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Eletrônica

Digital

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PET - Engenharia Elétrica UFC Março - 2014
Responsáveis

A apostila de Eletrônica Digital é de responsabilidade do Programa de Educação Tutorial do


curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará, tendo como principais responsáveis
os bolsistas:

Ícaro Silvestre Freitas Gomes

José Antonio de Barros Filho

Lucas Cordeiro Herculano

Lucas Rebouças Maia

Ricardo Antônio de Oliveira Sousa Júnior

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PET - Engenharia Elétrica UFC Março - 2014
SUMÁRIO

Introdução à Eletrônica Digital..................................................................................................................... 5


O que é representação digital? ......................................................................................................... 5
o Analógica .................................................................................................................................... 5

o Digital ......................................................................................................................................... 5
Vantagens e Desvantagens na utilização digital .............................................................................. 5
o Vantagens.................................................................................................................................... 5

o Desvantagens .............................................................................................................................. 5
Sistemas de numeração ................................................................................................................... 6
o Binário ........................................................................................................................................ 6

o Octal ............................................................................................................................................ 6

o Hexadecimal ............................................................................................................................... 7

o BCD (codificação binária decimal) ............................................................................................. 7


Conversão ........................................................................................................................................ 7
o Decimal-Binário .......................................................................................................................... 7

o Binário-Decimal .......................................................................................................................... 8

o Decimal-Octal ............................................................................................................................. 8

o Octal- Decimal ............................................................................................................................ 8

o Decimal-Hexadecimal ................................................................................................................. 8

o Hexadecimal-Decimal................................................................................................................. 8

o Decimal-BCD ............................................................................................................................. 9

o Hexadecimal-Binário, Binário-Hexadecimal .............................................................................. 9


Circuitos Integrados e portas lógicas .......................................................................................................... 10
Operação OR ................................................................................................................................. 11
Operação AND .............................................................................................................................. 11
Operação NOT .............................................................................................................................. 12
Operação NOR. ............................................................................................................................ 13
Operação NAND. ......................................................................................................................... 14
Operação XOR. ............................................................................................................................ 15
Operação XNOR. ......................................................................................................................... 15
Álgebra Booleana ....................................................................................................................................... 16
Operações na álgebra booleana. .................................................................................................... 17

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Álgebra booleana na eletrônica digital .......................................................................................... 17
o Carry ......................................................................................................................................... 17

o Borrow. ..................................................................................................................................... 17
Teoremas na álgebra booleana. ..................................................................................................... 17
Introdução ao Proteus ................................................................................................................................. 20
Operações com portas lógicas .................................................................................................................... 27
Descrevendo circuitos digitais por meio de variáveis; .................................................................. 27
Avaliando as saídas dos Circuitos Lógicos ................................................................................... 28
Teoremas Booleanos e DeMorgan em circuitos lógicos ............................................................... 28
Circuitos Lógicos Combinacionais ............................................................................................................. 31
Projetando Circuitos Lógicos combinacionais .............................................................................. 31
Simplificação Algébrica ................................................................................................................ 33
Mapa de Karnaugh (Mapa-K) ....................................................................................................... 35
o Display de Sete Segmentos. ...................................................................................................... 38
Circuitos Lógicos Sequenciais ................................................................................................................... 44
Latchs com portas NAND e portas NOR ...................................................................................... 44
Sistemas assíncronos x Sistemas síncronos ................................................................................... 46
Flip-Flop S-R com clock ............................................................................................................... 47
Flip-Flop J-K com clock ............................................................................................................... 48
Flip-Flop D com clock .................................................................................................................. 49
Entradas assíncronas ..................................................................................................................... 50
Máquinas de Estado.................................................................................................................................... 51
Diagramas de estado ...................................................................................................................... 51
Projeto de Máquina de Estado ....................................................................................................... 52

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Introdução à Eletrônica Digital

O que é representação digital?


Em muitas áreas do trabalho é necessário se trabalhar com quantidades. A medida dessas quantidades pode
ser guardada, graduada, manipulada aritmeticamente de alguma maneira. Basicamente se tem duas
maneiras de manipular ou representar essas quantidades a maneira analógica e a maneira digital.

o Analógica
Os valores analógicos estão relacionados aos valores contínuos. Esses valores podem variar para qualquer
valor, numa faixa de valores. Ela nunca possui valor absoluto é uma posição aproximada em uma escala
contínua.

Ex: Temperatura ambiente, corrente em um indutor, relógio analógico etc.

o Digital
Os valores digitais estão relacionados à valores discretos. Esses valores podem variar, de maneira fixa,
numa faixa de valores. São sempre valores absolutos, quem var

Ex: Relógio digital, a posição de uma chave de 10 posições, grãos de areia na praia etc.

Em contra partida dos dois conceitos apresentados acima, podemos então ter o caso rampa/escada, onde a
rampa representaria o analógico e a escada representaria o digital.

Vantagens e Desvantagens na utilização digital


o Vantagens
Sistemas digitais são mais simples de serem projetados.
Maior facilidade em manter precisão e exatidão.
Operações podem ser programadas.
Menos afetados por ruídos.
CI s (Circuitos Integrados) podem ser fabricados com mais dispositivos.

o Desvantagens
O mundo é quase todo analógico;
Processar sinais digitais demanda tempo.

Logo, se for necessário trabalhar com, qualquer que seja o digital existe uma série de passos a seguir.

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1. Converter a variável que se deseja em sinal elétrico (analógico);
2. Converter a variável analógica em variável digital;
3. Realizar o processamento da informação;
4. Converter o sinal Digital de volta para um sinal analógico.

Sistemas de numeração
Existem infinitos sistemas de numeração diferentes com os quais se pode trabalhar. No dia a dia se está
habituado a trabalhar com o sistema decimal (base 10), mas nos estudos de eletrônica digital será comum
se encontrar outros sistemas como: Binário, Octal, Hexadecimal e BCD.

O polinômio geral para sistema de numeração em decimal é:

(n)b = ni.bi + ni-1.bi-1 +... +n1.b + n0.b0

o Binário
O sistema binário utiliza dois dígitos (base 2) para representar qualquer quantidade. Assim utilizando o
algoritmo acima o número binário 1101 pode ser representado da seguinte forma:

1101 = 1 . 23 + 1 . 22 + 0 . 21 + 1 . 20

1101 = 8 + 4 + 0 + 1 = 13

Note que os índices foram especificados em notação decimal, o que possibilita a conversão binária-decimal
como descrito acima.

Através do exemplo anterior, podemos notar que a quantidade de dígitos necessária para representar um
número qualquer, no sistema binário, é muito maior quando comparada ao sistema decimal.

A grande vantagem do sistema binário reside no fato de que, possuindo apenas dois dígitos, estes são
facilmente representados por uma chave aberta e uma chave fechada ou, um relé ativado e um relé
desativado, ou, um transistor saturado e um transistor cortado; o que torna simples a implementação de
sistemas digitais mecânicos, eletromecânicos ou eletrônicos.

Obs1: Em sistemas eletrônicos, o dígito binário (0 ou 1) é chamado de BIT, enquanto que um conjunto de
8 bits é denominado BYTE.

Obs2: Um conjunto de 4 bits é denominado Nibble.

o Octal
O sistema octal utiliza oito dígitos (base 8) para representar qualquer quantidade. Assim utilizando o
algoritmo já citado o número octal 17 pode ser representado da seguinte forma:

17(O) = 1. 81 + 7. 80 = 8 + 7 = 15 (D)

Note que os índices foram especificados em notação decimal, o que possibilita a conversão octal-decimal
como descrito acima.

Através do exemplo anterior, podemos notar que a quantidade de dígitos necessária para representar um
número qualquer, no sistema octal, é maior quando comparada ao sistema decimal, e menor comparada ao

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sistema binário. Sua vantagem é na sua fácil conversão com o sistema binário e com o sistema hexadecimal,
que será citado adiante.

o Hexadecimal
Enquanto que o sistema binário tem dígitos a menos que o sistema decimal, o sistema hexadecimal (16
dígitos) tem dígitos a mais. Sendo esse sistema composto por 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E e F
com A = 10 e F = 15. Utilizando o algoritmo, o número 12B pode ser escrito, em decimal, como:

1.16² + 2.16¹ + B.160 = 256+32+11 = 299.

Novamente, os índices foram especificados em notação decimal, o que possibilita a conversão binária-
decimal como descrito acima.

Com base no exemplo, nota-se a quantidade de dígitos necessária para representar um número qualquer, no
sistema hexadecimal, é menor quando comparada ao sistema decimal.

As vantagens são óbvias. É mais fácil representar números decimais ou binários de grande ordem no sistema
hexadecimal. Por isso é extremamente utilizado em aplicações computacionais e item indispensável para
quem estuda linguagens de programação.

o BCD (codificação binária decimal)


O código BCD é um código informal onde cada conjunto de quatro dígitos na base 2 representa um número
da base 10 e é utilizado em eletrônica digital da forma que um nibble representa um número em decimal.

Ex: 1001 1001 este número em binário valeria 1*2 7 + 1*24 + 1*23 + 1*20 = 153, enquanto que em BCD
valeria 99.

Conversão
Em alguns casos se torna trabalhoso, e até desconfortável trabalhar com valores em bases das quais não é
de costume o trabalho, porém algumas vezes o inverso pode facilitar o trabalho. Deste modo em seguida
será apresentada as seguintes conversões: Decimal-Binário, Binário-Decimal, Decimal-Octal, Octal -
Decimal, Decimal-Hexadecimal, Hexadecimal-Decimal, Decimal-BCD, Hexadecimal-Binário e Binário-
Hexadecimal

o Decimal-Binário
Para se converter um número decimal em binário, divide-se sucessivamente o número decimal por 2 (base
do sistema binário), até que o último quociente seja 1. Os restos obtidos das divisões e o último quociente
compõem um número binário equivalente, lido de trás para frente, como mostra o exemplo a seguir.

Ex.:
melhor fazer
a) 23 (D)
desse
23/2 = 11 (1) 11/2 = 5 (1) 5/2 = 2 (1) 2/2 = 1 (0) 1/ 2 = 0 (1) jeito .

t
1 1 1 0 1

23 = 10111

EEEE
b) 123(D)

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e
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123/2 = 61(1) 61/2 = 30(1) 30/2 = 15(0) 15/2=7(1) 7/2=3(1) 3/2 = 1(1) 1/ 2 =
0 (1)
1 1 0 1 1 1
1

123 = 1111011

o Binário-Decimal
Como já mostra, a mesma se dá pela soma das multiplicações de cada termo por sua potência de base 2
equivalente. Ex: 1° coloca as multiplicações
-

de trás
2° -
coloca as potências
a) 1011(B) na
frente começando do
zero
.

1 0
= 1*2³ + 0*2² + 1*2 + 1*2 = 8+0+2+1 = 11

o Decimal-Octal
Na conversão de decimal para octal, é feita a divisão sucessiva do número decimal por 8 (base do sistema
octal), até que o último quociente seja menor que 8. Os restos obtidos das divisões e o último quociente
compõem um número octal equivalente. A Será lido também de trás para frente. Ex:

/
a) 100 / 8 = 12 e resto 4 , pois 100 - 12 * 8 = 100 - 96 = 4
12 / 8 = 1 e resto 4 ÷
1/8 = 0 resto 1 eu
logo, 100 (D) = 144(O)
↳ melhor assim !
o Octal- Decimal fazer
Como já mostrado, tal conversão é feita pela soma das multiplicações de cada termo por sua potência de
base 8 equivalente. Ex:

a) 245 (O)
= 2*8² + 4*81 + 5*80 = 128+32+5 = 165 (D)

o Decimal-Hexadecimal
Na conversão de decimal para hexadecimal, é feita a divisão sucessiva do número decimal por 16 (base do
sistema hexadecimal), até que o último quociente seja menor que 16. Os restos obtidos das divisões e o
último quociente compõem um número binário equivalente. A Será lido também de trás para frente. Ex:
542 E
b) 542 / 16 = 33 e resto 14 , pois 542 - 33 * 16 = 542 - 528 = 14
33 / 16 = 2 e resto 1
logo, 542 (D) = 2 * 16² + 1 * 16 + 14 = 21E (H) ¥ 31¥
o Hexadecimal-Decimal
Como já mostrado, tal conversão é feita pela soma das multiplicações de cada termo por sua potência de
base 16 equivalente. Ex:

b) 3B0A (H)
= 3*16³ + 11*16² + 0*161 + 10*160 = 12288+2816+0+10 = 15114 (D)

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o Decimal-BCD
Para converter um número de Decimal para BCD, basta que se torne cada algarismo em um nibble
corresponde ao mesmo. Ex:

a) 45(D) 4 = 0100 (b) e 5 = 0101(b), logo 45(D) = 0100 0101 (BCD)


c) 81(D) 8 = 1000(b) e 1 = 0001(b), logo 81(D) = 1000 0001 (BCD)

Obs 3.: Pode-se fazer uma analogia entre Decimal - BCD e Hexadecimal - Binário, ambas as conversões
são feitas transformando algarismo em nibbles.

o Hexadecimal-Binário, Binário-Hexadecimal
Na conversão hexa-binário usa-se de um simples algoritmo. Cada número em hexa equivale ao conjunto de
um nibble em binário. Ex:

a) 2B = 0010 1011
2B= 2*16 + 11 = 43 (1)
0010 1011 = 1*25+2³+2+1 = 32+8+2+1 = 43 (2)
Como (1) = (2) conversão correta.

b) 52A = 0101 0010 1010


52A = 5*16² + 2*161 + 10.160 = 1322 (1)
= 0*211 + 1*210 + 0*29 + 1*28 + 0*27 + 0*26 + 1*25 + 0*24 + 1*23 + 0*22 + 1*21 + 0*20
+ 1024 + 0 + 256 + 0 + 0 + 32 + 0 + 8 + 0 + 2 + 0 = 1322 (2)
Como (1) = (2) conversão correta.

Nota-se que a conversão binária-hexa é feita no sentido inverso, ou seja para cada nibble se terá um casa
de algarismo em hexa. Ex:

a) 1001 1111 = 9F 1001 = 9 e 1111 = F


b) 1110 1101 = DC 1110 = D e 1101= C

A Tabela 1 contém um resumo com as devidas transformações de Binário-Octal-Hexadecimal-BCD-


Decimal.

