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DISCIPLINA
Gestão de Instalações Desportivas
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I – OBJECTIVOS
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II. – INTRODUÇÃO
Actualmente, o serviço desportivo municipal sabe que a sua actuação ao nível do desporto,
neste caso, ao nível das instalações desportivas, é um factor muito importante para
poderem continuar no poder.
Segundo Constantino (1999), os espaços para a prática do desporto são uma questão
nuclear na intervenção das autarquias em matérias de desenvolvimento desportivo local.
Levar ao término uma boa infra-estrutura desportiva que ofereça um bom serviço aos
cidadãos, tem, hoje em dia, repercussões políticas extremamente importantes. Por isso,
aquando do planeamento de uma instalação desportiva, há que ter em conta um conjunto
de factores que ao longo deste trabalho tentaremos descrever.
Para que possa acontecer um desenvolvimento desportivo, é necessário que este esteja
ligado às restantes práticas sociais e culturais. (Constantino e Feio, s/d).
Assim, e segundo os mesmos autores, cabe ao Município criar as mais e melhores condições
de acesso às actividades desportivas do maior número de cidadãos dos diferentes grupos
de escalões etários da população. Todos nós sabemos que a prática desportiva se assume,
hoje em dia, como um direito das populações que, cada vez mais, se tornam exigentes com
os serviços desportivos que utilizam. A actividade desportiva, acrescentam os autores,
aparece como uma resposta às necessidades sociais, que evoluem com o movimento social
global. Desta forma, a actividade desportiva vai acompanhando essa evolução e, nos dias de
hoje, é um diversificado campo de práticas corporais, estando nelas incorporadas
diferentes áreas, tais como a actividade física de manutenção, de lazer, de recreação, a
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Assim, cabe ao serviço desportivo municipal procurar dotar os seus concelhos de infra-
estruturas modernas e flexíveis que possam prestar uma oferta desportiva de qualidade
aos seus munícipes, de modo a complementar e a colaborar com as organizações
desportivas existentes, concretizando na prática, o direito à prática desportiva.
Desta forma, o serviço desportivo municipal, tem como principal preocupação, centrar as
suas actividades desportivas nas instalações desportivas, já que estas e os seus
equipamentos, são um dos suportes principais para a prática desportiva.
Segundo Constantino (1999), os espaços para a prática do desporto são uma questão
nuclear na intervenção das autarquias em matéria de desenvolvimento desportivo local.
Acrescentando ainda que, para que se possa responder às necessidades de prática
desportiva das populações, é necessário dotar a decisão política de estudos adequados
sobre a realidade desportiva local, de modo a que se conheça a situação num dado
momento e a sua previsível evolução.
Beatriz Pereira (2002), diz ainda que as infra-estruturas desportivas devem ser concebidas
de forma a dar resposta às necessidades específicas da população de cada autarquia.
Já segundo Gallardo e Jiménez (2004), o êxito de uma instalação desportiva, está
condicionado pelo seu desenho e a sua construção.
Assim, todas as fases da vida de uma instalação desportiva são importantes, desde que
surge a ideia da criação de uma instalação desportiva, passando pelo período de
funcionamento, finalizando com o seu fecho.
A construção de uma instalação desportiva passa por várias fases, são elas: o planeamento,
a decisão, a concepção, o concurso, a execução e a sua gestão. Neste trabalho, iremos
abordar com algum pormenor estas seis fases de vida de uma instalação desportiva, sendo,
no entanto, algumas merecedoras de especial atenção.
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O desenvolvimento que o desporto municipal tem vivido nos últimos anos, tem levado
consigo a necessidade de construir novas instalações desportivas para responder às
necessidades dos cidadãos. A rapidez com que têm sido desenhadas e construídas têm tido
importantes consequências, sobretudo na sua funcionalidade e qualidade.
