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CURSO DE
EMBRIOLOGIA HUMANA
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
EMBRIOLOGIA HUMANA
MÓDULO I
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
APRESENTAÇÃO
1 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
1.1 ESCROTO
1.1.1 Testículos
1.1.1.1 Espermatogênese
1.2 EPIDÍDIMO
1.3 DUCTO DEFERENTE
1.4 DUCTO EJACULATÓRIO
1.5 GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
1.5.1 Vesículas Seminais
1.5.2 Próstata
1.5.3 Glândulas Bulbouretrais
1.6 PÊNIS
1.7 URETRA MASCULINA
1.8 SÊMEN
1.8.1 Análise Laboratorial do Sêmen
1.9 ATO SEXUAL
1.10 TESTOSTERONA E OUTROS HORMÔNIOS SEXUAIS MASCULINOS
1.10.1 Controle das Funções Sexuais Masculinos pelos Hormônios Gonadotrópicos
da Glândula Hipófise Anterior – FSH e LH
2 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
2.1 MONTE PÚBICO
2.2 LÁBIOS MAIORES
2.3 LÁBIOS MENORES
2.4 VESTÍBULO
2.5 GLÂNDULAS VESTIBULARES MAIORES
2.6 CLITÓRIS
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2.7 HÍMEN
2.8 VAGINA
2.9 ÚTERO
2.10 TUBAS UTERINAS
2.11 OVÁRIOS
2.11.1 Ovulogênese
2.12 OS HORMÔNIOS FEMININOS
2.12.1 Funções dos Hormônios Gonadotrópicos da Adeno-hipófise no Controle do
Ciclo Mensal Ovariano
2.12.2 Ovulação
2.12.3 Funções dos hormônios ovarianos estradiol e progesterona
2.12.4 Funções dos esteroides – efeitos sobre as características sexuais primárias e
secundárias
2.12.5 Funções da progesterona
2.13 O CICLO ENDOMETRIAL E A MENSTRUAÇÃO
3 FERTILIZAÇÃO OU FECUNDAÇÃO E FORMAÇÃO DO ZIGOTO
4 IMPLANTAÇÃO OU NIDAÇÃO
5 DISCO GERMINATIVO BILAMINAR
5.1 OITAVO DIA DO DESENVOLVIMENTO
5.2 NONO DIA DO DESENVOLVIMENTO
5.3 DÉCIMO-PRIMEIRO AO DÉCIMO-SEGUNDO DIA DO DESENVOLVIMENTO
5.4 DÉCIMO-TERCEIRO DIA DO DESENVOLVIMENTO
5.5 CORRELAÇÕES CLÍNICAS
6 DISCO GERMINATIVO TRILAMINAR
6.1 GASTRULAÇÃO: FORMAÇÃO DO MESODERMA E DO ENDODERMA
EMBRIONÁRIOS
6.2 FORMAÇÃO DA NOTOCORDA
6.3 CRESCIMENTO DO DISCO GERMINATIVO
6.4 CORRELAÇÃO CLÍNICA
6.5 DESENVOLVIMENTO POSTERIOR DO TROFOBLASTO
6.6 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DA 4ª A 8ª SEMANA
6.7 PERÍODO FETAL
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MÓDULO II
7 ASPECTOS CLÍNICOS DA FUNÇÃO REPRODUTIVA E INFERTILIDADE
7.1 FUNÇÃO REPRODUTIVA NA MULHER E NO HOMEM
7.2 CAUSAS DA INFERTILIDADE NA MULHER
7.2.1 Problemas ovarianos
7.2.2 Endometriose
7.2.3 Fator cervical
7.2.4 Fator tubário
7.2.5 Fator uterino
7.2.6 Fator peritoneal
7.3 CAUSAS DA INFERTILIDADE NO HOMEM
7.3.1 Anomalias do Sêmen
7.3.2 Testes complementares à análise seminal de importância diagnóstica
7.3.3 Avaliação hormonal
7.3.4 Avaliação genética
7.3.5 Análise da estrutura da cromatina espermática
7.4 PROTOCOLOS PARA A INDUÇÃO DA OVULAÇÃO
7.4.1 Hiperestimulação ovariana
7.4.2 Esquemas de hiperestimulação ovariana
7.4.2.1 Citrato de clomifeno
7.4.2.2 Agonistas/Antagonistas do GnRH
7.4.2.3 Gonadotrofinas
7.4.2.4 Gonadotrofinas coriônicas
7.5 TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
7.5.1 Relação Sexual Programada
7.5.2 Inseminação Intrauterina (IIU)
7.5.2.1 Conheça o passo a passo da técnica
7.5.3 Fertilização in vitro (FIV)
7.5.3.1 Conheça o passo a passo da técnica
7.5.4 Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI)
7.5.5 Transferência Intratubária de Gametas ou GIFT (Gamete Intrafallopian
Transfer)
7.5.6 Transferência Intratubárica de Zigotos ou ZIFT (Zygote Intrafallopian Transfer)
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MÓDULO III
8 CRIOPRESERVAÇÃO
8.1 SAIBA MAIS
8.1.1 Quais as vantagens dos crioprotetores?
8.1.2 Quais são os crioprotetores mais usados?
8.1.3 Quais amostras são susceptíveis à criopreservação?
8.2 TIPOS DE CRIOPRESERVAÇÃO
8.2.1 Lenta ou Computadorizada
8.2.2 Ultrarrápida
8.3 CRIOPRESERVAÇÃO DE ESPERMATOZOIDES
8.4 CRIOPRESERVAÇÃO DE OVÓCITOS
8.5 SAIBA MAIS ...
8.6 CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES
8.6.1 Pré-zigotos
8.6.2 Pré-embriões em clivagem
8.6.3 Blastocistos
8.7 BIÓPSIA DE EMBRIÕES OU DIAGNÓSTICO GENÉTICO PRÉ-
IMPLANTACIONAL (PGD)
8.8 ASSISTED HATCHING
8.9 REMOÇÃO DE FRAGMENTOS DOS EMBRIÕES
9 NORMAS ÉTICAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO
ASSISTIDA (Resolução do Conselho Federal de Medicina n 2.013/13)
9.1 PRINCÍPIOS GERAIS
9.2 PACIENTES DAS TÉCNICAS DE RA
9.3 REFERENTE ÀS CLÍNICAS, CENTROS OU SERVIÇOS QUE APLICAM
TÉCNICAS DE RA
9.4 DOAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES
9.5 CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES
9.6 SOBRE A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (DOAÇÃO TEMPORÁRIA DO
ÚTERO)
9.7 REPRODUÇÃO ASSISTIDA POST-MORTEM
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MÓDULO IV
10 HEREDITARIEDADE – A BASE MENDELIANA
10.1 A BASE CROMOSSÔMICA DA HEREDITARIEDADE
10.2 TERATOGÊNESE
10.3 ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS
10.3.1 Trissomia do Cromossomo 21 (Síndrome de Down)
10.3.2 Trissomia 18 - Síndrome de Edwards
10.3.3 Trissomia 13 – Síndrome de Patau
10.3.4 Síndrome de Turner - Monossomia do Cromossomo X
10.3.5 Síndrome de Klinefelter
10.3.6 Síndrome de Cri-du-chat (Miado de Gato)
11 BIOÉTICA E BIOLOGIA REPRODUTIVA
11.1 INTRODUÇÃO À BIOÉTICA
11.1.1 Introdução Histórica
11.1.2 Bioética no Brasil
11.1.3 Princípios da Bioética
12 BIOÉTICA E A REPRODUÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA
12.1 PROBLEMAS JURÍDICOS DECORRENTES DAS NOVAS TÉCNICAS DE
REPRODUÇÃO HUMANA
13 BIOÉTICA E CLONAGEM
14 CONCLUSÃO
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APRESENTAÇÃO
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MÓDULO I
1.1 ESCROTO
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para manter a viabilidade dos mesmos, temperatura essa que deve estar entre 2 e
3°C (dois e três graus Celsius) abaixo da temperatura corpórea.