Binário Octal Hexadecimal BCD Decimal


0000 0 0 0000 0
0001 1 1 0001 1
0010 2 2 0010 2
0011 3 3 0011 3
0100 4 4 0100 4
0101 5 5 0101 5
0110 6 6 0110 6
0111 7 7 0111 7
1000 10 8 1000 8
1001 11 9 1001 9
1010 12 A 0001 0000 10
1011 13 B 0001 0001 11
1100 14 C 0001 0010 12
1101 15 D 0001 0011 13
1110 16 E 0001 0100 14

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1111 17 F 0001 0101 15
Tabela 1 - Conversão entre Sistemas de Numeração

Resumindo . . .

As conversões que em 10 para


× é só
começa

dividir por × .

Circuitos Integrados e portas lógicas

Em lógica, existem somente dois resultados possíveis: falso ou verdadeiro. Por ter somente 2 resultados
possíveis o sistema binário é ideal para ser trabalhado com problemas que envolvam lógica. Em 1854, um
matemático britâncio chamado George Boole criou um método de expressar pensamentos de forma lógica
variáveis
Pode-se modelar um circuito elétrico
lógico por meio de álgebra booleana e de componentes eletrônicos que mantem como relação de
entrada/saída dos seus terminais uma operação booleana. Tais dispositivos são chamadas de portas lógicas.

Outra ferramenta de suma importância no estudo de Eletrônica Digital são as Tabelas-Verdade. São tabelas
onde podemos escrever as saídas de um circuito em função de todas as possíveis entradas, como mostra a
Fig. 1.

Entradas Saída

A B C S
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 1
0 1 1 1
1 0 0 1
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1
Figura 1 - Exemplo de tabela verdade.

Cada coluna se refere a uma entrada ou a uma saída. No tabela da Fig. 1 temos três entradas: A, B e C; e
uma saída: S. Cada linha relaciona uma saída com uma combinação diferente das três entradas. Por

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exemplo: na primeira linha, temos S=0. Logo, quando temos as entradas A=0, B=0 e C=0 a saída S é zero
também. Podemos ter tabelas verdades com indefinidas entradas e indefinidas saídas. Mas, ao aumentar o
número de variáveis (entradas ou saídas), o projetista torna o circuito mais complexo.

Existem três operações lógicas básicas: Or, And e Not. No entanto, outras operações também são bastante
utilizadas: Nor, Nand, Xor e Xnor.

Operação OR
ou o evento B (ou o evento C... ou indefinidos
eventos) são verdadeiros?

Caso alguns deles seja verdadeiros (ou os dois) a resposta será verdadeira. A saída será 0 apenas se todas
as entradas forem iguais a 0, ou seja, se pelo menos 1 entrada for igual a 1 a saída será 1.

A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Figura 2 - Tabela verdade da porta OR.

A expressão é do tipo: A + B = S Or. Lê-


simbólica e a representação em circuito estão mostradas nas Fig. 3 e 4, respectivamente:

Figura 3 - Símbolo porta OR.

Figura 4 - Circuito representativo porta OR.

Operação AND
e o evento B (e o evento C... ou indefinidos eventos)
são verdadeiros? Caso os dois sejam verdadeiros a resposta será verdadeira. Ou seja, a saída só será 1 se
todas as entradas forem 1, se pelo menos uma entrada for 0 a saída será 0. Assim podemos montar a tabela
verdade da Fig. 5.

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A B S
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Figura 5 - Tabela verdade da porta AND.

A expressão é do tipo: A . B = S -
simbólica e a representação em circuito estão mostradas nas Fig.6 e 7, respectivamente:

Figura 6 - Símbolo porta AND.

Figura 7 - Circuito representativo porta AND.

Operação NOT
A
resposta será falsa, caso falso, verdadeira. Seja a entrada A igual a 1 a saída S é 0 e seja a entrada A igual
a 0 a saída S é 1. A operação Not é usada com uma única entrada. Assim podemos montar a tabela verdade
da Fig. 8.

A S
0 1
1 0
Figura 8 - Tabela verdade da porta NOT.

A expressão é do tipo: - -
representação simbólica e a representação em circuito estão mostradas nas Fig. 9 e 10, respectivamente:

Figura 9 - Símbolo porta NOT.

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Figura 10 - Circuito representativo porta NOT.

Obs: Também pode-

Exemplo: Seja o sinal de saída, S, igual a A+B+C, a forma de onda da saída de acordo com as formas de
onda de A, B e C é:

Figura 11 - Sinal de saída.

Operação NOR.
A ou evento B são verdadeiros? Caso alguns
deles seja verdadeiros (ou os dois) a resposta será falsa. Ou seja, se pelo menos uma entrada for igual 1 a
saída será igual a 0. Assim podemos montar a seguinte tabela verdade.

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0
Figura 12 - Tabela verdade da porta NOR.

A expressão é do tipo: - - barrados é igual a

Figura 13 - Símbolo porta NOR

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Figura 14 - Circuito representativo porta NOR.

Operação NAND.
A operação NAND : O evento A e evento B são verdadeiros? Caso os dois
sejam verdadeiros a resposta será falsa. Ou seja, a saída só será 0 se todas as entradas forem 1, se pelo
menos uma entrada for 0 a saída será 1. Assim podemos montar a seguinte tabela verdade.

A B S
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Figura 15 - Tabela verdade da porta NAND.

A expressão é do tipo: =S - a operação Not. Lê- multiplicado por B barrados


A representação simbólica está mostradas na Fig.13

Figura 16 - Símbolo porta NAND

Figura 17 - Circuito representativo porta NAND.

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Operação XOR.
ou evento B são diferentes? Caso
ambos sejam diferentes é verdadeiro. Ou seja, caso a entrada A e a entrada B forem diferentes a saída S
será igual a 1. Assim podemos montar a seguinte tabela verdade.

A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Figura 18 - Tabela verdade da porta XOR.

A expressão é do tipo: .B + .A - -
19 e
20.

Figura 19 - Símbolo porta XOR.

Figura 20 - Circuito representativo porta XOR.

Operação XNOR.
A operação XN Não ou evento B são iguais? Caso
ambos sejam diferentes é falso. Seja a entrada A e a entrada B diferentes a saída S será igual a 0. Assim
podemos montar a seguinte tabela verdade.

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Figura 21 - Tabela verdade da porta XOR.

A expressão é do tipo: - -
por B ou B barrado multiplicado por A barrados entação simbólica está mostrada nas
Fig. 22 e 23.

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Figura 22 - Símbolo porta XOR.

Figura 23 - Circuito representativo porta XOR.

Álgebra Booleana

A Álgebra Booleana está relacionada a George Boole, matemático britânico do século XIX que
desenvolveu seu estudo a partir de duas circunstâncias: ou uma afirmativa é verdadeira (1) ou é falsa (0).

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Operações na álgebra booleana.
Basicamente, neste estudo existem três tipos de operações. São elas Or (ou), And (e), Not (não/inversor).
As variáveis booleanas não implicam necessariamente valores em suas operações, mas sim, estados lógicos.

A ou B B ou A A+B B+A

AeB BeA A.B B.A

Assim,

0+0=0 0.0 =0 =0

1+1=1 1.1= 1 =1

0+1=1+0=1 0.1=1.0 =0

Entende- A nível lógico Baixo.

Álgebra booleana na eletrônica digital


As operações em eletrônica digital com portas lógicas serão vista na secção 5, porém alguns conceitos
devem ser notados primeiramente, como as operações básicas com binários.

o Carry
O conceito de carry utilizado na operação de soma na matemática
-

básica. Neste caso se terá uma nova tabela de somas.

0+0 = 0 Exemplo: 1001 = 9


0+1 = 1 + 0011 = 3
1+0 = 1 1100 = 12
1+1 = 0 (carry +1)

o Borrow.
Semelhante ao conceito de carry, apresentado anteriormente, existe o conceito de borrow que na
E operação de subtração.
-

0-0=0 Exemplo: 1100 = 12


1-0=1 - 1001 = 9
1-1=0 0011 = 3
0 - 1 = 1 (borrow +1)

Teoremas na álgebra booleana.


A álgebra booleana está repleta de condições que levam à consequências lógicas, logo será aqui dissertado
sobre alguns teoremas conhecidos da álgebra booleana.

A Fig. 24 mostra os Teoremas 1-8 que são teoremas de uma única variável.

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(1) X.0 = 0 (5) X+0 = X

(2) X.1 = 1 (6) X+1 = 1

(3) X.X = X (7) X+X = X

Figura 24 - Teoremas de uma única variável.

As propriedades associativas, comutativas e distributivas se aplicam aos teoremas de Boole como mostram
os Teoremas 9-13:

(9) X+Y=Y+X (12) X.(Y.Z) = (X.Y).Z

(10) X.Y = Y.X (13) X.(Y+Z) = X.Y+X.Z

(11) X+(Y+Z) = (X+Y) + Z

A partir das leis associativas, comutativas e distributivas definidas podemos definir novas propriedades a
partir delas, como seguem os Teoremas 14 e 15.

(14) X+Y.X = X PROVA:

X+Y.X= X.(1+Y)=X.1=X

PROVA:
às
✗ + I.Y = ✗
+ y X . (1 + Y) + .Y=X+X.Y+ .Y=

ou Y . (X + +X=Y.1+X=Y+X
I + × .
-1--5+4
Além das propriedades, existem duas das leis mais importantes de Boole que são os teoremas de DeMorgan.

representar qualquer elemento do circuito.

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(17)

(18)

19
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Introdução ao Proteus

O software Proteus 8 é uma eficiente ferramenta computacional bastante utilizada em eletrônica digital,
pois possui vastas bibliotecas com portas lógicas e ferramentas extras para simulação. Tem interface
dinâmica, muitas funções e é facil de utilizar. Para acessá-lo, utlize o seguinte caminho:

A tela inicial do Proteus é a seguinte:

Figura 25 - Tela inicial do Proteus

Para criar um novo projeto, clique no menu File, na parte superior esquerda da tela, e, em seguida, New
Project.

File New Project

Figura 26 - Menu File

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Em seguida será aberta uma janela semelhante à da Fig. 27.

Figura 27 - New Project Wizard: Start

No campo Name, será colocado o nome do projeto, e em Path, o local de instalação. Em seguida clique em
Next. Aparecerão na tela outras janelas para inserir arquivos no projeto. Como não é o caso clique em Next
nas próximas janelas. Por fim, aparece uma tela com as caracterísitcas do projeto e clique em Finish.

Figura 28 - New Project Wizard: Summary

21
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Aparecerá uma janela semelhante a da Fig. 29.

Figura 29 - Tela inicial do Proteus

Existem duas ferramentas extremamente úteis no Proteus 8 Professional. A primeira é o Ísis que é usado
para desenhar circuitos elétricos em geral inclusive esquemáticos de circuitos digitais. A segunda, Ares, é
utilizada pra rotear placas de circuito impresso (PCB). Clique em Isis para aparecer uma área de trabalho
onde poderemos editar nossos circuitos.

Figura 30 - Atalhos para acessar as ferramentas ISIS ou ARES do Proteus

Será aberta uma figura semelhante a da Fig. 31. Haverá uma toolbox onde pode-se utilizar todos os
componentes e dispositivos utilizados em eletrônica digital.

22
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Figura 31 - Area de trabalho do Proteus

Antes de começar a simular os circuitos digitais, é preciso conhecer um pouco sobre os recursos que o
programa oferece (ao lado esquerdo da área de trabalho).

Na Fig. 32, escolhemos na opção Component Mode, seta de número 1 na Fig. 32, todos os componentes
que serão utilizados no projeto após clicar devices. Dessa forma é possível escolher quais
portas lógicas que serão utilizadas, como por exemplo: OR, XOR, AND, NOT, NOR, NAND, etc. Vale

capacitores, microprocessadores, além de outros dispositivos analógicos e digitais.

Após apertar na opção Component Mode, aperta-se na opção Pick Devices, ícone P indicado pela seta de
número 2 na Fig. 32, e abrirá a tela dos dispositivos. Após esse passo, basta digitar no espaço Keyword,
seta de número 3 na Fig. 32, o nome do dispositivo ou da porta lógica que se deseja utilizar, como por
exemplo: AND_2. O dispositivo selecionado aparecerá na lista dos dispositivos e poderá ser utilizado a
qualquer momento, bastando clicar duas vezes sobre o nome dele que aparecer.

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Figura 32 - Tela Pick Devices

Em eletrônica digital é preciso definir também as entradas e saídas do circuito lógico, neste caso o Proteus
possui ferramentas para colocar entradas que variam de acordo com a frequência configurada ou entradas
que permanecem fixas em 0 ou 1. Para definir entradas fixas através do espaço Keyword, seta de número
3 na Fig. 32, é necessário digitar logictoogle ou logicstate e colocar no circuito. Já a saída é preciso digitar
logicprobe (big). Na Fig. 33 tem-se o esquemático do componente.

Figura 33 - Logictoggle e logicprobe (big)

Para colocar uma entrada variável de acordo com a frequência, basta apertar em Generation Mode, indicada
pela seta na Fig. 34, e selecionar a opção DCLOCK.

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Figura 34 - Colocando o DCLOCK

Dessa forma, ao ligar o dispositivo como entrada no circuito, pode-se alterar a frequência apertando duas
vezes sobre ele e modificando o valor no espaço Frequency, Fig. 35.

Figura 35 - Alterando a frequência do DCLOCK

25
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Para dar início à simulação é necessário realizar as ligações entre os componentes, com a ferramenta 2D
Graphic Line Mode >> Component, Fig. 36.

Figura 36 - Interligando os componentes

Agora, com todos os componentes interligados, no caso de eletrônica digital as portas lógicas, é possível
realizar a simulação apertando no símbolo play, Fig. 37.

26
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Figura 37 - Simulando no Proteus.