Constantino (1999) afirma que, em Portugal existem grandes carências no que diz respeito
às diferentes tipologias de equipamentos, estando a solução, na adopção de soluções de
qualidade que valham sobretudo pelo valor estético das opções tomadas, pela flexibilidade
e sobriedade das soluções, pela capacidade de utilização variada e pela economia de todos
os elementos, respondendo às necessidades de prática desportiva das populações.
É por estes motivos que afirmamos que, nas instalações desportivas de nova construção,
deveria aplicar-se uma metodologia que permitisse, ao mesmo tempo, racionalizar o custo
da sua construção, assim como nas necessidades da gestão posterior.
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É uma estrutura natural ou artificial previamente preparada para garantir a sua utilização
em termos desportivos. A evolução tecnológica e a crescente dimensão social do desporto
exigem uma cada vez maior qualidade dos locais de prática desportiva.
Andrés (cit. por Nascimento, 2000), partilha de uma mesma opinião, e vai mais longe,
afirmando que a tipologia das instalações desportivas deveriam ter em consideração o
espírito e o carácter do local e da população a quem se dirige.
Tendo em atenção todos os aspectos anteriormente citados, os legisladores fizeram constar
na LBSD (Lei de Bases do Sistema Desportivo) que: - art.º36 (infra-estruturas do cap.IV,
Administração Pública Desportiva) da Lei n.º1/90 de 13 de Janeiro. Assim, e de acordo com
a Lei de Bases do Sistema Desportivo, as infra- estruturas desportivas devem ser
concebidas de forma a dar resposta às necessidades específicas de cada Autarquia. Para
que tal possa acontecer, Nascimento (2000), baseando-se na lei anteriormente referida,
defende que, relativamente à questão da construção de instalações desportivas, as
Autarquias locais deverão:
Criar infra-estruturas desportivas nos locais de implantação das colectividades,
beneficiando o património existente;
Construir um complexo desportivo que integre um estádio municipal com um
campo de futebol relvado respectivo campo de apoio, pista de atletismo, campo de
ténis, piscina, modalidades radicais e outras valências de modo a perspectivar
correctamente o futuro;
Construir e animar posteriormente um circuito de manutenção;
Rentabilizar o melhor possível os equipamentos desportivos existentes, de forma
assegurar uma maior rentabilidade desses espaços, em perfeita consonância com as
colectividades e as escolas, através da realização de protocolos e contractos –
programa;
Criar zonas desportivas de reduzida dimensão, que possibilitem uma prática
desportiva diversificada e permitem uma maior descentralização dos utentes no
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Conselho;
Definir um modelo tipo de infra-estruturas desportivas concelhias cobertas e
descobertas, de forma a beneficiar clubes e escolas do 1ªCiclo de Ensino Básico, Pré-
Primário e Jardim-de-infância;
Procurar que em todas as novas urbanizações sejam construídas infra-estruturas
desportivas de ar livre, integradas no Plano Director Municipal.
Para além desta classificação, existe uma outra, realizada pelo Instituto Nacional de
Desporto (IND), que é utilizada nos documentos de levantamento e caracterização das
instalações desportivas nacionais. Esta classificação, tem por base as modalidades
desportivas nelas desenvolvidas, e são elas:
- Grandes Jogos;
- Pequenos Jogos;
- Pavilhões;
- Salas de Desporto;
Documento de apoio – Eduardo Ferreira, Lic.
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- Piscinas;
- Pistas de atletismo;
- Especiais.
Sarmento (s/d), complementa ainda que, quaisquer que sejam as características de uma
instalação desportiva, estas devem respeitar um conjunto de pressupostos relativos à sua
relação com os diversos tipos de utilizadores, tais como:
Qualidade para os praticantes;
Qualidade para os espectadores;
Qualidade para os jornalistas;
Meios técnicos param as televisões;
Elevados níveis de segurança;
Meios de socorro;
Acessibilidades.