1.1.1 Testículos
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palpáveis, em que geralmente o esquerdo é relativamente mais baixo do que o
direito.
São os órgãos produtores de espermatozoides, compostos por um
emaranhado de tubos (túbulos seminíferos), sendo que, a partir da puberdade,
também produzem hormônios, sobretudo o testosterona, que são responsáveis
pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e o aparecimento das
características sexuais secundárias. Esses hormônios promovem o aumento da
massa muscular e óssea na puberdade, estimulam o crescimento das glândulas
sebáceas e a elaboração do sebo, estimulam os folículos pilosos para que façam
crescer a barba masculina e o pelo pubiano, ampliam a laringe e tornam mais grave
a voz.
No início da vida fetal, os testículos estão localizados na cavidade
abdominal, cerca de dois meses antes do nascimento descem para o escroto,
procedido de uma invaginação do peritônio chamada de processo vaginal, a partir da
qual se origina a túnica vaginal, camada mais externa dos testículos. Sob a túnica
vaginal, encontra-se um revestimento fibroso do testículo, conhecido como túnica
albugínea, uma camada densa de tecido conjuntivo fibroelástico, contendo células
musculares lisas espalhadas, especialmente na região adjacente ao epidídimo.
Septos fibrosos (estruturas de tecido conjuntivo que separa estruturas
anatômicas nos testículos chamadas lóbulos) (Figura 2A) estendem-se para dentro
da substância do testículo, dividindo-o em cerca de 250 lóbulos. Cada lóbulo contém
de um a três estreitos túbulos enovelados conhecidos como túbulos seminíferos, que
se fossem desenrolados em conjunto mediriam 500 metros, considerando os túbulos
seminíferos de ambos os testículos! As células reprodutoras masculinas (células
germinativas, os espermatozoides) (Figura 2B) estão localizadas no interior desses
túbulos, e as prematuras espermatogônias e os espermatócitos primários, na
periferia dos túbulos, mais próximo do epitélio germinativo.
Os túbulos seminíferos unem-se para formar uma série de túbulos retos
mais largos, que, por sua vez, formam uma rede conhecida como rede do testículo.
Cerca de 20 ductos eferentes deixam a extremidade superior da rede dos
testículos, perfurando a túnica albugínea e abrindo no epidídimo.
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FIGURA 2 ESTRUTURA DOS TESTÍCULOS
A. Gônada masculina. O testículo é formado por lóbulos que contêm túbulos seminíferos envolvidos
por células intersticiais. Observe a união entre o epidídimo e o ducto deferente. B. Espermatozoide
mostrando a cabeça, o corpo e a cauda. FONTE: Herlihy e Maebius, 2002.
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A espermatogênese (síntese de espermatozoides) desenvolve-se na
parede dos túbulos seminíferos pela diferenciação de células espermatogônicas,
onde estas, a partir da puberdade, passam a se multiplicar e vão se transformando
em espermatócitos primários, cada um destes, origina dois espermatócitos
secundáios, que sofrem a segunda divisão meiótica e originam cada um, duas
espermátides (Figura 3) que se diferenciam em espermatozoides. Os
espermatozoides recém-formados caem na cavidade interna dos túbulos seminíferos
e passam a se deslocar passivamente em seu interior, devido às contrações das
paredes dos túbulos e do fluxo de líquido presente dentro deles, até chegarem aos
epidídimos, onde serão maturados e armazenados até o momento da ejaculação.
Além das células reprodutoras, outras células são encontradas nos
testículos, como as células de Sertoli (que fornecem substâncias nutritivas, suporte
aos espermatozoides e realizam fagocitose de restos citoplasmáticos das
espermátides) (Figura 3) e as células intersticiais ou de Leydig (encontradas entre
os túbulos seminíferos e são responsáveis pela produção de testosterona).
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Espermatócitos e espermátides recém-formados ocupam depressões nos aspectos basais da célula,
enquanto espermátides mais maduras situam-se nos recessos profundos, próximos do ápice.
FONTE: Junqueira e Carneiro, 2004.
1.1.1.1 Espermatogênese
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espermatozoides, compostos de cabeça, colo, corpo (ou peça intermediária) e
cauda. Para formar a cabeça, o material nuclear condensa-se numa massa
compacta e a membrana celular se contrai em torno do núcleo (Figura 4).
Na parte superior da cabeça do espermatozoide, existe uma saliência
denominada acrossoma, formada pelo aparelho de Golgi, contendo hialuronidase e
proteases, que desempenham papéis importantes para a penetração do
espermatozoide no óvulo. Os centríolos estão localizados e agregados no colo do
espermatozoide, ao passo que, as mitocôndrias estão dispostas em espiral em volta
do corpo (Figura 4).
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microtúbulos pareados no centro e 9 microtúbulos duplos dispostos em torno da
borda. Toda essa estrutura é denominada axonema.
Os movimentos flagelados da cauda para um lado e para outro dá
mobilidade ao espermatozoide. Esse movimento decorre do deslizamento
longitudinal para frente e para trás entre os túbulos anteriores e posteriores que
formam o axonema. Os espermatozoides normais movem-se em linha reta com
velocidade de 1 a 4 mm por minuto.
O pH também influencia na atividade locomotora dos espermatozoides.
Geralmente em meios neutros e ligeiramente alcalinos, como no sêmen ejaculado,
os espermatozoides têm um ambiente favorável a sua atividade, mas é bastante
reduzida em meios ligeiramente ácidos, e meios fortemente ácidos, que além do
mais, podem propiciar a morte dessas células. Sabe-se que os espermatozoides
podem viver por muitas semanas nos dutos genitais dos testículos e, que sua vida
nos órgãos genitais femininos é de apenas 1 a 2 dias.
1.2 EPIDÍDIMO
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capazes de fertilizar o óvulo, num processo denominado maturação. O epidídimo
secreta grande quantidade de um líquido que contém hormônios, enzimas e
nutrientes especiais fundamentais para a maturação dos espermatozoides.
Uma pequena quantidade de espermatozoide pode ser armazenada no
epidídimo, mas a maior quantidade é armazenada no epidídimo e na sua ampola.
Eles podem ser armazenados nessas porções durante um período de um mês,
mantendo sua fertilidade.
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As vesículas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais constituem as
glândulas acessórias do aparelho reprodutor masculino (Figura 5).
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FIGURA 5 ESQUEMA GERAL DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
1.5.2 Próstata
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extensão pela uretra e secreta um líquido fluido, leitoso e alcalino que neutraliza a
acidez vaginal e auxilia na manutenção da viabilidade dos espermatozoides.
A secreção das glândulas prostáticas é lançada diretamente na uretra por
meio de inúmeros dúctulos prostáticos (não visíveis macroscopicamente) e conferem
odor característico ao sêmen.
1.6 PÊNIS
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Os corpos cavernosos são duas colunas longitudinais localizadas
dorsalmente e formam a maior parte do pênis. A terceira coluna longitudinal é
conhecida como corpo esponjoso, encontra-se situado ventralmente e é atravessada
pela porção peniana da uretra, ou seja, o corpo esponjoso envolve a uretra peniana.