Operações com portas lógicas

Em lógica, existem apenas dois estados para uma entrada ou saída: verdadeiro ou falso. Por meio desse
conceito, é possível criar circuitos que resultam em operações lógicas, inteligentes e coerentes. Escrever
essas operações pode se tornar cansativo, por isso, existe a preferência por descrever as variáveis por letras
(A, B, x, y,...) e aplicar técnicas de simplificação ao circuito.

É importante o estudo da análise da sequência de operações com portas lógicas para se ter uma real ideia
da operação do circuito como todo. Esse estudo não é simples e requer uma série de exercícios para se fixar
bem o estudo.

Descrevendo circuitos digitais por meio de variáveis;


Qualquer circuito, independente da complexidade, como já foi explicado anteriormente, pode ser descritos
a partir das três operações booleanas básicas: OR, AND, NOT. Nesta parte desse material é feito a descrição
de circuitos lógicos a partir dessas operações.

Figura 38 - Análise da sequência de portas lógicas

27
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Figura 39 - Outro exemplo de equacionamento de circuito por meio de variáveis

Avaliando as saídas dos Circuitos Lógicos


A partir da expressão booleana para a saída de um circuito, podemos realizar a análise da saída para todo o
conjunto de níveis lógicos de entrada. Esse estudo é descrito em uma tabela-verdade, a qual a partir das
variáveis de entrada, tem-se a saída do circuito. Para facilitar esse esboço, tem que ser seguidas as seguintes
regras:

1. Realizar as operações NOT;


2. Realizar as operações dentro dos parênteses;
3. Realizar as operações AND antes das operações OR;
4. Se uma expressão possuir uma barra sobre, realize a operação descrita pela expressão, em
seguida, inverta o sinal.

Como exemplo, a tabela-verdade da Fig. 38 é construída:


ÃÍB C- .
+ A-BE =

A B C S
0 0 0 1 = A- c- ( B- + B)
0 0 1 0
0 1 0 1 = ÃC
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 0
Fig. 40 - Tabela Verdade do circuito

Simulando o circuito no Proteus, aparece o gráfico da Fig. 41, o qual ratifica os valores encontrados na Fig.
40.

Figura 41 - Tabela-verdade com a simulação no Proteus.

Teoremas Booleanos e DeMorgan em circuitos lógicos


Para que sejam otimizados, alguns circuitos podem ser reduzidos a fim de simplifica-lo e, assim, diminuir
interferências e ruídos. Para isso, existem os teoremas booleanos já explicados anteriormente.

Exemplo:

i. Simplifique a expressão do circuito da Fig. 42:

28
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Fig. 42 -

z=
Para retirar a a expressão total
=
bobona devemos dos
começar
=
circuitos menores , da esquerda
=
Para direita .

z=

Fig. 43 - Circuito simplificado do

29
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ii. Simplifique a expressão do circuito da Fig. 44:

Fig. 44 - i

Y
z= : = (A- A + ÃB + ÃD + AB + B. B + B D) D-

Y Y
=

= =L ÃB + a-☐ +
AI + B + ☐ D) D-

= = ( BY A- + A) + A- B + B( I + D) ) D-
= =
( B + A- B +f) D- =

z=
| =
( BI)

Fig. 45 - Circuito simplificado do i

30
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Circuitos Lógicos Combinacionais

O estudo da álgebra booleana e das portas lógicas dão espaço à criação e implementação de

Análise de circuitos dividiu os projetos em dois grandes blocos. Circuitos Combinacionais e Circuitos
Sequenciais. Basicamente circuitos combinacionais dependem somente das variáveis de entrada e circuitos
sequenciais dependem também da saída anterior. Circuitos sequenciais são o objeto de estudo do próximo
capítulo.

O circuitos combinacionais são, em geral, mais básicos. Dependem somente da combinação feita
com as variáveis de entrada de tal forma que pode-se entender perfeitamente seu funcionamento com o úso
de uma tabela verdade simples de entrada versus saídas. Ao se mudar uma entrada, a saída altera seu estado
imediatamente e a saída anterior é perdida, ou seja, o projeto não tem um local onde se pode salvar
informação, não tem memória. A Fig. 46 mostra o típico exemplo de um circuito combinacional.

Figura 46 - Exemplo de circuito lógico no Proteus.

Projetando Circuitos Lógicos combinacionais


Com o design de um circuito em mãos, pode-se facilmente definir as saídas em função de todas as entradas
e a partir desses dados coletados montar a tabela verdade do circuito. No entanto, um projeto real de
engenharia cria a situação contrária: determinado problema existe e o engenheiro é solicitado para criar um
projeto que resolva o problema. Ele terá de ver o problema, interpretá-lo, imaginar uma possível solução,
criar um projeto e , por fim, implementá-lo. Na interpretação do problema era irá modelar a situação em
variáveis de entrada e, em função da ondem em que essas variavéis são dispostas , e possíveis saídas: um
problema lógico! Primeiramente,os métodos de simplifcação e projeto de um circuito lógico requerem que
as expressões estejam em forma padronizada, as quais podem ser Soma-de-Produtos ou Produto-de-Somas.

Vamos definir primeiramente Soma-de-Produtos:

Exemplos:

31
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Podemos observar que cada uma dessas expressões consiste em uma ou mais variáveis unidas por operações

agrupados. Vale lembrar que esses termos podem ser complementados (barrados) ou não complementados.

Agora podemos definir Produto-de-Somas:

Essa forma é bem menos utilizada para simplificação de expressões algébricas, visto que outra técnica que
será vista mais a frente, chamada Mapa-K, fornece diretamente a expressão completa em Soma-de-
Produtos. Esse Produto-de-Somas consiste em dois ou mais termos OR conectados por operações lógicas
AND. Vale ressaltar que o Produto-de-Somas consiste nas mesmas operações lógicas (OR e AND) que na
Soma-de-Produtos, porém, a ordem que as operações são realizadas é invertida. No Produto-de-Somas é
realizado primeiramente operações AND e depois OR, contudo, na Soma-de-Produtos é realizada
primeiramente operações OR e logo depois operações AND.

De posse de uma tabela verdade, podemos agora, por meio dos Produtos-de-Soma ou da Soma-de-Produtos,
obter a expressão lógica do circuito. Por exemplo:

A B C S
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 1
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 1 1
Figura 47 - Tabela verdade

Para a Fig. 47, podemos expressar a expressão lógica das duas maneiras citadas anteriormente. Se
observamos as saídas 1, poderemos associar as entradas como soma-de-produtos, porém se quisermos
utilizar as saídas barradas utilizaremos produto-de-somas. Assim, observando as saídas 1, teremos:

Soma de Produtos (Mais utilizada)

ou podemos escrever observando as saídas nulas, tendo o cuidado que o barrado agora é igual a 1.

Produto-de-Soma

Agora, que já sabemos obter a expressão de uma tabela verdade, podemos estudar mais profundamente os
métodos de simplificação como a Algébrica e o Mapa-K.

32
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Simplificação Algébrica
Devemos utilizar os teoremas da Álgebra booleana para simplificar as expressões lógicas. Existem casos
que a dificuldade de simplificação é grande, porém basta praticar bastante e adquirir mais experiência para
resolver esses tipos de problemas tranquilamente.

É aconselhável seguir dois passos:

1. Realiza-se operações de algebra booleana simples para transformar as expressões de produto-de-


soma em soma-de-produtos, pode-se aplicar também DeMorgan para simplificar ainda mais.
2. Quando estiver na forma de soma-de-produtos, ou se ela já estiver, verifica-se se os termos
possuem fatores em comum. Dessa forma, com algumas manipulações algébricas, por em
evidência alguma variável ou somar a zero, é possível simplificar a expressão.

Agora que foi vista a teoria de simplificação das expressões, analisaremos primeiramente as expressões
advindas da tabela verdade.

Simplificando a expressão da tabela verdade da seguinte forma:

A B C S
0 0 0 1
0 0 1 0
0 1 0 1
0 1 1 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 1 0 1
1 1 1 0
Figura 48 - Tabela verdade do circuito exemplo

Pela Tabela-Verdade da Fig. 48, teremos a seguinte soma de produtos:

Observe o exemplo da Fig. 49 a qual contém o circuito original e o circuito simplificado na Fig. 50 após a
utilização do método de simplificação algébrica.

33
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A'

A'B'C'
NOT

AND_3
A
1 A'BC'
A'B'C' + A'BC' + AB'C' + ABC'

B' ?
B AND_3
OR_4
0
AB'C'
NOT

C
AND_3
0
C' ABC'

NOT
AND_3

Figura 49 - Circuito lógico referente a tabela

C C'
0 1
NOT

Figura 50 - Circuito lógico simplificado

34
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Mapa de Karnaugh (Mapa-K)
Agora que já sabemos como realizar a simplificação algébrica de maneira correta, podemos conhecer
outro método mais autônomo que simplifica graficamente a expressão do circuito em soma-de-produtos a
partir da tabela verdade. Essa técnica abordada agora é conhecida como Mapa de Karnaugh.

O Mapa-K é, basicamenete, um método grafico utilizado para simplificar uma expressão lógica ou para
converter uma tabela-verdade no seu circuito lógico correspondente mais simplificado na forma de soma
de produtos com algoritmos preestabelicidos de fácil aplicação. Nesta apostila será visto Mapa-K com até
4 variáveis, pois o estudo de mais de quatro variáveis no mapa é bem mais complexo, fugindo ao escopo
desse curso. O mapa mostra a relação entre entradas e saídas desejada. Alguns fatos sobre o mapa devem
ser notados:

O Mapa-K terá 2n espaços a serem preenchidos, onde n é o número de entradas. A tabela-verdade


fornece valor da saída X para as combinações de entradas, por outro lado no Mapa-K cada linha
da tabela corresponde a um espaço (quadrado) a ser preenchido.
Os espaços (quadrados) são nomeados de forma que os quadrados adjacentes horizontalmente ou
verticamente, diferem em apenas uma variável (Por exemplo: 00, 01, 11, 10 em código gray.
Traduzindo para as entradas teremos: ). Vale ressaltar também que 00 é adjancente
a 10 pois diferem em apenas uma variável, no mapa será confuso visualizar esse fato incialmente,
mas após algumas vizualizações ficará mais intuitivo.
A saída da expressão será dada pela simplificação dos agrupamentos de números 1s. Após realizar
cada agrupamento, é necessário realizar uma operação OR entre eles para ter a saída final.

Temos os seguintes exemplos de Mapa-K:

Mapa-K Duas Variáveis.

Tabela Verdade: Expressão Lógica: Mapa de Karnaugh:

A B X
0 0 1 1 0
0 1 0 0 0
1 0 0
1 1 0

Mapa-K Três Variáveis.

35
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Tabela Verdade: Expressão Lógica: Mapa de Karnaugh:
O 1
A B C X
0 0 0 1 1 0
0 0 1 0 : 0 1
0 1 0 0 AB 0 1
0 1 1 1 : A 1 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1

Mapa-K Quatro Variáveis.

Tabela Verdade: Expressão Lógica: Mapa de Karnaugh:

A B C D X C CD C
0 0 0 0 1 1 0 0 1
0 0 0 1 1 0 1 1 0
0 0 1 0 0 AB 1 1 1 1
0 0 1 1 0 A 1 0 0 1
0 1 0 0 0
0 1 0 1 1
0 1 1 0 0
0 1 1 1 1
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 0
1 0 1 1 0
1 1 0 0 1
1 1 0 1 1
1 1 1 0 1
1 1 1 1 1

Agora que já sabe-se como montar o Mapa-K, poderemos simplificar agora as expressões de saída com os
agrupamentos de um par, um quarteto ou um octeto de 1s.

Agrupando um par:

Expressão Lógica: Mapa de Karnaugh:

1 1
0 0
(Observamos que uma dupla, AB 0 0
retira uma variável da expressão) A 0 0

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Agrupando um quarteto:

Expressão Lógica: Mapa de Karnaugh:

1 0
1 0
AB 1 0
(Um quarteto elimina duas A 1 0
variáveis)

Agrupando um octeto:

Expressão Lógica: Mapa de Karnaugh:

C CD C
(Um octeto elimina três variáveis) 1 0 0 1
1 0 0 1
AB 1 0 0 1
A 1 0 0 1

Podemos concluir que quando uma variável aparece nas formas complementadas e não complementada em
um agrupamento, essa variável é eliminada, já as variáveis que não se alteram para todos os agrupamentos
permanecem na expressão final. Um simples passo-a-passo pode facilitar a simplificação de um Mapa-K:

1. Construa o Mapa-K com os respectivos 1s.


2. Agrupe primeiramente os 1s que não possuem outros 1s adjacentes, ou seja, são os 1s isolados.
3. Procure os 1s que são adjacentes a somente outros 1s e agrupe todos os pares que o contenham
4. Agrupe agora os octetos mesmo que contenha algum 1 já agrupado anteriormente.
5. Agrupe os quartetos, que contenha um ou mais 1s que ainda não tenha sido agrupado.
6. Agrupa agora os pares para incluir os outros 1s que não foram agrupados.
7. Some agora na forma OR, de soma de produtos.

OBS1: A todo o momento foi utilizada a palavra adjacentes, pois como dito anteriormente 00 e 10 são
adjacentes, mas não vizinhos no Mapa-K

OBS2: Certifique-se de utilizar o menor número de agrupamentos.

Agora, iremos colocar alguns exemplos resolvidos para melhor entendimento:

Exemplo 1:

Tabela Verdade: Mapa -K: Expressão Simplificada:

A B C X X=
0 0 0 1
0 0 1 1
0 1 0 1

37
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0 1 1 1
1 0 0 1
1 0 1 1
A-
B-
+
1 1 0 0
1 1 1 0

care entrada para


as quais não existem níveis de saída especificada, normalmente essas condições nunca ocorrerão. Para
care o há
uma saída especificada, é livre a escolha para fazer a saída ser zero ou um de forma mais conveniente para
obtermos a expressão mais simples, logo, basta manipular esse x para obter o melhor agrupamento no
Mapa-K. Por exemplo:

Tabela Verdade: Mapa -K: Expressão Simplificada:

A B C X X=
0 0 0 x
0 0 1 X
quando tem muitas
0 1 0 0
0 1 1 1 saídas com sis é
1 0 0 1
1 0 1 1
melhor fazer K
o
Mapa
-

1 1 0 0
1 1 1 0

o Display de Sete Segmentos.


