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De: AJ Jarrett
Capítulo 2
— Ei, Levi! — Oliver chamou seu melhor amigo. Caminhou até a porta
do banheiro e bateu, mas Levi não respondeu, então tentou a maçaneta e
girou. Quando a porta se abriu, podia ouvir vozes que vinha do outro lado da
porta do banheiro que ligava para o quarto do seu vizinho. — Merda!
Não demorou muito para descobrir que Levi tinha passado para se
apresentar ao seu novo vizinho, algo que Oliver tinha pedido especificamente
para não fazer. Sim, eram estudantes da Campbell Estadual, mas, juntamente
com o trabalho para terminar seus estudos, este ano haviam sido indicados
para cuidar de um aluno em particular. Kyle Argent.
Roderick Tinha dado ordens a Oliver e Levi para manterem um olho
em Kyle, para ter certeza que nada acontecesse com ele e para se certificar de
que não fizesse algo louco como ficar todo peludo durante uma das palestras
de seu professor.
Parecia ser um trabalho fácil e simples, sem quaisquer complicações.
Poderia fazer o seu trabalho e dedicar a maior parte de seu tempo em estudar.
Bem, isso foi até que colocou os olhos sobre Kyle Argent. Dizer que o homem
era de tirar o fôlego não lhe faria justiça, e Oliver não pensava sobre pessoas
nessas condições, de modo que não iria lá.
Oliver estava achando difícil não olhar. Kyle não era o que esperava.
Roderick disse que era um cara tímido e quieto, que não tinha autoconfiança.
Então, naturalmente, Oliver e Levi estavam esperando um nerd intelectual,
mas isso não é o que tinham.
Kyle Argent parecia ser tímido, mas não era nerd. Se qualquer coisa,
era lindo. Cabelo curto e marrom, com luzes e cortado perto de seu couro
cabeludo nas laterais e um pouco grande na parte superior. Seus olhos azuis
cintilantes estavam desafiando Oliver a dar um passo mais perto para ter uma
visão melhor. Era pelo menos uns quinze centímetros mais baixo do que Oliver
e era magro, mas não um desnutrido ou doentio. Não, Kyle era magro e em
forma. Não era uma grande surpresa. A maioria dos shifters lobo estava em
condição física superior e Kyle se encaixava no molde. Aliás, Kyle olhava para
o chão e se recusava a fazer contato com seus olhos, Oliver podia ver que
apesar da maioria dos shifters que conheceu serem confiantes demais, Kyle
parecia faltar nesse departamento.
Quando Levi apresentou-o, Oliver não teve escolha, a não ser trocar
gentilezas com Kyle e sua família. Então, para seu espanto, Levi ofereceu-lhes
para ajudar o garoto a trazer suas malas para dentro. Oliver ia chutar o
traseiro de Levi quando estivesse sozinho com seu melhor amigo.
Oliver conhecia Levi desde que podiam andar. Eles cresceram em
Haden, West Virginia e vieram de famílias de caçadores. Quando a maioria das
crianças era fissurada em esportes, Oliver e Levi eram fissurados em crescer
rápido para se tornar caçadores, assim como seus pais.
Com a idade de treze anos, a mãe e o pai de Oliver tinha começado a
lhe permitir ir em missões com eles. Não era autorizado a participar na caça,
mas teve que aprender a controlar e subjugar um lobo raivoso à distância.
Quando completou quinze anos, seu pai havia lhe ensinado como se
defender e como usar uma arma, várias armas de verdade. A próxima missão
que veio no caminho de seus pais, eles lhe permitiram ir junto. Levi e sua
família eram sua segurança. Oliver ainda se lembrava de estar animado. Ele e
Levi estavam finalmente autorizados a serem membros da equipe.
As ordens que vieram do conselho foram para matar, não deter, uma
matilha de lobos que haviam abatido uma família não muito longe da cidade
natal de Oliver, então naturalmente os seus pais concordaram em assumir o
caso.
Carregaram seus equipamentos e saíram. Era final de outubro e um
frio se estabeleceu. Um frio soprou através da densa floresta e Oliver ainda
hoje lembrava o medo que penetrou em seus ossos. Tinha um mau
pressentimento sobre a missão, mas manteve suas preocupações para si
mesmo. Seus pais eram uns dos melhores caçadores lá fora. Todos diziam
isso. O pai de Levi disse ao pai de Oliver que poderiam assumir três lobos por
conta própria com uma mão amarrada nas costas.