Apresenta duas dilatações, uma anterior (glande do pênis) e a outra posterior (bulbo
do pênis).
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desse órgão pelo óstio externo da uretra. São encontradas quatro porções na uretra
masculina: prostática, membranosa, bulbouretral e peniana.
1.8 SÊMEN
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enzimas seja particularmente importante para abrir passagem entre as células da
granulosa, de modo que o espermatozoide possa chegar até o óvulo e fertilizá-lo.
Ao chegar à zona pelúcida do óvulo, a membrana anterior do
espermatozoide se liga especificamente a uma proteína receptora na zona pelúcida,
com isso toda membrana anterior do acrossoma se dissolve rapidamente, e todas as
enzimas acrossômicas são logo liberadas. Ocorrem reações químicas e, dentro de
minutos, elas abrem passagem para a penetração da cabeça dos espermatozoides
por meio da zona pelúcida e, o material genético do espermatozoide penetra no
óvulo.
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g) 60% dos espermatozoides vivos no ejaculado.
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venosos cavernosos, que normalmente estão relativamente vazios, mas que se
dilatam de modo acentuado quando o sangue flui para dentro deles sob pressão.
Esses corpos eretores também são circundados por forte revestimento fibroso, por
esta razão, a pressão elevada no interior dos sinusoides causa o bombeamento do
tecido erétil de tal modo que o pênis fica rígido e alongado.
A emissão e a ejaculação são o clímax do ato sexual masculino. Quando o
estímulo sexual fica extremamente intenso, os centros reflexos da medula espinhal
começam a emitir estímulos simpáticos que deixam a medula por L1 e L2 e vão até
os órgãos genitais, iniciando a emissão, precursora da ejaculação.
A emissão inicia-se tanto pela contração do ducto deferente quanto pela sua
ampola, ocasionando a expulsão do esperma para uretra interna. Em seguida,
contrações das vesículas seminais e do revestimento muscular da próstata expelem
o líquido seminal e o líquido prostático, forçando o esperma para diante. Todos
esses líquidos misturam-se ao muco já secretado pelas glândulas bulbouretrais,
formando o sêmen. O processo até esse ponto é a emissão.
O enchimento da uretra interna produz estímulos que são transmitidos à
região sacral da medula espinhal. Esses sinais na medula sacral, por sua vez,
excitam ainda mais a contração rítmica dos órgãos genitais internos, provocando,
também, contrações dos musculoesqueléticos isquiocavernoso e bulbocavernoso,
que comprimem as bases do tecido erétil do pênis. Esses efeitos aumentam ainda
mais os movimentos peristálticos em forma de ondas, da pressão dos ductos
genitais e da uretra, que projetam o sêmen da uretra para o exterior. Esse processo
é denominado ejaculação. Ao mesmo tempo, contrações rítmicas dos músculos
pélvicos e, até mesmo, de alguns dos músculos do tronco causam movimentos
projetivos da pelve e do pênis, que também ajudam a impelir o sêmen para os
recessos mais profundos da vagina e, talvez, mesmo até o útero, por meio do colo
uterino.
O organismo masculino é compreendido como todo esse período de
emissão e ejaculação. Quando ele termina, a excitação sexual masculina
desaparece quase totalmente em 1 a 2 minutos e a ereção cessa, um processo
denominado resolução.
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1.10 TESTOSTERONA E OUTROS HORMÔNIOS SEXUAIS MASCULINOS
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desenvolvimento da glândula próstata, das vesículas seminais e dos dutos genitais
masculinos, suprimindo ao mesmo tempo a formação dos órgãos genitais femininos.
Uma outra função importante da testosterona durante a vida intrauterina do
feto é a descida dos testículos da cavidade abdominal para o escroto, que ocorre
frequentemente entre o 8º e 9º mês de gravidez. Quando o feto nasce sem essa
descida, a administração de testosterona pode resolver essa anormalidade; ou a
administração de hormônios gonadotrópicos, que estimulam as células intersticiais
dos testículos a produzirem testosterona. Se por acaso, mesmo com a administração
desses hormônios, os testículos não descerem, uma intervenção cirúrgica pode ser
necessária.
A secreção de testosterona após a puberdade faz o pênis, o escroto e os
testículos aumentarem de tamanho cerca de oito vezes até por volta dos 20 anos de
idade. Além disso, a testosterona faz com que se desenvolvam ao mesmo tempo as
características sexuais secundárias masculinas, começando na puberdade, e
terminando na maturidade. Essas características sexuais secundárias, promovidas
pela testosterona, além dos próprios órgãos sexuais, distinguem o homem da mulher
na distribuição de pelos corporais (no púbis, na face, no tórax, nas costas e aumenta
a quantidade de pelo por quase todo o corpo); na voz mais grave porque ela causa
hipertrofia da mucosa laríngea e o aumento da laringe, esses efeitos causam
inicialmente voz relativamente dissonante, “rachada”, mas que passa de modo
gradual à típica, voz profunda masculina e também aumenta a espessura da pele
em todo o corpo.
Além disso, uma das mais importantes características masculinas é o
desenvolvimento crescente da musculatura após a puberdade; os homens têm em
média um aumento da ordem de 50% da massa muscular em relação às mulheres.
No músculo, a testosterona aumenta o volume, a força muscular e o vigor, devido a
esses efeitos, a testosterona (ou, mais comumente, um andrógeno sintético em seu
lugar) é muito utilizada por atletas para melhorar seu desempenho.
Geralmente, o homem apresenta uma quantidade maior de hemácias do que
as mulheres. Essa realidade não está relacionada com a estimulação da produção
de eritrócitos diretamente pela testosterona, e sim, com o aumento do metabolismo
induzido por este hormônio. Também a retenção de cálcio e o aumento da matriz
extracelular óssea são condições promovidas pela testosterona. Dessa forma, esse
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hormônio nos ossos atua promovendo o crescimento ósseo em espessura e também
depositam quantidade substancial de sais de cálcio.
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vulva ou pudendo, e é composto pelo monte púbico, clitóris, lábios maiores, lábios
menores, vestíbulo, glândulas vestibulares maiores e hímen (Figura 7). Já os órgãos
femininos internos da reprodução incluem a vagina, o útero, as tubas uterinas e os
ovários.
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(pelos pubianos), que após a puberdade se tornam espessos, longos e com
distribuição característica.
O monte de Vênus e os lábios maiores são revestidos por pele e de pelos,
ao contrário do resto da vulva, que é revestida de mucosa.
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caracterizados, porém, as extremidades parecem unir-se por uma prega transversal
da pele chamada frênulo dos lábios menores.
2.4 VESTÍBULO
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2.6 CLITÓRIS
2.7 HÍMEN
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Portanto, anatomicamente nem a presença nem a ausência do hímen pode
ser considerado como critério classificatório para a virgindade. Após a dilaceração
ou ruptura da membrana, restam pequenos fragmentos no local de inserção de sua
margem, são as chamadas carúnculas himenais.
2.8 VAGINA
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estratificado, que forma espessas pregas transversais que se mantém umedecida
por secreções cervicais.
2.9 ÚTERO
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Esse é o órgão que aloja e garante um ambiente adequado para o
desenvolvimento do embrião e do feto, apresenta-se envolto pelo ligamento largo
(Figuras 9A e 10), tem em geral a forma de uma pera invertida, na mulher não
grávida, que em seu estado normal, mede aproximadamente 7,5 cm de comprimento
e 5 cm de largura.