Uma aplicação bastante didática de Eletrônica Digital é o Display de Sete Segmentos. Um display de sete
segmentos é composto de sete elementos que podem ser ligados ou desligados individualmente. Para formar
cada número (ou letras do alfabeto no caso de números Hexadecimal), devem ser ligados os elementos
necessários para que, quando acessos, formem o número (ou a letra) em questão. Abaixo são indicados
quais elementos devem ser acessados para formar cada número.

Número
0 (zero) a, b, c, d, e
1 (um) b, c
2 (dois) a, b, d, e, g
3 (três) a, b, c, d, g
4 (quatro) b, c, f, g
5 (cinco) a, c, d, f, g
6 (seis) a, c, d, e, f, g
7 (sete) a, b, c
8 (oito) a, b, c, d, e, f, g
9 (nove) a, b, c, f, g
Figura 51 - circuito interno de um display de 7 segmentos

Existem duas configurações para os displays de sete segmentos: Ânodo Comum e Catodo Comum.

38
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
amado catodo seja do Vcc
A corrente vai do para o
,
ou

ao terror Anodo Comum: Os leds do display estão ligados ao VCC (5V) logo, para acender cada led, é
necessário aplicar uma entrada em nível baixo (zero) no pino correspondente ao led que deverá
ser acendido.
Catodo Comum: Os leds do display estão ligados ao GND (0V) logo, para acender cada led, é
necessário aplicar uma entrada em nível alto (um) no pino correspondente ao led que deverá ser
acendido.

Em alguns casos, é necessário utilizar Resistores de Pull-Up ou Pull-Down para evitar a flutuação dos pinos
e garantir a entrada no nível lógico desejado. Os resistores de Pull-Up vão do pino do condutor a um VCC
(+5V) garantindo que se esta entrada for desconectada, ela estará sempre em nível lógico alto. Já os
resistores de Pull-Down vão do pino do condutor a um GND (0V) garantindo que se esta entrada for
desconectada, ela estará sempre em nível lógico baixo. Os Pull-Down podem ser utilizados por exemplo
ão. Os pinos não podem flutuar,
sendo necessário colocar um resistor de pull-down nos mesmos. Atualmente, o display mais comercializado
é o do tipo ânodo comum.

Cátodo Comum Ânodo Comum

Figura 48 - circuito interno de um display de 7 segmentos

Agora que já foi visto todas as características dos Mapas-K é possível facilmente projetar e montar um
display de sete segmentos. Primeiramente, considerando somente as entradas X0 e X1 de um conversor
BCD para 7 segmentos, e mostrar os valores 0, 1, 2 e 3 (pois somente esses valores são possíveis com 2
bits) de BCD para 7 segmentos. Deve-se montar a tabela-verdade levando em consideração qual posição
no display nós queremos que acenda e colocaremos um 1 onde for acender na tabela (pois o display é catodo
comum). Assim para a montagem do Mapa-K as entradas serão X1 e X0 e as saídas cada letra do display
individualmente.

Teremos a tabela formada:

BCD X1 X0 a b c d e f g
0 0 0 1 1 1 1 1 1 0
1 0 1 0 1 1 0 0 0 0
2 1 0 1 1 0 1 1 0 1
3 1 1 1 1 1 1 0 0 1

39
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
E os seguintes Mapas-K formados:

A= + B= C= + D= +

1 0 1 1 1 1 1 0
1 1 1 1 0 1 1 1

E= F= G=

1 0 1 0 0 0
1 0 0 0 1 1

Figura 49 - Display de Sete Segmentos BCD (0-3)

A seguir, será feito o mapa de um circuito que converta todos os possíveis valores de BCD (ou seja, de 0 a
9) para um display de 7 segmentos. Segue o mapa de Karnaugh das entradas de A a G, porém as condições
care bits podemos ir além de 9) para se obter o menor número
de soma de produtos possíveis.

. . X0 X1. X0 X1. . . X0 X1. X0 X1.


. 1 0 1 1 . 1 0 1 1
. X2 0 1 1 1 . X2 0 1 1 1
X3. X2 X X X X X3. X2 1 1 1 1
X3. 1 1 X X X3. 1 1 1 1
A = X3 + X1 + X2.X0 + .

. . X0 X1. X0 X1. . . X0 X1. X0 X1.


. 1 1 1 1 . 1 1 1 1
. X2 1 0 1 0 . X2 1 0 1 0
X3. X2 X X X X X3. X2 1 1 1 1
X3. 1 1 X X X3. 1 1 1 1
B = X3 + + X1.X0 + .

. . X0 X1. X0 X1. . . X0 X1. X0 X1.


. 1 1 1 0 . 1 1 1 0

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PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
. X2 1 1 1 1 . X2 1 1 1 1
X3. X2 X X X X X3. X2 1 1 1 1
X3. 1 1 X X X3. 1 1 1 1
C = X3 + X2 + + X0

. . X0 X1. X0 X1. . . X0 X1. X0 X1.


. 1 0 1 1 . 1 0 1 1
. X2 0 1 0 1 . X2 0 1 0 1
X3. X2 X X X X X3. X2 1 1 1 1
X3. 1 1 X X X3. 1 1 1 1
D = X3 + . X1 + X1. + X2. .X0 + .

. . X0 X1. X0 X1. . . X0 X1. X0 X1.


. 1 0 0 1 . 1 0 0 1
. X2 0 0 0 1 . X2 0 0 0 1
X3. X2 X X X X X3. X2 0 0 0 1
X3. 1 0 X X X3. 1 0 0 1
E= . + X1.

. . X0 X1. X0 X1. . . X0 X1. X0 X1.


. 1 0 0 0 . 1 0 0 0
. X2 1 1 0 1 . X2 1 1 0 1
X3. X2 X X X X X3. X2 1 1 1 1
X3. 1 1 X X X3. 1 1 1 1
F = X3 + X2. + X2. + .

. . X0 X1. X0 X1. . . X0 X1. X0 X1.


. 0 0 1 1 . 0 0 1 1
. X2 1 1 0 1 . X2 1 1 0 1
X3. X2 X X X X X3. X2 1 1 1 1
X3. 1 1 X X X3. 1 1 1 1
G = X3 + X2. + . X1 + X1.

41
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Circuito Display de Sete Segmentos BCD 0-9 (PROTEUS):

X3 X2 X1 X0

° o o → com essa entrada deve aparecer


O

um zero no
display

Figura 50 - Esquemático do Proteus

42
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Eletrônica Digital - 1a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 17

1.2.3 Teoremas
Teoremas de D’Morgam ou Morgan
1a Teorema

A+B =A∗B

2a Teorema

A∗B =A+B

Demonstração

1o Teorema 2o Teorema

A B 1o Mem 2o Mem A B 1o Mem 2o Mem


0 0 1 1 0 0 1 1
0 1 1 1 0 1 0 0
1 0 1 1 1 0 0 0
1 1 0 0 1 1 0 0

Principais Postulados de Boole

Considere X, Y e Z variáveis lógicas distintas.

0*X=0

1*X=X

X*X=X

X *X=0

0+X=X

1+X=1

X+X=X

X +X=1

X =X

Comutativas:

X+Y=Y+X

X*Y=Y*X
Eletrônica Digital - 1a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 18

Associativas:

X+(Y+Z)=(X+Y)+Z

X*(Y*Z)=(X*Y)*Z

Distributivas:

X*(Y+Z)=(X*Y)+(X*Z)

1.2.4 Exercı́cios:
Dado a função abaixo, monte a tabela verdade, o mapa de Karnaugh e o Diagrama de Blocos.
"

:| :p :
:p
|
÷
O 0 O O I O

ÃBE + ATE = E (ÃB + ABT


a)F=(A+B) * C
Pi
=

18911111ft = c- ( A ☒ B) z pode parecer


errado
b)F= A * B + A*B*C +A*C ,
elas
porém nesse caso

equivalentes
B)•Bo(ÃÃÃ=ÍB3B
c)Monte a expressão e simplifique-a são .

A B (A +

Y Y Y .

= PB + AB + B = B

d)Monte a expressão e simplifique-a

A B C D

TA .
C. D + A⑦B + BÊD = ÃCD + ÃB + AÍ + BÊD
Eletrônica Digital - 1a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 19

e)Monte a expressão e o diagrama de blocos

A A
C X 0 1 X
C 0 1 0 0

f)Monte a expressão e o diagrama de blocos

A A
0 1 0 0 D
C
0 1 1 1
D
1 1 1 0
C
0 0 0 0 D
B B B

g)Monte a expressão e o diagrama de blocos

A A
X 0 X 1 D
C
1 X 0 1
D
1 0 0 0
C
1 1 0 0 D
B B B

1.3 Exercı́cios de Fixação:


a)Projetar um sistema para a identificação da altura de garrafas produzidas poruma empresa de
cerveja. Sabe-se que a empresa produz garrafas com 3 alturaspadronizadas 10 cm, 15 cm e 20 cm.
As garrafas abandonam a linha de produção naposição vertical transportada por uma esteira. Uti-
lizar sensores ópticos eindicadores de led´s coloridos, uma cor para cada altura de garrafa.

b)Um teclado decimal fornece 4 informações binárias indicando qual tecla que foi pressionada. Deseja
dimensionar um sistema digital que acenda um led sempre que a tecla pressionada seja múltipla de
2 ou de 3.

c)Um teclado decimal apresenta saı́da codificada em binário. Escrever a equação algébrica simplificada
de uma função de chaveamento (lógica) que indique sempre qua a tecla pressionada seja um número
impar.

d)Projetar um sistema lógico conversor do código BCD para um display de 7 segmentos.

e)Dimensionar um sistema lógico que recebendo em suas entradas um código BCD mostre em um
display de 7 segmentos os seguintes requesitos:
0→U
Par → L
Impar → A
Eletrônica Digital - 1a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 20

Simplifique as expressões:

S = A∗B∗C +A∗C +A+B

S = A∗B∗C +A∗B∗C +A∗B+C

S = A∗B+A∗B

S = A ∗ B + C + A ∗ B ∗ C + AB + C + A ∗ B ∗ C + A ∗ B ∗ C
Figura 51 - Gráfico da Simulação (Proteus)

Projetar um simples display de sete segmentos BCD 0-9 exige bastante trabalho e esforço, porém existem
para facilitar esta aplicação, como por exemplo, os circuitos integrados 7447
e 7448 que são decodificadores para display ecebem um código BCD e
decodificam para o display de 7 segmentos, ou seja, eles já realizam todo o trabalho por meio de um circuito
lógico próprio interno de transformar as entradas BCD para o display de sete segmentos. Dessa forma ele
decodifica 4 entradas em 7 saídas.

ânodo comum, enquanto que o CI 7448 é do tipo


cátodo comum.

43
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Circuitos Lógicos Sequenciais

Agora estudaremos uma nova categoria de circuitos lógicos. São os circuitos lógicos sequenciais. Eles
diferem dos circuitos lógicos combinacionais pelo fato de terem memória, ou seja, a saída do sistema
depende não só do estado atual da entrada, mas de estados anteriores. O principal elemento de memória
utilizado é o Flip-Flop. Ele é constituído por portas lógicas que, sozinhas, não têm capacidade de
armazenamento, mas conectadas entre si transformam o circuito num sistema com memória.

Esse conjunto de portas lógicas que formam o Flip-Flop pode ser representado pela Fig. 52:

Figura 52 - Representação de um Flip-Flop genérico

As entradas de um Flip-Flop servem para controlar os estados de saída. Porém, as entradas precisam ser
alteradas apenas momentaneamente para que as saídas mudem e permaneçam no novo estado. O que mostra
a propriedade de memória desse dispositivo.

Latchs com portas NAND e portas NOR


O primeiro exemplo de Flip-Flop que mostraremos é chamado latch, e é formado apenas por portas NAND,
com duas entradas e as saídas e , como mostrado na Fig. 53:

44
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Figura 53 - Representação de um latch com portas NAND

Analisemos agora as quatro possibilidades de combinação de entradas SET e CLEAR (RESET). Para SET =
RESET
Com um pulso negativo na entrada SET, temos a combinação 01 para a entrada. Com isso, fazemos com
latch, independente de como estava a saída anteriormente. Ao retornarmos para a
combinação 11 na entrada, com o fim do pulso, a saída não se altera.

Figura 54 - Setando o latch

Com um pulso negativo na entrada RESET, temos a combinação 10 na entrada, o que faz com que Q=0,
latch, não dependendo da entrada anterior. A saída permanece a mesma quando o pulso acaba
e a entrada retorna para 11.

Figura 55 - Resetando o latch

A combinação 00 na entrada é considerada indesejada, pois faz com que , o que contradiz a
característica do Flip-Flop de ter saídas complementares. Essa combinação, portanto, não é utilizada.
Encontramos um resumo da discussão acima na tabela verdade da Fig. 56:
Lembre se que o
-
-

Set Reset / Clear Saída


1 1 Não muda 1 na multiplicação
latch 0
1
1
0
Q=1
Q=0 é irrelevante
0 0 Inválida*
com AND

45
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
* Produz Q = =1

Figura 56 - Tabela-verdade do latch com portas NAND

Outro tipo de latch pode ser formado com duas portas NOR, com a mesma estrutura do latch com portas
NAND. Na Fig. 57 é mostrado o circuito e a tabela-verdade que o representa, a qual pode ser verificada
pelo leitor como exercício: Lembre se

[
o na
que zero
-

add é irrelevante .

S O Set Reset / Clear Saída


0 0 Não muda
1 0 Q=1
0 1 Q=0
1 1 Inválida*
* Produz Q = =0

O J
Figura 57 - Latch com portas NOR e tabela-verdade

Podemos observar que as entradas do latch com portas NAND são ativas em nível baixo e as do latch com
portas NOR são ativas em nível alto. Nas Fig. 58 e 59, as representações dos dois latchs com destaque para
as entradas:

Figura 58 - Representação de latch com portas NAND Figura 59 - Representação de latch com portas NOR

outra
Sistemas assíncronos x Sistemas síncronos farid falava
coisa
.

