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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA

Vânia Pereira Muzel

AULA 12

Custos de
empréstimos

SÍNTESE

Custos de empréstimos são despesas de juros


de todas as formas de empréstimos, inclusive
mútuos (empréstimos entre empresas do
mesmo grupo econômico) e outros custos
que a entidade incorre em conexão com o
empréstimo de recursos.

Ativos qualificáveis são ativos que,


necessariamente, levam um período
substancial para ficarem prontos para seu
uso ou venda pretendido. Dependendo das
circunstâncias, um ou mais dos seguintes ativos
podem ser considerados ativos qualificáveis:
estoques (ex.: aeronaves para a Embraer
são itens de estoques que levam um tempo
significativo para ser construídas), fábricas,
usinas de geração de energia, ativos intangíveis,
propriedades para investimentos, plantas
portadoras (consideradas ativos imobilizados
no segmento agrícola).

A empresa pode tomar um empréstimo


específico para a construção de uma fábrica
ou pode ainda ter um portfólio variado de
empréstimos, sem estar determinado para
a construção de um ativo específico. Nesse
caso, a empresa deve utilizar uma taxa de
capitalização com base na média ponderada
dos custos de empréstimos aplicáveis aos
empréstimos da empresa que estiveram
vigentes durante o período; sendo que os
empréstimos específicos, mencionados
anteriormente, não integram o cálculo da taxa
média ponderada.

Os juros são capitalizados à medida que a


empresa efetivamente dispende recursos
naqueles ativos.

As variações cambiais decorrentes de


empréstimos em moeda estrangeira serão
capitalizadas na extensão em que essas
variações sejam consideradas ajustes, para mais
ou para menos, do custo dos juros.

Se o valor contábil ou o custo final esperado


do ativo qualificável exceder seu montante
recuperável ou valor líquido de venda, o valor
contábil deve ser baixado para que o ativo não
fique registrado por um valor acima do seu
valor recuperável.

FIQUE ATENTO

As variações cambiais podem ser negativas


num período e positivas em outros, o que traz
complexidade para avaliar o montante de juros
a ser contabilizado, o que requererá julgamento
profissional sobre o critério a ser adotado e,
consequentemente, divulgação específica caso
os valores sejam significativos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM.


Deliberação CVM nº 649, de 16 de dezembro
de 2010. Aprova o Pronunciamento Técnico
CPC 08(R1) do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, que trata dos Custos de Transação
e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores
Mobiliários. Disponível em: http://conteudo.
cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/
deliberacoes/anexos/0600/deli649.pdf. Acesso
em: 23 ago. 2021.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM.


Deliberação CVM nº 672, de 20 de outubro
de 2011. Aprova o Pronunciamento Técnico
CPC 20(R1) do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, que trata de custos de empréstimos.
Disponível em: http://conteudo.cvm.gov.br/
export/sites/cvm/legislacao/deliberacoes/
anexos/0600/deli672.pdf. Acesso em: 07 fev.
2022.

IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E.


R.; SANTOS, A. dos. Manual de contabilidade
societária: aplicável a todas as sociedades – de
acordo com as normas internacionais e do CPC.
São Paulo: Atlas, 2018.

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