Ele distingue-se em quatro partes: fundo, corpo, istmo e cérvix (colo)
(Figura 9A). O corpo comunica-se de cada lado com suas respectivas tubas
uterinas, e a porção acima do óstio das tubas uterinas é o chamado fundo do útero.
O corpo é a porção principal e estende-se até o istmo, uma região inferior
estreitada, curta, medindo cerca de 1 cm ou menos, a ele segue o colo do útero que
faz projeção na vagina e com ela se comunica pelo óstio do útero.
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O útero pode variar de forma, tamanho, posição e estrutura de acordo com a
idade, estado nutricional, nuliparidade ou multiparidade, volume da bexiga urinária e
do reto e, sobretudo, do estado de gestação.
Estruturalmente o útero apresenta três túnicas: uma interna ou endométrio,
que passa por modificações de acordo com a fase do ciclo menstrual, uterino ou da
gravidez; uma média ou miométrio, formado por fibras musculares lisas embebidas
em tecido conjuntivo, que consiste na maior parte da parede uterina e uma externa
ou perimétrio (Figura 9A), representada pelo peritônio.
As paredes do útero são espessas em razão da musculatura, porém, a
cavidade uterina é relativamente estreita no útero não gravídico. Mensalmente, o
endométrio passa por modificações (aumento do volume do endométrio com
formação de abundantes redes capilares) com a finalidade de se preparar para
receber o zigoto, ou seja, o futuro embrião. Não ocorrendo fertilização, toda essa
camada que se formou para receber o zigoto se descama, com hemorragia e,
concomitantemente, a eliminação sanguínea através da vagina e vulva, fenômeno
conhecido como menstruação.
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circular e uma externa longitudinal descontínua, e a camada serosa é formada
basicamente por tecido conjuntivo fibroso.
O óstio das tubas uterinas confere uma outra diferença existente entre o
homem e a mulher; elas permitem na mulher a comunicação da cavidade peritoneal
com o ambiente externo, por meio das tubas uterinas, cavidade uterina, canal
vaginal e vulva, comunicação essa inexistente no homem, onde a cavidade
peritoneal é dita fechada.
As tubas uterinas podem ser divididas em quatro partes, partindo do útero
para o ovário são: intramural (na parede do útero), istmo, ampola e infundíbulo
(Figura 10). O istmo abre-se na cavidade uterina, sendo continuado pela ampola,
uma parte dilatada e central da tuba, em que geralmente ocorre a fertilização, que
por sua vez, continua-se com o infundíbulo, estrutura em forma de funil cuja base se
encontra o óstio abdominal da tuba e é dotado em suas margens por progressões
digitiformes ou fímbrias, que se curvam e dobram-se em torno do ovário, mas, não
necessariamente está em contato direto com ele.
Quando um óvulo amadurece e é expelido do ovário, as fímbrias funcionam
como tentáculos, trazendo-o para o interior da tuba, onde pode ocorrer o encontro
com o espermatozoide e a consequente fertilização; os movimentos ciliares e
peristálticos conduzem o óvulo ou zigoto para o interior do útero.
2.11 OVÁRIOS
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modelar o corpo feminino de acordo com suas características; aumento dos lábios
maiores e menores, clitóris; aparecimentos das mamas e entre outros) e atuam
sobre o útero nos mecanismos de implantação do óvulo fecundado e início do
desenvolvimento do embrião.
Antes da primeira ovulação, os ovários são frequentemente lisos e rosados,
mas após sucessivas ovulações tornam-se branco-acinzentados e rugosos devido
às características deixadas pelas subsequentes ovulações, e aos poucos vão se
atrofiando de modo que, nas idosas, o seu tamanho está consideravelmente menor.
Já no final do desenvolvimento embrionário, a menina contém nos seus
dois ovários todas as células que irão se transformar em gametas (óvulos). Essas
células, os ovócitos primários, encontram-se dentro de estruturas denominadas
folículos ovarianos. A partir da adolescência, com a puberdade, sob estimulação
hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos
em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno.
Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento
e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta feminino);
fenômeno conhecido como ovulação, discutido posteriormente. Após seu
rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo (corpo
amarelo), que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o
tempo, o corpo lúteo passa por um processo de involução e se converte em corpo
albicans (corpo branco), uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no
ovário (Figura 11).
O corpo albicans é considerado uma cicatriz deixada pelo ovócito que se
rompeu e partiu do ovário para as tubas uterinas.
Compreendemos que diferentemente dos homens, que têm um órgão (o
pênis) que possui várias finalidades (ter relações sexuais, reprodução e urinar), a
mulher tem vários órgãos diferentes para essas funções: vagina (canal muscular
que vai da vulva ao útero), que serve para ter relações sexuais funcionando como
órgão de cópula, passagem do feto e produtos da menstruação; a uretra (canal que
vai da vulva à bexiga), que serve para conduzir a urina do organismo para o meio
ambiente e o clitóris, que serve exclusivamente para o prazer sexual.
É importante ressaltar que a uretra no homem é comum tanto ao sistema
reprodutor quanto ao sistema urinário, diferentemente do que se observa nas
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38
mulheres, nas quais a uretra funciona única e exclusivamente para conduzir a urina
do ambiente interno para o externo.
Principais componentes ovarianos dee uma mulher em idade reprodutiva. FONTE: Junqueira e
Carneiro, 2004.
2.11.1 Ovulogênese
AN02FREV001/REV 4.0
39
malformação genética do embrião. Esse é um problema que pode ocorrer em
mulheres que são mães tardiamente.
As ovogônias são células diploides (46 cromossomos) e grandes que por
divisões mitóticas originam os ovócitos primários, os quais passam por meiose,
sendo a primeira etapa chamada de reducional ou meiose I, pois, ocorre a redução
do número de cromossomos, de 46 para 23, no ovócito secundário. A meiose I no
ovócito primário (célula diploide) origina duas células haploides, o ovócito
secundário e o primeiro glóbulo polar (Figura 12). Essas duas células possuem
tamanhos diferentes, sendo que o ovócito secundário recebe a maior parte do
citoplasma e o corpúsculo polar é uma célula, pois, recebe uma menor quantidade
de citoplasma.
O ovócito secundário por sua vez origina o óvulo, na segunda etapa da
meiose, tida como equacional ou meiose II, pois, mantém o número haploide (23)
de cromossomos.
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40
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/ovulogenese.htm>. Acesso em: 22 fev.
2014.
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41
A reprodução começa pelo desenvolvimento de óvulos nos ovários. Nos
meados de cada ciclo menstrual, um só óvulo é expelido normalmente, porém,
raramente pode ser expelido mais de um óvulo para a cavidade abdominal por um
folículo ovariano. Esse óvulo atinge o útero pelas tubas uterinas e caso tenha sido
fertilizado por um espermatozoide é implantado na parede uterina e começa o
processo de implantação do futuro embrião.
Na época da puberdade, os dois ovários contêm de 400.000 a 500.000
óvulos. Cada óvulo é circundado por uma camada única de células da granulosa e é
denominado folículo primordial. São células consideradas gigantes e haploides,
enquanto que os espermatozoides são células microscópicas (visualizadas somente
no microscópico eletrônico com aumento de no mínimo de 1.200 vezes) e móveis
graças aos movimentos flagelados. Durante toda vida reprodutiva da mulher, apenas
cerca de 400 folículos se desenvolvem o suficiente para expelir seu óvulo; o restante
se degenera. Portanto, uma mulher ao longo da vida ovula 400 vezes desde que não
faça uso de métodos contraceptivos que impeçam a ovulação. Ao final do ciclo
reprodutivo, denominado menopausa, apenas alguns folículos primordiais
permanecem nos ovários, e mesmo esses se degeneram depois.