Podemos dizer que os latchs são caracterizados por serem Flip-Flops assíncronos, mas o que significa esse
conceito? Significa que a saída desses circuitos lógicos pode ser alterada a qualquer momento em que uma
ou mais entradas mudem de estado.

A grande maioria dos Flip-Flops é caracterizada pela sincronicidade, ou seja, a saída só muda em momentos
exatos, definidos por um sinal externo chamado sinal de clock. Sistemas síncronos são muito mais fáceis
de projetar e analisar.

Circuitos Lógicos Sequenciais Síncronos têm como base os Flip-Flops com clock. Estes dispositivos tem
uma entrada denominada CLK, CK ou CP, e geralmente ela é disparada por borda (o que é representado
por um triângulo na entrada). Na Fig. 60 temos um Flip-Flop com clock ativado por borda de subida e outro
ativado por borda de descida:
de FF LATCIH : O FF as bordas
Diferença pega
,
e

nível Ou dois
o Latch são sensível a .

seja ,
os

tem cloek . Diferente do que fala aqui .

mudança de
É o triangulo que representa
a

nível . O FF é identico ao LATCH , porém se eu

descida de sinal
tiro o detector de subida ou

46
abatedouros
PET - Engenharia Elétrica UFC ser
pp F-
Março 2014
ser um

latch .
Figura 60 - Representação de Flip-Flops síncronos

Podemos perceber que ambos têm uma ou mais entradas de controle, as quais variam em número e função
dependendo do tipo de Flip-Flop que utilizarmos. No entanto, as entradas de controle só terão efeito na
saída numa transição ativa do clock (borda de subida ou descida dependendo do tipo), ou seja, as entradas
deixam as saídas do FF (Flip-Flop) prontas para mudarem de estado, mas elas só mudarão na transição
ativa.

Flip-Flop S-R com clock


O primeiro tipo de Flip-Flop síncrono que estudaremos é uma extensão da definição de latch, com a
diferença de ser síncrono. Na Fig. 61 estão a tabela-verdade e a representação gráfica de um FF S-R com
clock, entradas ativas em nível alto e disparado por borda de subida:

Entradas Saída
S R CLK Q
0 0 QO (Não muda)
1 0 1
0 1 0
1 1 Ambíguo
Q0 é o nível de saída anterior a de CLK.
de CLK não produz mudança em Q.

Figuras 61 - Flip-Flop S-R e sua tabela-verdade

A seta para cima na tabela indica a necessidade da borda de subida do cliock para que a saída mude. Q0
representa o estado em que o Flip-Flop estava antes da transição ativa do clock.

Para entender melhor como funciona um FF síncrono, observe o exemplo abaixo de formas de onda de
entrada e saída de um FF S-R com clock:

47
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Figura 62 - Formas de onda de entrada e saída de um FF S-R com clock

solução para a condição


Flip-Flop J-K com clock → invalida .

Com o objetivo de dar uma função para a combinação de entrada 11 no FF S-R, foi criado o FF J-K. Como
podemos observar na tabela-verdade abaixo, a combinação que antes era indesejada agora tem a função de
inverter o estado do FF. Ou seja, se Q0 é o estado do FF antes da transição ativa do clock e as duas entradas
são ativadas, a nova saída será o inverso, . A Fig. 63 mostra a tabela-verdade e a representação desse
novo tipo de FF.

J K CLK Q
0 0 QO (Não muda)
1 0 1
0 1 0
1 1 (Comuta)

Figura 63 - Flip-Flop J-K e sua tabela-verdade

Apresentamos aqui também um exemplo de forma a ilustrar o funcionamento do FF J-K com clock:

48
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Figura 64 - Formas de onda de entrada e saída de um FF J-K com clock

Flip-Flop D com clock → Repete valor


O terceiro tipo de FF que apresentaremos aqui tem apenas uma entrada, e o dispositivo funciona como um
armazenador de dados. A representação e a tabela-verdade são bem simples:

D CLK Q
0 0
1 1

Figura 65 - Flip-Flop D e sua tabela verdade

O FF tipo D armazena a informação que está na entrada no instante em que ocorre a transição ativa do
clock, modificando a saída Q de forma que Q = D. Tendo uma forma de onda de entrada assíncrona,
podemos usar o Flip-Flop D para sincronizar a entrada com o sinal de clock, como no exemplo abaixo:

49
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Figura 66 - Formas de onda de entrada e saída de um FF D com clock

Entradas assíncronas
Mesmo que o funcionamento síncrono dos FFs estudados até agora facilitem o projeto e a análise dos
dispositivos, surge a necessidade de entradas que sejam independentes do sinal de clock. Essas entradas são
chamadas de entradas de sobreposição, pois anulam o efeito das entradas de controle quando necessário.
Temos a representação dessas entradas num FF J-K, assim como a tabela-verdade, na figura abaixo:

Resposta do FF
1 1 Operação com clock*
0 1 Q = 1 (Independente do CLK)
1 0 Q = 0 (Independente do CLK)

[
0 0 Não usada
*Q responderá a JK e CLK

Lembre se que -
é a negação

que está entrando .

Figura 67 - entradas assíncronas e tabela-verdade

Vemos que, para as combinações 01 e 10, a operação do FF independe do clock e das entradas síncronas
ou de controle. Para a combinação 11 o FF opera de acordo com o clock e as entradas de controle, seguindo
as tabelas-verdade mostradas anteriormente. A combinação 00 não é utilizada.

Como exemplo de aplicação dessas entradas, podemos ter um circuito lógico sequencial formado por vários
FFs J-K cujas entradas CLEAR estejam todas conectadas. Como será visto mais a frente, podemos projetar
contadores com circuitos desse tipo, como um contador de 0 a 3. Ao acabar a contagem, podemos mandar
um pulso negativo na entrada CLEAR de todos os FFs e recomeçar a contagem do zero.

50
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Máquinas de Estado

O Flip-Flop pode ser utilizado de maneira a criar dispositivos mais robustos com capacidades de guardar
informações, dividir frequências, entre outras aplicações. Esses dispositivos são chamados de Máquinas de
Estados Finitos ou somente de Máquinas de Estado.

Existem basicamente dois tipos de máquinas de Estado: As Máquinas de Moore e as Máquinas de Mealy.
A diferença entre as duas está nas entradas do circuito. Uma máquina de Moore depende somente do estado
atual enquanto que uma máquina de Mealy depende do estado atual e da entrada recebida. A Fig. 68 mostra
o funcionamento de uma máquina de Moore e a Fig. 69, de uma máquina de Mealy. Ambas podem ser
representadas por meio de Diagrama de Estados.

]
Gacy
Figura 68 - Funcionamento da Máquina de Moore

Joon
Figura 69 - Funcionamento da Máquina de Mealy

Diagramas de estado
É uma forma prática e intuitiva de representar as máquinas de estado. As máquinas de Moore podem ser
representadas com círculos que indicam o estado atual e a sua saída correspondente. Entre os círculos têm-
se setas que mostram o estado anterior e os próximos. Cada flecha é uma transição de estado. Ver Fig. 70.

51
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Os diagramas de estados das máquinas de Mealy são similares. O que diverge é que a saída está na seta, ou
seja, enquanto a saída de uma máquina de Moore muda somente ao chegar no estado seguinte, na máquina
de Mealy é alterada antes da transição (a partir do clock). Ver Fig. 71.

i.in?:::.-
101
sequência .

Veja que apenas


na ultima
estado a saída
será 1 , dizendo
Figura 70 - Máquina de Moore.
uma sequencia de

1 1 1

jmealy
Figura 71 - Máquina de Moore.

Projeto de Máquina de Estado


Etapas:

1. Desenhar o diagrama de estados de acordo com as especificações do projeto.


2. Atribuir códigos binários a cada estado do diagrama.
3. Preencher a tabela de estados.
4. Escolher o Flip-Flop a ser utilizado na implementação do circuito.
5. Obter as equações de entrada.
6. Obter as equações das saída.
7. Fazer o esquemático do circuito.

Exemplo:

Deseja-se projetar uma máquina de estado cuja saída seja 0 até que as últimas três entradas sejam 110. Após
isso a máquina deverá entrar em loop com saída igual a 1. Um detector de
sequência 110 .

1. Desenhar o diagrama de estados de acordo com as especificações do projeto.

↳ de Moore

52
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Figura 72 - Diagrama de estados do circuito.

2. Atribuir códigos binários a cada estado do diagrama.

Estado Codificação
S0 00
S1 01
S2 10
S3 11
Figura 73 - codificação dos estados.

3. Preencher a tabela de estados.

Estado Atual Entradas Próximo Estado


S1 S0 X S1 S0
0 0 0 0 0
0 0 1 0 1
0 1 0 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 1 1
1 0 1 1 0
1 1 0 1 1
1 1 1 1 1
Figura 74 - Tabela de Estados.
É Í 1-
É 5
. .

✗ -1
.

S
.

|
Ó,
.


.

= .

Estado Atual Saída


S1 S0 Y / encontra
0 0 0 simplifica p
0 1 0
1 0 0 D .

1 1 1
Figura 75 - Tabela de Saídas.

4. Escolher o Flip-Flop a ser utilizado na implementação do circuito.


S S são a
Utilizaremos o Flip-Flop tipo D. e e z

saída dos FF .

5. Obter as equações de entrada.


✗ é a entrada -

6. Obter as equações de saída.

7. Fazer o esquemático do circuito.

lo
53
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Figura 76 - Esquemático do Projeto

Acho que dava pra fazer um exemplo com Máquina de Mealy e usando Flip-FlopJK, pra poder saber quando usar um e quando usar
outro. Já que nesse exemplo ensina a fazer com Moore e Flip-Flop D. Ah, e tipo, explicar, tipo um resumo, quando que se usa
Moore e quando que se usa Mealy. E quando se usa Flip-Flop tipo JK ou tipo D.

54
PET - Engenharia Elétrica UFC Março 2014
Capı́tulo 2

Segunda Unidade

2.1 Sistemas Digitais


Um sistema digital e um conjunto de funções de chaveamento envolvendo variáveis binárias e que
realizam determinadas tarefas. Os sistemas digitais se agrupam em duas categorias distintas:

a)Sistemas Digitais Combinacionais, e

b)Sistemas Digitais Seqüenciais.

Os sistemas combinacionais apresentam em suas saı́das, num certo instante de tempo, valores que
dependem exclusivamente dos valores aplicados em suas entradas nesse exato instante.
Os sistemas seqüências apresentam em suas saı́das, em um determinado instante,valores que dependem
dos valores presentes nas entradas nesse instante e em instantes anteriores.

2.1.1 Flip-Flop-SR
Para tal comportamento os sistemas seqüenciais deverão conter estruturas de memorização que ar-
mazenarão entradas anteriormente aplicadas. O modulo básico de memorização são os FLIP-FLOP,
sendo facilmente construı́do a partir de portas lógicas introduzindo-se uma realimentação adequada
na mesma.

Assim os FLIP-FLOP são dispositivos que possuem dois estados estáveis. Para um FLIP-FLOP
assumir um desses estados e necessário que haja uma combinação das variáveis e de um pulso de con-
trole, clock. Após este pulso, o FLIP-FLOP permanecera nesse estado até a chegada de um novo
pulso de controle e, então, de acordo com as variáveis de entrada, permanecerá ou mudará de estado.

Basicamente, podemos representar o FLIP-FLOP como um bloco onde temos duas saı́das Q e
Q̄, entradas para as variáveis e um entrada de controle (clock). A saı́da Q será a principal do bloco.

S R Qa/Qn Qf/Qn+1
0 0 0 0
1 0 0 1
2 0 1 0
3 0 1 1
4 1 0 0
5 1 0 1
6 1 1 0
7 1 1 1 Figura 2.1: Flip-Flop SR discreto.
Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 22

Onde Qa/Qn representa o estado anterior e Qf ou Qn+1 o estado possı́vel.

Assim podemos assumir que a tabela verdade de um flip-flop SR básico e:

S R Qf
0 0 Qa
0 1 0
1 0 1
1 1 Não permitido

Existem vários tipos de FLIP-FLOP classificados em dois grandes blocos:

•Sı́ncrono

•Assı́ncrono

Os FLIP-FLOP sı́ncronos só respondem as mudanças de estados nas entradas quando essas ocorrem
simultaneamente com a ocorrência de um pulso de controle (clock ou triger), ou seja, o sincronismo,
enquanto que os assı́ncronos reagem quanto à variação das entradas.

Além dessas classificações os FLIP-FLOP se agrupam em algumas famı́lias, ou tipos como:

1.Set-Reset (SR);

2.Master-Slave(MS);

3.JK;

4.Tipo T, e;

5.Tipo D (Delay)

2.1.2 Flip-Flop SR controlado por um pulso de Clock


Para que o flip-flop SR básico seja controlado por uma seqüência de pulsos de clock, basta trocarmos
os dois inversores por portas NAND, e as outras entradas destas portas, injetarmos o clock. O circuito
ficará, então:
Quando a entrada clock assumir o valor 1, o circuito ira comportar-se como um flip-flop SR básico.
Teremos então, a seguinte tabela verdade:

S R Qf
0 0 Qa
0 1 0
1 0 1
1 1 Não permitido

Esse circuito ira mudar de estado apenas quando o clock for igual a 1, em outras palavras,
o circuito irá mudar de estado somente na chegada de um pulso de clock.

Diagrama de Estados
Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 23

Figura 2.3: Flip-Flop SR Bloco com clock

Figura 2.2: Flip-Flop SR discreto com clock

Clock

Figura 2.4: Diagrama de Estados do Flip-Flop SR

2.1.3 Flip-Flop JK
O flip-flop JK, nada mais e que um SR realimentado de maneira mostrada na figura a seguir, essa
outra forma de realimentação elimina o estado indefinido do flip-flop SR.

A tabela verdade fica:

J K Qa Qa S R Qf
0 0 0 0 1 Qa
1 0 0 1 0 Qa
2 0 1 0 1 0
3 0 1 1 0 0
4 1 0 0 1 1
5 1 0 1 0 1
6 1 1 0 1 Qf
7 1 1 1 0 Qf
Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 24

Figura 2.6: Flip-Flop JK Bloco

Figura 2.5: Flip-Flop JK discreto

OBS:Vale ressaltar para que o circuito assim funcione como desejado, deve-se retirar o clock logo
após as duas entradas tenham sido iguais a 1.