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O mesmo autor, afirma ainda que o planeamento de instalações desportivas deve pertencer a
uma estratégia concertada, onde se reúnam todas as preocupações, desde uma ocupação
equilibrada do solo com a qualificação do espaço e do cidadão. É aqui que entra em acção o
Plano Director Municipal, que deve contemplar diferentes soluções ao nível dos
equipamentos desportivos, assim como na definição de uma estratégia de desenvolvimento
do Município.
O autor acrescenta ainda que, a oportunidade e a racionalidade de um equipamento
desportivo tem de surgir em primeira instância, para satisfazer necessidades desportivas
de uma determinada população, assim, para que isso seja possível é necessário que:
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Desta forma, e segundo Faria (2002), as análises para lá dos aspectos sociodemográficos,
devem orientar-se para o levantamento e identificação das características e tendências
presentes nas estruturas associativas do território, detendo-se igualmente nos aspectos
respeitantes às alterações de motivação, dos programas e das formas de organização do
desporto entra a população mais jovem, quer no quadro das actividades escolares e extra-
escolar, quer no âmbito da ocupação de tempos livres. Também há que ter em conta os
sectores da população que, em ritmo crescente, se interessam por outras formas de prática
desportiva, no âmbito das actividades recreativas, de tempos livres, de manutenção,
incluindo os adeptos não organizados nos chamados desportos radicais e as actividades
desenvolvidas em condições mais próximas da natureza.
O autor acrescenta que, a situação local relativamente ao contexto turístico regional, deve
igualmente ser ponderada, dada a importância da clientela turística potencial para os
diversos domínios da vida económica local (equipamentos diversificados, transportes,
comércio, serviços,…). Com as suas necessidades específicas no âmbito das práticas
desportivas, este tipo de utilizadores potenciais, poderá ditar soluções tipológicas e
organizativas que integrem componentes adaptadas à sazonalidade dos respectivos fluxos
de ocupação temporária.
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Estes aspectos implicam uma avaliação realista dos custos de criação e de exploração para
as diversas opções, como a determinação dos valores limites correspondentes aos
patamares inferiores de utilização ou frequência mínima admissível. Assim se poderá
verificar se os pressupostos técnicos adoptados para que as intervenções se considerem
realizáveis ou viáveis, contexto populacional e territorial em questão. Os resultados desta
análise, poderão levar a inflectir nos propósitos iniciais de um plano, e a considerar formas
de integração de equipamentos dos vários tipos, de modo a introduzir economias de escala
e consequentes reduções nos custos fixos de exploração. (Faria, 2002).
Para o mesmo autor, as medidas de integração devem assumir-se como regra, em especial
nos grandes centros urbanos, onde as probabilidades de captação de um maior número de
utentes para diferentes actividades e disciplinas desportivas, são mais elevadas.
Nos aglomerados com menos expressão populacional, em que os encargos associados ao
funcionamento dos equipamentos de maiores dimensões se afigurem desproporcionados, a
via mais razoável consistirá na parcialização das intervenções, com opção prioritária pelos
equipamentos mais simples e polivalentes, que assegurem a plena ocupação e custos de
funcionamento mais toleráveis. (Faria, 2002).
Por essa via, a previsão de equipamento de nível hierárquico superior, mais complexos,
mais caros ou que requeiram uma base populacional mais ampla, devem remeter-se para
os planos integrados regionais ou iniciativas inter-municipais, de modo que cobrindo
maiores áreas territoriais e populacionais, se possibilitem condições de serviço mais
eficientes e níveis de exploração sustentáveis. (Faria, 2002)
Para a decisão da definição das necessidades de novos equipamentos, que de alguma forma
relacionam a dimensão dos equipamentos com a população a servir. Alguns desses
indicadores recorrem a técnicas de análise sofisticadas que só justificam a sua aplicação,
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Contudo, o modelo mais utilizado em termos europeus, segundo Sarmento (s/d), é aquele
que é designado por área desportiva útil por habitante (M²/hab.).