Enquanto se moviam pela floresta, ela parecia estranhamente
silenciosa. Oliver estava atrás, no meio de seu pai e sua mãe. Levi e seus pais
estavam chegando no lado oeste com o plano de atender Oliver e seus pais no
centro, onde as pistas levaram.
Estavam em silêncio, enquanto procuravam os seus alvos e Oliver
não gostava disso. O silêncio o estava deixando apavorado.
Seu pai chegou a um impasse e segurou sua mão no ar. Oliver parou
e olhou em volta.
— Oliver, corra! — Aquelas tinham sido as últimas palavras do seu pai
para ele.
Do nada, cinco lobos caíram sobre eles. Tiros perfuraram o céu da
noite tranquila, junto com rosnados.
Oliver fez como seu pai disse e saiu correndo. Podia ouvir seus pais
tentando o seu melhor para lutar contra os lobos, mas eram muitos. Os sons
que vieram de seu fone de ouvido o chocaram, mas estava com muito medo
para responder. Podia ouvir o pai de Levi pedindo coordenadas, mas Oliver
estava com muito medo para falar. Tudo o que podia fazer era correr.
Não sabia o quão longe tinha chegado quando algo pesado pulou em
suas costas e empurrou-o para o chão. Oliver rolou por uma grande colina e
caiu de costas com um baque duro. A dor atravessou sua perna esquerda e
gritou em agonia. Seu sangue escorria pela testa de um corte acima do olho.
Mal teve tempo de registrar o lobo antes que estivesse sobre ele, e depois
outro.
Um dos lobos mordeu seu ombro e empurrou Oliver de lado a lado.
Gritou quando os dentes afiados cravaram em sua pele e rasgou seu ombro. À
distância, podia ouvir o pai de Levi chamando por ele, chegando mais perto,
mas não seria em breve. Quando tentou derrubar o lobo para longe de seu
corpo, o outro lobo aproveitou a oportunidade para atacar a perna ferida.
Podia sentir os dentes rasparem contra o seu osso, em seguida, um som de
estalo quando o osso quebrou em dois. O som úmido de carne e músculo
sendo arrancada fez a bile subir na garganta de Oliver. Esses monstros
estavam lhe comendo vivo.
Quando tinha desistido, ouviu tiros. O lobo na cabeça dele gritou e
caiu numa pilha ao seu lado. O que estava em sua perna decolou, mas não
antes de tomar um pedaço da perna de Oliver.
Os pontos pretos pairavam sobre os olhos enquanto Oliver tentava
ficar acordado. Lembrou-se de chamar por seus pais e o som do suspiro de
Levi. Aquela noite, ainda estava muito embaçada para ele, e queria mantê-la
assim. Perdeu não só a perna esquerda naquela noite, mas seus pais também.
Por que iria querer se lembrar de algo sobre aquela noite terrível?
Após deixar Levi com o cara novo, partiu para o seu quarto. Precisava
de um banho para refrescar seu corpo superaquecido. Gostaria de dizer que foi
da umidade, o ar quente do lado de fora, mas uma pequena parte dele estava
em negação. Ou seja, o pau dele. Toda vez que fechava os olhos, podia ver o
tímido sorriso de Kyle e lembrou-se a sensação da mão macia, lisa na sua.
Oliver tirou a roupa e pegou uma nova cueca boxer de sua gaveta.
Uma vez no banheiro, trancou a porta ao lado do quarto de Kyle. Começou
ligando a água e, enquanto a esperava aquecer, tirou a perna protética.
Os médicos não tinham sido capazes de salvar a perna após o
ataque. Havia sido amputada logo abaixo do joelho esquerdo. Ficou com raiva
no começo, mas perdeu a batalha com isso, ao longo dos anos. Tinha perdido
seus pais, o que o feriu muito mais. Saber que nunca ia vê-los novamente
cortava, como se uma faca estivesse seu peito. Ficaria feliz em dar sua outra
perna se pudesse trazer a sua mãe e pai de volta.
Oliver tinha ficado bom em saltitar sobre um pé ao longo dos anos.
Ele se recusava a usar uma cadeira de chuveiro durante o banho. Enquanto
era jovem e forte, por Deus, ficaria de pé no chuveiro. Não que pensasse que
fosse um sinal de fraqueza as outras pessoas precisarem de ajuda, mas não
queria ajuda. Gostava de sua independência, e perder sua perna não mudou
isso. Pelo contrario, era um caçador feroz.
