letra: Joaquim Pires Isqueiro
Música: José Reza

Cem anos são p’ra lembrar Se quando a marcha passar Pelos bairros à noitinha
Amália lá vai Lisboa Ouvires Amália cantar Ela cantava Foi Deus
Ouvindo a Canção do Mar Um fado sobre a cidade E uma Lágrima caiu
Cantando o Fado Malhoa Se Lisboa se enlaçasse Ao confessar Erros Meus
Se uma Gaivota voasse
Perguntavas Com que Voz Do Terreiro à Liberdade Nesta saudade guardada
Com alma, com emoção No coração alfacinha
Do Cais da Ribeira à Foz Como Os Amantes do Tejo Amália, sempre lembrada
Na Rua do Capelão Se reviveres um desejo Amália, sempre rainha
Nos Becos nas Escadinhas
E Lisboa é com certeza Então Lisboa é o amor E Lisboa é com certeza
Uma Casa Portuguesa A Dar de Beber à Dor Uma Casa Portuguesa
A marchar lá na Avenida Na Casa da Mariquinhas A marchar lá na Avenida
O que ao Santo António peço O que ao Santo António peço
Nem às Paredes Confesso Nem às Paredes Confesso
Que Estranha Forma de Vida Que Estranha Forma de Vida

FESTAS DE LISBOA 2022


13 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INFANTIL “A VOZ DO OPERÁRIO”
Responsável Marchantes/Meninas
Vítor Agostinho Alice Fernandes
Alice Raposo
Comissão Organizadora Ana Beatriz
António Santos Carvalho
Helena Fernandes Ana Beatriz Silva
Inês Santos Ana Carolina
João Alves Bragança
Manuela Alegre Ana Laura Pires
Nuno Agostinho Beatriz Vicente
Sofia Cruz Carlota Costa
Vitor Agostinho Carmen Teles
Carolina Pitarma
Porta-Estandarte Emília Moreira
Margarido Sabino Ester Maneira
Lara Marques
Ensaiadora Laura Morgado
Sofia Cruz Laura Rocha
Laura Vilela
Figurinista Lea Alves
Nuno Lopes Leonor Carvalho
Liv Fernandes
Cenógrafo Luciana Carreira
Nuno Lopes Madalena Brito
Pedro Passarinho Magali Sanchez
Margarida Cerejo
Cavalinho Instrumentos Margarida Cortes
Clarinete Margarida Gouveia
José Lopes Maria Leonor Oliveira
Sax Alto Maria Matos Borges
José Borbinha Mariana Borges
Trompete Mia Vaz
Luís Resende Mónica Gil
Trompete Rosa Marques
Rodrigo Ramos Simone Domingues
Trombone Teresa Baptista
Jorge Ribeiro
Bombardino Marchantes/Meninos
Lopo Castro Alexandre Lourenço
Tuba Daniel Silva
António Gonçalves David Ramos
Caixa Dinis Ferreira
André Castro Francisco Pereira
Gil Abreu
Madrinha Hugo Duarte
Cecília Henriques João Caixeiro
João Nora
Padrinho João Trabulo
Ricardo Raposo João Valente
Kavin Gic
Par de Mascotes Ravid Paz
Leonor Oliveira Rhythim Timilsina
Jaime Caixeiro Rodrigo Alves
Santiago Ramos
Sebastião Borges
Tiago Rosso
Vicente Cardoso

As crianças e o Fado

Comemorando o centenário de Amália Rodrigues, as


crianças da Voz do Operário trazem às Marchas de 2022 uma
coreografia que celebra o Fado e a sua importância na cultura
popular, relembrando o papel que esta instituição centenária
teve e tem na sua difusão.

FESTAS DE LISBOA 2022


14 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Oh que fado, Temos o fado Queremos um Dia


ser moderno na Voz Letra: José Jorge Letria
Música: Carlos Alberto Moniz
Letra: Ricardo Dias Letra: Sara Costa Arranjo musical: Braga Santos
Música: Carlos Alberto Vidal Música: Carlos Alberto Moniz

REFRÃO
Dizem que o fado é velhinho Somos gente pequenina
Dos nossos pais e avós Temos o fado na Voz Queremos um dia que
Mas hoje afinadinho De ouvir em cada esquina não vem no calendário
É lembrado com carinho A guitarra afinadinha E ser felizes na Voz do Operário
P’las crianças cá da Voz A cantar dentro de nós
Queremos um sol a brilhar
Não há youtuber nem site E no berço já escutámos dentro da mão
E sentadinho nesta mesa O fado que florescia E outro sol a nascer nesta canção
Vou ao Insta ponho um like Aprendemos com carinho Queremos um pássaro azul
No Facebook outro like O nosso fado velhinho a esvoaçar
À tradição portuguesa Quando a mãe nos adormecia E um jardim de mil cores
para brincar
REFRÃO REFRÃO
REFRÃO (2X)
Sou criança, sou do fado A Severa cantou
Hoje vou de braço dado O Malhoa pintou Queremos o riso e a festa
Nesta festa popular O fado perfeito nesta escola
Vou-te dar um manjerico Com garganta afinada E a acompanhar um bombo
E brincar no bailarico Em guitarra trinada e uma viola
Até ter de ir deitar Hoje ao nosso jeito Queremos um sonho vestido
de magia
Não preciso de internet Esta é a nossa homenagem E uma cidade pintada de alegria
De CD ou de disquete Aos nossos grandes fadistas
Dados moveis ou wifis Nós vamos continuar REFRÃO (2X)
E ao som desta cantiga Aprender e estudar
Hoje danço à moda antiga Seremos grandes artistas Queremos o verde que tem
De mãos dadas com meus pais a natureza
Porque o fado tão antigo À nossa volta p’ra não haver tristeza
Como é bom eu ser criança Só se escuta em Portugal Queremos ter tempo para
E nenhum de nós se cansa Anda daí meu amigo ver e aprender
Não me falta bateria Cantar o fado comigo A ser amigos, amigos a valer
Passo o dia a correr A nossa canção nacional
Não ligo ao messenger REFRÃO (2X)
Isto sim é alegria

Ouço a minha mãe chamar


Chego a casa, ouço tocar
A música dos meus papás
Esta infância quero lembrar
Sem PC, sem teclar
Ó tempo, volta pra trás

FESTAS DE LISBOA 2022


15 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DOS MERCADOS
Responsável Marchantes/Mulheres
Luísa Carvalho Ana Filipa Silva
Ana Teixeira
Comissão Organizadora Beatriz Lopes
Américo Grova Bianca Carmo
Carlos Carvalho Carla Cardoso
João Mourão Catarina Silva
Jorge Costa Pereira Célia Cardoso
Luísa Carvalho Diana Pinhão
Rui Alfar Elsa Melo
Érica Rocha
Aguadeiros Eugénia Simão
Américo Grova Filomena Fernandes
João Pedro Dâmaso Florentina Vidal
Pedro Alfar Inês Figueiredo
Rui Manuel Santos Jennifer Sawyer
Vitor Manuel Lopes Leonor Martins
Mafalda Jorge
Porta-Estandarte Márcia Sobreira
Carla Sousa Margarida Santos
Maria de Fátima
Ensaiadores Nazaré
Nuno Gomes Natércia Vicente
Pedro Augusto Patrícia Pinheiro
Tânia Taboada
Figurinistas Thelma Silva
João Mourão
Walter Matos Marchantes/Homens
Alexandre Ferreira
Cenógrafo André Rodrigues

Lisboa assim é mais linda Américo Grova António Correia


Carlos Barros
Cavalinho Instrumentos Daniel Branco
Clarinete Fernando Costa
Tiago Faria Fernando Nazaré
O que dizem as Marchas sobre a cidade? As Festas de Sax Alto Humberto Jorge
Joaquim Saraiva João Nazaré
Lisboa constituem uma continuidade cultural inegável, Trompete Joaquim Reis
Ricardo Domingos José Nazaré
testemunhada por residentes e visitantes, e as Marchas Trompete Manuel Nazaré
Populares de Lisboa um ritual bairrista, ainda inalterado. Filipe Durães Marcos Santiago
Trombone Garcia
Lisboa, menina e moça. Lisboa, em constante mudança. Carlos Martins Mário Correia
Mário Duarte
Lisboa, cidade em permanente evolução, que se adapta às Bombardino
João Costa Paulo Fernandes
necessidades de moradores e turistas. Lisboa, cuja imagem Tuba Pedro Simões
Nuno Pinto Rafael Ferreira
foi, ao longo dos tempos, construída sempre de braço dado Caixa Renato Guedes
Jorge Pereira Rui Lourenço
com os bairros, o rio Tejo, o Fado e os Santos Populares. Rui Silva
Nascidos da iniciativa popular, os Arraiais realizavam-se, Madrinha Sandro Santos
Maya Tiago Gonçalves
tradicionalmente, nas praças e mercados. De todos, o mais Tiago Portela
concorrido era o do já extinto Mercado da Praça da Figueira, Padrinho
Sérgio Rossi
demolido na década de 40 do século passado: no local
Par de Mascotes
reuniam-se ranchos e marchantes, faziam-se bailaricos Melanie Pinto
Bernardo Simões
e petiscadas.
Lisboa não seria a mesma sem os seus mercados, que bem Par de Marchantes Suplente
Vera Correia
cedo despertam com o buliço. Celebrar o centenário do Francisco Nazaré
nascimento de Amália é também celebrar os mercados: Amália
começou por vender fruta ainda em criança num mercado.
A cultura é a alma de um povo e um povo sem cultura
é um povo sem alma e, por isso, sem identidade própria.
O espetáculo está de volta! Queremos mostrar a Lisboa
que vivemos o mês de junho em festa.

FESTAS DE LISBOA 2022


16 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Lisboa assim Amália, canta-me Ó freguesa quem


é mais linda um fado me acaba o resto
Letra: Flávio Gil Letra: Flávio Gil Letra: Rafael Rodrigues
Música: F. F. Música: F. F. Música: Rafael Rodrigues
Arranjo musical: Joaquim Serra Arranjo musical: Joaquim Serra Arranjo musical: Joaquim Serra

Lisboa não seria esta Lisboa Esta marcha não se cansa O mercado é chinela no pé
Sem ter nos bairros a florescer De cantar alegremente A voz da Lisboa popular
Mercados onde alguém nos apregoa A tua voz, a herança Cada vendedeira, de língua brejeira
A vida e a alegria de a viver Que deixaste à nossa gente Vem a sua venda anunciar

Lisboa vive mais apaixonada O teu fado é maior Em cada pregão, nasce uma canção
Contente por se ver abençoada Do que se possa contar Enche-se o mercado de cantigas
Tão cheia de mercados, coisa boa Fala de vida e amor Carapau fresquinho, avental de linho
Que dão ainda mais graça a Lisboa E hoje é marcha popular A gingar nas nossas raparigas

REFRÃO REFRÃO REFRÃO (2X)

Lisboa assim é mais linda ainda A nossa marcha grita feliz Quem me acaba o resto
Com os sabores, cores e cheiros Amália canta-me um fado Frescas hortaliças
Festeiros dos seus alegres mercados Segue contente e a todos diz Figos capa rota, feijão e nabiças
Cercados da gente que os visita Amália canta-me um fado É ver o mercado transbordar de cores
Bancas enfeitadas das mais belas
Pois se a cidade se agita Vem dos mercados e na Avenida flores
Nos mercados que afeiçoa Num refrão apaixonado
É ainda mais bonita A nossa marcha quer ser ouvida Ó viva da costa, trinam as peixeiras
E é muito mais Lisboa Amália, canta-me um fado É a melodia destas vendedeiras
A voz da cidade acompanha o gesto
Lisboa de manhã, logo desperta Não há um dia somente Da mão na cintura, quem me acaba o
E corre ao mercado ali ao lado Que não nos faça lembrar resto.
A Júlia tem a banca já aberta Com paixão e sentimento
E diz que há carapau e há pregado A tua voz a cantar Há cor alegria, cheirinho a maresia
O mercado é vida a palpitar
Lisboa se quer estar mais perfumada Mas nunca fica a tristeza Risos com vaidade, por toda a cidade
Pergunta à Lurdinhas pelas flores No lugar que ainda é teu É levar a vida a trabalhar
Que deixam esta cidade enfeitada E a tua voz, com certeza
P’ra ver num mercado, os seus amores Faz-se ouvir também no céu No ganhar o pão, põe-se o coração
‘Inda a luz do dia se avizinha
REFRÃO (2X) REFRÃO (2X) Pobre mas honrada, corre a madrugada
Pé descalço em berço de rainha

REFRÃO

FESTAS DE LISBOA 2022


17 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA SANTA CASA
Responsável Marchantes/Mulheres
Luna Marques Ana Paula Gonçalves
Anabela Ribeiro
Comissão Organizadora Carla Jorge
Andreia Tomás Elisabete Santos
Bruno Silva Elizabete Cotrim
Jorge Bento Elizabete Menezes
Luna Marques Gabriela Lopes
Maria Conceição Glória Serafim
Fonseca Gracinda Gonçalves
Maria Isabel Ferreira Julieta Silva
Liliana Fernandes
Aguadeiros Manuela Farinha
Ana Luísa Silva Maria Clementina Eira
Andreia Tomás Maria Eduarda
Bruno Silva Augusto
Carlos Colaço Maria Fernanda
Jorge Bento Oliveira
Maria Inês Brito Maria Luísa Branco
Maria Manuela Borges
Porta-Estandarte Maria Manuela
Maria José Aleixo Loureiro
Maria Xavier
Ensaiador Estevinha
Paulo Jesus Octávia Amoedo Costa
Paula Catarina
Figurinista Gonçalves
Nuno Lopes Susana Fonseca
Vera Lúcia Oliveira
Cenógrafo Zaida Costa
Nuno Lopes
Marchantes/Homens
Cavalinho Instrumentos Álvaro Costa
Clarinete Artur Rodrigues
Hernâni Nabeiro Augusto Paulos
Sax Alto Carlos Esteves
Filipe Frade Carlos Pinto
Trompete Cezar Freire
Abílio Coelho Fernando Matos
Trompete Francisco Micaelo
Vítor Cravo Francisco Tomás
Trombone Frederico Augusto
Rui Correia Hélder Couto
Bombardino Hermógenes Brito

Santa Casa abraça a vida


Pedro Cordeiro Horácio Vieira
Tuba José Pedro Onofre
Orlando Tavares Júlio Peixoto
Caixa Luís Carvalho
Rui Egas Luís Silva
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem na cidade a Manuel Bito
Madrinha Osmano Rodrigues
missão de abraçar a vida daqueles que a procuram, sempre Maria Botelho Moniz Paulo Chaves
Paulo Ferreira
na tentativa de os ajudar a ter uma vida com maior qualidade. Padrinho Paulo Silva
Esta será a quarta participação nas Marchas Populares. Ricardo Carriço Pedro Carvalho
Vítor Santos
Marchantes Suplentes:
Paula Rocha
Aurélio Fernandes
Teresa Barreto
Rui Sirgado

FESTAS DE LISBOA 2022


18 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Venha de lá Santa Casa Marcha


um abracinho Abraça a Vida da Santa Casa
Letra: Ricardo Dias Letra: Ricardo Dias Letra: Mário Rainho
Música: Carlos Dionísio Música: Carlos Dionísio Música: Carlos Dionísio


Sei o caminho de cor REFRÃO A marcha da Santa Casa
Que vai dar ao teu abraço Quis mostrar que é popular
Sigo-te por onde ele for Somos Santa Casa Ensaiou um golpe de asa
Sem nunca perder o passo Abraça a vida, sim Ensaiou um golpe de asa
Temos calor sem brasa Veio à avenida marchar
No amor não há cansaço Inverno com jardim
Corra o vento a seu sabor Sem disfarçar a idade
Em tudo o que sei e faço Rainha Leonor Pois tem quinhentos e tal
Só encontro o teu amor é nossa padroeira Vem p’ra dizer à cidade
Por ela temos amor Que é a casa, na verdade,
REFRÃO P’ra dar a quem queira Mais linda de Portugal

Venha de lá um abracinho Vem ó meu amigo REFRÃO


Mas bem apertadinho Não importa a razão
Não me digas não Temos sempre abrigo A Santa Casa
No nosso coração Que por boas causas sempre
E depois mais um beijinho Em tudo que ela entre
Eu sou bom rapazinho Nesta Casa que dá tanto É sempre por causas boas
Com grande coração A todos a que se abraça À Santa Casa
Vejam bem o nosso manto Deu-lhe Dona Leonor
Venha de lá um abracinho Dando amor a quem cá passa Um estatuto benfeitor
Sentir o teu carinho Só para ajudar as pessoas
Mas sem despedida Do passado se levanta A Santa Casa
A misericórdia antiga Para poder dar ajuda
E ficamos bem pertinho Que nos deu bênção de Santa Tem o placard a taluda
Aqui neste cantinho P’ra ser casa e ser amiga Euromilhões, raspadinha
Amigos para a vida Euromilhões, raspadinha
REFRÃO (2X) A Santa Casa
Só minha sem condição A nossa casa mais santa
Mas se não for teu desejo Sempre que nos é pedida Que é p’ra tanta gente tanta
Dou-te o meu coração Alegria num sorriso A sua alegre casinha
Já o troco por um beijo Abraçamos cada vida
O tempo que for preciso Querem-se os santos juntinhos
É certo que se os vejo Para afastar o demónio
Teus lábios pintados são Por ajuda ou caridade Assim vêm os santinhos
A razão por que os invejo O abraço não se atrasa De braço dado e certinhos
E de ter esta paixão Aquece toda a cidade Santa Casa e Santo António
Com amor da nossa Casa
Só esperamos que Lisboa
REFRÃO Fique alegre de assim ver
Todos a cantar à toa
Vem ou meu amigo Marchando até que o pé doa
Não importa a razão E até a voz nos doer
Temos sempre abrigo
No nosso coração

FESTAS DE LISBOA 2022


19 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DA AJUDA
Responsável Marchantes/Mulheres
Adolfo Barão Adriana Fernandes
Alexandra Henriques
Comissão Organizadora Ana Pinto
Adolfo Barão Ana Silva
Beto Valles Anabela Duarte
Paula Cordeiro Bárbara Coelho
Paula Reis Diana Salgado
Ricardo Magalhães Elisabete Assunção
Soraia Barão Iara Mota
Telma Barão Iara Soares
Vasco Catarino Inês Craveiro
Jéssica Nunes
Aguadeiros Joana Gomes
Adolfo Barão Margarida Almeida
Bruno Gonçalves Margarida Pires
Fernando Ramos Margarida Santos
Maria Adelina Costa Mónica Costa
Maria Ester Sousa Mónica Craveiro
Núria Gomes
Porta-Estandarte Paula Bandeira
Paula Reis Renata Ribeiro
Tânia Pinheiro
Ensaiadores Vanda Marques
Beto Valles Zélia Pinho
Ricardo Magalhães
Marchantes/Homens
Figurinista Bruno Tiplea
Vasco Catarino Diogo Craveiro
Eduardo Ferreira

