Você está na página 1de 1

A parte humana exige o melhor do homem sem desejar, necessariamente, o melhor para

o homem

A parte humana vê o pecador, exige dele algumas virtudes, cita frases em latim

Qual o limite do meu perdão? Qual o momento em que sou obrigado a reagir? Um amigo,
hoje, me apontou questões fundamentais e justas. Quando alguém bota a mão na minha
mulher ou nos meus filhos, não devo devolver um punhado de murros?

Essa questão traça a linha divisória entre o mundo sobrenatural e o mundo natural.
A lei natural legítima a violência como forma de autodefesa. Legítima também a pena
de morte. Expõe como é justo agir com agressividade para regulação social ou
efetividade do cumprimento da lei.

Na contramão, vem Cristo com seu perdão e sua "outra face". É sempre útil ter essas
citações na ponta da língua, principalmente quando é você que está distribuindo
tapas. Mas, afinal, essas regras não me tornariam um covarde? Não me fariam aceitar
as maiores injustiças? E principalmente, como dou a outra face, quando a primeira
face tapeada não é a minha, mas dos meus irmãos?

A resposta nada tem de complexa. Quem leu o Evangelho sabe muito bem que Cristo não
liga tanto para justiça. Ele não responde Pilatos, também não joga um raio na
prisão onde estava o Batista

45%

Eu gosto muito de justiça. Quem é o doido que não gosta da boa e velha justiça? Lei
natural então, nem se fala. Eu te provo os transcendentais, e deles justifico a
pedrada que vou dar na adúltera. Meu maior inimigo é Descartes, que esfrega na
minha cara um hiato entre a metafísica e o mundo concreto, tornando qualquer juízo
apenas possível. Muito cristãos e muito racionalista, um mistério.

Voltando na justiça, eu gosto dela principalmente quando ela não me alcança. Na


verdade, ela nunca me alcança. Tudo que eu faço é justo, até quando eu jogo na cara
das pessoas suas fraquezas, é uma pedagogia da penitência. Vai, você gosta disso,

Você também pode gostar