Depois do acidente, foi viver com Levi e sua família. Ele e Levi
trabalharam juntos e se tornaram uma equipe imparável. O conselho havia
ficado surpreendido com o quão longe tinha chegado, mesmo com sua
deficiência. Odiava essa palavra. Ter duas pernas não fazia uma pessoa inteira.
Só porque estava faltando uma perna não significava que era fraco ou
prejudicado. Por outro lado, o tornou mais determinado.
Mas Oliver tinha aprendido ao longo dos anos, desde o acidente, que
nem todos os shifters eram monstros. Poderia dizer a diferença entre o bem e
o mal. Claro que tinha perdido a perna e seus pais para shifters, mas não
perdeu sua humanidade. No início, atirava para matar, mas depois percebeu
que havia alguns shifters estavam tão perdidos e com medo como ele uma
vez. Assim, quando o conselho fez as alterações para proteger os seres
humanos e shifters igualmente, Oliver estava a bordo com isso. Queria
proteger aqueles que não podiam se proteger e não importa quem ou o que
eram.
Oliver respirou fundo quando entrou debaixo do chuveiro quente. A
água correu por cima da cabeça e para baixo de suas costas. Descansou uma
das mãos na barra de metal que corria na largura do chuveiro e outra na
parede de azulejo. O calor da água infiltrou em seus músculos cansados e
lavou o suor. Virou a cabeça em seus ombros e abriu a boca para deixar a
água correr para o interior, então a cuspiu.
Deu um pulo para trás e pegou o sabonete. Deixou suas mãos
aliviarem o seu corpo cansado enquanto se lavava. Quando suas mãos se
moveram mais baixo para limpar suas bolas e pênis semi-ereto, fechou os
olhos. Começou a imaginar que eram as mãos de Kyle em seu corpo,
trazendo-lhe prazer.
Aqueles olhos azuis tímidos olhavam para ele através cílios úmidos,
enquanto Kyle lambia seu lábio inferior. Oliver iria envolver seus braços ao
redor da cintura de Kyle e puxá-lo para moer seu comprimento duro na barriga
de Kyle.
Oliver agarrou seu eixo num punho apertado e começou a sacudir a
mão para cima e para baixo. Mesmo com a água caindo em seu corpo,
começou a suar. Grunhiu quando choques de prazer pulsavam em suas bolas.
Sua mão se moveu mais rápido e mais rápido até seu gozo disparar na ponta,
cordas de sêmen branco sobre os azulejos cinza claro.
— Merda! — Oliver assobiou quando bateu com o punho contra a
parede. — Ele é uma atribuição, não uma conexão. Então, tire-o de sua
cabeça.
Oliver terminou de enxaguar a espuma fora de seu corpo e limpou a
parede. Desligou a água e saiu. Uma vez que se enxugou, deslizou sua boxers
em sua perna e depois saiu para o seu quarto.
Não teve tempo para pensar quando a porta se abriu e Kyle estava
lá, com um Levi sorrindo atrás dele. O rosto de Kyle se iluminou com o que
Oliver conseguia pensar ser desejo, mas quando seus olhos se deslocaram
mais baixo, eles se arregalaram e Oliver ficou na defensiva.
— O que está olhando? — Oliver virou-se para Kyle, dando-lhe uma
visão melhor. Gostava de esfregar sua desfiguração no rosto das pessoas que
pareciam ofendidas por ela. Não queria acreditar que Kyle era assim, mas não
sabia quem era homem ou como reagiria.
— Nada. — As bochechas de Kyle coraram de calor e ele desviou os
olhos.
— O quê? Será que isso te incomoda? — Oliver apontou para a perna.
— Oliver, vamos lá, cara. — Levi se colocou entre ele e Kyle. — Se
acalme.
— Não, não. — Disse Kyle em um tom suave.
— Então, o que está olhando? Ele estalou.
— Você está só de cueca. — Kyle olhou para Oliver rapidamente. — E
está molhado.
Levi começou a rir tanto que se dobrou. Oliver chamou a atenção de
Kyle e viu desejo nas profundezas azuis. Esse menino ia ser um problema.
— Vou me vestir no banheiro. — Oliver pegou suas roupas e foi nessa
direção.
— Legal. — Levi ficou sério e se levantou. — Quando estiver pronto,
vamos buscar o jantar. Convidei Kyle para vir conosco.
— Claro que convidou. — Disse Oliver com os dentes cerrados. Ele
fechou a porta atrás de si.