Cá vai a Ajuda d’antigamente Cenógrafo


Vasco Catarino
Eduardo Virtudes
Fábio Castro
Francisco Apolinário
Cavalinho Instrumentos Frederico Mendes
Clarinete João Pereira
A Marcha da Ajuda tem como ponto de partida os 100 anos do Paulo Freire Leandro Morais
Sax Alto Luís Marques
nascimento de Amália Rodrigues. É a partir daqui que se parte Paulo Horta Marcos Rodrigues
Paulo Dias
numa viagem a tempos idos e tradicionais que marcaram a Trompete
Rui Veiga Paulo Ferreira
história do bairro, da cidade de Lisboa e das Marchas Populares. Trompete Paulo Gonçalves
Hélder Lopes Pedro Rufino
A Ajuda de antigamente lembra vivências passadas, pessoas e Trombone Rafael Ferreira
Hélder Sabino Ricardo Mendes
atividades que existiam no bairro, em especial merceeiros e suas Bombardino Rodrigo Mendes
mercearias, com uma vasta variedade de artigos para fornecer António Marques Rúben Serreira
Tuba Rui Leal
aos clientes. Muitos destes espaços funcionavam também como Nuno Rodrigues Samuel Almeida
Tiago Alves
drogarias, tabernas e barbearias. São também recordados os Caixa
Fábio Veiga Tiago Pereira
vendedores ambulantes e as varinas, que andavam de rua em Tiago Vasconcelos
Madrinha
rua, cestos e canastras à cabeça, apregoando os seus produtos: Paula Sá
fruta, flores, figo seco, peixe fresco, animais, ovos… Padrinho
A Marcha da Ajuda vai alegre e catita, mostrando-se com Gonçalo Salgueiro

vaidade, orgulhosa do seu bairro. Par de Mascotes


Benedita Mendes
Enzo Santos

Par de Marchantes Suplente


Fátima Santos
João Jesus

FESTAS DE LISBOA 2022


20 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Saudades Ajuda é ainda Marcha do Galo


do passado uma criança da Ajuda
Letra: Beto Valles Letra: Beto Valles Letra: Silva Nunes
Música: Beto Valles Música: Beto Valles Música: Jorge Ávila
Arranjo musical: Rui Terrinha Arranjo musical: Rui Terrinha Arranjo musical: Ribeiro da Silva


Ajuda de vielas e calçadas Quando é madrugada na cidade O meu galo
Do basalto p’las estradas Já o galo acorda na alegria Que é brejeiro
Do povo sempre a cantar Põe chinela no pé, rema contra a maré Dá nas vistas
Ajuda do nosso palácio erguido E a todo o bairro Ajuda diz bom dia Faz conquistas
De muito fado escondido Na ribeira aquece o coração No Cruzeiro
Muita história pra contar Bebendo o cacau ainda bem quente Canta o galo
Ajuda de memória e tradição Cesta à cabeça, e a cidade atravessa Cá na Ajuda
Cantando com emoção P’ró mercado vender toda contente E a galinha
Esta marcha popular Passa na viela ensonada Coitadinha
Aos três santos agradece Acorda a criança que há em si Fica muda
E enaltece uma prece Descendo a calçada, e bem-humorada O meu galo
Que reza junto ao altar Ajuda a todo bairro sorri Que gracinha
Quer um filho
REFRÃO REFRÃO Sem ter milho
P’rá galinha
Somos bairro de alegria Antigamente O meu par lembra o galo
Somos sonho e fantasia Quando Ajuda era feliz P’ra comigo namorar
ncora solta além-mar Na rua brinca o petiz Ainda em brasa
Somos guardas da cidade Ao pão e à apanhada Com a asa a arrastar
Que amamos com vaidade Já nada igual
Pondo Lisboa a marchar O progresso não perdoa REFRÃO
Somos povo e tradição Não mudes assim Lisboa
De alma cheia pois então Minha cidade adorada Saiam da frente
E Santo António a abençoar Que a Ajuda vai a passar
E na rua tudo grita Antigamente Com o galo mais jeitoso
Ajuda toda catita Neste bairro popular Que na marcha é o meu par
Na avenida a desfilar À fogueira vai saltar Dizem que a Ajuda
Na festa toca o harmónio É um regalo
Ajuda tem passado de alegria Traz um balão Só porque a marcha
Sonhando sempre que um dia E aquece o coração Canta de galo
Novos ventos vão soprar É na Ajuda pois então
Ajuda a freguesia menina Qu’é noite de Santo António O meu galo
Que encanta com simpatia Sem prefácio
Quem com ela se cruzar Ajuda é ainda uma menina Sabe a história
Ajuda já foi campos e pomares Que do passado já sente saudade Da Memória
Por amor já formou pares Pintada em aguarela Ao palácio
Que vão na marcha a cantar É roupa na janela E na torre
Ajuda de uma ode de Homero Vivendo em intensa liberdade Olha o rio
De um sentimento sincero E quando uma saudade se atravessa Com aprumo
Na avenida a vibrar Ajuda vai deitar-se com o rio Tejo Dando rumo
E ajeita com carinho, aquele lençol de linho Ao navio
E antes de dormir prega-lhe um beijo O meu galo
No mercado ainda apregoa De casaca
A fruta fresca vinda do pomar Não tem medo
Passa antiga praça, e a saudade mata Do bruxedo
Ajuda põe todo o bairro a cantar De uma faca
Venham ver
Porque o galo
Vai na marcha popular

FESTAS DE LISBOA 2022


21 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DE ALCÂNTARA
Responsável Marchantes/Mulheres
Francisco Ferreira Ana Brito
Ana Moita
Comissão Organizadora Ana Raquel Nogueira
Ana Barata Ana Vidal
David Ferreira Andreia Cardoso
Francisco Ferreira Andreia Silva
Joana Vicente Carolina Videira
Jorge Ramos Cátia Ferreira
Maria de Fátima Daniela Garabito
Martins Débora Miranda
Maria de Lurdes Íris Reis
Ferreira Joana Nogueira
Mário Ferreira Joana Vicente
Renato Godinho Joana Ramos
Judite Matias
Aguadeiros Liliana Patinha
Carlos Martins Luana Mendes
Eugénia Nogueira Mara Brito
Francisco Ferreira Maria de Fátima
Hugo Ramos Martins
Lurdes Reis Mariana Ferreira
Mariana Monteiro
Porta-Estandarte Marta Ramos
Marcos Nunes Soraia Martins
Vânia Pires
Ensaiador
Mário Ferreira Marchantes/Homens
André Nunes
Figurinista André Teixeira

Com açúcar e muito afeto! Renato Godinho Carlos Costa


Carlos Pereira

Alcântara é o teu doce predileto Cenógrafo


Mário Ferreira
Daniel Matias
David Ferreira
Flávio Mendes
Cavalinho Instrumentos Flávio Simões
Clarinete Hugo Mendes
Na industrialização de Lisboa, Alcântara tem lugar de Hugo Zenha Igor Pinto
José Oliveira
destaque: ali existiam várias fábricas, entre as quais Alcântara Sax-Alto
Bruno Peixoto Leandro Garabito
– Refinaria Açúcar, que fornecia todo o país com essa doce Trompete Manuel Emídio
Rui Gil Mário Joel Ferreira
especiaria. Considerado um produto de ostentação e luxo Trompete Miguel Sousa
Óscar Oliveira Nuno Matias
até ao século XVII, por ser extremamente raro, o açúcar era Trombone Paulo Antunes
também conhecido como “ouro branco”. Tiago Duarte Paulo Moreira
Bombardino Pedro Miguel Santos
É esta especiaria que a Marcha de Alcântara apresenta este Pedro Frazão Pedro Rafael Santos
Rafael Martins
ano, transportando para os seus figurinos e arcos todas as Tuba
Rui Correia Rafael Santos
formas de bolos, rebuçados, chocolates, gelados e chupas, Caixa Tiago Graça
Ângelo Matos Tiago Madureira
cozinhados na calda de um imaginário açucarado: o marchante
representa o mágico doce, senhor alegórico que com a sua Madrinha
Ana Sofia Cardoso
imagem nos transporta para as emoções do que é ser doce;
Padrinho
a marchante é a menina alegoria, doce princesa e feiticeira Pedro Granger
que com a sua força de menina doce nos transporta para a Par de Mascotes
sua pureza e tentação. Alana Pinto
Tomás Simões
Só de pensar na alegria sentida ao comer um doce com as
cores e as formas dos arcos e figurinos, ganha-se logo mais Par de Marchantes Suplente
Catarina Nascimento
energia (mesmo sabendo que, quando consumido em excesso, Jorge Ramos

o açúcar pode ser prejudicial à saúde). É como diz o ditado:


“Os olhos também comem”! Portanto, vamos lá saborear
esta marcha açucarada.

FESTAS DE LISBOA 2022


22 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Alcântara em És o meu doce Alcântara


cada gota de suor Letra: Rui Rocha
Música: Carlos Dionísio
vem cantar
Letra: Rui Rocha Letra: Silva Nunes
Arranjo musical: Carlos Dionísio
Música: Carlos Dionísio Música: Jorge d’Ávila
Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: Carlos Dionísio
REFRÃO

Era uma vez um bairro antigo Doce, és o meu doce Meu par gingão
Que me fez ficar consigo Meu algodão cor do teu rosto assim É refilão judeu
Bem junto do coração rosado Mas no amor é o melhor
Contando suas estórias Doce, dá-me o teu doce Que alcântara tem de seu
Partilhou muitas memórias Nesse teu beijo com sabor a rebuçado
Com amor e emoção Doce, sou o teu doce Alcântara vê
O teu nougat de caramelo e amendoim O Tejo aos pés
Foi muçulmano e reguengo Doce, serei teu doce Que vem ao mar e anda a bailar
Nabia e flamengo Um chupa-chupa bem guloso até ao fim No vai vem das marés
Pedra e cal e de lioz
Foi até da realeza Não quero amargos de boca Cantar e rir,
E disse ter de certeza Nem azeda companhia Não há melhor para mim
Que tem Amália na voz Se a tristeza estiver rouca E notem bem, feliz de quem
Mais eu canto a alegria Sabe viver assim
REFRÃO
Por isso chega-te assim Venham ver
É em Lisboa P’ró meu lado, com ternura Para depois contar
Nossa Lisboa Eu por ti e tu por mim Como cá sou feliz
Que este meu bairro sente e sabe o Nesta marcha da doçura Com o meu par
que há de ser
Não é à-toa Trazes bengala na mão REFRÃO
Jamais à-toa Meu marchante açucarado
Que esta vontade e ambição irá vencer Tens gomas no coração Alcântara vai com a cantiga que
É n’avenida Que uma a uma me tens dado apregoa
Nossa avenida Na melhor marcha
Que a minha marcha mostra o que E tu és o meu bombom Que tem Lisboa
tem de melhor Recheado com cereja Deixem passar sim porque Alcântara
É aguerrida Teu sorriso tem o dom quando passa
Sempre aguerrida De ser de quem o deseja Traz na alma a doce calma
Pois traz Alcântara em cada gota de O valor da nossa raça
suor REFRÃO
Parai, olhai
Nunca falou mal da vida Se eu trincar uma sombrinha Que Alcântara vai cantar
Toda ela assim vivida Desse teu bom chocolate Lindas canções com mil balões
Entre a serra e a beira-rio Posso dar-te uma malguinha Para atirar ao ar
Viu nascer gente de bem Do meu doce de tomate
E soube acolher também Venham cá ver o bairro audaz
Quem bairrista se assumiu Dar-te-ei uma pastilha Que nos seduz e enche de luz
Com aroma de mentol O balão que hoje traz
Gosta muito de folia E biscoito de baunilha Alcântara vem
Quer de noite quer de dia Em forma de girassol Se queres viver e amar
E adora ser marchante Não digas não
Do passado tem vaidade Se te chamar caramelo Que ao coração sabe lhe bem cantar
No presente é da cidade e Não te ofendas meu amor
O futuro mais bastante Para mim és o mais belo Venham ver
E o de melhor sabor A marcha popular
REFRÃO Que traz meu coração
Tu és a minha gelatina A palpitar
Coberta com chantili eles
A farófia mais divina
Que eu alguma vez comi

FESTAS DE LISBOA 2022


23 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DE ALFAMA
Responsável Marchantes/Mulheres
João Ramos Adriana Neves
Ana Beatriz Santos
Comissão Organizadora Ana Carina Rocha
Anabela Branquinho Ana Patrícia Marujo
António Branquinho Ana Rita Paulo
Bruno Baleias Ana Rita Rosendo
Dália Ferreira Andreia Carmo
Diogo Vaz Beatriz Carvalho
Domingos Barroso Bianca Marques
Graça Sequeira Daniela Abade
João Ramos Diana Rodrigues
Mário Rocha Inês Carvalho
Nelson Carvalho Luana Costa
Nelson Palma Margarida Favinha
Nuno Lopes Marina Romualdo
Paulo Alves Marisa Monteiro
Ricardo Dias Marta Teixeira
Sónia Trindade Rute Rocha
Vanda Gonçalves Sandra Leitão
Vanessa Rocha Sandra Silva
Sara Pires
Aguadeiros Soraia Silva
Dário Silva Tatiana Machado
Ivo Quintino Tatiana Silva
Rúben Silva Telma Silva
Sara Beringel
Vanda Gonçalves Marchantes/Homens
Bruno Ferreira
Porta-Estandarte Bruno Marques

Pátio de Alfama: condomínio de afetos Mafalda Caetano


Gonçalves
Bruno Rodrigues
Carlos Fonseca
Cláudio Rodrigues
Ensaiadora Diogo Almeida
Vanessa Rocha Diogo Dias Rocha
Vinha de longe para a cidade a força da labuta. Às poucas casas Diogo Vaz
Figurinista Flávio Fernandes
do século deu-se apelo com os recuperados redutos que passaram a Nuno Lopes Flávio Vieira
pontuar os bairros da fileira do rio onde o trabalho crescia, industrial Francisco Homem
ou estivado, sempre à mercê do Tejo. Nos pátios desfazia-se o dia findado Cenógrafo Iuri Albino
Nuno Lopes João Paulo Santos
pelo esforço das classes que vinham para trabalhar, mas com o apego Luís Gabriel Favinha
de quem veio ficando – para ter Lisboa por sua e um pátio por casa. Cavalinho Instrumentos Marcelo Ferreira
Clarinete Mauro Cruz
Como um bairro dentro de um bairro, nessa figura urbana com vasos João Abrantes Nuno Barroso
entre portas e estendais ou tanques de vizinhança, ainda se percorre Sax Alto Pedro Casanova
António Ferreira Ricardo Furtado
o tempo em busca da memória pitoresca de um recanto sem outra saída. Trompete Rodrigo Ministro
Só a da partilha. Jorge Barroso Rodrigo Porfírio
Rúben Fernandes
Como nas telas de Gameiro, fica-se perante a verdadeira matriz Trompete
Pedro Gentil Sandro Oliveira
desses átrios dados à sorte pela arquitetura medieval do bairro, Trombone Sérgio Carmo
a mesma que se moldou ao espaço sem regra, deixando em costas Lúcio Filipe Vilela Telmo Reis
Bombardino
de prédios e saguões achados as aberturas de céu enfiadas pela luz Gonçalo Marques
que entra num pátio onde se sente alegria e gentes. Tuba
Pedro Filipe Santos
Em desfile de ofícios, foi o pulso do bairro girando-se pelas funções Caixa
feitas à porta e à esquina, ao balcão e na banca; em vasteza de profissões, Luís Rodrigues
era então Alfama bairro de gentes na sua movida a romper pelas manhãs Madrinha
para que o pão se ganhasse como lei. Cada rua vai guardando a parte que Raquel Tavares
lhe cabe no memorial coletivo da existência de outrora, entre compras Padrinho
e arranjos, com os locais onde cada ofício se mostrava agora batidos João Baião
pelo tempo, mas presos, presos sempre à lembrança de Alfama.
Par de Mascotes
Ao fim da lida dá o bairro conta de si, crescendo também, rindo-se. Laura Furtado
E de quantos enredos se fez a história destas ruas em vértice olhadas Gonçalo Romualdo
Costa
ao rio, e de quantos amores? Nesse tempo em que os dias não acabavam
nunca, a arte do ofício sustinha-se em silêncio para jornada nova e
Alfama toda recomeçava a encenação que se quer rente à pele, na sua
intimidade de janelas, ou nessa vida de beijos e dança que era de todos
como a claridade do pátio: essa joia só vista de cima, como tapada pelos
braços de Alfama. O bairro que se fez pátio da nossa Lisboa toda.