Este “modelo”, apresenta uma grelha de cinco níveis, preconizando um nível designado de
bom para valores entre os 4.00 M²/hab. e os 7.99 M²/hab.. Também são utilizados, a área e
o raio de influência por e o número de habitantes por instalação desportiva (Sarmento,
s/d). Para uma correcta planificação de qualquer instalação desportiva, é necessário
(Sarmento, s/d):
- Detectar oportunidades;
- Executar estudos de pré-viabilidade;
- Estudar os produtos a oferecer;
- Conhecer o mercado;
- Promover estudos técnicos;
- Identificar os recursos necessários;
- Elaborar um programa.
Já Constantino (1999), afirma que para a realização de uma avaliação das necessidades da
população, é necessário considerar factores como:
O contexto sociodemográfico das populações;
A dimensão e carência de população jovem em idade escolar;
O perfil demográfico das populações;
A composição social e etária;
O contexto desportivo e cultural;
A capacidade de atracção turística;
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O autor, complementa ainda que é necessário dispor de estudos que permitam conhecer a
natureza da procura desportiva, assim como, detectar as variações existentes na
segmentação da procura, no plano dos gostos e das preferências das populações estudadas.
Somente após o levantamento das necessidades da população, é que se pode estabelecer
um programa de construção de equipamentos que possam responder funcionalmente a
essas necessidades.
Relativamente aos custos de investimento, o autor afirma que o terreno é, na maioria dos
casos, o aspecto fundamental para a construção de um equipamento desportivo. Salienta
ainda para o facto da inexistência de um lei de solos que proteja os municípios na afectação
de parcelas de terreno para os equipamentos, o que não facilita o encontrar de soluções.
Existe um conjunto de factores que se deve ter em conta, aquando de escolha de um
terreno para a construção de um equipamento desportivo, que segundo Constantino
(1994), são:
Distância dos estabelecimentos escolares;
Segurança na ligação entre o equipamento desportivo e os estabelecimentos
escolares (acesso directo, zona pedonal, estrada, etc.);
Acesso dos utilizadores;
Acesso do público;
Acesso de veículos de transportes colectivos e de segurança;
Áreas disponíveis para o estacionamento;
Enquadramento paisagístico e distância da zona habitacional.
Ainda em relação aos custos, a construção propriamente dita da instalação é o passo que se
segue. Aqui, as escolhas são variadas e devem ir ao encontro dos objectivos do
equipamento a construir. (Constantino, 1994)
Os tempos de construção, segundo o autor, são também um factor de ponderação, assim
como as coberturas, paredes, janelas, pavimentos (durabilidade, rigidez ou elasticidades,
manutenção, aquecimento e ventilação, equipamentos sanitários, iluminação, espaços
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destinados ao público).
O essencial parece ser o de ter em consideração o tipo de espaços e quem serão os seus
principais utilizadores.
Rey e Muniz (cit. por Gallardo e Jiménez, 2004), completam dizendo que, dentro da gestão
própria das instalações desportivas é necessário considerar:
1. A programação deve ajustar-se aos hábitos locais;
2. O desenho da instalação deve estar junto com a gestão funcional das instalações
desportivas.
Ainda dentro do desenho das instalações, os mesmos autores afirmam que este deve
conter:
A polivalência – que é a vantagem mais evidente da maior flexibilidade de uso;
As soluções distributivas – a distribuição das partes da instalação deve conter todas
as actividades;
Os automatismos – a técnica põe à disposição das instalações numerosos aparelhos
que podem ser empregues para diversas funções;
Os serviços acessórios – as instalações podem estar integrados por espaços
destinados a outras actividades recreativas e sociais, devendo para isso, haver uma
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Sarmento diz-nos que (s/d), para elaboração de um plano de uma instalação desportiva é
necessário ter em conta que o dimensionamento deste tipo de instalação esteja de acordo
com o número e tipo de utilizadores, a frequência e o tipo de actividades a desenvolver.