Enquanto se vestia, podia ouvir um sussurro abafado de Levi dizendo
a Kyle para não se preocupar com isso. Que queria que viesse com ele e
Oliver. Não sabia se Levi era gay, mas isso deixou Oliver em alerta com quão
bom seu amigo estava sendo para Kyle. Não fazia sentido. Levi era um cara
legal e fazia amigos em todos os lugares que ia. Então, naturalmente, queria
ser amigo de Kyle.
Uma vez que estava vestido, saiu do banheiro. Levi estava sobre sua
mesa puxando o celular do carregador e Kyle estava ao lado olhando como se
estivesse tentando se afundar na parede. Oliver, de repente, se sentiu mal por
ser tão rude com pobre rapaz.
— Sinto muito, Kyle. — Disse Oliver. — Não queria ser um idiota.
A cabeça de Kyle levantou e ele parecia um pouco pálido.
— Não, não tem nenhum motivo para se arrepender. Eu não deveria
ter olhado para você. Foi falta de educação.
Esse garoto era de verdade? Oliver teve que sugar o lábio inferior
para não rir. Era doce o quão tímido Kyle agia. Mas poderia enganar Oliver ou
Levi, levando-os a pensar que Kyle era fraco.
— Tudo bem, senhoras. — Levi bateu palmas. — Uma vez que beijou
e fez seu ponto, que tal comer alguma coisa? Estou morrendo de fome.
— Babaca. — Oliver bateu a parte de trás da cabeça de Levi quando
passou correndo por ele. Olhou para cima para ver Kyle ainda de pé no canto.
— Vamos lá, Kyle. — Ele suavizou seu tom de voz e segurou a porta aberta.
Quando Kyle passou por Oliver tomou uma respiração profunda. Borboletas
bateram em torno de seu estômago com o cheiro doce.
Oliver não sabia como iria, possivelmente, ficar longe de Kyle, mas
teria que encontrar um caminho. A vida de um caçador não tinha nenhuma
garantia e não podia dar se ao luxo de ficar ligado a Kyle.
Capítulo 3
*****
— Você gosta dele, não é? — Levi sussurrou uma vez que Oliver
entrou pela porta.
Oliver balançou a cabeça enquanto tirava a camisa e jogou-a para o
amigo.
— Cale a boca, Levi.
— Não tente negá-lo. — Levi jogou a camisa para o cesto de roupa
suja. — Vi o jeito que ficou olhando para ele. Além disso, ele é totalmente o
seu tipo. Que palavra é essa? — Levi estalou os dedos até que seu rosto se
iluminou com um triunfante sorriso. — Twink! Ele é um twink e você gosta
dele.
— Querido Deus. Como é que somos amigos? — Oliver puxou o
celular do bolso. — Estamos aqui apenas para cuidar de Kyle e certificar de
que não entre em qualquer dificuldade. Nada mais do que isso.
— Conversa fiada. — Levi deixou-se cair na cama. — Posso dizer que
gosta dele e não importa o que diz, não pode mentir para mim. Vejo a verdade
em seus frios olhos azuis.
— Por favor, mantenha a voz baixa? — Oliver fez um gesto com as
mãos para Levi calar. Oliver ouviu a fechadura da porta fechar, indicando que
Kyle estava agora no banheiro e não queria que o lobo ouvisse o que estavam
falando. Uma vez que a água foi ligada, Oliver correu pelos seus contatos e
apertou 'chamar ' quando alcançou o número de Roderick.
— Roderick.
— Ei, é o Oliver, só queria falar com você. — Roderick tinha lhes dado
instruções estritas para ligar pelo menos uma vez por dia, para dar relatórios
sobre Kyle. Oliver pensou que Roderick estava agindo mais como um pai
preocupado, do que um caçador fazendo seu trabalho para proteger um shifter
lobo tímido. — Kyle está indo bem. Sem incidentes a relatar.
— Ótimo. — Disse Roderick. — Lembre-se de ficar de olho nele. É a
primeira vez sai por conta própria. Não quero que nada lhe aconteça. Kyle é
uma criança doce. Merece uma chance de ter uma vida normal.
Oliver tinha lido todo o arquivo de Kyle, uma vez Roderick o atribuiu
ao caso. Kyle não necessariamente teve uma vida ruim, apenas um
confinamento. Depois que a mulher que o criou foi assassinada, Kyle foi posto
em liberdade e agora vivia com seu irmão adotivo e irmã.