O sistema hormonal feminino, assim como no masculino consiste em três
hierarquias distintas de hormônios, o hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH),
secretado pelo hipotálamo, que atua na adeno-hipófise promovendo a liberação de
LH e FSH, que por sua vez, atuam estimulando os ovários a secretar os hormônios
ovarianos estrogênio e progesterona.
AN02FREV001/REV 4.0
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dias, porém, mesmo em mulheres inteiramente normais podem ocorrer alterações na
duração desses dias tanto para mais quanto para menos.
Como vimos, as alterações ovarianas durante o ciclo sexual dependem
inteiramente dos hormônios gonadotrópicos secretados pela hipófise anterior. Os
ovários que não são estimulados por esses hormônios permanecem totalmente
inativos, como acontece naturalmente durante toda infância, quando não é
secretado nenhum hormônio gonadotrópico. A partir da idade de 8 anos,
progressivamente a hipófise começa a secretar cada vez mais hormônio
gonadotrópico, o que culmina no início dos ciclos sexuais mensais, que
normalmente, ocorre entre os 11 a 15 anos de idade, onde ocorre a menarca
(primeira menstruação) e esse período na vida das meninas é denominado
puberdade.
Os hormônios LH e FSH são pequenas glicoproteínas com peso molecular
de cerca de 30.000. A cada mês do ciclo sexual feminino, ocorre elevação e
diminuição cíclicas do FSH e LH, que por sua vez, causam alterações ovarianas
cíclicas na produção de estrógeno e progesterona.
Durante toda infância, os folículos primordiais não crescem, porém, na
puberdade, quando o FSH e o LH da glândula hipófise anterior começam a ser
secretados em grandes quantidades, todo ovário e muitos dos folículos nele contido,
começam a crescer. O primeiro estágio do crescimento folicular é o aumento do
óvulo propriamente dito e, o crescimento de células da granulosa; o folículo é
designado, então, folículo primário. Algumas semanas antes da ovulação,
desenvolve-se muitas camadas de células da granulosa. As células tecais
(localizadas ao redor das células da granulosa) se originam do estroma ovariano,
logo assumindo características epitelioides. Assim, essas células da granulosa e
tecais secretam os hormônios ovarianos estrogênio e progesterona.
No início de cada ciclo sexual, a concentração de FSH e LH aumenta
promovendo um crescimento acelerado das células tecais e granulosa em cerca de
20 folículos ovarianos a cada mês. Essas células, por sua vez, secretam um líquido
folicular contendo concentração elevada de estrogênio, um dos importantes
hormônios sexuais femininos. O acúmulo desse líquido no folículo faz aparecer no
meio da massa de células tecais e da granulosa, um antro, espaço no qual esse
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43
líquido fica retido. Nessa fase, o folículo em crescimento é denominado folículo
antral ou vesicular (Figura 13).
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44
2.12.2 Ovulação
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45
ocorrido. Assim a massa de células da granulosa que ainda fica no ovário no local
da ruptura do folículo transforma-se no corpo lúteo.
O corpo lúteo secreta grande quantidade dos hormônios estrogênio e
progesterona. As células do corpo lúteo são grandes e apresentam inclusões
lipídicas, que lhes confere uma cor amarelada característica, da qual deriva o termo
lúteo, que significa amarelo.
Normalmente, o corpo lúteo cresce até 1,5 cm, atingindo esse estágio de
desenvolvimento cerca de 7 a 8 dias após a ovulação. Depois disso ele começa a
involuir e perde a sua função secretora, aproximadamente 12 dias após a ovulação,
tornam-se, então, o chamado corpo albicans, que durante as semanas
subsequentes é substituído por tecido conjuntivo.
A conversão das células da granulosa nas células luteínicas do corpo lúteo
requer a presença do LH. De fato, essa é a razão do seu nome. Também, na
presença contínua do LH, o crescimento do corpo lúteo é maior, sua secreção
aumenta e sua vida é prolongada.
Quando o corpo lúteo está ativo, como vimos, ele secreta grandes
quantidade de estrogênio e progesterona, que inibe a síntese do hormônio liberador
da gonadotropinas (GnRH) pelo hipotálamo, reduzindo, dessa forma, a produção de
LH e FSH (Figura 15); como consequência, durante esse período, nenhum novo
folículo começa a crescer no ovário. Entretanto, quando o corpo lúteo se degenera
totalmente, ao fim do 12° dia de sua vida (aproximadamente no 26° do ciclo sexual
feminino), a perda da supressão por feedback possibilita, agora, a glândula hipófise
anterior começar mais uma vez a secretar quantidades maiores de FSH e LH. Esses
dois hormônios promovem o crescimento de folículos, dando origem a um novo ciclo
ovariano. Ao mesmo tempo, a pequena secreção de progesterona e estrogênio leva
à menstruação pelo útero.
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46
FIGURA 15 OS HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS CONTROLAM A MAIORIA DAS
FUNÇÕES OVARIANAS
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progestinas a mais importante é, sem dúvida, a progesterona. Os estrógenos
promovem principalmente o crescimento dos órgãos sexuais femininos nas meninas
e o desenvolvimento da maioria das características sexuais secundárias femininas.
Por outro lado, as progestinas destinam-se quase que totalmente à preparação final
do útero para a gravidez e das mamas para a amamentação.
Tanto o estrógeno quanto a progesterona são esteroides sintetizados pelos
ovários a partir do colesterol derivado do sangue, mas também, em pequeno grau,
da acetil coenzima A, e múltiplas moléculas dela podem combinar-se para formar o
núcleo esteroide apropriado.
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48
sistemas de ductos. Os lóbulos e os alvéolos da mama desenvolvem-se em
pequeno grau, mas são a progesterona e a prolactina que causam o crescimento
determinativo e o funcionamento dessas estruturas. Em suma, os estrógenos
desencadeiam o crescimento das mamas e do aparelho mamário produtor de leite,
sempre também responsáveis pela aparência externa característica da mama
feminina adulta, mas não completam a conversão das mamas em órgãos produtores
de leite.
Os estrógenos também apresentam a capacidade de aumentar a atividade
osteoblástica, ou seja, de atuar nos ossos, aumentando a síntese de matriz
extracelular calcificada. Quando a menina entra na puberdade, sua altura se altera
agudamente. Entretanto, os estrógenos têm outro potente efeito sobre o crescimento
do esqueleto, que acaba por fazer cessar o aumento da altura, isto é, os estrógenos
causam a união precoce das epífises às hastes dos ossos longos. Esse efeito é
muito mais forte nas mulheres do que o efeito semelhante da testosterona nos
homens. Como consequência o crescimento feminino cessa naturalmente alguns
anos antes do masculino.
Os estrógenos causam o depósito de maior quantidade de gordura nos
tecidos subcutâneos, mamas, nádegas e coxas, produzindo o alargamento dos
quadris característicos das mulheres.
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49
A progesterona promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos
mamários, fazendo as células alveolares proliferarem, aumentando de tamanho e
assumirem natureza secretória, porém, ela não faz os alvéolos secretar leite, tarefa
exercida pela prolactina, hormônio secretado pela adeno-hipófise.