Igualmente importante é a determinação do local para a instalação, que deve respeitar os
diversos interesses e estratégias, privilegiando a proximidade das zonas residenciais,
escolares, comerciais, laborais, de lazer ou em complementaridade de outros equipamentos
sociais.
O mesmo autor afirma ainda que, é importante também ter em conta os estudos de
viabilidade económica, devendo ser analisadas qual o impacto das modalidades escolhidas,
o número de funcionários a afectar ao projecto, os custos previsíveis de construção e de
manutenção e a previsão a médio e a longo prazo das receitas.
Ao nível do projecto da instalação, os arquitectos ou a equipa dos projectistas devem ter o
máximo cuidado na definição dos espaços desportivos e não desportivos, na escolha
criteriosa dos materiais, na planificação dos acessos e nos trajectos dos diversos tipos de
utilizadores, funcionários e espectadores. (Sarmento, s/d)
Para a concepção de uma instalação desportiva, o autor indica que é necessário passar por
dois momentos, a elaboração de um cadernos de encargos, onde esteja muito bem definida
todas as dimensões, características técnicas, acabamentos e equipamentos e um plano de
utilização onde esteja expresso, com o maior rigor possível, o programa de utilização
previsto e os programas globais e parcelares de manutenção dos diversos equipamentos.
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Segundo o mesmo autor, todo o processo de programação deverá decorrer de uma visão
integrada, quer com o planeamento, quer com a gestão e para tal, é necessário que haja
uma actuação de uma equipa multidisciplinar, para que estejam presentes vários tipos de
saberes técnicos das diferentes áreas de conhecimento.
Segundo Faria (2002), esta fase requer um cuidado especial, em que é desenvolvida uma
optimização dos recursos disponíveis, de modo que as tipologias adoptadas sejam
calibradas e ajustadas às realidades e características locais, correspondendo às
necessidades e características das diferentes modalidades desportivas e as formas de as
praticar.
O mesmo autor, salienta ainda que deverão aflorar-se outros aspectos ligados à
composição, diversificação e integração de serviços, numa perspectiva virada para a
criação de equipamentos que sejam acessíveis às famílias como entidade colectiva, e
permitam a ocupação dos tempos livres do conjunto dos seus membros, em actividades
desportivas e recreativas de natureza diversificada e adaptada aos vários escalões etários.
Também deve ter lugar, nesta fase, a análise dos padrões de flexibilidade e polivalência.
Salvo os casos em que o plano se dirige especificamente para a criação de um equipamento
mono- disciplinar ou especializado, para a realização da maioria das instalações, é
preferível adoptar soluções flexíveis e integradas que permitam responder a um conjunto
variado de actividades. É necessário ter em atenção que, de tais opções, não dependerá
somente a escolha das dimensões, mas também dos pavimentos desportivos em salas e
pavilhões polivalentes, ou de estabelecimento das profundidades em piscinas mistas
destinadas ao ensino e também à competição, por exemplo.
Em todo o caso, “as opções que se tomarem terão sempre que se constituir como soluções
de compromisso, salvaguardadas as exigências desportivas, de segurança e funcionalidade
exigíveis, e após a análise cuidada das diversas componentes que é necessário integrar para
o correcto desenvolvimento das várias actividades desportivas”. (Faria, 2002)
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“Uma autarquia deve preocupar-se também em equilibrar a oferta de espaços para a prática
do desporto entre o que são as necessidades de actividade motora da maioria dos praticantes
com as necessidades e interesses particulares de aperfeiçoamento da minoria de praticantes
de alto nível”. (Constantino, 1999)
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município. É no âmbito dos Planos Directores Municipais que devem ser encontradas as
diferentes soluções ao nível dos equipamentos desportivos no seio das quais se deve
definir a estratégia global de desenvolvimento proposto e a estratégia sectorial para o
desenvolvimento desportivo do município.