Quanto podia ver, Kyle estava indo muito bem, mas Roderick tinha
todos os motivos para se preocupar. Se Kyle dissesse a pessoa errada, ou de
alguma forma deixasse deslizar seus segredos, poderia colocá-lo numa
situação perigosa. Não apenas a ele, mas todos os shifters.
Roderick vendo que Levi e Oliver já estavam frequentando a
faculdade de Campbell, pediu para vigiarem Kyle. Oliver só não sabia o quão
difícil seria. A atração que sentia por Kyle estava lhe deixando louco, mas tinha
que ficar focado no trabalho. Era responsável por Kyle.
— Não poderia concordar mais, senhor. — Oliver olhou para a porta
do banheiro e ouviu a água correndo. Era difícil pensar, sabendo que Kyle
estava lá agora, nu. — Ele é especial. — Oliver fechou os olhos e
silenciosamente se amaldiçoou por suas palavras.
— Oliver, espero que queira dizer 'especial' da forma que entende
quão importante é esse garoto, e como sua família pediu para eu garantir que
tenha um ano de sucesso na faculdade e não que tem segundas intenções em
direção a este jovem.
— Não, senhor. — Oliver respondeu rapidamente.
— Bom. — Roderick ficou em silêncio por um momento antes de falar
novamente. — Oliver, escute, não me interprete mal. Acho que é um caçador
incrível. Provavelmente um dos melhores que já vi, mas, por favor, cuidado.
Oliver entendeu o significado subjacente. Precisava ter cuidado com
Kyle, mantê-lo seguro, mas não se apaixonar por ele. Um caçador distraído era
um perigo e Oliver ficaria arrasado se algo acontecesse com Kyle enquanto sob
seus cuidados.
— Não precisa se preocupar, senhor. Levi vai fazer com que tudo
corra sem problemas aqui.
Depois de sair do telefone com Roderick, foi ao banheiro para escovar
os dentes. O vapor ainda embaçava o vidro e gotas de água do chuveiro iam
até a porta de Kyle. Oliver fechou a porta do banheiro, dando a si mesmo um
pouco de privacidade a partir de Levi. Uma toalha azul brilhante estava
pendurada no gancho na porta de Kyle. Por razões que Oliver não podia
explicar, deu um passo em direção a ela, levantou o tecido úmido para o nariz
e respirou o perfume de Kyle. Cheirava como o verão, o sol brilhando sobre a
pele aquecida e cascata de água em direção à costa.
Um sorriso bobo surgiu no seu rosto e Oliver teve um vislumbre de si
mesmo no espelho. Deixou cair a toalha como se queimasse seus dedos e
franziu a testa para seu reflexo. Não tinha ideia do que estava acontecendo
com ele. Nenhum homem jamais tinha tido esse tipo de atração sobre ele
antes, mas de alguma forma, em menos de cinco horas, Kyle conseguiu virar o
seu mundo de cabeça para baixo.
Escovou os dentes, afastou-se do balcão e se dirigiu para a cama.
Ignorou as perguntas de Levi sobre o que estava errado com ele e se virou de
frente para a parede oposta. Tinha ficado bom em empurrar de lado seus
sentimentos ao longo dos anos. O que sentia por Kyle não era diferente. Foi
convidado para fazer um trabalho, não para se apaixonar por um lobo tímido.
Capítulo 4
1
Série americana sobre um adolescente do ensino médio e socialmente excluído que é mordido por um lobisomem
enquanto vagava pela floresta. Scott tenta manter uma vida normal, enquanto esconde de todos sua vida secreta
como um lobisomem.
— Mas eu nunca te disse.
— Você não precisa. — Ela empurrou a bandeja de lado. — Por um
lado, não é um idiota-hormonal como alguns dos caras aqui no campus. Além
disso, quando a garota correu em shorts apertados e um top esportivo, você
nem sequer pestanejou. O resto dos caras na turnê estava babando, mas você
não ligou.
— Oh. Acho que não percebi. — Kyle encolheu os ombros e deu outra
mordida em seu sanduíche.
— Isso não te incomoda que saibamos, não é? — Perguntou Tatum.
— Não. Estava curioso para saber como sabiam. — Kyle sorriu para
ela, não querendo que pensasse que ele estava chateado. — Mas viu aqueles
caras correndo por aí sem camisa? Quente. — Ele começou a rir e as meninas
se juntaram a ele. Foi bom ser capaz de ser ele mesmo e ter feito amigos tão
agradáveis.
