de todas as formas de empréstimos, inclusive mútuos (empréstimos entre empresas do mesmo grupo econômico) e outros custos que a entidade incorre em conexão com o empréstimo de recursos.
Ativos qualificáveis são ativos que,
necessariamente, levam um período substancial para ficarem prontos para seu uso ou venda pretendido. Dependendo das circunstâncias, um ou mais dos seguintes ativos podem ser considerados ativos qualificáveis: estoques (ex.: aeronaves para a Embraer são itens de estoques que levam um tempo significativo para ser construídas), fábricas, usinas de geração de energia, ativos intangíveis, propriedades para investimentos, plantas portadoras (consideradas ativos imobilizados no segmento agrícola).
A empresa pode tomar um empréstimo
específico para a construção de uma fábrica ou pode ainda ter um portfólio variado de empréstimos, sem estar determinado para a construção de um ativo específico. Nesse caso, a empresa deve utilizar uma taxa de capitalização com base na média ponderada dos custos de empréstimos aplicáveis aos empréstimos da empresa que estiveram vigentes durante o período; sendo que os empréstimos específicos, mencionados anteriormente, não integram o cálculo da taxa média ponderada.
Os juros são capitalizados à medida que a
empresa efetivamente dispende recursos naqueles ativos.
As variações cambiais decorrentes de
empréstimos em moeda estrangeira serão capitalizadas na extensão em que essas variações sejam consideradas ajustes, para mais ou para menos, do custo dos juros.
Se o valor contábil ou o custo final esperado
do ativo qualificável exceder seu montante recuperável ou valor líquido de venda, o valor contábil deve ser baixado para que o ativo não fique registrado por um valor acima do seu valor recuperável.
FIQUE ATENTO
As variações cambiais podem ser negativas
num período e positivas em outros, o que traz complexidade para avaliar o montante de juros a ser contabilizado, o que requererá julgamento profissional sobre o critério a ser adotado e, consequentemente, divulgação específica caso os valores sejam significativos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM.
Deliberação CVM nº 649, de 16 de dezembro de 2010. Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 08(R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata dos Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários. Disponível em: http://conteudo. cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/ deliberacoes/anexos/0600/deli649.pdf. Acesso em: 23 ago. 2021.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM.
Deliberação CVM nº 672, de 20 de outubro de 2011. Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 20(R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata de custos de empréstimos. Disponível em: http://conteudo.cvm.gov.br/ export/sites/cvm/legislacao/deliberacoes/ anexos/0600/deli672.pdf. Acesso em: 07 fev. 2022.
IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E.
R.; SANTOS, A. dos. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades – de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2018.