2.1.4 Flip-Flop JK com entradas Preset e Clear


O Flip-Flop JK poderá assumir valores Q = 1 ou Q = 0 mediante a utilização das entradas Preset
(Pr) e Clear (Clr). Estas entradas são inseridas no circuito da seguinte forma:

Figura 2.7: Flip-Flop JK com Preset Clear Figura 2.8: Flip-Flop JK com Preset Clear

As entradas Preset e Clear não podem assumir valores zero simultaneamente, pois acarretaria a
saı́da uma situação não permitida. A entrada Clear e também denominada de Reset.
→ Entradas assinaremos .

CLR PR Qf
0 0 Não permitido
0 1 0
1 0 1
1 1 Funcionamento Normal

2.1.5 Flip-Flop JK Master-Slave (Mestre-Escravo)


O flip-flop JK como foi visto, resolveu o problema anteriormente visto, quando as entradas J e K
forem iguais a 1I porem, este circuito apresenta uma caracterı́stica indesejável, quando o clock for igual
a 1, teremos o circuito funcionando como um sistema combinacional, pois a entrada J e K estarão
liberadas. Para solucionarmos o problema utilizaremos o circuito abaixo:
Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 25

Figura 2.9: Flip-Flop JK Master-Slave

2.1.6 Flip-Flop T
Esse e um flip-flop JK com a particularidade de possuir as entradas J e K curto circuitadas (uma
ligada a outra), logo quando J assumir valor 1, K também assumira o valor 1, e quando J assumir
valor zero, K também.

O ] Q o o T Q o

CLR E 1
o K Ã °
CEM Ã °

+
Q
O Qa
→ mantém
1 Ta → troca

Figura 2.10: Flip-Flop T

2.1.7 Flip-Flop D
Esse e um flip-flop JK com a particularidade de possuir as entradas J e K invertidas. Logo, nesse
flip-flop, teremos as seguintes entradas possı́veis: J=0 e K=1; J=1 e K=0.

Ex1 :Projetar um sistema bloqueador de bêbados num carro. A seqüência da senha devera ser 101

Ex2 :Projetar um sistema seqüencial sı́ncrono que simule um dado eletrônico. Utilizar flip-flop JK.
Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 26


] Q • o D Q o

E q
g- K Ã •
cura à °

+
Q

}
O
O
mantém a memória
1 ,

de dados
O FF do tipo D é para transparencia
aaaaaa
Figura 2.11: Flip-Flop D

Ex3 :Projetar um sistema seqüencial sı́ncrono usando flip-flop JK que acionado por um gerador de
clock em um display de 7 segmentos de forma seqüencial e cı́clico, as letras que compõem o
nome: LEAO.
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Registradores

2.2 Registradores de Deslocamento


Os flip-flop podem armazenar durante o perı́odo em que sua entrada de clock for igual a 0, um bit
apenas (saı́da Q). Porem quando necessitarmos guardar um informação de mais de um bit, o flip-flop
ira tornar-se insuficiente. Contornar tal problema costuma-se utilizar no circuito o que se denomina
Registradores de Deslocamento (Shift Register ). Assim com um certo número de flip-flop do tipo
RS ou JK mestre-escravo ligados de tal forma que as saı́das de cada bloco alimentem as entradas
S e R, respectivamente, do flip-flop seguinte, sendo que, o primeiro terá suas entradas S e R ligadas
na forma de um flip-flop tipo D (R=S). O circuito abaixo exemplifica um Registrador de Deslocamento.

Figura 2.12: Registrador de Deslocamento Simples

Veremos então algumas aplicações do registrador de deslocamento.

2.2.1 Conversor Série-Paralelo


O Registrador de deslocamento pode ser utilizado para converter uma informação série em par-
alela. A configuração básica, nessa situação, para uma informação de 4 bits, teremos:

Figura 2.13: Conversor Série - Paralelo

Fazendo a seguinte entrada serie 1010 no circuito acima teremos a tabela verdade da seguinte forma:
Informação Descidas do Clock Q3 Q2 Q1 Q0
0 1 Pulso 0 0 0 0
1 2 Pulso
0 3 Pulso
1 4 Pulso

Por esse motivo o circuito acima e conhecido como Registrador de Deslocamento.


Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 28

2.2.2 Conversor Paralelo - Série


Para entrarmos com uma informação paralela, necessitamos de um registrador que apresente as
entradas Preset e Clear, pois e através destas que fazemos com que o Registrador armazene a in-
formação paralela. O registrador com essas entradas e representado abaixo:

Figura 2.14: Conversor Paralelo - Série

Antes de começarmos, vamos rever o funcionamento das entradas ENABLE e PRESET. Quando
a entrada enable estiver em zero, as entradas preset (PR) dos flip-flop permanecerão no estado 1,
fazendo com que os flip-flop atuem normalmente. Quando a entrada enable for igual a 1, as entradas
preset dos flip-flop assumirão os valores complementares das entradas PR3, PR2, PR1 e PR0.

Para que o registrador de deslocamento funcione como conversor paralelo série, necessitamos limpá-
lo e logo em seguida, introduzir a informação como já descrito, recolhendo na saı́da Q0 a mesma
informação de modo serie. E fácil de notar que a saı́da Q0 assume primeiramente o valor I0 e a cada
descida do pulso de clock, ira assumir seqüencialmente os valores I1, I2, I3.

Informação Descidas do Clock Q3 Q2 Q1 Q0


0 1 Pulso 0 0 0 0
1 2 Pulso 1 O O O
0 3 Pulso O 11 O O
1 4 Pulso 1 O 1 O
Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 29

Contadores

2.3 Contadores
São sistemas seqüenciais que contam o numero de pulsos que ocorre em sua entrada durante um
certo intervalo de tempo. A indicação da contagem e dada na base 2 e obtida através das saı́das
binárias do contador. Existem dois tipos básicos de contadores:

a)Os Assı́ncronos - dos quais as transições dos Flip-Flop não são simultâneos.

b)Os Sı́ncronos - dos quais as transições dos Flip-Flop são simultâneas e geradas por um sinal de clock.

2.3.1 Contadores Assı́ncronos


São caracterizados por não terem entradas de clocks comuns. Essa se faz apenas no 1 flip-flop e
as outras entradas de clock dos outros flip-flop serão funções das saı́da. Os contadores assı́ncronos
podem ter módulos binário e módulos não binário.

Figura 2.15: Contador Assı́ncrono

A principal caracterı́stica de um contador de pulso e representar o código BCD 8421. Seu circuito
básico apresenta um grupo básico de 4 flip-flop JK mestre-escravo os quais possui as entradas J=K=1.

clock

Q0

Q1

Q2

Q3

Figura 2.16: Diagrama de estado


Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 30

2.3.2 Contadores Sı́ncronos


Neste tipo de contador todos os flip-flop são liberados na mesmo instante, pois estes contadores
possuem as entradas de clock curto-circuitadas, ou seja, o clock aciona todos os flip-flop simultanea-
mente. A indicação da contagem pode ser obtida diretamente das saı́das dos flip-flop ou através de
circuitos combinacionais. O numero de flip-flop necessários para cada contador depende do modulo
do contador apartar da seguinte expressão: 2 n−1 ≤ M ≤ 2n , onde n e o numero de flip-flop. Para
estudarmos os contadores sı́ncronos devemos sempre escrever a tabela verdade, estudando assim quais
devem ser as entradas J e K dos vários flip-flop e que estes assumam o estagio seguinte.

Para isso devemos lembrar então da tabela verdade do JK.


M =
?
0 → 0
J
0
K
X in tô bmb .

0 → 1 1 X
1 → 0 X 1
1 → 1 X 0

Ex: Utilizando flip-flop JK com Preset-Clear projetar um contador cı́clico para a seqüência abaixo:

0 → 1 → 2
↑ ↓
5 ← 4 ← 3
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Sistema de Projetos

2.4 Sistema de Projetos de Subsistemas Seqüenciais


O projeto de subsistemas (pequenos sistemas básicos) seqüenciais seguem os seguintes passos:

a)A partir da descrição verbal do sistema deve-se construir um diagrama de estados no qual são iden-
tificados os vários estados distintos que o sistema apresenta, as transições que devem ocorrer entre
esses estados, assim como as saı́das que devem ser produzidas.

b)Os diferentes estados identificados deverão ser designados(identificados)pelas combinações das saı́das
dos flip-flop utilizados no sistema.

c)As transições entre estados desejados serão produzidas pela aplicação adequada de variáveis da ex-
citação nas entradas do flip-flop de modo a produzir as mudanças adequadas. Essas variáveis serão
criadas a partir das variáveis de estado (saı́da dos flip-flop).

d)As variáveis de saı́da deverão ser criadas a partir das variáveis de estado de acordo com a descrição
do sistema.

Os sistemas seqüenciais poderão ser sı́ncronos quando todos os flip-flop receberem o mesmo clock,
enquanto o sistema reagir apenas aos sinais presentes na entrada simultaneamente com o clock, ou
serão assı́ncronos quando o sistema reagir aos sinais de entrada no instante que esses forem aplicados,
neste caso não existira um clock único para os flip-flop.

J K X Y Z
0 → 0 0 X 0 0 1
0 → 1 1 X 0 1 0
1 → 0 X 1 1 0 0
1 → 1 X 0 1 1 1

Ex: Dimensionar um sistema seqüencial sı́ncrono que recebendo em sua entrada 2 informações
binárias X e Y (sincronizadas com o clock), produz uma saı́da única Z, sempre que pela terceira vez
consecutiva as 2 entradas, X e Y forem iguais. Toda vez que o sistema produzir uma saı́da Z=1 devera
se rearmar para iniciar uma nova codificação.
Eletrônica Digital - 2a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 32

Figura 2.17: Uma das possı́veis resolução do exercı́cio


Capı́tulo 3

Terceira Unidade

3.1 Conversores A/D e D/A


3.1.1 Introdução
A maioria dos dados obtidos de sensores comuns, tais como sensores de temperatura, intensidade
luminosa, posição, tensão, corrente e etc. fornecem sinais analógicos, ou seja, uma tensão que é pro-
porcional à grandeza medida e que varia de forma contı́nua numa faixa de valores.

No entanto, a maioria dos equipamentos modernos que fazem a aquisição de dados destes sensores,
trabalha com técnicas digitais. Isso significa que o dado analógico, preciso ser convertido para a forma
digital. Para fazer esta conversão são utilizados circuitos denominados conversores analógico-digital,
ou simplesmente A/D, como seu próprio nome indica, realiza a conversão de sinais, cuja amplitude
varia continuamente em sinais digitais correspondentes à amplitude do sinal original.

Para converter se faz o uso de um comparador de tensão ou corrente - variando de acordo com a
aplicação - que irá comparar o sinal analógico com o valor de referência.

Desta forma os circuitos A/D devem preencher certos requisitos importantes quanto ao seu desem-
penho que são:

•Quantização;

•Taxa de Amostragem e;

•Linearidade.
Eletrônica Digital - 3a Unidade - Prof. Vitor Leão Filardi 34

3.1.2 Quantização
Entre os dois valores extremos da escala de valores analógicos que devem ser convertidos para a
forma digital existem infinitos valores intermediários, o que justamente caracteriza uma grandeza que
varia de forma análoga ou analógica.
Entretanto, quando passamos um valor qualquer entre os dois valores extremos incluindo-os, não pode-
mos representar qualquer quantidade, pois precisarı́amos para isso de um número infinito de bits.

Assim, por exemplo, se utilizarmos na conversão 4 bits, teremos a possibilidade de representar


apenas 16 valores na escala total de valores analógicos, e se usarmos 8 bits poderemos representar 256
valores, conforme indica a figura 3.1.
Se tivermos uma escala de 0 a 8 V, por exemplo, e usarmos 4 bits para a conversão, os ”degraus”da
escada de conversão terão 0,5 V de altura, o que significa que este conversor terá uma resolução de
0,5 V. Se usarmos um conversor A/D de 8 bits (256 ”degraus”de resolução) para fazer um voltı́metro
de 0 a 10 V por exemplo, a resolução deste voltı́metro será de 10/256 ou pouco menos de 0,04 V.

Figura 3.1: Escala de conversão

Este comportamento ”digital”pode ser observado em muitos instrumentos comuns, tais como os
multı́metros digitais em que, se a grandeza medida estiver num valor intermediário entre dois degraus
da resolução do conversor A/D, o valor apresentado no display oscilará entre eles.

Evidentemente, tanto maior é a precisão na conversão mais bits serão utilizados pelo conversor.
Tipos com 8 a 16 bits são comuns nas aplicações industriais e em medidas, dependendo da quantidade
de ”passos”desejados na conversão ou a resolução.

3.1.3 Taxa de Amostragem


Muitos processos de aquisição de dados de sensores, de processos ou de outras aplicações precisam
ser rápidos. Uma placa de aquisição de dados de um instrumento de medida que projete uma forma
de onda, desenhe um gráfico na tela de um PC representando um processo dinâmico ou mesmo um
instrumento digital simples como um multı́metro, devem estar constantemente em andamento.

Um osciloscópio digital, por exemplo, deve medir as tensões instantâneas de um sinal em diversos
pontos ao longo de um ciclo para poder ”desenhar”esta forma de onda com precisão na tela. Se a
freqüência do sinal for alta, isso implica a necessidade de se fazer amostragens num tempo extrema-
mente curto.
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Os conversores A/D podem ser encontrados em tipos que têm freqüências de amostragem numa
ampla escala de valores. Os tipos mais rápidos têm suas velocidades especificadas em MSPS (Mega
Samples Per Second ou Mega Amostragens Por Segundo).

Uma máquina industrial ou um instrumento de uso geral como um multı́metro pode usar conver-
sores A/D relativamente lentos com taxas ou velocidades de amostragens de até algumas unidades
por segundo. Um multı́metro digital comum, por exemplo, faz de 1 a 10 amostragens por segundo
apenas, dependendo do tipo. Todavia, um osciloscópio digital ou virtual que precise observar uma
forma de onda de 10 MHz, deve, para ter uma definição razoável, realizar pelo menos 100 milhões de
amostragens por segundo (10 pontos por ciclo).