FESTAS DE LISBOA 2022


24 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Alfama abençoada Pátio de Alfama Manjerico de Alfama


Letra: João Ramos e Ricardo Dias Letra: João Ramos e Ricardo Dias Letra: João Ramos e Ricardo Dias
Música: Carlos Dionísio e João Ramos Música: Carlos Dionísio e João Ramos Música: Carlos Dionísio e João Ramos
Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: Carlos Dionísio

Ouço dizer quando sais


Aqui está a velha Alfama Chegamos nós Em jeito de mexerico
Seara de gente laçada Estão todos à nossa espera Que a festa nos Arraiais
A quem Lisboa tanto ama Hei nos aqui Vai dar grande namorico
E por Deus abençoada Outra noite de glória Confesso que me embaraça
Hoje, porém, Ver essa graça que é tua
É certo que acontecia Para lembrar uma história Cobiçada por quem passa
Armar-se grande rebuliço Pois há gente sem memória A sorrir p’la minha rua
Mas o que cada um fazia De como Alfama era
Ninguém tinha a ver com isso REFRÃO (2X)
Oiçam-na bem
REFRÃO Para não esquecer tão cedo Da janela
Que saudade Ao bater desta chinela
Aguadeiros e floristas Deste pátio que lá havia Todos olham bem para ela
Sapateiros e fadistas Lembro também És tão linda
De muito mais que havia Gente que tudo fazia Dou-te a mão
Funileiros, lavadeiras Acordada noite e dia E não me digas tu que não
Merceeiros, vendedeiras Não fosse perder enredo Bem juntinha ao coração
Sem esquecer o rufia És tão linda
REFRÃO Vamos dançar
Todos juntos, pois então Hoje sou teu manjerico
Estes e outros serão Olá, olá Vou gritar no bailarico
Profissões são mais de cem Agora é que vão ser elas És tão linda
Tempo esse sem regresso Vem amor, dá-me a tua mão E a sorrir
Que hoje aqui eu confesso Vamos marchar p’las vielas Não temos como resistir
Que Alfama ainda tem P’ra ganhar o nosso pão De todo o bairro ouvir
És tão linda
Chega cedo a devoção E vamos lá És tão linda
Quando o dia tem início Nada custa é só gingar
Levar para casa o pão De sorriso bem rasgado E hoje sou eu quem o diz
Cada qual com seu ofício E vem comigo cantar Não é tarde nem é cedo
Aquele nosso fado Santo António assim o quis
Entre pregões e um frete Vai deixar de ser segredo
Nesta rua faz-se a lida Daqui ninguém sai Se teu passo for certeiro
Que o passado se repete Sem o seu braço dado Eu penso e digo sem drama
P’ra saber ganhar a vida Ah já se vê Que já não fico solteiro
Cada um com seu par Vamos lá, ó minh’Alfama
E se houve alguém
Que demorou encontrar
Não se cansou de esperar
Por um beijo apaixonado

Pois era assim


Neste bairro tão antigo
Que nos ficou
No recado da lembrança
Já não tem fim
O compasso desta dança
Mesmo que a vizinhança
Não te queira mais comigo

De que choras, agora


Não sei meu amor
Mas não vás embora
Fica por favor
Ainda que assim
Se faça bem tarde
Tu cuidas de mim
Santo António nos guarde

FESTAS DE LISBOA 2022


25 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DO ALTO DO PINA
Responsável Marchantes/Mulheres
Marco Campos Aline Campos
Ana Alves
Comissão Organizadora Ana Ribeiro
Bruno Vidal Beatriz Pereira
Cátia Ramalhete Carla Alves
Cheila Campos Catarina Passos
João Ribas Cheila Campos
Márcio Campos Claúdia Patrocínio
Marco Campos Diana Ribeiro
Margarida Rendeiro Filipa Valente
Miguel Campos Iara Campos
Ricardo Pedras Iara Costa
Ivana Costa
Aguadeiros Marta Pinheiro
Abílio Simões Milene Campos
Joana Delgado Neuza Brás
José Marques Nicole Campos
Marco Costa Patrícia Dias
Paulo Pereira Rute Brás
Sara Valente
Porta-Estandarte Susana Dias
Ana Rita Ramos Tatiana Carvalho
Vanessa Fonseca
Ensaiador Vera Silva
Bruno Vidal
Marchantes/Homens
Figurinista André Peixoto
Mónica Lafayette André Pinto
Bernardo Campos

Para sempre Alto do Pina Cenógrafo


Américo Grova
David Campos
Fábio Ferreira
Fábio Silva
Cavalinho Instrumentos Francisco Gomes
Clarinete Gonçalo Correia
Bairrismo, esse forte sentimento de defender o que é nosso. O sítio Hélder Gonçalves Hugo Cunha
Igor Brás
onde vivemos, as gentes que o completam. É o sentimento que mais Sax-Alto
Ricardo Batista Iuri Alves
pode e deve caracterizar a cidade de Lisboa. O Alto do Pina fez desde Trompete Iuri Silva
sempre do bairrismo a sua mais forte tradição e todos os que aqui fazem Margarida Rendeiro João Corte Real
Trompete Luís Brás
morada, ou que simplesmente cá vieram parar, levam o Alto do Pina Luís Moreira Luís Ribeiro
para sempre gravado em si, como uma tatuagem. Trombone Márcio Campos
Ricardo Pedras Marco Campos
Pegando nesta arte tão moderna, a Marcha do Alto do Pina criou uma Bombardino Mauro Santos
metáfora que nos leva ao “Para Sempre”, esse tempo indeterminado João Garcia Miguel Campos
Tuba Pedro Ramos
que pode até parecer pequeno quando se ama. Nos dias de hoje, são Filipe Carvalho Ricardo Carvalho
comuns as tatuagens de nomes e imagens de quem se ama. É recorrente Caixa Ruben Silva
João Duarte Samuel Martins
tatuar homenagens. Vem assim o Alto do Pina trazer o moderno e o Vitor Ferreira
tradicional mais uma vez ao Concurso das Marchas Populares de Lisboa. Madrinha

Nestes novos tempos em que vivemos, pensa o Alto do Pina que o Teresa Guilherme

bairrismo pode ser elevado neste tema a uma escala mais nacional. Padrinho
O sentido de amar e defender o que é nosso: as nossas tradições, Madjer
as nossas origens e levá-las sempre marcadas em nós. Par de Mascotes
Aqui continuar-se-á a ouvir fado, continuar-se-á a ouvir um olé Alexandra Santos
Afonso Jesus
da raça cigana. Aqui continuar-se-á a comer a sardinha assada num
grande arraial. Aqui continuar-se-á a sentir o cheiro a manjerico. Par de Marchantes Suplente
Fábia Ferreira
E porquê? Porque não nos vergamos às mudanças dos tempos. Tiago Bettencourt
Porque nos entrosamos, deixando que a modernidade traga algo
de novo e fresco ao que já existia.
Tal como o fazemos neste espetáculo que são as Marchas Populares
de Lisboa. Trazemos algo moderno, inovador, sem nunca esquecer
a grande essência alfacinha.
Assim será este ano. Mais uma vez o Alto do Pina vem mostrar
a sua raça. Com coreografias, figurinos e cenografia carregados
de simbolismo. Com músicas e letras que contam uma história.
Seremos para sempre Alto do Pina, bairro característico de Lisboa!

FESTAS DE LISBOA 2022


26 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Tal Qual Filigrana Como Bem Vem Quando o Alto


Letra: João Medeiros
Música: Nuno Feist
o Alto do Pina do Pina canta
Letra: João Medeiros Letra: Silva Nunes
Arranjo musical: Nuno Feist
Música: Nuno Feist Música: Jorge Ávila
Arranjo musical: Nuno Feist
A este nosso Alto do Pina
Até parece que é sina Lisboa,
Aparecer quem o ama Notícia de última hora Vem à janela
Vai ser grande o arraial Olha a marcha
Tantos por bem chegaram De fininho e sem demora Vem com ela
E caminhos se cruzaram Contou um vizinho agora
Tal e qual filigrana Que nunca viu nada igual Lisboa
Vem ver num trono
Deixaram-nos de herança E o fado que é coisa boa O Santinho
Uma tão grande crença Tocará que a festa é fina Que é meu patrono
De que é bom aqui viver Traça o teu xaile Lisboa O bairro
A viola o Tejo entoa Onde eu moro
E foi por todos nós jurado À guitarra o Alto do Pina Tem lá tudo
Este chão tão sagrado Que eu adoro
Para sempre defender REFRÃO
Lisboa,
REFRÃO Escuta bem Cantando de novo
Olha bem Traz o Alto do Pina
Toda a gente te almeja Como bem Na boca do povo
E a tua fama deseja Vem o Alto do Pina
Não há quem não te veja E ninguém sobressai REFRÃO
No alto, Alto do Pina Quando esta gente sai
E toda a festa anima O Alto do Pina
Serás de ouro enfeitado Faz um vistão
E por seres tão amado Escuta só De cravo ao peito
Será o teu nome cantado Olha só E arraiais no coração
Bem alto, Alto do Pina Como só O Alto do Pina
Ele dá nas vistas Por brincadeira
Até o sol a luz te entrega Tem os mais charmosos Diz que ao passar
Confia em ti e sossega Foliões garbosos Põe a cantar
Como o teu brilho chega Rebeldes bairristas Lisboa inteira
Tão alto, Alto do Pina
Escuta lá Lisboa
Para alguns uma desdita Olha lá Quem foi que disse
Mas verdade seja dita Como lá Que ir na marcha
Toda a Lisboa acredita A festa é da boa É tolice?
No alto, bem alto E constam mexericos
Tão alto, o Alto do Pina Arranja namoricos A marcha
Para toda a Lisboa Tem tudo aos molhos
Neste bairro tão afamado E fogueiras
Ciganos, pregões e fado Escutem bem Nos teus lindos olhos
Estão na sua tradição Olhem bem
Como bem Cantiga
Ser bairrista não finda O Alto do Pina está Que o povo canta
Pois todos aqui ainda Deixem-nos lá passar Põe a alma
Dão uso a tal condão Nada nos faz parar Na garganta
Como nós não há
Acham até vejam lá bem Lisboa
Falso o brado que tem Todos bem aperaltados Gaiata e ladina
De ser forte e guerreiro Dizem não à avareza Não há melhor marcha
Dão uso a outros pecados Que do Alto do Pina
Mas fiquem todos a saber Para passarem bons bocados
Que venha lá quem vier Não há espaço para tristeza
O Alto do Pina é o primeiro
Segue animado o salsifré
Deem lá descanso à lua
Que o sol quer vir dar ao pé
E digam lá se é ou não é
Nossa e só nossa esta rua

FESTAS DE LISBOA 2022


27 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DO BAIRRO ALTO
Responsável Marchantes/Mulheres
Vítor Silva Ana Alves
Ana Gomes
Comissão Organizadora Ana Pereira
Rosa Silva Anita Pereira
Rui António Bruna Sousa
Vítor Silva Carolina Teixeira
Catarina Melo
Aguadeiros Cátia Oliveira
Aurora Viegas Cláudia Baltazar
Cristina Silva Daniela António
Diogo Silva Hélia Silva
Maria Teresa Aires Inês Sabino
Rui António Joana Reis
Mara Pires
Porta-Estandarte Maria Pacheco
Cátia Simões Mariana Almeida
Matilde Alberto
Ensaiadores Matilde Dominguez
Carla Fonseca Mónica Pereira
Dino Carvalho Rafaela Silva
Rute Moreira
Figurinista Sandra Domingos
Paulo Miranda Sandra Figueiredo
Susana Correia
Cenógrafo
José Condeça Marchantes/Homens
António Sabino
Cavalinho Instrumentos António Silva
Clarinete Bruno Monteiro

Arquitetura da água Nuno Varão


Sax-Alto
Carlos Fernandes
Dário Tomás
Valdemar Gomes Diogo Polidoro
Trompete Diogo Pontes
Rafael Santos Fernando Cipriano
Olhando o contexto atual e assumindo a urgente sensibilização Trompete Francisco Cardoso
Ricardo Reis Francisco Martins
de todos, a dependência deste elemento e a necessidade de o poupar, Trombone Henrique Antunes
a Marcha do Bairro Alto traz este ano a “Arquitetura da Água” como Francisco Sales Hugo Anastácio
tema. Bombardino Ismael Pereira
Cristiano Fidalgo João Martins
Tuba Martim Maria
Afinal de onde vem a água? João Chaveiro Mauro Guerra
Caixa Pedro Lourenço
Que percurso assume na sua passagem? Fábio Silva Rafael Correia
Para onde vai? Ricardo Cunha
Madrinha Rodolfo Quintela
Sónia Brazão Rodrigo Pereira
Estas três questões encerram aquilo que em tenra idade se aprende Sandro Canossa
Padrinho Telmo André
como “ciclo da água”. Olhando para Lisboa, onde os verdes são ainda Flávio Gil Tiago Aires
o tom predominante em quase todas as suas colinas, sabe-se que é
a água a responsável por esta paleta de verdes/vida. Entre as colinas Par de Mascotes
Maria Beatriz Pinto
e o Tejo, vive esta Lisboa que urge preservar, tal como a própria água Enzo Rocha
que a alimenta.
Par de Marchantes Suplente
Nadja Lennox
E daí o mote para a Marcha do Bairro Alto: Tito Mushang

“Hoje o bairro acordou fresquinho. Choveu durante a noite.


A água que caiu no meu canteiro, pinga agora pacientemente sobre o
empedrado da rua, contornando pedras e degraus, travessas e escadinhas,
para se juntar a todos os outros pingos, que hoje beijaram Lisboa.
Segue num turbilhão vivo e brilhante levando a vida até ao Tejo
e do Tejo até ao mar.
Vai longe, muito longe, vai salgar as areias e viver a ode da criação
rebentando em ondas de energia. Acalmando em águas baixas,
deixando que o sol pinte os corais de mil cores, para depois regressar
num vento novo, doce e fresca, brilhante e bela, abandonando o mar alto.
Quem sabe! Voltando a reencontrar o meu canteiro florido, que mora
na Travessa dos Inglesinhos, ali bem no Bairro Alto.”

FESTAS DE LISBOA 2022


28 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Porque te amo, Oh água boa Fidalgo e Fanfarrão


Bairro Alto Letra: Flávio Gil
Música: Carlos Dionísio
Letra: Elvira de Freitas
Música: Silva Tavares
Letra: Flávio Gil Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: José Martins
Música: Carlos Dionísio
Arranjo musical: Carlos Dionísio
Vou à janela O Bairro Alto
Do meu quarto assoalhado Fidalgo e fanfarrão
Procurei tantas maneiras Água-furtada Já se vê todo em sobressalto
Mesmo em línguas estrangeiras A espreitar sobre um telhado Perdeu o seu modo de provocação
Que em ti se fazem ouvir Onde a chuva E já acata sem zaragata
Para dizer nesta canção Esta noite adormeceu Quantos lá vão
Com verdadeira emoção Trazendo a água
O que me fazes sentir Que o mar lhe ofereceu REFRÃO

Tudo em ti me faz querer Vou à janela Canta o Bairro Alto canta
Gritar bem alto ao dizer Deste meu quarto altaneiro Canta e encanta
Com o peito em sobressalto Vejo que a chuva Com o seu balão
Que por ti eu faço tudo Já regou o meu canteiro
Mas esta paixão não mudo Cheio de flores Prova o Bairro Alto prova
Porque tu és Bairro Alto A florir ao desafio Que não há trova
Piscando o olho Sem coração
REFRÃO (2X) À água que vem do rio
Brilha o Bairro Alto brilha
Bairro Alto és coração REFRÃO (2X) E maravilha
E canção De lés a lés
A pulsar nesta cidade Ping ping ping ping
De saudade Caiu do céu água boa Passa o Bairro Alto passa
Vives com mais emoção Ping ping ping ping Cheio de raça
E paixão Sobre as ruas de Lisboa Mostrando quem és
Porque amas de verdade Ping ping ping ping
Liberdade Vai para o Tejo brincar Ao Bairro Alto
E a marcha que agora passa Lá vai ela a salpicar Agora todos vão
E abraça Pela calçada a escorregar Ouvir o fado
Quem te quer e nunca falha Como é bom amanhecer Quase de assalto
Se espalha Ver Lisboa assim molhada
Este amor a que não falto E sempre se ouve dizer Foi-se o passado
E hoje ainda mais exalto É Lisboa abençoada Mas a tradição
Porque te amo, Bairro Alto Mantém-se viva
Vou à janela sempre festiva
Eu nem sei como expressar Do meu quarto lá no alto Sem frouxidão
Este amor a palpitar P’ra ver a gente
A cada instante no peito Que vive no Bairro Alto REFRÃO (2X)
É um amor que não tem cura No miradouro
Podem chamar-lhe loucura De São Pedro a apreciar
Mas não lhe encontro defeito A melodia
Dum chafariz a cantar
Gosto de ti como és
E tens-me sempre aos teus pés Vou à janela
Se me chamas, vou num salto Do meu quarto e sem pecado
É amor, tenho a certeza Recordo sempre
Pois não vejo mais beleza O fadista apaixonado
Do que em ti, meu Bairro Alto Cantar dolente
Um amor que não esqueceu
REFRÃO (2X) E o atormenta
P’la água que não bebeu

REFRÃO (2X)

FESTAS DE LISBOA 2022


29 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DO BAIRRO DA BOAVISTA
Responsável Marchantes/Mulheres
Anabela Marques Alexandra Santos
Rebelo Ana Carina Monteiro
Ana Sofia Moreira
Comissão Organizadora Bianca Farinha
Aldina Correia Carina Marques
Antonieta Cortez Carla Alexandra Cruz
Carolina Peixeiro Carla Ferreira da Cruz
Claudia Gil Carolina Ramos
Fernanda Maria Cátia Dias
Ferreira Cátia Fernandes
Joaquim Pinto Cláudia Gaspar
Jorge Alves Cristiana Pascoal
Jorge Azevedo Dora Cerqueira
Jorge Proença Helena Santos
Luís Filipe Vaz Inês Albuquerque
Mário Rui Jéssica Ferreira
Ricardo Gouveia Juliana Viegas
Rui Cardoso Márcia Silva
Maria Helena Almeida
Aguadeiros Mónica Ferreira
Alexandre Guerreiro Patrícia Lopes
Paulo Pereira Paula Machaqueiro
Rui Cardoso Rute Barroso
Sandra Garcia Sónia Carvalho
Vítor Borges
Marchantes/Homens
Porta-Estandarte Dário Batalha
Carla Rothes Ladeira Diogo Graça
Emanuel Pinto

Lisboa na faina do mar Ensaiador


Rafael Rodrigues
Fábio Barroso
Flávio Brito
Gonçalo Miranda
Figurinista Hugo Rianço
Paulo Miranda João Pedro Ferreira
Situada junto à foz do rio Tejo, Lisboa tem na sua génese João Pedro Silva
Cenógrafo Júlio Lourenço
uma estreita relação com o mar e com a faina da pesca, sendo Origami Leandro Reis
Leandro Silva
uma atividade imemorial, ofício de parte da população menos Cavalinho Instrumentos Luís Simão
abastada. Clarinete Paulo Jorge Sousa
Guilherme Silva Paulo Miguel Santos
Homens que se fazem ao mar, enquanto as mães, filhas, Sax-Alto Pedro Cruz
João Carvalho Ricardo Almeida
irmãs e mulheres esperam e desesperam para recebê-los de Trompete Ricardo Bernardo
volta à terra, sem nunca perder a fé, trazendo nas traineiras Pedro Santana Rúben Fernandes
Trompete Rúben Graça
o ganha-pão que elas vendem pelas ruas da cidade, ecoando Óscar Carmo Rúben Ramos
Rui Simão
pregões populares que nos ficam na memória. Trombone
José Gato Tiago Augusto
Foram estes homens e mulheres que Amália tão bem retratou Bombardino Vítor Barroso
Diogo Costa
em alguns dos seus fados. E é a eles que o Bairro da Boavista Tuba
Filipe Santos
presta a sua homenagem, trazendo “Lisboa na faina do mar”. Caixa
Tiago Loureiro