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50
substâncias secretoras se acumulam nas células epiteliais glandulares e as
glândulas secretam pequenas quantidades de líquido endometrial. Há um acúmulo
de lipídios e glicogênio nas células do estroma endometrial, bem como ocorre um
aumento do suprimento sanguíneo para o endométrio nessa fase. A espessura do
endométrio dobra aproximadamente durante a fase secretora, de modo que, ao final
do ciclo mensal, o endométrio tem espessura de 5 a 6 mm.
Todas essas alterações endometriais visam produzir um endométrio
altamente secretor, contendo grande reserva de nutrientes, capaz de proporcionar
condições apropriadas à implantação de um óvulo fertilizado durante a última
metade do ciclo mensal.
Menstruação: é causada por uma redução súbita tanto de progesterona
quanto dos estrógenos ao final do ciclo mensal do ovário. O primeiro efeito é a
menor estimulação das células endometriais por esses dois hormônios, seguida
rapidamente pela involução do próprio endométrio para cerca de 65% de sua
espessura anterior. Durante as 24 horas que precedem o início da menstruação, os
vasos sanguíneos que vão para as camadas mucosas do endométrio sofrem
vasoespasmo e isso promove o início da necrose do endométrio. Como
consequência, o sangue extravasa para os tecidos da camada vascular do
endométrio, e as áreas hemorrágicas crescem num período de 24 a 36 horas.
Gradativamente, as camadas externas necrosadas se descamam do útero no local
das hemorragias, até que aproximadamente 48 horas após o início da menstruação
todas as camadas superficiais do endométrio tenham se desprendido. O tecido
descamado e o sangue na cavidade uterina produzem contrações uterinas que
expelem o conteúdo uterino.
Durante a menstruação normal, são perdidos aproximadamente 40 ml de
sangue e outros 35 ml de líquido seroso. Esse líquido menstrual normalmente não
se coagula, pois uma fibrinolisina é liberada junto com o material endometrial
necrosado. Dentro de 4 a 7 dias do início da menstruação, a perda de sangue cessa,
pois a essa altura, o endométrio já foi totalmente reepitelizado.
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FIGURA 16 TRANSFORMAÇÕES QUE OCORREM NA MUCOSA UTERINA
(ENDOMÉTRIO) DURANTE UM CICLO MENSTRUAL
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52
3 FERTILIZAÇÃO OU FECUNDAÇÃO E FORMAÇÃO DO ZIGOTO
Durante a ovulação, acredita-se que fímbrias varram o folículo que se rompe, colham o ovócito e o
conduzem para dentro da tuba uterina. FONTE: Sadler, 1997.
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muitas vezes mais rápido do que a motilidade dos próprios espermatozoides pode
conseguir, o que indica que movimentos propulsivos do útero e das tubas uterinas
podem ser responsáveis por grande parte do movimento dos espermatozoides.
Entretanto, mesmo com essa ajuda, apenas 1.000 a 3.000 dos quase 500 milhões
de espermatozoides depositados na vagina conseguem percorrer a tuba uterina e
chegar próximo do óvulo.
Só é necessário um espermatozoide para fertilizar o óvulo. De fato, muitos
espermatozoides tentam efetivamente penetrar na zona pelúcida, mas só um
consegue. Uma vez que o primeiro espermatozoide atravessa a zona pelúcida,
ocorre uma reação de zona nessa camada amorfa que a torna impermeável a
outros espermatozoides (Figura 18).
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54
Acredita-se que a reação de zona seja resultante da ação de enzimas
lisossomais liberadas pelos grânulos corticais existentes no citoplasma próximo à
membrana plasmática do óvulo. O conteúdo destes grânulos, que são liberados para
o espaço perivitelino, provoca mudanças na membrana plasmática do óvulo,
tornando-a igualmente impermeável aos espermatozoides.
Após o espermatozoide penetrar no óvulo, sua cabeça aumenta rapidamente
de volume, formando o pronúcleo masculino. Depois os 23 cromossomos do
pronúcleo masculino e os 23 cromossomos do pronúcleo feminino se dispõem de
modo a formar novamente um complemento completo de 46 cromossomos (23
pares) no óvulo fertilizado, ou seja, o zigoto.
Os principais resultados da fertilização são:
1. restauração do número diploide de cromossomos, metade dos
quais do pai e metade da mãe. Portanto, o zigoto contém uma nova
combinação de cromossomos que difere da de ambos os pais;
2. determinação do sexo do novo indivíduo. Um espermatozoide
portador de um X produzirá um embrião feminino (XX), enquanto um
espermatozoide portador de um Y produzirá um embrião masculino (XY).
Portanto, o sexo cromossômico do embrião é determinado na fertilização;
3. início da clivagem. Sem a clivagem, geralmente o ovócito degenera
24 horas após a ovulação.
A fertilização do óvulo ocorre normalmente logo após o óvulo penetrar na
tuba uterina. Após a fertilização, são necessários em média 3 a 4 dias para
transporte do zigoto até a cavidade do útero ao longo da tuba. Esse transporte é
realizado principalmente pela fraca corrente de líquido na tuba uterina propiciada
pela ação dos cílios do epitélio que reveste a tuba. Também é possível que as fracas
contrações das tubas uterinas auxiliem a passagem do zigoto.
Esse demorado transporte do zigoto pela tuba uterina possibilita a
ocorrência de vários estágios de divisão mitótica do zigoto, formando vários
blastômeros (Figuras 18 e 19). Primeiro, o zigoto se divide em duas células; estas
então se dividem em quatro blastômeros, oito blastômeros, e assim por diante
(Figura 18). No estágio de 12 blastômeros ou mais, obtém-se a mórula, uma bola
sólida de blastômeros (Figuras 18 e 19).
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55
FIGURA 19 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DOS EVENTOS QUE
OCORREM DURANTE A PRIMEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
A, Fertilização 12-24 horas após a ovulação. B, Estágio de 2 a 8 células. C, Mórula contendo 12-16
blastômeros (aproximadamente três dias após a fertilização). D, Estágio de blastocisto inicial
(aproximadamente quatro dias e meio). A zona pelúcida já desapareceu. Fase inicial da implantação
(blastocisto com aproximadamente seis dias de idade). O ovário mostra os estádios de transformação
de um folículo primário até um folículo de graaf, assim como um corpo lúteo. FONTE: Herlihy e
Maebius, 2002.
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FIGURA 20 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO DESENVOLVIMENTO DE
UM ZIGOTO DESDE O ESTÁDIO DE DUAS CÉLULAS ATÉ O ESTÁGIO DE
BLASTOCISTO
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Mais ou menos no momento em que a mórula penetra a cavidade uterina,
um fluido começa a penetrar os espaços intercelulares da massa celular interna.
Gradualmente, os espaços intercelulares tornam-se confluentes e, finalmente,
forma-se uma cavidade única, a blastocele ou cavidade blastocística. Nesse
momento, o embrião é denominado blastocisto (Figura 19). As células da massa
celular interna, agora denominadas embrioblasto, localizam-se em um polo,
enquanto as da massa celular externa, ou trofoblasto, achatam-se e formam a
parede epitelial do blastocisto. A zona pelúcida já desapareceu, possibilitando que a
implantação se inicie.
4 IMPLANTAÇÃO OU NIDAÇÃO
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58
FIGURA 21 ESQUEMAS DE BLASTOCISTOS
AN02FREV001/REV 4.0
59
FIGURA 22 ÚTERO NA FASE SECRETORA OU PROGESTACIONAL
Observar glândulas endometriais tortuosas e dilatadas nesta fase. FONTE: Junqueira e Carneiro,
2004.