3.1.4 Linearidade
A curva de conversão da grandeza analógica para a forma digital deve ser linear para um bom
conversor. Isso significa que não existem desvios na correspondência entre o valor analógico e a saı́da
digital ao longo da escala de valores em que o conversor deve trabalhar.

No entanto, na prática podem ocorrer pequenos desvios, de acordo com o que mostra a figura 3.2.

Figura 3.2: Grau de linearidade da conversão

Isso quer dizer que, em determinadas faixas de valores, a conversão pode ser menos precisa. Esta
imprecisão é mais grave nos tipos de maior definição, pois os desvios podem ter a mesma ordem de
grandeza que os ”degraus”da escada de conversão, afetando assim a precisão final da mesma.

3.2 Desenvolvimento
Para fazer uma conversão de sinais analógicos para a forma digital existem diversas técnicas que
são empregadas nos circuitos comerciais, muitas delas encontradas em circuitos integrados que são
”embutidos”(embedded) em aplicações mais complexas, os quais fazem o controle de máquinas e
equipamentos.

Analisamos as tecnologias mais empregadas para esta finalidade começando com o bloco comum
a todos os conversores, que é o circuito de amostragem e manutenção (sample and hold).

O valor dos sinais analógicos que devem ser convertidos para a forma digital corresponde a um
determinado instante, cuja duração, em alguns casos, não vai além de alguns milionésimos de segundo.

Assim, um primeiro bloco importante do conversor é um circuito que lê o valor do sinal a ser
convertido num determinado instante e o armazena de modo que, mesmo que o sinal varie depois, os
circuitos que fazem a conversão têm numa memória seu valor. Este circuito é ilustrado em blocos na
figura 3.3.

O sinal a ser amostrado é amplificado por um buffer de entrada cuja finalidade é não carregar o
circuito externo, e ao mesmo tempo proporcionar isolamento do circuito de conversão.
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Figura 3.3: Diagrama de blocos de um conversor A/D

Na saı́da deste circuito temos uma chave eletrônica ou chaveador, que determina o instante exato em
que a leitura do sinal deve ser feita. A chave fecha então por uma fração de segundo (numa freqüência
que depende da velocidade de amostragem) permitindo que o sinal carregue o capacitor C.

Assim, quando a chave abre, esperando a leitura seguinte, o capacitor tem armazenado o valor da
grandeza analógica a ser convertida. Esta tensão no capacitor é mantida no circuito conversor através
de um buffer de saı́da durante o tempo que ele necessita para isso.

Na figura 4 temos um gráfico que indica de que modo à tensão de entrada varia e o circuito de
amostragem e retenção mantém a saı́da constante durante os intervalos de conversão (que correspon-
dem aos ”degraus”).

Figura 3.4: Escala de conversão

3.2.1 Aplicação
Desenvolvendo um pequeno programa no Matlab 6.0 podemos exemplificarmos melhor toda esta
teoria aqui mostrada. A onda fundamental tem uma freqüência de 120 Hz e está defasada em 60 o ,
atribuı́mos valores de quantização de: 4, 8 e 12 Bits e taxa de amostragem de: 240, 600 e 1000 Hz
(respeitando a freqüência de Nyquist).

Primeiramente o nosso programa vai marcar os tempos que serão armazenados com seus respectivos
valores analógicos para posteriormente serem quantizados e assim aplicando a transforma discreta de
Fourier reconstituir o sinal amostrado.

Nos gráficos abaixo, podemos verificar que em se tratando de um sinal digital, não existe valores
negativos na quantização, o que pode ocorrer que vemos em multı́metros digitais ou outros aparelhos
são um bit a mais inserido posteriormente a quantização para sinalização se aquele valor se trata de
um valor negativo ou positivo, o que não interfere em nada na conversão, com mencionei é apenas
uma sinalização para o usuário.
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Figura 3.5: Quantização em 4 bits de resolução

Figura 3.6: Quantização em 8 bits de resolução

Figura 3.7: Quantização em 12 bits de resolução


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Existem várias formas de se construir conversores A/D, sendo que cada um tem a sua carac-
terı́stica de funcionamento que deve ser levada em conta, na hora de se construir e/ou escolher para
a sua aplicação. Temos uma relação de possı́veis combinações:

•Conversor A/D com comparador em paralelo;

•Conversor A/D com rampa em escada;

•Conversor A/D de aproximações sucessivas;

•Conversor A/D de rampa única;

•Conversor A/D de rampa dupla e;

•Sigma-Delta.

O Sigma-Delta é um das importantes técnicas de conversão A/D, utilizada em que se deseja uma
altı́ssima velocidade de conversão, como nos DSPs (Digital Signal Processing).

Portanto, vimos que a conversão do sinal analógico para o digital sempre existe uma perda de
informação seja ela de amplitude - caracterı́stica da quantidade de bits utilizados - ou de fase do sinal
- caracterı́stica da taxa de amostragem empregada.

Vimos que o erro máximo que pode ocorrer na quantização é de metade do valor de nı́vel da
quantização assim sendo quanto maior for o número de bits do conversor menor será o seu erro.

O erro de ”Aliasing” é facilmente evitado utilizando o teorema da amostragem que ”Para que uma
determinada freqüência f1 do sinal analógico seja ou possa ser completamente reconstituı́da a taxa
amostral, no processo de digitalização, deve ser no mı́nimo igual a 2*f1”

Conhecidas as imperfeições da conversão podemos então saber quais os fatores que influem na
escolha de um conversor A/D e assim prever melhor os ajustes que sistema deverá sofrer, pois já é
sabido as suas fraquezas.
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Multiplexadores e Demultiplexadores

3.3 Multiplexadores
No nosso dia a dia lidamos com vários sistemas que utilizam multiplexadores e demultiplexadores,
o mais comum deles e o aparelho de som de nossa residência, em uma chave seletora, selecionamos
qual fonte sonora a qual utilizaremos (Vinil, CD, Tape, Radio, MD, etc.). A chave seletora então
especifica qual o canal de comunicação que será utilizado, conhecida também como via de dados, e
assim, está informação será amplificada e transmitida para os auto-falantes. Assim de uma maneira
geral, o MUX, seleciona um entre vários sinais de entrada e o envia para a saı́da.

Um multiplexador digital ou seletor de dados é um circuito lógico que aceita diversos dados digi-
tais de entrada e seleciona um deles, em um certo instante, para a saı́da. O roteamento do sinal de
entrada desejado para a saı́da é controlado pelas entradas de SELEÇ ÃO (conhecidas também como
ENDEREÇOS).

O multiplexador atua como uma chave digital controlada de várias posições, onde o código digital
aplicado nas entradas de SELEÇÃO controla qual será a entrada de dados chaveada para a saı́da.
Por exemplo, a saı́da será igual a entrada de dados I0 para um determinado código de SELEÇ ÃO; e
assim será igual a I1 para um outro determinado código de SELEÇ ÃO; e assim por diante. Em outras
palavras, um multiplexador seleciona 1 entre N dados de entrada e transmite o dado selecionado para
um único canal de saı́da. Isto é chamado de multiplexação.

Figura 3.8: Circuito de um multiplexador de 2 entradas

Uma outra aplicação para um multiplexador seria utilizá-lo como um conversor paralelo-série um
vez que o seu princı́pio de funcionamento se adequa a tal finalidade.

3.4 Demultiplexadores
Um multiplexador recebe varias entradas e transmite uma delas para a saı́da Um demultiplexador
(DEMUX) realiza a operação inversa: ele recebe uma única entrada e a distribui por várias saı́das.
Assim como no multiplexador, o código de SELEÇ ÃO de entrada determina para qual saı́da entrada
de DADOS será transmitida. Em outras palavras,o demultiplexador recebe uma fonte de dados e
seletivamente a distribui para 1 entre N saı́das, como se fosse uma chave de varias posições.

As aplicações desses dispositivos são inúmeras desse de sistemas de segurança sistemas complexos
de telecomunicações. Para todas as essas aplicações os dois dispositivos devem ser previamente sin-
cronizados para que as entradas serem as mesmas nas saı́das.
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E
A

Figura 3.9: Circuito de um demultiplexador de 2 entradas

Circuitos Aritméticos

3.5 Circuitos Aritméticos


Como vimos anteriormente os circuitos combinacionais, vamos encontrar alguns circuitos impor-
tantes de grande utilidade e que são a essência da computação hoje existente. São os circuitos ar-
itméticos também muito conhecidos como ULA (Unidade Logica Aritmetica).

3.5.1 Meio Somador


Como sabemos, os computadores trabalham na forma binária e já é de se esperar que o mesmo
faca suas operações na forma binária. Relembrando a soma de dois números binários teremos:

1
0 1 0 1
+ 0 + 0 + 1 + 1
- - - -
0 1 1 10

Montando a tabela verdade teremos:

A B Saı́da (S) Transporte (Ts)


0 0 0 0
0 1 1 0
1 0 1 0
1 1 0 1

O diagrama de blocos seria as saı́das receptivas a uma porta lógica especifica como para saı́da S
teremos um XOR e para Ts teremos uma AND. Esse circuito denominado Meio Somador e também
conhecido como Half-Adder, termo derivado do inglês.

3.5.2 Somador Completo


O meio somador possibilita efetuar a soma de números binários com 1 algarismo. Mas o mundo
real se faz necessário que esta soma seja efetuadas com um numero maior algarismo. Para satisfazer
estas condições o circuito necessita de uma entrada de transporte proveniente de uma saı́da de trans-
porte anterior. Para melhor compreensão, vamos analisar o caso da soma a seguir:
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Desta forma a tabela verdade ficaria do seguinte modo:

A B Te S Ts
0 0 0 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 1 0
0 1 1 0 1
1 0 0 1 0
1 0 1 0 1
1 1 0 0 1
1 1 1 1 1

Colocando no mapa de Karnaugh, teremos o esquema do circuito conhecido como Full Adder.

Ex1: Montar um sistema que some em BCD.

3.5.3 Meio Subtrator


Vamos fazer um flashback no assunto para podermos montar as tabelas verdades equivalentes.

0-0=0
0-1=1 e empresta 1
1-0=1
1-1=0

Vamos montar a tabela verdade de uma subtração de dois números binários de 1 algarismo.

A B Saı́da (S) Transporte (Ts)


0 0 0 0
0 1 1 1
1 0 1 0
1 1 0 0

Assim de forma análoga ao o circuito meio somador teremos a seguinte simplificação:

S=A exclusivo ou B
Ts= Ā + B
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3.5.4 Subtrator Completo


Novamente, o meio somador nos permite efetuar a subtração de apenas números com 1 algarismo.
Para satisfazer uma subtração completa, devera ser inserida novamente uma entrada de transporte
para que se possa montar tal circuito.
Assim teremos a seguinte tabela verdade:

A B Te S Ts
0 0 0 0 0
0 0 1 1 1
0 1 0 1 1
0 1 1 0 1
1 0 0 1 0
1 0 1 0 0
1 1 0 0 0
1 1 1 1 1

Novamente aplicando Karnaugh teremos o circuito simplificado do Subtrator Completo.

Ex: Montar um sistema que efetue a subtração de 2 números binários codificados em BCD.
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Dispositivos de Memória

3.6 Memórias
A principal vantagem dos sistemas digitais sobre os analógicos é a capacidade de armazenar,
facilmente, grandes quantidades de informação e/ou dados por perı́odos longos ou curtos de tempo.
Esta capacidade de memória é o que torna os sistemas digitais tão versáteis e adaptáveis às diversas
situações. Por exemplo, em um computador digital, a memória principal armazena instruções que
informam ao computador o que fazer sob qualquer circunstância possı́vel, de modo que o computador
realizará sua tarefa com um mı́nimo de intervenção humana.

Vamos estudar os tipos mais comuns desses dispositivos e sistema de memória. Já estamos bem
familiarizados com o flip-flop, que é um dispositivo eletrônico de memória. Também analisamos como
grupos de FFs, chamados de registradores, podendo ser utilizados para armazenar informação e como
esta informação pode ser transferida para outros lugares. Registradores são elementos de memória
de alto desempenho que são muito usados nas ações internas de um computador digital, no qual a
informação digital está sendo continuamente transferida de um local para outro. Os avanços na tec-
nologia LSI (Large Scale Integration) e VLSI (Very Large Scale Integration) foram possı́vel a obtenção
de um grande número de FFs,único chip, organizados em vários arranjos de memória.

Então as memórias são os dispositivos que armazenam informações, essas por sua vez codificadas,
digitalmente, através de um código binário qualquer. Essas informações podem ser números, letras,
caracteres quais quer, comandos de operações, endereços ou ainda qualquer outro tipo de dado.

Essas informações, armazenam dados para endereçamento, programação e para constituir o con-
junto de funções internas para a funcionalidade do próprio sistema. Outra tipo de aplicação consiste
em utilizá-las para executarem quaisquer funções de circuitos combinacionais, e ainda, com o auxı́lio
de contadores comuns e conversores, gerar formas de onda de diversas maneiras de modo mais simples.

3.6.1 Classificação das Memórias


Antes de estudarmos os diversos tipos de memórias, vamos conhecer sua classificação. Podemos
classificar as memórias em vários ı́tens diferentes. A seguir, vamos relacionar os principais:

•Acesso

•Volatilidade

•Escrita/Leitura ou apenas de leitura

•Tipo de armazenamento
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Vamos analisar cada ı́tem:


1.Acesso:
As memórias armazenam informações em lugares denominados localidade de memória. Cada
um das localidades de memória possui um conjunto de bits que nos permite o seu acesso, a esse
conjunto de bits damos o nome de endereço. Esse conceito é de fácil compreensão, pois como o
próprio nome diz, o conjunto de bits representa o endereço da localidade onde está armazenada
uma informação.

O tempo de acesso de uma memória é o tempo necessário desde a entrada de um endereço


até o momento em que a informação apareça na saı́da. Para as memórias de escrita/leitura é
também o tempo necessário para a informação ser gravada.

Podemos ter acesso a uma dada localidade de memória de duas maneiras diferentes:
•acesso seqüencial;
•acesso aleatório.