Madrinha
Rita Blanco

Padrinho
José Raposo

Par de Mascotes
Afonso Gonçalves
Maria Leonor
Guerreiro

Par de Marchantes Suplente


Joana Pereira
Miguel Ângelo
Coelho

FESTAS DE LISBOA 2022


30 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Boavista mostra lá Já fui ao mar Bairro da Boavista


mais uma vez Letra: Flávio Gil
Música: Carlos Dionísio
Letra: Eloy Freitas
Música: Rui Terrinha
Letra: Flávio Gil Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: Rui Terrinha
Música: Carlos Dionísio
Arranjo musical: Carlos Dionísio
Lancei as redes ao mar Estamos em festa
Ao mar, ao mar Vamos em frente
A Marcha da Boavista Sem temer a neblina Hoje há balões
Toda conquista Na esperança de trazer P’ra toda a gente
Quando ao passar Do mar, do mar
Mostra que tem mais beleza Redes cheias de sardinha E na folia
E com certeza Eu sou bairrista
Sabe marchar Sardinha linda a brilhar Haja alegria
A Marcha da Boavista Prateada e a saltar Até vir o dia
É mais bairrista ‘Inda vivinha da costa
Mais popular Para depois se pôr a assar Cá na Boavista
Pois leva no coração E sobre o pão a pingar No Bairro da Boavista
Toda a emoção Como a gente quer e gosta Ninguém desista
Sabe marchar De vir bailar
REFRÃO
REFRÃO A cantar de noite e dia
Já fui ao mar Com alegria
Boavista Já vim do mar Vamos marchar
Mostra lá mais uma vez Mas foi em terra Enquanto os foguetes estrondam
Com orgulho português Que me vim apaixonar
Com cagança e vaidade Pela mulher Ninguém se esconda
Que bem sabes Que sem querer Ninguém desista
Desfilar pela Avenida Na sua rede Toda a gente bate o pé
Nesta noite que dá vida Me conseguiu apanhar Assim é que é
A toda a nossa cidade Cá na Boavista
Sempre que me faço ao mar
Boavista Ao mar, ao mar O nosso bairro
Mostra tudo o que tu sabes Antecipando a maré É um encanto
Se no meu peito não cabes Se perder o solunar Quem quiser vê-lo
Quando te vejo a passar No mar, no mar Vai ao Monsanto
Sei que nunca perco a fé
Boavista Sua beleza
Hoje só quero dizer Espero toda a madrugada É em verdejante
Que alegria por te ver Quero a traina bem pesada Entre os pinheiros
E que bem sabes marchar Se o vento me der razão Somos os primeiros
Parto p’rá lota a seguir A ir ao Mirante
A marcha que nos encanta E ela há de ver-me sorrir
Quando ela canta Trazer do mar o meu pão
Faz-nos cantar
P’ra dizermos a quem passa
Que ela tem graça
Sabe marchar
À Marcha da Boavista
Ninguém resista
Se sabe amar
Porque é a marcha mais bela
Ninguém como ela
Sabe marchar

REFRÃO

FESTAS DE LISBOA 2022


31 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DA BAIXA
Responsável Marchantes/Mulheres
Isabel Mateus Ana Catarina
Canelas
Comissão Organizadora Anabela Gonçalves
Armando Manuel Andreia Vieira
d’Oliveira Carmem Dolores
Bruno Frazão Vieira
Cláudio Teixeira Carmen Jones
Isabel Mateus Carolina Rodrigues
João Roque Catarina Arroz
Josefina Santos Cristina Oliveira
Leonor Silva Cristina Soares da
Maria Margarida Silva
Freitas Elisabete Romão
Paula Sofia Figueiredo Ema Gonçalves
Vitor Costa Érica Martins
Érica Silva
Aguadeiros Filipa Madeira
Ana Sofia Lopes Inês Freitas
Carlos Canelas Joana Jesus
Esmeralda Caneiro Joana Jones
Mariana Amaro Joana Costa
Rui Pedro Silva Maria Leonor
Gregório
Porta-Estandarte Mariana Adão
Maria da Assunção Olga Xufre
Pinto Sara Coelho
Vânia Almeida
Ensaiador Vânia Arroz
Bruno Frazão

Baixa virada para o mundo Figurinista


Marchantes/Homens
Alexandre Jones
Setra Confeções Amadeu Teixeira
António Luís
Cenógrafo Avelino Lopes
Lisboa é hoje uma cidade moderna, vanguardista, em que Setra Confeções Fernando Batista
Gabriel Matos
o sol e a lua namoram no Tejo e iluminam a pólis renovada. Cavalinho Instrumentos Henrique Figueiredo
Hugo Rocha
Cidade que acolhe bem quem a visita e também quem por cá vive. Clarinete
Rafael Neves João Pedro Pinto
É na baixa moderna que culturas se encontram, onde os Sax Alto João Pedro Vieira
Carla Santos Júlio Correa
turistas se embevecem com a movida contemporânea e também Trompete Luís Miguel Madeira
Luís Nogueira Nelson Prates
popular. A Baixa Pombalina, outrora Bairro Velho e agora Bairro Trompete Nuno Jones
Novo, continua a fazer parte do pitoresco imaginário da Lisboa Marco Resende Nuno Rocha
Trombone Paulo Alexandre
da tradição e hoje da inovação e da modernidade. Vasco Silva Santos
Paulo Jorge Rosa
Fantasiando esta realidade ao conceito das Marchas Bombardino
David Santos Pedro Miguel
Populares, caracterizamos personagens de turistas e choferes Tuba Machado
Hélio Silva Ricardo Monho
de praça, assistentes de bordo e pilotos de aviação, num Caixa Rúben Fernandes
Sérgio Nogueira Rui Guerreiro
quotidiano que ia do Rossio ao Hidra Aeroporto. Quadros da Tiago Madeira
Lisboa da primeira metade do século passado que se cruzam Madrinha Vasco Santos
Zulmira Ferreira Vitor Matos
com a atualidade.
É esta a harmonia trazida pela Marcha da Baixa, entre Padrinho
José Lopes
tradição e inovação no conceito figurado das Marchas Populares
Par de Mascotes
de Lisboa, nas festas ao Santo António que contam histórias Flávia Braga
Vicente Teixeira
da evolução da cidade!

FESTAS DE LISBOA 2022


32 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Fui à Baixa passear O taxista e o turista A Baixa é o sol


Letra: Flávio Gil
Música: Nuno João Paulo Soares
Letra: Flávio Gil
Música: Mário Rui Teixeira
de Lisboa
Letra: José Vala Roberto
Arranjo musical: Mário Rui Teixeira Arranjo musical: Mário Rui Teixeira
Música: José Vala Roberto
Arranjo musical: Carlos Alberto Moniz
Fui bem cedo a Santa Justa Keep together and come on
Só p’ra lhe roubar um beijo Vamos lá, ninos e ninas
E o Arco da Rua Augusta Wilkommen in Lissabon A Baixa conta uma história
Há bacalhau e sardinhas De Douradores e Fanqueiros
Abraçou-me junto ao Tejo
Contou-me que é coisa boa E traz para a rua a glória
No Rossio há bifaninhas De um povo de marinheiros
Ver Lisboa ali deitada Saborosas e sem osso
E julguei ver o Pessoa Depois vamos às ginjinhas
Debaixo daquela arcada Cais das Colunas do Tejo
E sai de lá tudo grosso
Lança os braços num abraço
E Lisboa abre o cortejo
REFRÃO (2X) Provem o vinho do Porto
Com o bom queijo da serra Dama do Terreiro do Paço
Fui à Baixa passear E se a coisa der p’ró torto
E ergui os braços no ar Mando-vos p’rá vossa terra REFRÃO (2X)
Com enlevo sem igual
Bati o pé e à tardinha Nous allons tous très bien A Baixa é o sol de Lisboa
Fui beber uma ginjinha Cette nuit vamos à Baixa Cidade que conta uma história
Os franceses do cancan Teatro do tempo que voa
Ali junto ao Nacional
Vão ver é como se marcha Paisagem da nossa memória
Vi que à esquerda ou à direita
A Baixa toda se enfeita Mal acaba de chegar
De beleza e tradição A Baixa é a luz da cidade
O turista entusiasmado É a tradição que perdura
Fui à Baixa passear Pede um táxi para o levar
E sem nunca imaginar É Avenida da Liberdade
A ouvir o velho fado
Deixei lá o meu coração É vida, é cor e aventura
O taxista competente
Subi a Rua do Ouro Mostra tudo o que conhece Lua de Prata na rua
Como um barco sobe o rio E o turista diz contente Rua do Ouro e de sol
E encontrei esse tesouro Yes, yes, yes, yes A Baixa adormece nua
Que é a Praça do Rossio E faz do Tejo o seu lençol
REFRÃO (2X)
Vi a sua companheira
P’la Betesga a espreitar É sobre Augusta rua
E do táxi Que o arco se abre ao rio
Essa Praça da Figueira Pode olhar
Que nos faz querer cantar E com a arte assim na rua
Ver a Baixa do passado (táxi, táxi) A Baixa beija o Rossio
Com a rádio a passar
REFRÃO (2X) A Amália a cantar o fado (táxi, táxi)
REFRÃO (2X)
Junto ao rio está feliz
Deus queira que isso não mude (táxi, táxi)
Um turista sempre diz
Yes I like it, very good

Qualquer turista se encanta


Quando alguém o fado entoa
E no refrão também canta
Cheira bem, cheira a Lisboa

E o taxista que o levar


A conhecer a cidade
Também lhe há de ensinar
O que quer dizer saudade

REFRÃO (2X)

Ó camone, escute lá
O que nós ouvimos cá
Não é coisa do passado
E é tão belo o nosso fado

I’m sorry, não pode ser


Desculpe o que vou dizer
Espero que isto não o choque
Muito mais belo é o rock

REFRÃO (2X)

FESTAS DE LISBOA 2022


33 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DA BELA FLOR – CAMPOLIDE
Responsáveis Marchantes/Mulheres
Associação Viver Alexandra Leitão
Campolide Andreia Nunes
Beatriz Carrancho
Comissão Organizadora Bruna Fernandes
Anabela Arrojado Cátia Mourão
Andreia Ornellas Cristiana Inês
Carla Quaresma Daniela Batista
Catarina Duque Diana Pereira
Catarina Esteves Elisabete Batista
Catarina Vicente Érica Alves
Cristina Nogueira Filipa Diniz
Francisco Alves Helena Pires
João Cadaval Inês Vacas
Joana Fernandes
Aguadeiros Maria José Fernandes
Alexandre Duarte Patrícia Santos
Bruno Alegria Rafaela Vicente
Mauro Oliveira Rita Oliveira
Ricardo Dória Rosa Batista
Vítor Antunes Rute Ferreira
Soraia Vicente
Porta-Estandarte Tânia Leão
Adriana Quadros Tatiana Rodrigues
Yara Santos
Ensaiador
Jorge Carvalho Marchantes/Homens
André Gomes
Figurinista António Tavares
Paulo Julião António Vicente

Bela Flor – Campolide, Cenógrafo


Bernardo Leão
Gonçalves

não há marcha sem ter música Américo Grova Fernando Almeida


Francisco
Cavalinho Instrumentos Francisco Lima
Clarinete João Pataco
Luís Cepeda José Carvalho
Em 2022, motivados pelo falecimento precoce do “caixa” Sax Alto José Matos
Pedro Araújo Júnior Tavares
habitual, Pedro Silva (companheiro de muitos anos e parte Trompete Mava José
fundamental da Marcha da Bela Flor – Campolide), e pela Tiago Alves Nuno Viegas
Trompete Paulo Rodrigues
celebração da vida de Amália e do legado imaterial que deixou, Ricardo Carvalho Pedro Fernandes
Rafael Reis
a Marcha da Bela Flor – Campolide homenageia a componente Trombone
Pedro Silva Ricardo Baião
musical das Marchas Populares de Lisboa. Bombardino Rodrigo Gonçalves
Alexandre Mósca Sérgio Miguel Pires
Através dos figurinos, arcos, elementos cenográficos, Tuba Sérgio Simões
Vítor Manso Tiago Ribeiro
coreografia e marchas inéditas, a Marcha da Bela Flor – Caixa
Campolide procura assim homenagear o que de mais essencial Tânia Mendes

existe numa marcha popular: a música! Madrinha


Liliana Campos
Equilibrando tradição e modernidade, o “toque de caixa”,
será o tema central e o foco de toda a atuação. Padrinho
Luís Borges

Par de Marchantes Suplente


Paula Rodrigues
João Fernandes

FESTAS DE LISBOA 2022


34 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Todas as águas Marcha Campolide


são livres do cavalinho e Bela Flor
Letra: José Luís Gordo e Letra: Nuno Nazareth Fernandes Letra: Mário Rainho
Nuno Nazareth Fernandes Música: Nuno Nazareth Fernandes Música: Carlos Dionísio
Música: Nuno Nazareth Fernandes Arranjo musical: Carlos Alberto Moniz Arranjo musical: Carlos Dionísio
Arranjo musical: Carlos Alberto Moniz

REFRÃO Ai que lindos ai que amor


Todas as águas são livres Ai que lindos a marchar
Por Campolide lá passam Há uma tuba a sublinhar Campolide e a Bela Flor
Sabes bem, porque lá vives O canto do clarinete Parecem querer namorar
Que as águas todas te abraçam Uma tarola a rufar
Entre as malhas do trompete Vão um pouco envergonhados
Na tua água lisboa E o bombardino e o trombone Mas nenhum dos dois é santo
Cristalina da verdade Que servem p’ra completar Se têm rostos corados
Sabendo a Ary e a Pessoa As voltas do saxofone Mais vermelhos que rosados
Mata a sede a liberdade Devem-se aos ares do Monsanto
Marcha, marcha, cavalinho
REFRÃO Solta as notas sincopadas REFRÃO 2X
Cheira a sardinhas e vinho
Amália marcha com a gente Entre quadras bem regadas Larilolela
Pelas ruas de lisboa Temos a avenida em festa A nossa marcha é tão bela
E um cavalinho diferente Janelas engalanadas Marcha o Quim com a Manuela
Torna esta marcha tão boa Raparigas engraçadas A Liberdade e o seu puto
Em noite de manjericos É a tradição que resta
E de arquinhos e balões Larilolela
Andam no ar namoricos Música Pousam os arcos cansados
Batem forte os corações Não há marcha sem ter Que parecem mais pesados
Música Que os arcos do aqueduto
Teu nome que tem seis letras Um cavalinho a saltitar
Lisboa seis letras tem E o amor anda no ar Larilolela
Cavalinhos lisboetas Entre arquinhos e balões Dá o braço a Gabriela
Fazem marchar o meu bem Ao moço que vai com ela
Música Da Serafina é o David
Das colunas do Terreiro Reina uma alegria
Onde chegamos a pé Única Larilolela
Há um santo namoradeiro Há marchantes a bailar Batem palmas, vão ao ar
Para nos casar na Sé Pombinhos a festejar E toca a rodopiar
E a aquecer os corações Bela Flor e Campolide

REFRÃO Ao juntar-se gente boa


Sem ser já p’ra matrimónio
Música Fica contente Lisboa
Não há marcha sem ter E até o Santo António
Música
Lantejoulas, purpurinas Case quem tenha a casar
Há rapazes e garinas Mas esta noite ninguém
E o amor anda no ar Fica a promessa no ar
A Serafina vai gostar
Música E a Liberdade também
São revoadas de encanto
Levas de putos traquinas REFRÃO 2X
Manjericos nas esquinas
Lisboa toda a cantar

REFRÃO

FESTAS DE LISBOA 2022


35 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DE BELÉM
Responsável Marchantes/Mulheres
José Caroço Ana Assunção
Ana Cristina Lima
Comissão Organizadora Ana Machado
Augusto Castro Anabela Costa
Humberto Figueiredo Andreia Pereira
João Bravo Beatriz Figueira
José Caroço Carina Martins
Nuno Trabulo Cátia Correia
Sandra Almeida Cátia Domingues
Cláudia Tavares
Aguadeiros Cristina Calixto
António Filipe Diana Nunes
Carlos Velez Fabiana Gonçalves
José Filipe Irina Cardoso
Luís Filipe Juliana Sequeira
Liliana Monteiro
Porta-Estandarte Liliana Sousa
Sandra Almeida Lucinda Carvalhal
Milene Pineta
Ensaiador Nádia Pereira
João Bravo Patrícia Elias
Patrícia Ferreira
Figurinista Vera Esteves
B&B Designers Yolanda Patermeu

Cenógrafo Marchantes/Homens
B&B Designers António Amândio
Carlos Correia
Cavalinho Instrumentos Cláudio Fernandes

O pica amor de Belém Clarinete


César Melo
David Gomes
Diogo Graça
Sax Alto Fábio Monteiro
Mário Santos Fábio Mota
Trompete Flávio Brito
Característicos da Lisboa contemporânea, mas também da Marco Mateus Igor Semedo
Trompete João Freitas
Lisboa do início do século passado, os elétricos fazem parte Rui Pinheiro Jorge Moreira
José Mota
do quadro da cidade. Com a vinda dos famosos americanos, foi Trombone
Vinícios de Magalhães Luís Martinho
construída a primeira linha entre a Praça da Figueira e Belém. Bombardino Marco Loureiro
Alfredo Leitão Nuno Mendes
Fantasiando o quotidiano dessa época, a Marcha de Belém Tuba Paulo Santos
Bruno Açucena Pedro Lopes
apresenta-se com figurinos masculinos que aludem a revisores, Caixa Ricardo Almeida
e figurinos femininos que retratam as mulheres a dias tão Bruno Teixeira Ricardo Martins
Roberto Silva
características das casas senhoriais. Madrinha Rodrigo Faria
Rita Delgado Rúben Esteves
No estilo popular do ideário das Marchas Populares de Lisboa, Rúben Graça
romanceiam-se estas duas personagens, elas à pendura, Padrinho Rúben Santo
Salvador Delgado
fugindo deles, dos pica-bilhetes do 15, num cenário que acaba
em paixão. Par de Mascotes
Dânia Mota
Com cenografia estilizada em motivos deste imaginário, Tomás Silva

pretende-se assim relembrar a Lisboa do passado recente Par de Marchantes Suplente


Sílvia Passo
que ficou na memória de todos. Marco Pereira

FESTAS DE LISBOA 2022


36 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Um amor em Belém Já lá vem, é Belém O namorico


Letra: Flávio Gil Letra: Flávio Gil Letra: Beto Valles e Sandra Almeida
Música: João Paulo Soares Música: João Paulo Soares Música: Carlos Dionísio
Arranjo musical: Mário Rui Teixeira Arranjo musical: Mário Rui Teixeira Arranjo musical: Carlos Dionísio