A seguir é feito um relato dia a dia dos principais eventos que ocorrem
durante a segunda semana do desenvolvimento. Contudo, é preciso lembrar que
embriões com a mesma idade de fertilização não se desenvolvem necessariamente
com a mesma velocidade. De fato, foram encontradas diferenças consideráveis na
velocidade de crescimento embrionário mesmo nesses estádios tão precoces do
desenvolvimento.
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60
5.1 OITAVO DIA DO DESENVOLVIMENTO
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61
FIGURA 23 DESENHO REPRESENTANDO UM BLASTOCISTO HUMANO,
PARCIALMENTE INSERIDO NO ESTROMA ENDOMETRIAL
O trofoblasto consiste em uma camada interna com células mononucleares, o citotrofoblasto, e uma
camada externa sem limites celulares inidentificáveis, o sinciciotrofoblasto. O embrioblasto é formado
pelas camadas germinativas, denominadas epiblasto e hipoblasto. A cavidade amniótica aparece
como uma pequena fenda. FONTE: Sadler, 1997.
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membrana, juntamente com o hipoblasto, constitui o revestimento da cavidade
exocelômica (saco vitelino primitivo) (Figura 23).
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63
O trofoblasto caracteriza-se, neste estádio, por espaços lacunares no
sincício, que formam uma rede intercomunicante. Isto é especialmente evidente no
polo embrionário; contudo, no polo não embrionário, o trofoblasto ainda consiste
basicamente em células citotrofoblásticas.
Ao mesmo tempo, células do sinciciotrofoblasto penetram mais
profundamente o estroma, erodindo o revestimento endotelial dos capilares
maternos. Esses capilares apresentam-se congestionados e dilatados, sendo
conhecidos como sinusoides.
As lacunas sinciciais tomam-se então contínuas com os sinusoides,
permitindo que o sangue materno invada o sistema. Enquanto o trofoblasto
prossegue com a erosão de um número cada vez maior de sinusoides, o sangue
materno começa a fluir através do sistema trofoblástico, estabelecendo assim a
circulação uteroplacentária.
Paralelamente, surge uma nova população de células entre a superfície
interna do citotrofoblasto e a superfície externa da cavidade exocelômica. Essas
células são derivadas das células do saco vitelino e formam o tecido conjuntivo
delgado e frouxo, o mesoderma extraembrionário, que irá preencher todo o
espaço entre a superfície externa do âmnio e a superfície interna da membrana
exocelômica. Grandes cavidades logo se formam no mesoderma extraembrionário e,
ao se tornarem confluentes, forma-se um novo espaço, denominado celoma
extraembrionário (cavidade coriônica) (Figura 25). Este espaço envolve o saco
vitelino primitivo e a cavidade amniótica, exceto na região onde o disco germinativo
está ligado ao trofoblasto pelo pedículo de ligação. O mesoderma extraembrionário
que reveste o citotrofoblasto e o âmnio é denominado mesoderma somatopleural
extraembrionário; o revestimento do saco vitelino é denominado mesoderma
esplancnopleural extraembrionário (Figura 25).
O crescimento do disco germinativo bilaminar é relativamente lento quando
comparado ao lado do trofoblasto; consequentemente, o disco apresenta-se muito
pequeno (0,1 - 0,2 mm). Enquanto isso as células endometriais adquirem forma
poliédrica e enchem-se de glicogênio e lipídios; os espaços intercelulares são
ocupados por exsudato, e o tecido apresenta-se edematoso. Essas mudanças,
conhecidas como reação tecidual, estão inicialmente confinadas à área
AN02FREV001/REV 4.0
64
imediatamente vizinha ao sítio de implantação, mais logo se espalham por todo o
endométrio.
As lacunas trofoblásticas no polo embrionário estão em conexão aberta com os sinusoides maternos
no estroma endometrial. O mesoderma extraembrionário prolifera e preenche os espaços entre a
membrana exocelômica e o aspecto interno do trofoblasto. FONTE: Sadler, 1997.
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65
caracteriza-se pelo aparecimento de estruturas vilamentosas. As células dos
citotrofoblasto proliferam localmente e invadem o sinciciotrofoblasto, formando
colunas celulares cercadas por sincício. Estas colunas de células revestidas pelo
sincício são chamadas de vilosidades primárias (Figura 26).
Simultaneamente, o hipoblasto produz células adicionais que migram ao
longo da face interna da membrana exocelômica. Estas células proliferam e formam
gradualmente uma nova cavidade no interior da cavidade exocelômica. Esta nova
cavidade é denominada saco vitelino secundário ou definitivo (Figura 26). Esse
saco vitelino é bem menor do que cavidade exocelômica original ou saco vitelo
primitivo. Durante sua formação, grandes porções da cavidade exocelômica se
desprendem. Essas porções são representadas pelos cistos exocelômicos, que
são frequentemente encontrados no celoma extraembrionário ou cavidade
coriônica.
Paralelamente, o celoma extraembrionário expande-se para constituir uma
grande cavidade, conhecida como a cavidade coriônica. O mesoderma
extraembrionário que reveste o interior do citotrofoblasto passa então a ser chamado
de placa coriônica. O único ponto onde o mesoderma extraembrionário cruza a
cavidade coriônica é no pedículo de ligação (Figura 26). Com o desenvolvimento
de vasos sanguíneos, o pedúnculo transforma-se no cordão umbilical.
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FIGURA 26 DESENHO DE UM BLASTOCISTO HUMANO DE 13 DIAS
As lacunas trofoblásticas então agora presentes tanto no colo embrionário quanto no polo não
embrionário, e a circulação o uteroplacentária já está estabelecida. Observe as vilosidades primarias
e o celoma extraembrionário, ou cavidade coriônica. O saco vitelino secundário apresenta-se
totalmente revestido por endoderma. FONTE: Sadler, 1997.
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67
5.5 CORRELAÇÕES CLÍNICAS
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FIGURA 27 DESENHO REPRESENTANDO SÍTIOS ANORMAIS DE
IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO
1. Sítio de implantação na cavidade abdominal. O óvulo fertilizado implanta-se na maioria das vezes
na cavidade retouterina (bolsa de douglas), mas pode implantar-se em qualquer ponto revestido por
peritônio. 2. Implantação na região da ampola da tuba. 3. Implantação tubária. 4. Implantação
intersticial, isto é, na porção estreita da tuba uterina. 5. Implantação na região do óstio interno, que
resulta frequentemente em placenta prévia. FONTE: Sadler, 1997.
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69
do epiblasto (Figura 28). No início, a linha primitiva é mal definida, mas, em um
embrião de 15-16 dias, ela é claramente visível como um sulco estreito com bordas
levemente salientes de ambos os lados. A extremidade cefálica da linha, conhecida
como nó primitivo, consiste em uma área um pouco saliente que circunda a
pequena fosseta primitiva.
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70
contato um com o outro e que a linha primitiva forma um sulco na região caudal do embrião. FONTE:
Sadler, 1997.
Em uma seção transversal por meio da região do sulco primitivo, vê-se que
as células têm forma de garrafa e que uma nova camada se forma entre o epiblasto
e o hipoblasto. Células do epiblasto migram em direção à linha primitiva para formar
o mesoderma e o endoderma intraembrionário. Ao chegar à região da linha, elas
assumem a forma de garrafa, destacam-se do epiblasto e deslizam por abaixo dele.
Esse movimento para dentro é conhecido como invaginação (Figura 29). Uma vez
invaginadas, algumas células deslocam o hipoblasto, criando, dessa maneira, o
endoderma embrionário, enquanto outras formam o mesoderma ao se disporem
entre o epiblasto e o endoderma recém-criado. As células que permanecem no
epiblasto formam, então, o ectoderma. Desse modo, o epiblasto, por meio do
processo da gastrulação, constitui a fonte de todas as camadas germinativas do
embrião (isto é, ectoderma, mesoderma e endoderma).