2.Volatilidade:

Quanto à volatilidade, as memórias podem ser voláteis ou não voláteis. As memórias voláteis são
aquelas que ao ser’cortada a alimentação perdem as informações armazenadas. São memórias
feitas, geralmente, a partir de semicondutores e na maioria das vezes, possuem como elemento
de memória o flip-flop. Um exemplo tı́pico, já citado, é o da memória RAM. As memórias não
voláteis são aquelas que mesmo sem alimentação continuam com as informações armazenadas.
Dentre essas se destacam as memórias magnéticas e as eletrônicas: ROM, PROM e EPROM.

3.Memórias de escrita/leitura ou memórias apenas de leitura:

As memórias de escrita/leitura são aquelas que permitem acesso a uma localidade qualquer para
escrevermos a informação desejada, além disso, permitem o acesso também para a leitura do
dado.

As memórias RAM também se enquadraram nessa situação. As memórias apenas de leitura,


como o próprio nome diz, são.aquelas em que a informação. é fixa, só podendo efetuar-se a
leitura. São também conhecidas como ROM (Read Only Memory). A análise desses tipos de
memórias será feita mais adiante através dos seminários.

4.Tipos de armazenamento:

Quanto ao tipo de armazenamento as memórias classificam-se em estáticas e dinâmicas.

As memórias de armazenamento estático são aquelas em que uma vez inserido o dado numa
dada localidade, este lá permanece.

As memórias de armazenamento dinâmico são aquelas em que necessitamos inserir a informação


de tempos em tempos, pois de acordo com as caracterı́sticas de seus elementos internos perdem
essas informações após um determinado tempo.

As memórias de armazenamento estático apresentam a vantagem de possuir uma utilização da


maneira mais fácil que as dinâmicas.
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Unidade Unidade Memoria Principal


Aritmetica de Controle (Semi−Condutora)

Memoria de Massa
(HD)

Figura 3.10: Arquitetura de um computador

3.7 Terminologia
O estudo dos sistemas e dos dispositivos de memória está repleto de termos. É de grande valia que
você possa compreender o significado de alguns termos mais básicos, que são eles:

1.Célula de memória
Um dispositivo ou circuito elétrico utilizado para armazenar um único bit (0 ou 1). Exemplos
de célula de memoria incluem: um flip-flop, um capacitor carregado e um pequeno local numa
fita ou disco magnético.

2.Palavra de memória:
Um grupo de bits (células) em uma memória que representa instruções ou dados de algum
tipo. Por exemplo, um registrador de oito FFs pode ser considerado uma memória que esta ar-
mazenando uma palavra de 8 bits. Os tamanhos de palavra nos computadores modernos variam
tipicamente de 4 a 64 bits, dependendo do porte do computador.

3.Byte:
Um termo especial usado para um grupo de oito bits. Um byte sempre e constituı́do de 8 bits.
Tamanhos de palavra podem ser expressos em bytes assim como em bits. Por exemplo, uma
palavra de 8 bits e também uma palavra de um byte; uma palavra de 16 bits tem dois bytes, e
assim por diante.
4.Capacidade:
Uma maneira de especificar quantos bits podem ser armazenados em um determinado dispos-
itivo de memória ou num sistema de memória completo. Para ilustrar, suponha que temos
uma memória capaz de armazenar 4.096 palavras de 20 bits. Isto representa uma capacidade
total de 81.920 bits. Poderı́amos também expressar essa capacidade de memória como 4.096
X 20. Quando representada desse modo, o primeiro número (4.096) é o número de palavras, e
o segundo número (20) é o número de bits por palavra (tamanho da palavra). O número de
palavras em uma memória freqüentemente é um múltiplo de 1.024. É comum usar a designação
”1K”para representar 1.024 = 210 quando nos referimos a capacidade de memória. Logo, uma
memória com uma capacidade de armazenamento de 4K X 20 e na verdade uma memória de
4.096 X 20. O desenvolvimento de memórias maiores trouxe a designação ”1M”ou ”1 mega”para
representar 220 = 1.048.576. Assim, uma memória que possui uma capacidade de 2M X 8 tem
na verdade uma capacidade de 2.097.152 x 8. A designação ”giga”se refere a 2 30 = 1.073.741.824.
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5.Densidade:
Um outro termo para capacidade. Quando dizemos que um dispositivo de memória tem uma
densidade maior do que um outro, queremos dizer que ele pode armazenar mais bits no mesmo
espaço, ou seja ele é mais de denso.

6.Endereço:
É um número que identifica a posição de palavra na memória. Cada palavra armazenada em
um dispositivo ou sistema de memória possui um endereço único. Endereços sempre existem
num sistema digital como um número binário, embora, por conveniência, números em octal,
hexadecimal e decimal sejam freqüentemente utilizados para representar esses endereços.

Figura 3.11: Tabela de endereços de memória

A figura 3.11 ilustra uma pequena memória constituı́da de oito palavras. Cada uma destas oito
palavras tem um endereço especı́fico representado por um número de três bits que varia de 000
até 111. Sempre que nos referimos a uma posição especı́fica na memória, utilizamos seu código
de endereço para identificá-la.

7.Operação de Leitura:
Operação na qual a palavra binária armazenada numa determinada posição (endereço) de memória
é detectada e então transferida para outro dispositivo. Por exemplo, se desejamos utilizar a
palavra 4 da memória da figura anterior para algum propósito, devemos realizar uma operação
de leitura no endereço 100. A operação de leitura freqüentemente é chamada de operação de
busca, pois a palavra está sendo buscada da memória. Utilizaremos os dois termos indistinta-
mente.

8.Operação de Escrita:
Operação na qual uma nova palavra é colocada numa determinada posição de memória. Também
é chamada de operação de armazenamento. Sempre que uma nova palavra é escrita numa posição
de memória, ela substitui a palavra que estava previamente armazenada lá.

9.Tempo de Acesso:
Uma medida da velocidade de operação de um dispositivo de memória. É o tempo necessário
para realizar uma operação de leitura. Mais especificamente, é o tempo entre a memória receber
uma nova entrada de endereço e os dados se tornarem disponı́veis na saı́da da memória. O
sı́mbolo tAcc é utilizado para tempo de acesso.

10.Memória Volátil:
Qualquer tipo de memória que necessita da aplicação de energia para poder armazenar in-
formação. Se a energia elétrica é removida, todas as informações armazenadas na memória
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são perdidas. Muitas das memórias semicondutoras são voláteis, enquanto todas as memórias
magnéticas são não-voláteis, o que significa que elas podem armazenar informação sem energia
elétrica.

11.Memória de Acesso Aleatório (RAM -Random Access Memory):


Memória na qual a posição fı́sica real de uma palavra da memória não tem efeito sobre o tempo
necessário para ler ou escrever nesta posição. Em outras palavras, o tempo de acesso é o
mesmo para qualquer endereço na memória. A maioria das memórias semicondutoras é de
acesso aleatório.

12.Memória de Acesso Seqüencial (SAM -Sequence Access Memory)


Um tipo de memória no qual o tempo de acesso não é constante mas varia dependendo do en-
dereço. Uma determinada palavra armazenada é encontrada percorrendo todos os endereços até
que o endereço desejado seja alcançado. Isto produz tempos de acesso que são muito maiores
do que os das memórias de acesso aleatório. Um exemplo de dispositivo de memória de acesso
seqüencial é uma fita magnética. Para ilustrar a diferença entre SAM e RAM, considere a
situação na qual você gravou 60 minutos de música numa fita cassete de audio. Quando desejar
alcançar uma música em particular, você terá que retroceder ou avançar a fita até a encontrar.
O processo é relativamente lento, e o tempo necessário depende de onde a música desejada está
gravada na fita. Isto é SAM, já que você percorreu através das informações registradas até en-
contrar o que estava procurando. A contrapartida RAM para isso seria um CD ou MD de audio,
no qual você pode rapidamente selecionar qualquer música informando o código apropriado, e ele
gasta aproximadamente o mesmo tempo, não importando a música selecionada. As memórias
de acesso seqüencial são utilizadas onde os dados a serem acessados sempre vêm numa longa
seqüência de palavras sucessivas. A memória de vı́deo, por exemplo, deve fornecer seu conteúdo
na mesma ordem repetidamente para manter a imagem na tela.

13.Memória de Leitura e Escrita (RWM -Read/Write Memory):


Qualquer memória que possa.ser lida ou escrita de maneira igualmente fácil.

14.Memória Somente de Leitura (ROM - Read-Only Memory):


Uma vasta classe de memórias semicondutoras, projetadas para aplicações nas quais a razão
entre as operações de leitura e escrita é muito alta. Tecnicamente, uma ROM pode ser es-
crita (programada) apenas uma vez, e esta operação normalmente é realizada na fábrica. Depois
disso, as informações podem ser somente lidas da memória. Outros tipos de ROM são na verdade
RMM (read-mostly memories), nas quais se pode escrever mais de uma vez; porém a operação
de escrita é mais complicada do que a de leitura, e não é realizada freqüentemente. Os vários
tipos de ROM serão apresentadas em forma de seminários. Todas as ROMs são não-voláteis e
armazenam dados quando a energia é removida.

15.Dispositivos de Memória Estática:


Dispositivos de memória semicondutora nos quais os dados permanecem armazenados enquanto
a energia está presente, sem a necessidade de reescrever periodicamente os dados. na memória.

16.Dispositivos de Memória Dinâmica:


Dispositivos de memória semicondutora nos quais os dados não permanecem armazenados,
mesmo com a energia presente, a menos que os dados sejam periodicamente reescritos na
memória. Esta última operação é denominada refresh.
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17.Memória Principal:
Também chamada de memória de trabalho do computador. Ela armazena instruções e dados
que a CPU está acessando no momento. É a memória mais rápida num computador e sempre é
uma memória semicondutora.

18.Memória Auxiliar:
Também chamada de memória de massa porque ela armazena grandes quantidades de informação
externamente à memória principal. É mais lenta do que a memória principal e sempre é não-
volátil. Discos magnéticos e CDs são dispositivos comuns de memória auxiliar.

3.8 Princı́pios de Operação da Memória


Embora cada tipo de memória seja diferente na sua operação interna, certos princı́pios básicos são
comuns a todas elas.

Figura 3.12: Bloco de memória

Todos os dispositivos de memória necessitam de diversos tipos diferentes de linhas de entrada e de


saı́da para realizar as seguintes funções:
1.Selecionar o endereço na memória que está sendo acessado para uma operação de leitura ou
escrita;

2.Selecionar uma operação de leitura ou escrita que será realizada;

3.Fornecer os dados de entrada a serem armazenados na memória durante uma operação de escrita;

4.Manter os dados de saı́da vindos da memória durante uma operação de leitura;

5.Habilitar (ou desabilitar) a memória de modo que ela responda(ou não) às entradas de en-
dereçamento e ao comando de leitura/escrita.

3.8.1 Entradas de Endereço


Utilizando o bloco anterior como exemplo, a memória armazena 32 palavras, ela tem 32 posições de
armazenamento diferentes, e portanto possui 32 endereços binários diferentes, variando de 00000 até
11111 (0 a 31 em decimal). Logo, existem cinco entradas de endereço, A 0 até A4 . Para acessar cada
uma das posições de memória para uma operação de leitura ou escrita, o código de endereçamento de
cinco bits para essa posição é aplicado nas entradas de endereço. De um modo geral, N entradas de
endereço são necessárias para uma memória que possui uma capacidade de 2 N palavras.
Podemos visualizar a memória da figura como um arranjo de 32 registradores, no qual cada registrador
guarda uma palavra de quatro bits, conforme mostra o mesmo. Cada posição é mostrada contendo
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quatro células de memória que guardam 1s ou 0s, que formam a palavra de dados armazenada nesta
posição. Vejamos o seguinte exemplo, a palavra 0110 está armazenada no endereço 00000, a palavra
de dados 1001 está armazenada no endereço 00001, e assim por diante.

3.8.2 A Entrada R/W


Esta entrada controla qual operação deve ser realizada na memória: leitura (R - read) ou Escrita
(W - write). A entrada é identificada por R/W , e, como não existe a barra sobre R, isto indica que a
operação de leitura ocorre quando R/W =1. A barra sobre W indica que a operação de escrita acontece
quando R/W =0. Outros identificadores (nomenclaturas de outros autores)são usados freqüentemente
para essa entrada. Dois dos mais comuns são W (escrita) e W E (write enable-habilitação de escrita).
Novamente, a barra indica que a operação de escrita ocorre quando a entrada está em BAIXO. Fica
subentendido que a operação de leitura ocorre para nı́vel alto.

3.8.3 Habilitação da Memória


Muitos sistemas de memória tem algum modo de desabilitar completamente uma parte ou toda
a memória, de modo que ela não possa responder às outras entradas. Isto é representado na figura
anterior pela entrada ME, embora ela possa ter nomes diferentes nos vários tipos de memória, tais
como chip enable (CE) ou chip select (CS). Na figura, ela é mostrada como uma entrada ativa em
ALTO que habilita a memória, de modo que ela não responderá às entradas de endereço e de R/W .
Esse tipo de entrada é útil quando vários módulos de memória são combinados para formar uma
memória maior.

3.8.4 Exercı́cios
1a Exercı́cio:Um certo chip de memória semicondutora é especificado como 4K X 8. Quantas palavras
podem ser armazenadas neste chip? Qual é o tamanho da palavra? Quantos bits neste
chip pode armazenar no total?

2a Exercı́cio:Qual das memórias armazena mais bits: uma memória de 5M X 8 ou uma memória que
armazena 2M palavras com um tamanho de palavra de 16 bits?

3a Exercı́cio:Descreve as condições de cada entrada e saı́da quando o conteúdo da posição cujo


endereço é 00100 deve ser lido.

4a Exercı́cio:Descreva as condições de cada entrada e saı́da quando a palavra 1110 deve ser escrita
na posição de endereço 01101

5a Exercı́cio:Uma determinada memória tem uma capacidade de 4K X 8.

(a)Quantas linhas de entrada de dados e saı́da de dados ela tem?


(b)Quantas linhas de endereço ela tem?
(c)Qual é a sua capacidade em bytes?

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