Mal acaba de acordar Batam palmas, batam palmas Quando Lisboa


O sol vê de manhãzinha Bem alto p’ra escutar Com o nascer do sol se deita
A jovem Mariazinha Já todos abriram alas Belém fica à espreita
O elétrico apanhar Só p’ra nos deixar passar A ver com quem ela chegou
Enciumado, ele escreve um fado
Vai p’ra casa do patrão Gritem com esta vaidade Com amor cantado
Onde tem mais que fazer Que o bom marchante tem Por quem tanto suspirou
Mas nunca sem antes ver P’rá festa desta cidade
O pica que faz tremer Já lá vem e é Belém Estrelas luzente
No peito, o seu coração Ninguém fica ausente
REFRÃO Estão todos presentes
Ele ao vê-la na pendura A abençoar a união
Logo o seu peito se exalta Já lá vem Belém é noivo e corado fica
E se a coragem não alta Sabe-o toda a gente Lisboa que linda
Diz-lhe assim, todo ternura É Belém Vem de branco, pois então
A marchar contente
REFRÃO Já lá vem REFRÃO
A cantar tão bem
Ai, ai menina sai daí É Belém Tuas colinas, Lisboa
Tenha lá cuidado É Belém, é Belém É a compasso que o andor passa
Ou ainda cai ao chão Tuas colinas, Lisboa
Os arcos deixem bailar Vão do Castelo até à Graça
Ai, ai menina Bem altos, beijando a lua É nos bairros que tu moras
Venha p’raqui É Belém que vai passar Em vielas e calçadas
Pico-lhe o bilhete E esta noite é toda sua
Mas dou-lhe o meu coração Lisboa és a cidade
Ergam os braços no ar Por nós vivida
Ao chegar o fim do dia Com vigor como convém Por nós amada
Lá vai alegre a correr E assim vão anunciar
Porque não pode perder Já lá vem e é Belém Tuas colinas, Lisboa
O elétrico, a Maria São altares de fé erguida
REFRÃO (2X) Tuas colinas, Lisboa
Sabe que vai encontrar São de Belém, na nossa Ermida
Sempre à espera de a rever São belas tuas colinas
O homem que mais a quer São sete como o luar
E um dia se Deus quiser
A vai levar ao altar Lisboa és a cidade
Por nós vivida
E ele ao vê-la na pendura Por nós amada
Logo o seu peito se exalta
Se a coragem não lhe falta O namorico que vai dar em casamento
Diz-lhe assim todo ternura Belém diz-lhe um segredo
Eu sou teu e tu és minha
REFRÃO E tu, Lisboa, coras em rompante
Com o sol brilhante
A fazer inveja à lua
E num virote dança aqui no bailarico
Lisboa, num grito, logo o avisou
Belém ao longe ri-se de mansinho
E o andor que lindo
Na procissão já passou

REFRÃO

FESTAS DE LISBOA 2022


37 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DA BICA
Responsável Marchantes/Mulheres
Pedro Duarte Águeda Polónio
Ana Duarte
Comissão Organizadora Ana Magalhães
Américo Silva Ana Semedo
Daniel Mendes Camila Tinoco
João Bouçadas Catarina Pereira
João Gaspar Diana Angelino
Leandro Pena Diana Lobo
Pedro Duarte Érica Silva
Tiago Silva Inês Silva
Virgílio Barata Irina Faustino
Jéssica Barradas
Aguadeiros Magda Santos
João Bouçadas Margarida Mendes
Josie Brodde Mónica Domingos
Letícia Silva Neuza Canário
Lucas Teixeira Nicolle Magalhães
Sérgio Tavares Patrícia Gonçalves
Raquel Venturas
Porta-Estandarte Sandra Maia
Maria Sousa Sara Ribeiro
Sofia Capela
Ensaiador Tânia Angelino
Américo Silva Tatiana Correia

Figurinista Marchantes/Homens
Dino Alves Alex Barbosa
Alfredo Martinho
Cenógrafo André Ramires

Todas as formas de amor Dino Alves André Ribeiro


António Santos
Cavalinho Instrumentos Bruno Pereira
Clarinete Bruno Santos
Rogério Roque Edgar Borges
Amália, além de grande artista, foi uma cantora livre que Sax Alto Francisco Santos
Bruno Cantinho Frederico Moura
só cantava aquilo que queria. Trompete Gonçalo Cabral
Ângelo Borges Hugo Semedo
Fez parte dos elencos de muitos espetáculos, num lugar onde Trompete Marco Pacheco
se lutava pela liberdade, contra a censura: o Parque Mayer. Vítor Ilhéu Mário Alves
Trombone Nelson Nunes
O Parque celebra 100 anos e, por isso, a Marcha da Bica traz Hélder Rodrigues Nicolau Tavares
Paulo Sousa
o Parque à Avenida. O Parque e Amália. Juntos lutaram contra Bombardino
Rui Pereira Pedro Barbosa
todos os preconceitos, recebendo todas as formas de amar. Tuba Rodrigo Ferreira
Mário Rocha Rodrigo Polinicola
Caixa Tiago Correia
Pedro França Tiago Dinis
Uáldir Gomes
Madrinha Virgílio Barata
Joana Amendoeira

Padrinho
Tiago Torres da Silva

Par de Mascotes
Ísis
Guilherme Alves

Par de Marchantes Suplente


Catarina Tinoco
Leonardo Tavares

FESTAS DE LISBOA 2022


38 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Todas as Formas Quem Quer Namoro Malandro


de Amor Amar Amália Letra: Tiago Torres da Silva
Música: Tozé Brito
Letra: Tiago Torres da Silva Letra: Tiago Torres da Silva Arranjo musical: Luís Moreira da Silva
Música: Miguel Ramos Música: Tozé Brito
Arranjo musical: Válter Rolo Arranjo musical: Luís Moreira da Silva
O amor anda no ar
Desde janeiro a janeiro
Ninguém pense que eu estou errado Quem amar Amália Quem aqui quer ter lugar
Ninguém fuja do seu destino Também há de amar Lisboa Tem de ser namoradeiro
Ninguém julgue o que é pecado Que lhe deu o fado
Ninguém diga que eu desafino E por isso Amália amou-a Mas no tempo da sardinha
Quando a cidade se enfeita
Quem se entrega ao diz que disse Quem amar Amália Ninguém sai sem camisinha
Só faz troça dos meus abraços Ama as Marchas Populares Que há sempre um amor à espreita
E por pura coscuvilhice E sai para a rua
Deixa as almas em mil pedaços P’ra por velas nos altares Não se vai p’ró arraial
Só para beber dois copinhos
REFRÃO REFRÃO Quem poupou p’rá imperial
Quer abraços e beijinhos
Porque a alma não é pequena O coração bate ao compasso da
Não se condena guitarra REFRÃO
Uma paixão Enquanto a voz entrega a alma ao
Todas as formas de amor valem a pena coração Pode só durar um dia
Aquele que as condena Vamos na marcha que já ninguém nos Que alegria
Não tem um coração agarra Pode ser p’rá vida inteira
E Santo António nunca nos larga da Que canseira
O futuro é minha casa mão É malandro e destemido
Um relógio sempre a rodar Depois mais tarde quando formos E por ser tao atrevido
O ponteiro nunca se atrasa para a farra Pode às vezes dar asneira
Vai a tempo de te abraçar Venha a sangria e a sardinha no pão Pode só durar um dia
E qualquer dia vou pedir a São João Pode ser p’rá vida inteira
Sou devoto da liberdade Que o meu arquinho vá atrás do teu
E amante de quase tudo balão No amor não há má fama
Coração que falta à verdade Nem existe preconceito
Mesmo aos gritos ‘stá sempre mudo Quem amar Amália Se dois querem ir pra a cama
Amou o Parque Mayer Que lhes faça bom proveito
Que lhe deu o braço
E ela foi sua mulher Para a Bica tanto faz
Que a gente não é de intrigas
Quem amar Amália Se for rapaz com rapaz
Há de amar a avenida Ou se é entre raparigas
É da liberdade
Que sempre lhe foi tão querida Ninguém sabe o que se fez
Depois de fechar a porta
REFRÃO E se dois querem ser três
Isso a nós não nos importa
Quem amar Amália
Há de amar os arraiais REFRÃO
Onde em cada noite
Nascem tantos portugais Santo António é o padrinho
Destes momentos de encanto
Quem amar Amália Quem não quer ficar sozinho
Há de ter amor à Bica Só tem de pedir ao santo
Que a Bica é o bairro
Onde o amor não se explica... Há amor por todo o lado
Que às vezes termina em briga
E se não tomar cuidado
Há quem fique de barriga

Quando chega o São João


Lá começa a choradeira
Porque uma nova paixão
Já deu cabo da primeira

FESTAS DE LISBOA 2022


39 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DE CAMPO DE OURIQUE
Responsável Marchantes/Mulheres
Carlos Alberto Alexandra Ferreira
Ana Catarina
Comissão Organizadora Folgado
Carlos Alberto Ana Catarina
Rodrigues Rodrigues
Carlos Jorge Español Ana Mendonça
Carlos Marques Beatriz Almeida
Cláudia de Jesus Branca Goncalves
Filipa Sá Cátia Simao
Flávio Pereira Elisabete Viegas
Miguel Nabeto Inês Lopes
Nuno Santos Isabel Elias
Patrícia Tico Isabel Marques
Teresa Maria Correia Joana Soares
Maria de Fátima
Aguadeiros Marques
António Lourenço Maria do Céu Oliveira
Carlos Martins Maria Esmeralda
Nuno Andrade Morais
Eugénia Folgado Maria Filipa Sá
Maria Francília Filipe
Porta-Estandarte Maria Helena Dias
Teresa Correia Sandra Lopes
Sandra Martins
Ensaiadores Sofia Soares
Carlos Jorge Español Tânia Freire
Margarida Martins Vanda Ferreira
André Martins
Marchantes/Homens

Campo de Ourique, arraiais, Figurinista


João Henrique Praia
André Henriques
Bruno Antunes

fado e outras coisas tais Cenógrafo


Bruno Luengo
Carlos Marques
Filipe Tico Rui Pestana
João Marcos
Cavalinho Instrumentos José António Pereira
Campo de Ourique, um bairro carismático e dos mais chiques Clarinete Rui Prata
Sara Guerra Tomás Martins
de Lisboa, foi até 2012 constituído pelas duas freguesias de Sax Alto Fábio Mendes
Santa Isabel e Santo Condestável. Com a reorganização da Mauro Cardoso Santiago Simão
Trompete
cidade, regressou a freguesia de Campo de Ourique: zona nobre Duarte Zacarias
da cidade, de uma certa elite lisboeta, de escritores, fadistas Trompete
Rita Ferreira
e atores. Trombone
Aníbal Simplício
Este ano, a Marcha de Campo de Ourique tem como tema Bombardino
António Marques
“Campo de Ourique, arraiais, fado e outras coisas tais”, aliando Tuba
popular e memória, arraiais e fado, numa representação e Orlando Andrade
Caixa
homenagem ao bairro e à Sociedade Filarmónica Alunos de Telmo Glória
Apolo, pioneira das Marchas Populares. Madrinha
Predominam as cores preto, branco, verde, vermelho, dourado Maria João Gama

e castanho que, tanto nos figurinos como na cenografia, farão Padrinho


Nuno Miguel
um conjunto colorido, rico e muito popular. Henriques

Par de Mascotes
Margarida Guerreiro
Santiago Martinho

FESTAS DE LISBOA 2022


40 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Aqui vai Campo de Ourique, Balão Aceso


Campo de Ourique arraiais, fado Letra: Frederico de Brito
Música: Raúl Ferrão
Letra: Carlos Jorge Español
Música: Rui Terrinha
e muito mais Arranjo musical: José Martins
Letra: Carlos Jorge Español
Música: Rui Terrinha
Eu trago um balão aceso
REFRÃO E aceso não o desarmo
REFRÃO (2X) O meu balão manda peso
Aqui vai Campo de Ourique Eu sei que vem preso
Com a maior ligeireza Mas querem roubar-mo
Nós somos um bairro chique Campo de Ourique
Disso podem ter a certeza Campo de Ourique
Há fado, arraiais E trago a cara mais linda
E muito, muito mais Que vem aqui tão catita
Vamos aos Santos Populares Vocês esperem à vinda
Dançamos nas verbenas Porque eu trago ainda
Convido-te a marchares Cá neste bairro
Cá neste bairro Outra mais bonita
Eles com as pequenas
Há alegria, diversão
Fantasia e animação REFRÃO
Campo de Ourique
Um bairro muito antigo Cá vai a marcha agora
Com fações originárias Em Campo de Ourique
Vamos desfilar Tão alegre, vai tão bem
Um vizinho é amigo É Campo de Ourique ainda
Como em belos cenários Em casa não há quem fique
Pessoal vamos marchar A marcha mais linda
Que lisboa tem
Campo de Ourique
Grandes praças e ruas Cantamos a uma só voz
O bairro tem tradição Meu rico Santo António
Belos edifícios e jardins Dou-te um trono de papel
As memórias que são suas Aqui nunca estamos sós
Marchamos d’arco e balão Se me dás toda a alegria
Não esquecendo os botequins Cá na freguesia de Santa Isabel
REFRÃO (2X)
REFRÃO A tua rua, coitada
Em Campo de Ourique Anda co’a minha ao despique
Campo de Ourique P’ra ser a mais engraçada
Um postal ilustrado Há campeões de dança
Também muita gente chique Mais bem enfeitada
De uma cidade tão bela De Campo de Ourique
É um bairro consagrado E povo que não se cansa
Basta abrir a janela Eu já disse à tua rua,
Meu bairro de pergaminhos
Que só pensa na folia Que um dia vou enfeitá-la
Campo de Ourique Mas se isto assim continua
Tem vida, luz e amor Só amigos e vizinhos
E de nós não há quem ria Só a luz da lua
Continua com o seu marchar Pode alumiá-la
Desfilando com vigor
Sempre alegre e a cantar REFRÃO (2X)
REFRÃO (2X)

REFRÃO (2X)

FESTAS DE LISBOA 2022


41 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DE CARNIDE
Responsável Marchantes/Mulheres
Pedro Rosa Ana Carolina
Rodrigues
Comissão Organizadora Ana Catarina
André Ribeiro Gonçalves
Francisca Moura Ana Cristina Duarte
Luís Guerreiro Ana Diolinda
Florêncio
Aguadeiros Ana Filipa Veiga
Diogo Guerra Andrea Alexandre
Luís Pereira Beatriz Azevedo
Maria dos Anjos Bruna Almeida
Fernandes Cristina Noronha
Elisabete Figueiredo
Porta-Estandarte Gabriela Alegre
Fátima Monteiro Iara Santos
Jacira Correia
Ensaiadores Mafalda Galvão
Mike Santos Marta Pereira
Paulo Julião Micaela Jacinto
Mónica Guerra
Figurinista Nicole Coelho
Paulo Julião Patrícia José
Rosa Barros
Cenógrafo Sandra Oliveira
Paulo Julião Sara Florêncio
Sérgio Sousa Sónia Barbosa
Telma Sousa
Cavalinho Instrumentos
Clarinete Marchantes/Homens

Amália das laranjas aos palcos Hélia Varanda


Sax Alto
Bernardo Baptista
Bruno Sousa
Paulo Torres Diogo Graça
Trompete Diogo Rodrigues
Ricardo Reis Frederico Galvão
Cantora, atriz e fadista, Amália da Piedade Rebordão Trompete Gonçalo Costa
Jorge Monteiro João Anastácio
Rodrigues é considerada uma das melhores vozes do século Trombone João Gonçalves
Bruno Lopes João Sousa
XX. E não seria apenas a sua voz que se destacava, mas sim Bombardino José Ribeiro
o sentimento petrificado em cada nota musical cantada. Carolina Rodrigues Leandro Anastácio
Tuba Luís Covas
Sensibilidades que seriam o fruto de uma vida lisboeta, e não só, Daniel Batista Márcio Lobo
Mário Guerra
que a aclamada “rainha do Fado” viveu e que foi marcante nos Caixa
Carlos Lopes Mário Sequeira
seus fados. Martim Ferreira
Madrinha Nelson Cruz
Lisboa é cúmplice das tarefas laborais dos primeiros anos Lia Carvalho Paulo Mortágua
Pedro Baptista
da juventude de Amália. Bordadeira, engomadeira e tarefeira, Padrinho Pedro Costa
é como vendedora de laranjas que Amália Rodrigues partilha Nuno Nolasco Rafael Ferreira
Rúben Lobo
as primeiras canções. O Cais da Rocha, junto ao Rio Tejo, Par de Marchantes Tomás Azevedo
Vitor Gomes
era o cúmplice palco das belas melodias. Suplente
Estela Rino
Em 1936, o fado de Amália Rodrigues cruza-se com o fado das António Santos

Marchas Populares de Lisboa, através da Marcha de Alcântara.


As laranjas são rapidamente substituídas pelo xaile e o Cais da
Rocha dá lugar ao palco das melhores casas de fado de Lisboa.
A música não só permitiu espelhar o talento de Amália
Rodrigues, mas tornou-se cúmplice do seu primeiro casamento.
Em 1940, Amália Rodrigues casou-se com o guitarrista
Francisco da Cruz.
Este ano, a Marcha de Carnide, com os seus guitarristas
e as suas amálias, presta homenagem à rainha do fado, na
recordação das suas raízes humildes e da sua imortalização
como “Rainha de Lisboa”!