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71
FIGURA 29 A. VISTA ESQUEMÁTICA DO LADO DORSAL DO DISCO
GERMINATIVO DE UM EMBRIÃO DE 16 DIAS
Notar o movimento das células epiblásticas superficiais (linhas pretas contínuas) através da linha
primitiva e do nó, assim como a migração subsequente de células entre o hipoblasto e o epiblasto
(linhas interrompidas). B. Seção transversal da região cefálica da linha 15 dias, mostrando a
invaginação de células de epiblasto. As primeiras células a se moverem para dentro deslocam o
hipoblasto para criar o endoderma definitivo. Uma vez estabelecido o endoderma definitivo, o
epiblasto que se move para dentro forma mesoderma. FONTE: Sadler, 1997.
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72
em frente a essa área, onde formam a placa cardiogênica ou formadora do
coração (Figura 29).
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73
FIGURA 30 FORMAÇÃO DA NOTOCORDA
As células prenotocordais migram através da linha primitiva, se intervalam no endoderma para formar
a placa notocordal e, finalmente, se destacam do endoderma para formar a notocorda definitiva.
Como esses eventos se dão em uma sequência cefálico-caudal, partes da notocorda definitiva se
estabelecem primeiro na região cefálica. A. Desenho de uma seção sagital através de um embrião de
17 dias. A porção mais cefálica da notocorda definitiva já está formada perto da placa precordal,
enquanto que as células prenotocordais caudais e essa região estão intercaladas no endoderma,
formando a placa notocordal. B. Micrografia eletrônica de varredura de um embrião de camundongo,
mostrando a região da placa precordal (setas). Em situação posterior a essa região e se estendendo
caudalmente está a placa prenotocordal (cabeças de setas). C. Seção transversal esquemática
através da região da placa notocordal. Logo a placa notocordal se destacará do endoderma para
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formar a notocorda definitiva. D. Micrografia eletrônica de varredura de um embrião de camundongo,
mostrando a separação da placa notocordal do endoderma. E. Vista esquemática, mostrando a
notocorda definitiva. F. Micrografia eletrônica de varredura de um embrião de camundongo,
mostrando a notocorda definitiva (setas) situada junto do tubo neural (nt). FONTE: Moore e Persaud,
2000.
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FIGURA 31 A. DESENHO DO ASPECTO DORSAL DE UM EMBRIÃO DE 18 DIAS
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FIGURA 32 SIRENOMELIA (DISGENESIA CAUDAL)
A perda de mesoderma da região lombossacra resultou na fusão dos brotos dos membros e outros
defeitos. FONTE: Sadler, 1997.
CORRELAÇÃO CLÍNICA
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FIGURA 33 TERATOMA SACROCOCCÍGEO
O teratoma sacrococcígeo é resultante de resto da linha primitiva. Esses tumores podem tornar-se
malignos e são mais comuns nas mulheres. FONTE: Sadler, 1997.
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vasos, por sua vez, estabeleceram comunicação com o sistema circulatório
intraembrionário; dessa forma é estabelecida a ligação entre a placenta e o embrião.
Portanto, quando o coração começa a bater na quarta semana do desenvolvimento,
o sistema de vilosidades está pronto para suprir o embrião com os nutrientes
essenciais e oxigênio.
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A cavidade coriônica vai aumentando de volume e, por volta do 19º ou 20º
dia, o embrião está preso a sua capa trofoblástica somente por um estreito pedículo
de ligação (Figura 35). O pedículo de ligação desenvolve-se, posteriormente, no
cordão umbilical, que forma a ligação entre a placenta e o embrião.
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4ª semana (Figura 36)
─ dobramento cefalicocaudal e lateral do embrião.
─ embrião reto ou ligeiramente curvo.
─ tubo neural se formando ou formado entre os somitos, mas
amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal.
─ desenvolvimento dos arcos faríngeos.
─ desenvolvimento do encéfalo anterior.
─ aparecimento dos brotos dos membros superiores e, posteriormente,
dos membros inferiores.
─ surgimento das fossetas óticas (futuros ouvidos internos) e placódios
ópticos (futuros olhos).
─ presença de cauda.
─ embrião em forma de C.
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─ brotos dos membros superiores e inferiores em forma de remo.
─ aparecimento dos raios digitais da mão aos 33 dias.
─ os braços desenvolvem-se um pouco antes do que as pernas.
─ nesta fase, o embrião apresenta movimentos espontâneos, como,
contrações do tronco e dos membros.
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FIGURA 38 VISTA LATERAL DE UM EMBRIÃO DE APROXIMADAMENTE 42
DIAS, COM AS ESTRUTURAS INDICADAS
Saliências auriculares
formando a aurícula da
orelha externa
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FIGURA 39 VISTA LATERAL DE UM EMBRIÃO DE APROXIMADAMENTE 48
DIAS, COM AS ESTRUTURAS INDICADAS
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FIGURA 40 VISTA LATERAL DE UM EMBRIÃO DE APROXIMADAMENTE 52
DIAS, MOSTRANDO AS ESTRUTURAS
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semestre, já se formaram todos os principais sistemas. No final do segundo
trimestre, o feto pode sobreviver caso nasça prematuro. No terceiro semestre, o feto
atinge o máximo do seu desenvolvimento e com 35 semanas de gestação pesa
2.500 g.
A seguir apresentamos os principais acontecimentos durante o
desenvolvimento fetal:
9ª a 12ª semana
─ no início da nona semana, a cabeça constitui metade do comprimento
do feto.
─ com nove semanas, A face é larga, os olhos estão muito separados, as
orelhas tem implantação baixa e as pálpebras estão fundidas.
─ vários centros de ossificação estão presentes no feto com 12 semanas,
sobretudo, no crânio e nos ossos longos.
─ os membros inferiores estão menos desenvolvidos em relação aos
membros superiores.
─ A genitália externa masculina e feminina são muito semelhantes até o
final da nona semana. A diferenciação da genitália em ambos os sexos
acontece após a 12ª semana.
─ No início do período fetal, o fígado é o principal órgão da eritropoese
(formação dos glóbulos vermelhos do sangue). No final da 12ª semana, essa
atividade diminuiu no fígado e inicia-se no baço.
─ Entre a 9ª a 12ª semana, inicia-se a formação da urina, a qual é
lançada pelo feto no líquido amniótico.
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─ os ovários já se diferenciaram e contêm folículos primordiais com
ovogônias, com 16 semanas.
─ a genitália externa já pode ser reconhecida com 14 semanas.
─ Os olhos ocupam uma posição anterior da face em vez de
anterolateral.
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tensoativo que mantém abertos os alvéolos pulmonares em
desenvolvimento.
─ o feto de 22 a 25 semanas, caso nasça, pode sobreviver se receber
cuidados intensivos, embora a chance de morrer seja alta devido à
imaturidade de seu sistema respiratório.
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─ no final da gestação, a maioria dos fetos são roliços, devido a gordura
subcutânea acumulada. A termo, a quantidade de gordura amarela é de
cerca de 16% do peso corporal.
─ os fetos normais pesam cerca de 3.400 g e possuem um comprimento
CR de 36 cm.
─ em fetos masculinos a termo, os testículos estão no escroto; nos
prematuros, comumente os testículos ainda não desceram.
FIM DO MÓDULO I
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