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TURMA: 1ª ano DATA: ___/___/___ BIMESTRE NOTA FINAL:

DISCIPLINA: Oficina de Produção Textual


1º BIM
PROFESSOR(A): Raíssa Vale 2º BIM
ALUNO(A): 3º BIM
4º BIM

 Que aspecto da polêmica será discutido?


 Qual opinião ou tese será defendida a esse respeito?
 Que argumentos principais serão utilizados para isso?
 De quais fatos ou dados deve-se partir?
 O que será escrito na “Introdução”, de forma que possa indicar ao leitor qual é o contexto da discussão?
 Como serão desenvolvidos os argumentos de forma que fiquem bem claros?

 Como se pretende concluir?

Leia o texto a seguir norteado pelas proposições acima:

Retrocesso cultural: Tudo começa com “um passinho”? Rayana do Nascimento Cruz

Um estado que se orgulha por de suas veias correr um sangue cultural extremamente rico que eclode na voz da preta
cirandeira Lia de Itamaracá, nas rodas do coco, na xilogravura de J. Borges, na arte armorial do mestre Suassuna, no fervor do
frevo e na apoteose do maracatu, atualmente tem sido invadido por uma nova febre popular - o passinho - que tomou conta do
cenário artístico pernambucano, nos fazendo refletir: - É um retrocesso cultural?
Na ilha de Itamaracá há as “batalhas do passinho” que reúnem grupos para as disputas de coreografias. Esse
movimento virou um símbolo de resistência da periferia e um grito de identidade na vida dos jovens que fazem parte dessa
cultura de massa, pois para muitos torna-se um muro de contenção para a violência e as drogas, já que muitas vezes os
integrantes dos grupos ficam horas ensaiando, criando coreografias e assim ficam longe do contato com a hostilidade e a
perversidade que existem, infelizmente, nas comunidades da Ilha.
Para Ricardo Silva, integrante de um dos grupos de passinho da Ilha, o importante mesmo é ser reconhecido, pois
junto com o brega funk, esse novo ritmo tem tirado muita gente do tráfico. O jovem ainda acrescenta que poderia ser mais um
na Penitenciária Barreto Campelo, mas preferiu o lado da arte e se deu uma nova chance. Sem dúvida, um movimento artístico
como esse muda a vida de um ser humano, pois independente de gênero, classe social, etnia ou orientação sexual, a arte
sempre transforma. Assim, como arte vinda dos menos favorecidos, o passinho também é uma mobilização social. É preciso
que seja reconhecido, pois veio despir o preconceito da cultura periférica que desde sempre é excluída da sociedade, como o
rap, o grafite e outras culturas que fazem parte das comunidades.
Por outro lado, muitas letras de música não são nenhuma composição da Bia Ferreira ou do Caetano Veloso e
contribuem com a cultura do machismo que está enraizada na sociedade. E, é claro que são sexistas, pois abordam os
interesses masculinos com base nos seus desejos carnais, tratando a mulher como objeto, como no trecho: “Arrastei ela pro
meu carro, dei um trato e um amasso”, dos cantores Shevchenko e Elloco. Essa cultura de tratar a mulher como propriedade
masculina enfraquece o movimento feminista que em Itamaracá ainda é muito pequeno devido a pensamentos patriarcais e
machistas. Felizmente já há grupos que relutam para que suas músicas fujam das características negativas, mas continuam
sendo vítimas de críticas, talvez por pertencerem a um movimento de periferia ou pela frequente presença de crianças nas
disputas que, para muitos ilhéus, demonstra a substituição da antiga dana das cadeiras infantil pela “novidade” do brega funk e
a igualdade da ciranda pela rivalidade das batalhas. É mesmo um retrocesso?
A Ilha de Itamaracá é a terra da ciranda e durante anos vem sofrendo uma desvalorização cultural e o passinho, de
certo modo, chega a ameaçar a cultura itamaracaense, pois grande parte da população jovem não dá mais voz e espaço às belas
tradições da ilha que estão a cada dia sendo esquecidas. Como exemplo temos a “sambada de coco” que ocorria na praia da
colônia de pescadores e acabou sendo interrompida por falta de verba. Como símbolo de resistência, o grupo Nossa Cultura
Tem Som foi criado para homenagear as mestras Lia da Ciranda, Anjinha e Totinha do Coco e também resgatar esse valor
cultural que ao longo dos anos vem perdendo espaço para os produtos da globalização.
É perceptível que as ideias fixas só crescem quando se fala em ruptura de tradição, mas quando são cheias de histórias, é difícil
ficar ao lado de uma cultura que tem pontos negativos, ofensivos para quem está fora do movimento e muitas vezes age por
discriminação. Acredito que o passinho não seja um retrocesso propriamente dito, pois é fato que está ajudando a vida dos
jovens nas comunidades de Itamaracá. Mas para ser reconhecido como mobilização, precisa de uma “reforma” sem deixar
vestígios de preconceito, machismo e conteúdos eróticos que infelizmente são fortemente consumidos pela indústria.
TURMA: 1ª ano DATA: ___/___/___ BIMESTRE NOTA FINAL:
DISCIPLINA: Oficina de Produção Textual
1º BIM
PROFESSOR(A): Raíssa Vale 2º BIM
ALUNO(A): 3º BIM
4º BIM

1)Com base na proposta e argumentos da autora, elabore um parágrafo argumentativo confirmando ou refutando sua tese, se
necessário faça uma pesquisa a respeito do tema:

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