FESTAS DE LISBOA 2022


42 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Amália em A vendedora Somos todos cor


todos nós de laranjas Letra: Joana Dionísio
Música: Carlos Dionísio
Letra: Joana Dionísio Letra: Joana Dionísio Arranjo musical: Carlos Dionísio
Música: Carlos Dionísio Música: Carlos Dionísio
Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: Carlos Dionísio
Luzes, câmara, ação
Sonho, luz e fantasia
Lisboa nasce pura e verdadeira Descendo a calçada Entre laços e folhinhos
E uma cidade inteira Chinela no pé Manjericos bem verdinhos
Enche de luz escuridão Com frio ou calor Traz Carnide a alegria
Um cesto à cintura
No Santo António a noite vira dia De alma tão pura Já lá vai o outro tempo
A sardinha e a folia Sonha com amor A preto e branco a marchar
Trazem toda a tradição. Hoje somos coloridos
Olha a laranjinha Bolas, fitas e vestidos
Na brisa que já baila pelo ar Freguesa, menina Chapéus e balões no ar
P’las casas entra a voar Flor de laranjeira
Tão castiças, bonitinhas A voz de Lisboa REFRÃO
No pregão ecoa
A voz que nela ecoa tem o fado Desta cantadeira Aqui vai Carnide
Um Chico enamorado Canta a nossa voz
E a Casa da Mariquinhas REFRÃO Que vistosa a marcha
Somos todos nós
REFRÃO Sonhas Amália
Vives Amália Aqui vai Carnide
Numa rua enfeitada No coração da nação Saudosa apregoa
Na cidade amada Que é neste calor
Há Amália Cantas Amália Que se vê a cor
Sentes Amália Da Canção de Lisboa
Pelas ruas de Carnide Nos versos de uma canção
Não há que duvide Aqui vai Carnide
Há Amália Sonhas Amália Brinda ao Santo António
Vives Amália Hoje a madrugada
Num arquinho, num balão Numa marcha popular É um pandemónio
Num fado canção
Há Amália Aqui vai Carnide
Bate, bate o pé
Na flor da Júlia florista Somos todos cor
Num canto bairrista Magia e fulgor
Num beijo ao luar Assim mesmo é que é

Foi Deus que lhe deu a voz Povo de larga esperança


Que é a de todos nós Que viu crescer a cidade
E nos faz sonhar Com cores e novas texturas
Sem esquecer as amarguras
Amália está aqui e em todo o lado Do tempo da Mocidade
Num vestido, num bordado
Numa gaivota que voa Hoje Carnide e Lisboa
Pintam-se de tons de amor
Num barco negro que espera voltar E entre padrões quadrados
Num amor à beira-mar
Num cheirinho a Lisboa

Em cada xaile que nos braços dança


Esvoaça a lembrança
De um legado de beleza

Mulher que amou toda uma nação


Em nosso coração
É Amália, com certeza

FESTAS DE LISBOA 2022


43 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DO CASTELO
Responsável Marchantes/Mulheres
Alexandre Ribeiro Alice Palmela
Anabela Sousa
Comissão Organizadora Carla Dourado
Alexandre Ribeiro Catarina Mártires
Alice Palmela Claúdia Correia
Carla Dourado Constança Santos
José Ferrão Filipa Almeida
Ricardo Palmela Joana Antunes
Rui Felismino Joana Matos
Rui Lopes Joana Moita
Tânia Correia Kelly Laranjeira
Tânia Rodrigues Liliana Almeida
Lurdes Barros
Aguadeiros Mariana Lopes
Carlos Rodrigues Mariana Silva
João Ribeiro Marta Grachat
Paula Rodrigues Marta Sofia dos
Paulo Santos Santos Mendes
Rui Borges Olga Esteves
Paula Vera-Cruz
Porta-Estandarte Nunes
Vanda Santos Rita Andrade
Rita Viegas
Ensaiadores Sandra Duarte
Bruno Barros Sofia Vera-Cruz
Sofia Silva Tânia Rodrigues

Figurinista Marchantes/Homens
Fauze El Kadre Bruno Sousa

Das flores fiz o meu fado Cenógrafo


Diogo Barros
Diter António
Comissão Fábio Matos
Organizadora Fábio Oliveira
Gonçalo
Figura incontornável do teatro de revista, a vendedeira Cavalinho Instrumentos João Sanches
Clarinete José Araújo
de flores foi tema de inúmeras canções, sobretudo de fados Nuno Lopes Júlio Filipe
Luís Fernandes
célebres. Entre eles, “Júlia Florista” imortalizado na voz Sax Alto
João Silva Manuel Malheiro
inigualável de Amália Rodrigues. Trompete Marco Brito
José Silva Marco Miguel
Durante muitos anos era do Castelo que vinham as flores que Trompete Nuno Campos
Pedro Pereira Nuno Neves
embelezavam as casas de Lisboa. “Lindas flores, lindas flores…” Trombone Nuno Santos
ouvia-se rua abaixo, rua acima, pela voz de vendedeiras que, Leandro Antunes Pedro Santos
Bombardino Rui Felismino
com ligeireza de menina, apaixonavam jovens namorados e Paulo Nunes Rui Lopes
Rui Mártires
fadistas. Tuba
Marco Assunção Sérgio Paixão
Com flores no regaço e no rosto o cansaço de um dia de labuta, Caixa Tiago Antunes
David Pereira Tiago Silva
as vendedeiras regressam ao Castelo florido de sardinheiras Willer Taveira
Ribeiro
e manjericos. E com São Jorge enciumado, na noite de Santo Madrinha
Joana Machado
António dançam e cantam o fado. Madeira

Padrinho
Eduardo Madeira

Par de Mascotes
Letícia Felismino
Rui Lopes

Par de Marchantes Suplente


Susana Raquel
Mauro Tristão

FESTAS DE LISBOA 2022


44 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Castelo florido O Castelo ciumento Flores do Castelo


Letra: Flávio Gil Letra: Flávio Gil Letra: Hélder Carlos
Música: Carlos Dionísio Música: Carlos Dionísio Música: Armindo Campos
Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: José Manuel Jesus

Subo ao Castelo
Assim que o dia começa E então é vê-lo Somos soldados
Lá vão cheiinhas de pressa A olhar para Lisboa Do bairro mais lindo
Apaixonado
Buscar flores ao mercado E singelo
Por mais um fado
E é vê-las ainda mais belas Que na voz dela se entoa Sempre nobre e tão belo
Tanto as flores como elas
Nesse passeio encantado Ele foi mouro É o nosso Castelo
E este namoro É de Lisboa
Levam a cada recanto Com Lisboa é o mais belo O jardim mais alto e mais belo
O perfume e a beleza É vê-lo a rir Imponente é o nosso Castelo
Que cada uma apregoa Vendo-a subir
Cada flor é um encanto P’ra se deitar no Castelo REFRÃO
Que inspira, com certeza
REFRÃO
Uma marcha de Lisboa Lindas flores, lindas flores
São maravilhas e malmequer
Ai, ai Lisboa
REFRÃO (2X) Abre os teus braços Venham ver para crer
Ergue-os bem alto O meu Castelo ao entardecer
De sorriso aberto P’ra o receber
Como que florindo Quem quer flores de lindas cores
No momento certo Que o teu Castelo Vejam as rosas de tom mais belo
Dizem-nos sorrindo: Quase num salto Meu amor, meu amor
- Flores quem as quer? Sai das muralhas Só pode ser o Castelo
- e um pregão ecoa - Só p’ra te ver
Dália ou Áster Se namoramos
Ai, ai Lisboa
Cravo a florescer Lindas vendedeiras
Vá, bate palmas
Rosa, malmequer Tu não te acalmas De flores
Tudo isto é Lisboa Ao ver assim Elas são uns amores

Ao chegar o fim do dia O teu Castelo Belas como as flores


Vão todas em romaria Que mal te vê Sabem cantigas
Subindo até ao Castelo Sem ter porquê No pregão mais quente e tão belo
E as flores que não venderam Faz um festim Raparigas do nosso Castelo
Ali todas, as puseram
Só para o deixar mais belo Ai, ai Lisboa
Ele é ciumento
Mas sempre atento
Os seus jovens namorados Ao teu agrado
Fadistas apaixonados
Vendo o Castelo enfeitado Por isso à noite
Correm para os braços delas Não perde tempo
E entre as flores e as suas belas E vai ouvir-te
Cantam ali o seu fado Cantar o fado

REFRÃO (2X) Ai, ai Lisboa


Dá um passo à frente
Que toda a gente
Sabe e apregoa

O teu Castelo
Só de te ver
Põe-se a dizer
Ai, ai Lisboa

Subo ao Castelo
E então já sei
O que ele me vai contar
Anda zangado
Enciumado
Porque o rio vais beijar

Mas quando voltas


Todo se alegra
Fica de cabeça à-toa
Esquece as revoltas
E ninguém nega
O seu amor é Lisboa

FESTAS DE LISBOA 2022


45 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DO LUMIAR
Responsável Marchantes/Mulheres
Carla Botão Alexandra Cipriano
Andreia Castanheira
Comissão Organizadora Andreia Parreira
Artur Botão Bruna Costa
Camila Botão Catarina Gonçalves
Carla Botão Daniela Paixão
Carlos Ferreira Érica Fernandes
Hugo Carrusca Eva Abreu
Hugo Miguel Barros Inês Silva
Nélia Ramos Jéssica Marques
Sandra Ferreira Liliana Marta
Sara Alves Brandão Lisandra Parreira
Madalena Silva
Aguadeiros Margarida Paixão
Liliana Sousa Maria Santos
Luís Sousa Mariana Abreu
Marco Freitas Matilde Vieira
Samuel Brasil Rita Cruz
Rita Valente
Porta-Estandarte Sandra Ferreira
Mário Marçal Sandra Gouveia
Sara Vasconcelos
Ensaiadores Teresa Lopes
Sara Alves Brandão Vera Ferreira
Hugo Miguel Barros
Marchantes/Homens
Figurinistas André Ferreira
Sara Alves Brandão Carlos Teixeira
Hugo Miguel Barros Carlos Vegas

Trim trim trim! Cenógrafos


Dimas Martins
Duarte Abreu
Carlos Ferreira Fábio Fernandes
Quem nunca namorou assim? Hugo Miguel Barros José Marques
Leandro Portelinha
Cavalinho Instrumentos Marco Valente
Clarinete Martim Campelo
Trim trim trim… Joaquim Medinas Mauro Dias
Micael Posta
É o Pompeu da Mercearia! A telefonista atende e Pompeu, Sax-Alto
Jorge Ramalho Paulo Lopes
com o seu jeito merceeiro, pede um disco. Assim era em meados Trompete Pedro Cerqueira
João Bexiga Pedro Cruz
dos anos 60 do século passado. A pretexto de uma dedicatória Trompete Pedro Marques
Diogo Neto Rafael Ferreira
para um ente querido, o fado era o motivo para o namoro entre Trombone Rafael Meseiro
a telefonista e o merceeiro do bairro. Válter Vilacova Rafael Pacheco
Bombardino Ricardo Cunha
Este é o mote da Marcha do Lumiar. A fantasia de um ideário Ricardo Pereira Rodrigo Pinto
Rui Guerreiro
muito comum em décadas que não se esquecem. Estilizando Tuba
Daniel Lourenço Rui Rodrigues
as mercearias e leitarias da freguesia, representam-se quadros Caixa Vítor Freitas
Luís Pereira
de merceeiros que ouviam fados no rádio e que ligavam para
as telefonistas em jeito de namorico. Madrinha
Marta Gil
Com figurinos e cenografia em estilo livre, a Marcha do
Padrinho
Lumiar apresenta uma coreografia alegre e cenograficamente Flávio Furtado
integrada com o tema. Par de Mascotes
Trim trim trim, quem nunca namorou assim? Maria Inês Pereira
Romeu Brandão
Barros

FESTAS DE LISBOA 2022


46 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Disco Pedido A Lumiar levanta Menina


Letra: Flávio Gil
Música: João Paulo Soares
os braços dos telefones
Letra: Flávio Gil Letra: Manuel Paião e Eduardo Damas
Arranjo musical: Mário Rui Teixeira
Música: João Paulo Soares Música: Manuel Paião e Eduardo Damas
Arranjo musical: Mário Rui Teixeira Arranjo musical: Mário Rui Teixeira
Trim Trim Trim Trim
Toca sempre à mesma hora
Trim trim trim trim Quem passar ao Lumiar Trriiiiiiiiii trriiiiiiiiii
E eu atendo sem demora Mesmo muito distraído Sou telefonista
Estou sim, diga a frase Não deixa de reparar Vá, não veja a lista
Ai ai ai com esta é que me apanhou Que este é o bairro mais lindo Porque a demora é um horror
Não me lembro, não me lembro, não me Tem paços com tal beleza Sou telefonista
lembro A cada passo que passa Mas não veja a lista
Diga lá, se não, não há música É um bairro à portuguesa Porque sei o número do amor
Quero a Amália a cantar, na Rádio do E esta noite, com certeza
Lumiar A marchar não se embaraça REFRÃO (2X)
Siga a marcha
REFRÃO (2X) Toca o telefone a toda a hora
Sempre que há discos pedidos Toca, toca
Há sinais interrompidos Lumiar, levanta os braços E se não atendo sem demora
Tantas que são as chamadas Bate palmas, dá dois passos Toca, toca
Mas há uma especial Para a frente é que é a vida Está? Quem é que fala desse lado
Que atendo a bem ou a mal Lumiar, canta mais alto É de certo alguém apaixonado
Sempre a horas acertadas E sem medo dá o salto Toca o telefone e no momento
Mal respondo, ele diz Ao descer a avenida Quero, quero
“É o Pompeu da Mercearia” Lumiar, faz como o tempo Que esse alguém me fale em
E eu fico sempre feliz Não esperes pelo momento casamento
Àquela hora do dia Vai na roda da paixão Espero, eu espero
Lumiar, ouves a caixa
REFRÃO (2X)
Mas o tempo desta marcha Estou?
Bate no teu coração Está?
Trim trim trim trim Por favor, és tu meu amor?
Toca sempre à mesma hora Desde os museus ao mercado Sim, minha beleza, sou eu com certeza
Trim trim trim trim Tudo é bom de admirar Ontem não te vi, escuta, eu não posso
E eu atendo sem demora E já se ouve em todo o lado viver sem ti
Vai passar o Lumiar Ó ventura minha, como eu te amo,
Trim trim trim trim Traz na voz a confiança babazinha
Já sei quem está a ligar E no peito esta vontade Babazinha? Eu sou a Clarinha!
Que fado me vai pedir Cheia de cor e esperança Clarinha! Não conheço nenhuma
E tudo o que vai dizer Tem orgulho e não se cansa Clarinha!
Na festa desta cidade Oh meu Deus
Trim trim trim trim Houve engano na linha
Quer a Amália a cantar REFRÃO (2X)
E até me pede, a seguir REFRÃO (2X)
P’ra eu ser sua mulher

Quando não posso atender


Eu nem sei o que fazer
Fico triste e inquieta
Mas ele volta a ligar
E assim consegue acalmar
O meu coração pateta
Lá me fala o atrevido
No momento acostumado
E diz-me no seu pedido
“Eu queria cantar-te um fado

REFRÃO (2X)

FESTAS DE LISBOA 2022


47 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DA MADRAGOA
Responsável Marchantes/Mulheres
Nuno Soares Andreia Favinha
Bárbara Miranda
Comissão Organizadora Bianca Abrantes
André Carvalho Bruna Abrantes
João Medeiros Bruna Duarte
João Pereira Carina Santos
Lizandra Rim Carolina Chaby
Mariana Peres Cláudia Loureiro
Nuno Soares Daniela Santos
Rafaela Ruela Elisabete Ruivo
Érica Matos
Aguadeiros Fabiana Ramos
João Dias Inês Anica
João Pereira Inês Marques
Rodrigo Tomé Leonor Paixão
Rogério Montez Lizandra Rim
Vasco Marques Madalena Monteiro
Margarida Peres
Porta-Estandarte Mariana Peres
Maria Gonçalves Rafaela Ruela
Rita Polónio
Ensaiador Sofia Vaz
João Medeiros Soraia Zacarias
Vanessa Dias
Figurinista
João Medeiros Marchantes/Homens
Fauze El Kadre Carlos Coelho
Fábio Zenze
Cenógrafo Francisco Marques

Para sempre Madragoa João Medeiros


Fauze El Kadre
Gonçalo Graça
Gonçalo Santos
Igor Salema
Cavalinho Instrumentos João Freitas
Clarinete João Loureiro
Madragoa, um bairro conhecido pela sua ligação ao rio Tejo Ana Pinto João Montez
Sax Alto João Rita
e às suas origens piscatórias, um local onde a grande maioria Raquel Alexandre Jorge Coelho
Luís Pinto
das varinas de Lisboa habitava juntamente com os pescadores. Trompete
Miguel Ferreira Miguel Cabral
A força e resiliência das varinas e pescadores está na essência Trompete Miguel Ferraz
Rafael Simões Miguel Marques
do Bairro e marcado como uma tatuagem. Trombone Nuno Coelho
Igor Duarte Nuno Matos
Com o título “Para Sempre Madragoa”, numa alusão à Bombardino Pedro Alexandre
conhecida Rosa da Madragoa dos diversos fados, a Marcha da José Gomes Rodrigo Favinha
Tuba Rodrigo Pereira
Madragoa traz uma rosa da Madragoa moderna, destes novos Guilherme Soares Rúben Carvalho
Rúben Lobo
tempos, juntamente com um também moderno pescador. Caixa
Vicente Vasconcelos Rui Santos
A Rosa não será somente uma personagem, mas também um Tiago Polónio
Madrinha
símbolo. A rosa vermelha com a sua ligação à paixão, à beleza, Ana Garcia Martins
à alma e ao coração simboliza todo este amor eterno pela Padrinho
Madragoa. Bruno Cabrerizo

Com figurinos e cenografia que fazem a ligação entre o Par de Mascotes


Mia Pereira
moderno e o tradicional, coreografias fortes e músicas que Bruno Sanhá
trazem uma mistura do passado com o presente, a Marcha da
Par de Marchantes
Madragoa está feliz por regressar e com uma vontade imensa Suplente
Rita Rodrigues
de voltar a ouvir gritar “E vem aí a Madragoa!” Bernardo Coelho

FESTAS DE LISBOA 2022


48 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Para Sempre Vem aí a Madragoa Venham ver


Madragoa Letra: Mariana Peres e João Medeiros
Música: António Duarte Martins
a Madragoa
Letra: Mariana Peres e João Medeiros Letra: Zeca Santos
Arranjo musical: Francisco Bahuto
Música: António Duarte Martins Música: Luís Firmino e David Benus
Arranjo musical: Francisco Bahuto Arranjo musical: João Augusto
Parem agora tudo
O que estão a fazer
Com a mão no peito Vem o jovem graúdo Venham, venham para a rua
Entrego respeito E o velho miúdo P’ra ver a marcha a passar
E sou teu defensor Só para a ver descer Venham ver a Madragoa
Que vem da faina do mar
O teu nome marcado A rua enfeitada
Em mim tatuado Ao longe a multidão Toda fresca e toda airosa
Como jura de amor Passa vem afinada Não há quem lhe bata o pé
De perna apressada E dança o vira corrido
Serei o grande herdeiro Ao som deste pregão Que tem sabor a maré
Do mais verdadeiro
Dos bairros de Lisboa REFRÃO REFRÃO