Importa ainda referir que na Carta Europeia do Ordenamento do Território (1993) – CEOT,
é definido um conjunto de objectivos específicos para as diferentes áreas geográficas,
estando estes ligados às questões ambientais.
Assim, e de acordo com a Constituição da República, lei n.º11/87 de 7 de Abril do art.º9,
alínea e), “é necessário proteger e valorizar o património cultural do povo português,
defender a natureza e o ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correcto
ordenamento do território”.
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Assim, o mesmo autor afirma que, cabe aos gestores de instalações funções como:
ampliação das instalações, cuidado e conservação das mesmas, distribuição das actividades
entre o pessoal de manutenção, planificação, controle e supervisão das intervenções de
manutenção. Para que isso aconteça, é necessário que os gestores de instalações possuam,
aquando da sua formação conhecimentos específicos e amplos sobre as infra-estruturas
desportivas, materiais de desenho das instalações, características principais em gestão
desportiva, contemplando, desta forma, os conhecimentos e estratégias necessárias, para
que se mantenham actualizados.
Por outro lado, Sarmento (s/d), diz-nos que a problemática de manutenção dos
equipamentos reside, na grande maioria dos casos, na dificuldade de escolha da melhor
solução para cada caso concreto, no processo de aquisição e equipamentos, passando pelo
controlo do funcionamento e manutenção e por fim, no momento da sua substituição.
Assim, o mesmo autor apresenta um conjunto de dados que devem ser guardados como
forma de controlar todos os factores que interferem com a manutenção dos equipamentos,
são eles:
Data de aquisição;
Empresa fornecedora;
Características técnicas;
Limitações técnicas;
Cuidados de limpeza;
Programa de manutenção;
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Garantia;
Avaria;
Reparações.
Sarmento (s/d), salienta ainda que o factor armazenamento é muitas vezes esquecido e
para tal, sugere que se escolham locais com uma dimensão adequada ao tipo de material
em causa, pé direito nunca inferior a 2,50 metros, portão de acesso adequado, localização
junto ao piso desportivo, ventilação, iluminação, segurança e boas acessibilidades.
No nosso país, as questões relativas à gestão de equipamentos desportivos têm sido pouco
tratadas, dando-se pouca importância aos assuntos relacionados com este tema. Um dos
factores que reflecte tal facto, é a falta de uma legislação própria, uma vez que Portugal é o
único país da Comunidade Europeia que não apresenta qualquer normativo
regulamentador relativo à construção de equipamentos desportivos, havendo apenas uma
excepção relativa à regulamentação de espaços desportivos para a prática de desporto
federado. (Rodrigues, 2000)
Segundo o mesmo autor, esta falta de legislação leva a que, alguns dos equipamentos
estejam edificados sem corresponderem às normas europeias de higiene, segurança e
qualidade de equipamentos de uso público. Estes aspectos, são ainda mais consideráveis
nos casos em que a construção/manutenção são suportadas pela comunidade, como é o
caso das infra-estruturas desportivas municipais. Nestes casos, a gestão dos equipamentos
é questionada não apenas no aspecto económico, em que se procura um equilíbrio entre os
custos e receitas e recuperação financeira dos capitais investidos, mas fundamentalmente
no que diz respeito aos usufrutos sociais, às acessibilidades, à qualidade de serviços, ao
conforto, à funcionalidade e à segurança.
Assim, para que tal não aconteça, torna-se necessária uma interacção
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Deste modo, e segundo o mesmo autor, tem que ser tido em conta não só as instalações e a
sua racional utilização, mas também os recursos humanos e instrumentais existentes no
âmbito territorial em questão, com vista à determinação da real área de influência dos
equipamentos. Dado tudo isto, é necessário alargar o conceito de gestão, para níveis de
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decisão e escolha situados a montante das fases de funcionamento, isto é, para o âmbito da
administração do conjunto dos serviços desportivos existentes em determinado contexto
territorial, como primeiro passo para um patamar ainda mais amplo que envolverá o
processo de organização e administração do sistema desportivo de um território.
Por outro lado, Sarmento (s/d) afirma que a gestão e uma instalação desportiva, depende
de muitas variáveis no que diz respeito à tipologia dos utilizadores, práticas e taxas de
utilização. Assim, é necessário criar um equilíbrio entre as actividades rentáveis e as não
rentáveis, através de várias formas: ou através de um rigoroso controlo de custos, ou
através de parceiros, diversificação e segmentação da oferta, ou através da promoção de
actividades inovadoras e o sistemático incremento da imagem social da instalação. Para tal,
a oferta de actividades deve ser o mais diversificado possível (formação, recreação,
rendimento,…), de forma a que possa atingir o maior número de pessoas possível.
O mesmo autor diz ainda que, o funcionamento dos sistemas e equipamentos depende da
existência em reserva e devidamente armazenado, de um conjunto muito vasto de
elementos simples e complexos que possam rapidamente substituir alguma peça ou o
sistema original em caso de avaria. Desta forma, é extremamente importante que as
instalações possuam um conjunto de artigos que estejam prontamente preparados para
serem rapidamente utilizados e como tal, substituir a peça ou sistema lesado. Para que o
material a substituir seja o mais eficaz em caso de avaria, torna-se necessário que se defina
com precisão, qual o material para se ter armazenado, assim como, é preciso uma eficiente
gestão da sua permanência em armazém, seja feita de forma organizada e identificada. “A
oferta de actividades e serviços que um equipamento presta supõe uma prévia avaliação da
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Desta forma, e dada a enorme variedade de actividades, deve-se analisar, segundo Faria
(2002), os padrões de flexibilidade e polivalência, à excepção de equipamentos mono
disciplinares ou especializados, procurando, deste modo, responder a um conjunto mais
alargado de actividades e exigências desportivas previamente estabelecidas no programa,
dentro dos limites que essa opção encerra.
O autor, chama a atenção que, de tais opções, não dependerá somente a escolha das
dimensões, antes implicando que se assumam soluções de compromisso para alguns
elementos da instalação, como é o caso da definição das características dos pavimentos
desportivos em salas e pavilhões polivalentes, ou do estabelecimento das profundidades
em piscinas mistas destinadas ao ensino e também à competição, por exemplo. Contudo, as
opções que se fazem tem sempre que se constituir como soluções de compromisso,
salvaguardadas as exigências desportivas, de segurança e funcionalidade exigíveis, e após a
análise cuidada das diversas componentes que é necessário integrar para o correcto
desenvolvimento das várias actividades desportivas.
Não é difícil de perceber que uma deficiente gestão dos equipamentos desportivos pode
provocar situações gravíssimas, podendo mesmo levar ao encerramento da própria
instalação desportiva. Desta forma, muitas das vezes, a diminuição dos espaços, dos
recursos humanos e das actividades de manutenção, pode a curto ou longo prazo, provocar
uma degradação progressiva dos equipamentos e da respectiva instalação, podendo
mesmo, serem feitos gastos adicionais, caso seja necessário recorrer a obras para a
remodelação da instalação.
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evitadas, tendo como consequência, uma diminuição da sua qualidade, da sua imagem e dos
seus utilizadores.
Constantino (1999), apresenta um conjunto de tópicos referentes à
rentabilização dos equipamentos, são eles:
O espaço desportivo já não é exclusivamente um espaço para a prática do desporto,
mas sim um local de convivialidade, de sociabilidade, de comunicação;
Os utilizadores são cada vez mais exigentes, o que para além dos imperativos de
base de um equipamento desportivo como a higiene e a segurança, existe um
conjunto de outros requisitos de atractabilidade e conforto que requerem uma
elevação do padrão de qualidade do serviço e uma gestão modernos;
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