E nunca deixarei E vem aí a Madragoa Que marcha tão gira


De mostrar que serei E vem aí, vem regateira Que a dançar o vira
De sempre Vem aí e não vem à-toa Faz vibrar Lisboa
Para sempre Madragoa Já parou meia Lisboa
Vai parar Lisboa inteira São belas varinas
REFRÃO Vem aí, vem regateira Nascidas nas trinas
É a Madragoa
Baterei o pé no chão E vem aí não volta mais
Nunca me digam que não E vem aí toda garrida Vais para a ribeira
Porque diz-me o coração Vem aí e ouve umas tais És trabalhadeira
Para sempre Madragoa Conversinhas tão banais Linda Madragoa
De carapaus de corrida
Não arreda o meu amor Vem aí toda garrida És bairrista e fina
Pois por ti é riso e dor Ó linda varina
Serei sempre onde for E vem aí toda esta gente Desta nossa Lisboa
Para sempre Madragoa E vem aí vem abusada
Vem aí toda para a frente Acordas nossa Lisboa
Com alma e sem defesa Já lhe chamam indecente Com os teus velhos pregões
És a mais bela riqueza E ela nem para aí virada Como sardinhas saltando
A minha maior certeza Vem aí, vem abusada Cantas as tuas canções
Para sempre Madragoa
E vem aí a Madragoa Toda fresca e toda airosa
Até os que cá não estão Vem aí e bate o pé Não há quem lhe bata o pé
E não passaram em vão Vem aí mesmo que doa E dança o vira corrido
Mesmo do alto serão Não lhe pesa a coroa Que tem sabor a maré
De sempre Ela sabe bem quem é
Para sempre Madragoa Vem aí e bate o pé

Aprendi em petiz Há grande algazarra


Que me deixa feliz Que noite de folia
Saber que sou só teu E agora com farra
Já ninguém a agarra
Vem de berço querer Há dança até ser dia
A ti oferecer
Qualquer tesouro meu E à chucha calada
Falam nesta Lisboa
E perco os bons modos Que vai ser invejada
Se contam me engodos Por vir arrojada
Da tua tradição E ser a Madragoa

Passado e presente
Não será diferente
De sempre
Para sempre
Esta paixão

FESTAS DE LISBOA 2022


49 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DE MARVILA
Responsável Marchantes/Mulheres
Marco Silva Aida Martins
Ana Campos
Comissão Organizadora Ana Cardoso
Ana Rita Fonseca Ana Escolástico
Andreia Dias Ana Marques
Carla Pereira Ana Romão
Cristiana Silva Bruna Pires
Filipe Larião Carolina Alcobia
Leandro Avelino Catarina Lourenço
Leandro Neves Cátia Gregório
Marco Cardoso Cláudia Potes
Marco Silva Cláudia Rodrigues
Marta Larião Cristiana Ferreira
Nelson Costa Diana Potes
Nuno Santos Helena Cardoso
Paulo Machado Inês Coito
Sara Coito Inês Madeira
Joana Morais
Aguadeiros
Mafalda Mourato
Fábio Castanho Maria Santos
Pedro Miguel Paiva Mariana Mendes
Rui Gregório Rosa Almeida
Sandra Correia Soraia Cardoso
Porta-Estandarte Susana Pinto
Alexandra Coito Marchantes/Homens

Ensaiadores André Lourenço


Pedro Borralho Daniel Ramalho
Vasco Graça Diogo Lopes
Filipe Rodrigues
Marvila, o postal de Lisboa Figurinista
Paulo Julião
Francisco Dias
Guilherme Morais
Hugo Romão
Cenógrafos João Antunes
Paulo Julião
O sítio de Marvila, tão velho quanto a fundação da João Cruz
João Ferromau
nacionalidade, é dos bairros mais típicos da zona oriental da Cavalinho Instrumentos
Clarinete
João Silva
José Cardoso
cidade de Lisboa. Ocupado por pequenas e férteis quintas até Pedro Moura Leandro Correia
Sax Alto
ao século XIX, manteve-se como freguesia essencialmente Bruno Oliveira
Luís Abreu
Luís Avelino
rural, com propriedades exploradas, na sua maioria, por gentes Trompete
Fernando Ramos
Luís Conceição
Marcos d’Almeida
originárias do norte do país. Era daqui que vinham os produtos Trompete Nuno Silva
Augusto Pinto
que abasteciam os mercados ambulantes e que acabariam Trombone
Rafael Patrício
Ricardo Silva
por chegar a toda a cidade. Fernando Moreira
Bombardino
Rodrigo Fonseca
Rúben Tomé
De zona rural, pese embora se mantenham vestígios dessa João Gama Telmo Cardoso
Tuba
atividade agrícola, Marvila transformou-se em zona urbana, Luís Marques
Wilson Cardoso

com uma fisionomia bairrista e fabril, e, nos anos mais recentes, Caixa
Luís Gomes
passou a ser local escolhido para o alojamento de novas
Madrinha
empresas e novos espaços artísticos, conferindo-lhe agora Ana Marta Contente
nova importância como polo artístico de Lisboa. Padrinho
Vitor Emanuel
Um postal de Lisboa. Do antigo, das paisagens verdejantes,
das suas quintas e do meio rural, ao moderno, colorido e cheio Par de Mascotes
Maria Clara Campos
de vida, o tema da Marcha de Marvila é uma homenagem a Martinho Mourato
Lisboa, uma cidade consciente, virada para o ambiente e para
a sustentabilidade, mas também uma homenagem à memória
das nossas raízes. O Postal de Lisboa é o casamento perfeito
do bairro com a cidade, preparado a rigor para a maior festa
do país: as Marchas Populares de Lisboa!

FESTAS DE LISBOA 2022


50 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Postal ilustrado Ora toma lá Olha o Grilo


Letra: José Vala Roberto Letra: José Vala Roberto Letra: Joaquim Frederico de Brito
Música: José Vala Roberto Música: José Vala Roberto Música: Frederico de Brito / Ferrer Trindade
Arranjo musical: Fernando Ramos Arranjo musical: Fernando Ramos Arranjo musical: Fernando Ramos

O postal ilustrado Passo a passo Deixem lá passar Marvila


Conforta os corações Rua acima e sempre a abrir (é sempre a Olha o grilo como vem
No Natal ou nas férias abrir) Vem com o Beato
Tantas ocasiões Vou tão depressa Que é sério e pacato
Como se fosse a fugir (sempre a fugir) E o Poço do Bispo vem também
Em bodas, batizados Traz um encanto sem par
É o primeiro a chegar Se tropeço avanço mais e nunca caio Uma alegria sem fim
Traz saudades, recados E toca andar e sem parar Hoje é só rir e cantar
E vem festejar Sempre a correr para o ensaio Porque hão de dizer
Isto agora sim
E na primeira vez REFRÃO (2X)
Que Marvila ganhou REFRÃO
A marcha popular Ora toma lá,
Que lisboa cantou Dá cá, já está Cá vai a passar tranquila
E segue em fila Marvila, Marvila
Foi um postal ilustrado Vai passar Marvila Que é tão popular
De orgulho e alegria Nossa marcha é esta Pois venham cá vê-la ainda
Que levou até longe Mais linda, mais linda
Toda a nossa euforia Ora toma lá, De balão no ar
Dá cá, já está
REFRÃO E segue em frente Quando a nossa marcha passa
Viva a nossa gente Tem graça, tem graça
Três palavras só p’ra te dizer Estamos sempre em festa Sei que alguém dirá
Que está tudo bem e a preceito Que bem que desfila
E neste postal ilustrado Oram digam lá Isto é que é Marvila
Podes ver, tudo é perfeito Se é ou não é Pois melhor que ela não há
A que tem mais graça
Já colei o selo no postal E toma lá, dá cá Marvila tem gosto e garbo
Que te mando deste paraíso Que melhor não há Tem o Tejo ali aos pés
Que me tem tão encantado E Marvila passa Quem quiser embarca
Tal e qual como o teu sorriso É largar a barca
Ora esperem lá Pois que já nem espera p’las marés
O postal ilustrado Deixem-me cá ver Rica e linda por condão
Estava sempre presente Quem melhor desfila Ninguém sabe o que ela tem
Com destino marcado Toma lá, dá cá Porque tem até sabão
Junto ao remetente É ver para crer Para ensaboar
Aqui vai Marvila O juízo a alguém
O postal ilustrado
Com texto sumário Sempre na brasa
Mas tão desejado Até sinto falta de ar (que falta de ar)
P’lo destinatário Vai tudo a eito
Que o que eu quero é lá chegar (e
Um postal ilustrado ensaiar)
Com destino distante
É um abraço apertado Quem corre por gosto
A um velho emigrante Não se cansa
E lá vai disto
Um postal ilustrado Eu não desisto
É uma aguarela Siga a marcha
De Amália e de um fado E siga a dança
Cantado à janela
REFRÃO (2X)
REFRÃO

FESTAS DE LISBOA 2022


51 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DA MOURARIA
Responsável Marchantes/Mulheres
Carla Correia Andreia Neves
Andreia Silva
Comissão Organizadora Beatriz Loureiro
Carla Correia Catarina Varela
Luís Silva Cátia Nunes
Pedro Santos Cátia Pereira
Reinaldo Ventura Claúdia Pereira
Sandra Santos Débora Anacleto
Érica Braz
Aguadeiros
Iola Anacleto
Alfredo Correia Jéssica Anacleto
Luís Lopes Joana Machado
Nuno Durão Joana Mata
Tânia Tomaz Mafalda Ramos
Mariza Pereira
Porta-Estandarte
Marta Pires
Lara Condeço Mónica Machado
Ensaiador Neuza Figueiredo
Reinaldo Ventura Raquel Lima
Raquel Ventura
Figurinista Rita Fernandes
Paulo Julião Rita Loreti
Sofia Ferreira
Cenógrafo Suse João
Paulo Julião
Marchantes/Homens
Cavalinho Instrumentos Afonso Augusto
Clarinete André Pinto
Bruno Melo André Sousa
Diogo Alves
O namorico da Bia e do Chico
Sax Alto
Paulo Santos Diogo Morais
Trompete Edgar Botas
Luís Braz Fábio Estevão
Trompete Hugo Marques
Ricardo Matos
Ao ser eternamente cantada, a Mouraria granjeia de um Trombone
João Ribeiro
Jorge Alan
privilégio de que só os afortunados se podem gabar: o de Diogo Nascimento Luís Dias
Bombardino Manuel Anacleto
não poder ser esquecida nem ter as suas origens apagadas. Bruno Pascoal Mário Costa
A história de amor de Bia e Chico há muito que é cantada Tuba
José Pinto
Nuno Pires
Paulo Carvalho
em todos os lugares onde o fado mora. Numa Lisboa que tinha Caixa Pedro Magalhães
Jorge Pereira Pedro Mata
na rua a sua casa, o amor ali para o Bem Formoso entre uma Rúben Mendes
Madrinha
vendedeira de flores e um vendedor de cautelas era também Vanessa Silva
Rui Nelson
Rui Prata
a felicidade de um bairro que, em dia de casamento e para ser Padrinho
Telmo José Fonseca
Vítor Hugo
testemunha dessas juras eternas, conseguiria tornar a Senhora Fernando Fernandes
Vítor Nascimento
da Saúde pequena demais, acreditando que, na sua humildade, Par de Mascotes Wilson Silva
Maísa Oliveira
o mesmo seria possível. Enzo Sousa
Sempre fiéis aos que amam, como Amália Rodrigues pôde Par de Marchantes Suplente

testemunhar nas suas aparições pela Mouraria, as gentes do Filipa Reis


Rúben Anacleto
bairro acompanham agora a sua Marcha com a mesma crença
e dedicação com que levaram Bia e Chico ao altar.
Se é para ficar onde existe amor, então que se fique na
Mouraria.

FESTAS DE LISBOA 2022


52 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Mouraria, O namorico da Mouraria é que é


todos te vão imitar Bia e do Chico Letra: Este Jesus Correia
Música: José Manuel Jesus
Letra: Flávio Gil Letra: Flávio Gil Arranjo musical: Carlos Dionísio
Música: Carlos Dionísio Música: Carlos Dionísio
Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: Carlos Dionísio
Dizem para aí por dizer
Já não há pregões nas ruas
Na Mouraria A Bia que vende flores Nem há fogueiras
Assim que o sol se levanta Esqueceu esses seus amores Para saltar
Há logo uma voz que canta Porque um maior lhe falou Mas Mouraria
A alegria de ali estar Ao coração, descuidado Tu ainda continuas
Que ficou apaixonado As tradições a cantar
E à noitinha Pelo Chico que a conquistou
Com mais ou menos turistas A dar brilho a uma guitarra
Aparecem os fadistas Minha Mouraria
E quando na Mouraria És de viva voz
Orgulhosos de a cantar Se soube que qualquer dia O bairro fadista de todos nós
Ia juntar-se o casal
Na Mouraria
Todo o bairro se animou REFRÃO
Cabe agora o mundo inteiro
Antes do dia brindou
Quase parece um canteiro
Com flores de qualquer lugar E até se fez arraial Ajeito o passo
Para a fogueira
Mas tem ainda REFRÃO Dou com receio
Essa fé bem portuguesa Um passo atrás
Que leva uma vela acesa Ai Chico, Chico Vou conseguir
Na procissão a passar Tens agora mais cautela Pois já tenho a mão
Cuidas da Bia, pois ela Ai do meu amor
REFRÃO É uma flor que tem magia da minha paixão
Ai Mouraria Ó linda Bia Faço um compasso
Tu que bem sabes marchar Teu coração já se aperta E marcha atrás
Podes agora ensinar Fizeste a aposta certa Falta-me um beijo
A todos como se faz Ganhaste esta lotaria Do meu amor
Ai Mouraria E agora vou, vou por o meu pé
Ai Chico, Chico Gritar “Ié ié ié, Mouraria é que é”
Levanta os braços no ar Neste jogo do amor
Todos te vão imitar Tiveste o prémio maior
Se mostrares do que és capaz Até ao romper do dia
Na roda do sentimento Há festa por todo o lado
Ai Mouraria É a Severa
Ó linda Bia Que contagia
Bate o pé, para marcar
A Senhora da Saúde Toda a cidade
E muita garra ao gritar
O teu nome neste dia Ao ver que ninguém se ilude Que canta com alma o fado
Abençoa o casamento
Ai Mouraria Na Rua da Amendoeira
No bairro ou na avenida Ao ver esses dois pombinhos E por toda a Mouraria
Esta marcha é a nossa vida Os novos e os velhinhos Salta-se a fogueira
Mouraria, Mouraria Todos acenderam velas Soltam-se paixões
Pediram pela alegria E num beijo ateiam-se os corações
Na Mouraria Da Bia da Mouraria
Nunca há noites iguais E do Chico das cautelas
Com os seus e os demais
Tudo pode acontecer Ouvida foi, cada prece
E ao ver os dois, mais parece
E até os Santos Não há outro amor assim
Acabam cedo ou mais tarde E no dia do casório
Conforme seja o alarde Vai ser grande o falatório
De quem vem aos arraiais Depois de ela dizer “sim”
Na Mouraria
Nada há que seja igual
Noutro bairro seu rival
E isso a todos espanta

Na Mouraria
Da Severa ao Maurício
O fado não é ofício
É a alma de quem canta

REFRÃO

FESTAS DE LISBOA 2022


53 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DOS OLIVAIS
Responsável Marchantes/Mulheres
Carlos Santos Ana Barros
Ana Códices
Comissão Organizadora Ana Nascimento
Carlos Santos Beatriz Barradas
Fernando Sousa Beatriz Costa
Francisco Santos Bruna Mesquita
Joaquim Paixão Carolina Gomes
Jorge Inocêncio Carolina Marques
José Fernandes Carolina Vasques
José Freches Cristina Dias
José Santos Filipa Dias
Ricardo Fernandes Filipa Galvão
Flávia Correia
Aguadeiros
Iara Sousa
Hugo Nascimento Jéssica Coelho
Lucília Machado Jéssica Martins
Maria Nascimento Jéssica Tavares
Ricardo Fernandes Leonor Nascimento
Sandra Matias Marisa Neves
Porta-Estandarte Núria Costa
Ana Mugeiro Susana Dias
Tatiana Chaves
Ensaiadores Tatiana Oliveira
Alexandra Serra Vanessa Brandão
Armando Serra
Marchantes/Homens
Figurinista Afonso Viegas
Alexandra Serra Carlos Gonçalves
Carla Pereira David Pacheco
João Araújo
Navio embaixador Cenógrafos
B&B Designers
João Conceição
João Delgado
Luís Delgado
Cavalinho Instrumentos Marco Malhão
Clarinete
A Marcha dos Olivais vem este ano homenagear o Navio-escola Carlos Silva
Miguel Frazão
Miguel Marujo
Sagres (principal Navio-escola da Marinha portuguesa). Sax-Alto
João Proença
Nuno Lima
Osvaldo Silva
Tendo o Clube de Pesca, uma coletividade ligada ao mar, entre Trompete Paulo Almeida
Gonçalo Lúcio
os seus membros alguns marinheiros e tendo desde sempre o Trompete
Paulo Santos
Rafael Delgado
bairro dos Olivais uma forte ligação ao mar, a escolha do tema Rui Costa
Trombone
Ricardo Pereira
Rodrigo Aguiar
é uma homenagem ao Bairro e às suas gentes, celebrando Nuno Rosa Rodrigo Figueiredo
Bombardino
o navio embaixador de Portugal. Luís Fonseca
Rui Almeida
Tomás Mendes
Os marchantes levam também um figurino ligado à marinha, Tuba
Miguel Soares
com pormenores como escotilhas, ilhoses, cordas e nós de Caixa
Eduardo Cano
marinheiro, bem como o brasão do navio e os pormenores
dourados que o mesmo tem na proa. Madrinha
Wanda Stuart

Padrinho
Paulo Battista

Par de Mascotes
Leonor Mugeiro
Lourenço Silva

Par de Marchantes Suplente


Tatiana Correia
Joaquim Coelho

FESTAS DE LISBOA 2022


54 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Dar a volta Inventando Bate as palmas,


ao mundo um oceano bate o pé
Letra: Tiago Torres da Silva Letra: Tiago Torres da Silva Letra: Toy
Música: Samuel Pascoal Música: Samuel Pascoal Música: Samuel Pascoal
Arranjo musical: Samuel Pascoal Arranjo musical: Samuel Pascoal Arranjo musical: Samuel Pascoal

É um navio porque cruza qualquer mar A alma de um marinheiro Vamos marchando com alegria
É uma escola porque ao acordar p’rá vida Tem o mar por padroeiro Rindo e cantando pela nossa freguesia
Cada cadete faz das ondas o seu lar Por oração, a saudade Marcha florida e perfumada
E em cada encontro vê mais uma Ninguém compreende bem Com muita vida e sempre tão aprumada
despedida Como é que a alma de alguém
Não é alma, é liberdade As raparigas e as mulheres
Icem as velas que o Sagres cruzou a São como as espigas e como os
barra O peito de um marinheiro malmequeres
E eu tenho em mim que a Amália já sabia Não quer ter por conselheiro São estas flores lindas demais
Que o marinheiro que tocava uma O que tem ali defronte Nossos amores são os Olivais
guitarra Sofre uma sina maldita
Era no Sagres que sonhava noite e dia Porque aquilo em que acredita REFRÃO (2X)
Está além do horizonte
REFRÃO Bate as palmas (clap clap clap)
REFRÃO Bate as palmas (clap clap clap)
Deu a volta ao mundo Bate as palmas, bate o pé
Deu a volta ao medo Na Marcha dos Olivais Os Olivais, os Olivais (cada vez mais)
E do mar profundo Todos são oficiais Os Olivais é que é
Trouxe-me um segredo São cadetes e sargentos
Não há temporal Navegam a todo o pano Verde e amarelo prata e ouro
Que seja imprevisto Inventam um oceano Branco singelo cada cor é um tesouro
Se o seu Santo Graal Ao cantar aos sete ventos Representando a nossa história
É a Cruz de Cristo Trazem no peito as marés Vamos marchando procurando a glória
E nas solas dos seus pés
Vêm a bordo curiosos e turistas Hão de trazer muito mais
Vêm saber como é a vida do mar alto Vão trazer um marinheiro
Em cada porto o navio-escola dá nas Que será o timoneiro
vistas Da Marcha dos Olivais
E as multidões querem tomá-lo de assalto
Na boca de um marinheiro
Há um murmúrio e um cheiro
Quando navega, quase parece uma ilha De uma sereia inventada
Ao enfrentar sem medo ventos e marés Ninguém vai compreender
E a gente sabe assim que lhe vê a quilha Como ele sente prazer
Que o mundo inteiro já cruzou o seu Em amar sem amar nada
convés
Nos sonhos de um marinheiro
REFRÃO Há sombras de nevoeiro
Pode haver vidas mais serenas do que Há lembranças de um naufrágio
a nossa Ninguém pode garantir
Dizem cadetes, sargentos, oficiais Se o que ele pensa a dormir
Porém no mundo não há mais ninguém É um sonho ou um presságio
que possa REFRÃO
Fazer-se amigo de ondas e de temporais
Os olhos de um marinheiro
Quando aprendemos que a distância Não sabem o paradeiro
é nossa amiga Da sua própria vontade
É que o navio nos ensinou o principal Pergunto-me honestamente
Se lá nos longes qualquer coisa que se diga Como é que a dor que se sente
É a saudade de voltar a Portugal Não é dor, é tempestade
REFRÃO Não falem de um marinheiro
Ele é sempre prisioneiro
Da distância que persegue
Só falem do seu olhar
Que é sempre azul como o mar
Mas não há quem o navegue

REFRÃO

FESTAS DE LISBOA 2022


55 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DA PENHA DE FRANÇA
Responsáveis Marchantes/Mulheres
Paulo Lemos Ana Anselmo
Ana Melo
Comissão Organizadora Carina Silva
Artur Albuquerque Carolina Pita
Cristina Dias Carolina Ventura
João Eleutério Catarina Brito
Manuel Duarte Catarina Magalhães
Maria João Barros Cláudia Alves
Paulo Lemos Diana Lopes
Ricardo Miranda Diana Oliveira
Sónia Lemos Inês Castanho
Inês Martins
Aguadeiros Iris Costa
Adelaide Albuquerque Lúcia Silva
Artur Albuquerque Maria João Barros
Cristina Dias Mariana Santos
Rui Dias Mariana Serafim
Sílvia Carvalho Marisa Rovisco
Rute Dias
Porta-Estandarte Rute Silva
Marisa Monteiro Sandra Silva
Sara Cunha
Ensaiadores Sónia Lemos
José Mascarenhas Stela Alves
Maria João Barros
Sara Cunha Marchantes/Homens
André Rodrigues
Figurinista Carlos Maravilhas
Paulo Julião Carlos Morais

Da agulha ao dedal Cenógrafos


Gabriel Figueiredo
Hélder Casinha
Paulo Julião Ivan Carvalho
– Penha de França ao metro Sérgio Sousa João Barros
João Eleutério
Cavalinho Instrumentos João Silva
Clarinete Leandro Costa
As suas ferramentas de trabalho eram a agulha, a linha, o Michael Varela Luís Morais
Márcio Oliveira
dedal, a fita métrica, e com elas e a ajuda da máquina de costura, Sax-Alto
Daniela Jesus Nuno Ferreira
cosiam as muitas e variadas peças que compunham o vestuário. Trompete Nuno Parreira
António Lemos Pedro Simões
Eram as costureiras e os alfaiates de Lisboa. Trompete Ricardo Miranda
Felisberto Pinto Ruben Morais
Em 2022, a Marcha da Penha de França presta homenagem Trombone Rui Sousa
a um perfil socioprofissional que emergiu em Lisboa no final Nuno Ribeiro Sérgio Alves
Bombardino Telmo Pereira
do século XIX. É nesta fase, na transição para o século XX, Anselmo Pereira Tomás Henriques
Tomás Lemos
que alguns dos seus mestres adquirem renome internacional. Tuba
Daniel Lima Afonso Vasco Pereira
“A Canção de Lisboa” (1933) dá novo fôlego a esta Arte. Caixa Vitor Pereira
Diogo Silva
Enquanto António Silva brilhava no cinema, uma jovem lisboeta
abandonava os seus estudos, após a instrução primária, para Madrinha
Salomé Caldeira
iniciar as suas funções como aprendiz de costureira. Maria
Padrinho
Amália Rodrigues era o seu nome. A Marcha de Penha de Rui Andrade
França 2022, através dos seus alfaiates e das suas costureiras, Par de Mascotes
partilha a metro a azáfama desta profissão. Matilde Santos
Simão Muñoz
Ora como aprendizes, ora como verdadeiros atores e através
do tema “Da agulha ao dedal – Penha de França ao metro”
a Marcha da Penha de França quer homenagear um grupo
profissional, que acompanhou e teve alguma influência, social
e lúdica, no bairro e na cidade de Lisboa.

FESTAS DE LISBOA 2022


56 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 Bem nesta colina
Costureirinha Corte e cose na Há tantos segredos
Lagartos malvados
e Alfaiate Penha de França Histórias e enredos

Letra: Joana Dionísio Letra: Joana Dionísio Uma virgem santa


Música: Carlos Dionísio Música: Carlos Dionísio Que a todos salvou
Arranjo musical: Carlos Dionísio Arranjo musical: Carlos Dionísio Lendas, procissões
Sonhos aos milhões
Meio metro, palmo e meio Vamos contar uma história E um povo que se encantou
São medidas da paixão Nada ou pouco conhecida
Sonho com amor aos folhos Cavaleiros com tesouras REFRÃO
E com o brilho dos teus olhos E donzelas bem vestidas
Bordado no coração Qual é a marcha
Descoseram-se em sorrisos Que vem lá com confiança?
Já te aviso, ó alfaiate E no compasso da dança Penha de França Penha de França
Com costura não se brinca Fizeram as fatiotas
Pois costurar ponto cheio Tão bonitas e janotas Qual é a marcha
Num tal coração alheio P’rá nossa Penha de França Que bem canta e mais dança?
Não é prega, não se vinca Penha de França
REFRÃO Penha de França
REFRÃO
Santo António já pediu Desta cidade
Costureirinha Um agasalho p’ró menino Guardas no peito o segredo
Ó alfaiate Mete a agulha, tira a linha Vamos sem medo, vamos sem medo
Ombros, cintura, quadril Não há pressa, já te ensino
São arranjos mais de mil É o teu marchar
Num modelo original O Tejo também pediu Que te dá esperança
Um casaco p’rá sardinha E desvendas na canção
Ó alfaiate Não se constipe em correntes Penha de França
Não me olhes de viés Mete agora agulha e linha
Marcha bem, mostra quem és Qual é a marcha
Deixa a agulha e o dedal Lisboa das sete filhas Que vem lá com confiança
Encomendou sete saias Penha de França
Costureirinha Mete a agulha, tira a linha Penha de França
Ó alfaiate Mede a perna das catraias
Traz contigo a alegria Qual é a marcha
E pesponta a fantasia Pois são altas as colinas Que bem canta e mais dança
as estrelas e o luar Desta cidade amada Penha de França
Do menino à sardinha Penha de França
Ó alfaiate Fica Lisboa arranjada
Costureirinha Desta cidade
Penha de França é bordado Medem, fazem tantas contas Guardas no peito o segredo
E o namoro alinhavado Punho, gola e bainha Vamos sem medo
Numa marcha popular Já são metros de memória Vamos sem medo
Que já ninguém adivinha
Nesse xaile de fadista É o teu marchar
Traças o fado com linha Esta história não acaba Que te dá esperança
E hoje eu quero acreditar Sem que a peça fique boa E desvendas na canção
Santo António a ajudar Costuramos uma marcha Penha de França
Que em Lisboa vais ser minha Tão catita! Pois, não acha
Que veste tão bem Lisboa Na Penha de França
Já te tirei todo o molde Sabe-se de glórias
Tenho trabalho que atrasa REFRÃO De uma cidade
Pois já vi que há muito mel Que conta vitórias
Mas dedal não é anel
É que até botão se casa! Aqui do alto
MARCHA Somos os sentinelas
Vimos ouro e reis
Os Segredos
REFRÃO
E partir caravelas
Costureirinha
É p’ra ti que eu canto da Penha Bem nesta colina
Fica a saber Letra: Joana Dionísio Ouvimos cochichar
Que eu te quero tanto Música: Carlos Dionísio Um grande festejo
Meu alfaiate Arranjo musical: Carlos Dionísio Que é tão popular
Prova-me esse amor louvado
A prova? A prova? Na Penha de França É o Santo António
A prova faço-a já aqui ao lado Todo o povo sabe Que anda a segredar
O maior segredo Nas bocas do mundo
REFRÃO Que há nesta cidade Não para um segundo
Já por lá anda a bailar
Não contem nada
Somos de confiança REFRÃO
Lisboa contou
Tudo à Penha de França

FESTAS DE LISBOA 2022


57 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA DE SÃO VICENTE
Responsável Marchantes/Mulheres
Bruno Santos Ana Margarida
Gomes
Comissão Organizadora Ana Romero
António Barata Bruna Guerreiro
Bruno Santos Carolina Chalaça
Eugénio Lopes Carolina Duarte
Eugénio Santos Campos
João Ferreira Cátia Gonçalinho
Sofia Pereira Iara Marta
Iara Reis Pinto
Aguadeiros Inês Alexandra
Eugénio Fusco Tavares
Guilherme Passos Joana Ferreira
João Cardoso Joana Garcia Conde
Luís Pereira Luisa Almeida
Paulo Fusco Mafalda Santos
Maria Inês Santos
Porta-Estandarte Maria João
Helena Alves Gonçalinho
Maria Luísa Pimenta
Ensaiadora Orlanda Cruz
Sofia Pereira Sara Batista
Sara Cristiana
Figurinista Carvalho
Paulo Julião Sofia Cruz
Vanda Macedo
Cenógrafo Vanessa Cardoso
Paulo Julião Vanessa Palma
Vera Fidalgo

Bate a estaca da alegria na feira Cavalinho Instrumentos


Clarinete

Marchantes/Homens

da fantasia José Lopes


Sax Alto
Bruno Vieira
Diogo Ribeiro
Paulo Garcia Emanuel Cardoso
Trompete Filipe Gomes
Rúben Supelos Leandro Santos
Como qualquer feira que se preze, a Feira da Ladra andou Trompete Flávio Carvalho
Paulo Branquinho João Ferreira
de praça em praça na cidade de Lisboa desde o século XII: Trombone Rafael Costa
depois da conquista de Lisboa, realizou-se fora das muralhas, Hugo Timóteo João Tiago Alves
Bombardino Manuel Caronho
na Rua do Chão da Feira; posteriormente, em 1430, a Feira Luís Homem Marco Oliveira
Hugo Antunes
da Ladra fixou-se durante três séculos na Praça do Rossio, Tuba
Cassiano Cardoso Nilton Santana
passando, depois do Terramoto de 1755, pela Praça da Alegria Caixa Olímpio Miguel
Fábio Matos Carlos Antunes
e pelo Campo Santana até que, em 1882, chegou à zona oriental Paulo Ferreira
André Serra
de Lisboa – o Campo de Santa Clara. Madrinha
Sara Barradas Rafael Cruz
Foi este local, pouco urbanizado, pertencente à Freguesia Ricardo Mendes
Padrinho Ricardo Nazaré
de São Vicente, que acolheu no final do século XIX os feirantes Jorge Mourato Ricardo Silva
Rodrigo Duarte
de Lisboa e os que vinham de fora da cidade. A estrutura Par de Mascotes Rúben Lopes
da feira tem-se mantido ao longo dos séculos, apenas com Lara Fidalgo Rui Manuel Marta
Diogo Cassandra
alterações nos produtos de venda e respetivos clientes.
O ritual de montagem faz parte da memória do lugar: as Par de Marchantes Suplente
Ana Espírito Santo
tendas e os utensílios de venda são dispostos ao ritmo dos Marco Ribeiro

batimentos das estacas, tendo o Tejo como pano de fundo.


E se há momentos em que predominam os vendedores e clientes
autóctones, outros existem que espelham a multiplicidade de
culturas, conferindo-lhe a categoria de espaço internacional.
Uma verdadeira feira de cores, cheiros e sabores.
É entre sonhos, alegrias, feirantes e tendas que a Marcha
de São Vicente presta este ano homenagem à Feira da Ladra,
um evento socioeconómico que marcou e marca Lisboa,
a cidade de todos.

FESTAS DE LISBOA 2022


58 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHA INÉDITA 1 MARCHA INÉDITA 2 MARCHA

Anda p’rá frente Meu bairro, Em São Vicente


Letra: Gimba
Música: Gimba
nossa feira Letra: António José
Música: João César
Letra: Toy
Música: Toy
Raia o sol mal acordado Águas-furtadas
Pelo som bem sincopado São em S. Vicente
Dos martelos a bater Entre o panteão e o mosteiro Um quadro antigo
Chega-se à Feira da Ladra Em São Vicente se enquadra Que é sempre novo
Seja terça ou seja sábado Conhecida pelo mundo inteiro Tão engraçada
Há de tudo p’ra vender A nossa feira da Ladra Avistam em frente
Antes de Lisboa acordar Os cacilheiros
Zé Manel é bom feirante Há a banca p’ra montar O Tejo e o povo
Isabel é sua amante Ainda de madrugada Tempos modernos
Dão nas vistas, estes dois Ouvem-se os gritos e os pregões São estes d’agora
São Vicente, a vida inteira P’ra vender as emoções Mas S. Vicente
Vão na marcha e são da feira E o sorrir não custa nada Não fica de fora
Mas, perder, nem a feijões É um santinho
REFRÃO Que nos dá a fé
REFRÃO (2X) P’ra vencer e ficar
São Vicente, São Vicente Sempre de pé
Anda p’rá frente Oh meu Deus como te invejo
Anda p’rá frente São Vicente, São Vicente REFRÃO
Que isto aqui não vai parar És a varanda virada p’ró Tejo
Anda p’rá frente Em São Vicente
Vai tudo à frente São Vicente, São Vicente ‘Inda existem calçadinhas
São Vicente vai passar Meu amor todos os dias Onde as pedras tão velhinhas
São Vicente, São Vicente Já conhecem quem lá vai
Anda p’rá frente Tu és diferente Em São Vicente
Porque esta marcha Tens uma feira que vende alegrias Não andes muito apressado
Que é a mai’ linda Porque lá diz o ditado
É minha e tua Lisboa sorriu nessa varanda “quem escorrega também cai! “
Porque o Tejo se acalmara Em São Vicente
É São Vicente Porque o cais de pedra é quem manda Depois da marcha passar
Vai tudo à frente E o campo de Santa Clara Não vai a noite acabar
Olá, Lisboa Saltam os marchantes a cantar Porque a festa continua
São Vicente está na rua A nossa marcha a passar Vamos cantar
Sim Vende sonhos e amor Vamos dançar
São Vicente dá indicações Em São Vicente
Já na feira, é quase dia Ao ritmo das emoções No bailarico da rua
Mete a estaca, puxa a espia A marcha vai ser melhor
E martela o Zé Manel Porque tem voz
Noutra banca mesmo em frente REFRÃO Tem fado e fadário
Toda ufana e atraente Em São Vicente
Mora a bela da Isabel
A Voz do Operário
Na ressaca do ensaio Em São Vicente
Seja abril ou seja maio Tens tudo e tens mais
Acordar é que é o fim Até amigos que são leais
Por amor a São Vivente
Vão na marcha, são da gente Restos de história
E esta gente canta assim Que estão lado a lado
Que são a glória
REFRÃO
Do nosso passado
Bebe um copinho
Vem brindar comigo
E ficarás a ser mais um amigo

REFRÃO

FESTAS DE LISBOA 2022


59 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
FESTAS DE LISBOA 2022
60 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
AGRUPAMENTOS CONVIDADOS

Marcha Popular
Vale do Açor

Vale do Açor é uma aldeia do Este ano, a Marcha Popular


concelho de Miranda do Corvo, Vale do Açor sai à rua com o
distrito de Coimbra, situada tema “Redes Sociais”, termo
entre o Divino Senhor da Serra que se aplica não apenas às
e a Freguesia de Ceira. plataformas tecnológicas que
Como todas as aldeias, também ligam as pessoas, mas também
esta tem as suas tradições, de entre (e, na realidade, já antes disso) às
as quais se destacam as vindimas interações entre pessoas, grupos
e a Festa de Nossa Senhora de e até mesmo organizações. Uma
Fátima. A primeira marcha popular associação de moradores de um
do Vale do Açor aconteceu em determinado bairro não deixa de
1993 e nasceu de uma brincadeira ser uma rede social, ainda que
das pessoas mais idosas da aldeia. se reúna fisicamente e não de
Motivos económicos levaram a maneira virtual. Assim é a Marcha
que não se realizasse durante Vale do Açor, uma associação de
alguns anos, mas, em 2006, moradores unida tanto física como
regressou de vez, com o tema “As virtualmente.
Rosas de Portugal”. Desde então,
apresentou-se na freguesia e no
concelho.

FESTAS DE LISBOA 2022


61 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
A Câmara Municipal de Lisboa e a EGEAC
agradecem a todos que tornam esta festa possível.

Patrocinadores de Referência

Patrocinadores Patrocinador Media Partner


Marchas Populares

Parceiros de Divulgação

Apoio

FESTAS DE LISBOA 2022


63 MARCHAS POPULARES DE LISBOA
MARCHAS POPULARES DE LISBOA 2022

EGEAC — CULTURA EM LISBOA

Você também pode gostar