Kyle trocou números de telefone com Tatum e Lauren e fez planos
para assistir o show que tinham mencionado na segunda-feira seguinte. Estava
realmente animado. Por conta própria, tinha feito alguns amigos. Amigos que
não se importavam que fosse gay.
Depois de limpar seu lixo, Kyle saiu para o pátio. Havia pessoas
sentadas do lado de fora jogando com uma bola de futebol, lendo livros e
alguns apenas deitados no sol brilhante. Sorriu enquanto olhava ao seu redor.
Foi um grande dia e tinha sobrevivido sem grandes conflitos.
— Cuidado! — Gritaram, mas era tarde demais.
Uma bola de futebol bateu em sua cabeça. Ele tropeçou para frente
quando levantou a mão para tocar o ponto sensível onde a bola bateu.
— Ei, você está bem? — Dois braços fortemente musculosos
estenderam a mão para firmá-lo.
Kyle olhou para cima e ficou sem fala ao ver o homem de pé na sua
frente. Era lindo de morrer. O cara estava vestindo uma blusa verde desbotada
que tinha as laterais rasgadas até a bainha da camisa e calções pretos. Um
bronzeado dourado cobria os músculos grossos suados sobre o corpo do rapaz.
Suas pernas eram como troncos de árvores, com músculos salientes. Quando
olhou para cima, e avaliou o corpo do homem, foi recebido com um sorriso
brilhante e mantido cativo pelos profundos olhos verdes que o olhavam.
— Sim, estou bem. Só doeu um pouco. — Kyle tentou rir para aliviar
o constrangimento de ser golpeado na cabeça.
— Bem, ele bateu muito forte. — O homem levantou a mão para
pentear levemente os dedos pelo cabelo de Kyle. Como se percebendo o que
estava fazendo, deixou cair a mão e deu um passo para trás. — Desculpe por
isso. — O homem deu-lhe um sorriso tímido. — Sou Landen, por sinal. —
Landen estendeu a mão para Kyle. — E aquele é Zach. — Ele apontou para o
cara de pé, com as mãos nos quadris. — Ele é o idiota que jogou a bola.
— Kyle. — Ele balançou a mão oferecida, em seguida, usou a outra
para acenar para Zach.
— Tem certeza que está bem? — Landen levantou a mão como se
fosse tocar Kyle novamente, mudando para passá-la através de seu próprio
cabelo loiro curto.
— Sim, estou bem, realmente. — Kyle riu. — Minha cabeça é mais
dura do que parece. — Landen sorriu para ele e por um momento ficaram em
completo silêncio. Estava deixando Kyle inquieto. Não estava acostumado com
pessoas sendo boas para ele. — Bem, é melhor deixar você voltar para ele. —
Apontou para a bola de futebol que estava aos pés de Landen. — Não queria
ficar no caminho.
— Não foi um incômodo. — Landen abaixou-se para pegar a bola. —
Foi bom conhecê-lo, Kyle. Tenho certeza o verei pelo campus, ou pelo menos
espero o ver. — Landen sorriu para Kyle mais uma vez antes de se virar e
jogar a bola de volta para Zach. Kyle não era muito fã de futebol, mas poderia
dizer que o cara tinha um inferno de um braço bom.
Kyle voltou para seu dormitório com um sorriso bobo no rosto. Além
de ser atingido na cabeça, estava tendo um dia muito bom. Fez dois novos
amigos e um cara bonito tinha flertado com ele. Nunca em um milhão de anos
pensou que um cara como Landen o olharia duas vezes, mas ele tinha. O único
problema era, não importa o quão quente achasse que Landen fosse, ele não
era páreo para Oliver.
Mesmo mal-humorado como Oliver era, não conseguia parar de
pensar nele. Imagens dele de pé, em nada além de sua cueca, piscavam pela
mente de Kyle. Era pornografia para seus olhos e seu pau estava semi-ereto
durante todo o maldito dia.
Ainda não tinha certeza de onde com Oliver, ou se Oliver era mesmo
gay. Mas ter Landen para pensar seria uma boa distração.
— O que ele queria? —Kyle olhou para cima para ver Oliver de pé na
frente dele, uma careta contorcendo seu rosto bonito.
Kyle olhou por cima do ombro e não pude deixar de sorrir.
— Este era Landen. Sua bola bateu-me na cabeça e estava apenas
pedindo desculpas. — Kyle virou-se para Oliver. — Por que está perguntando?
— Oh, não tem uma razão. — Oliver forçou um sorriso. — Só para
saber. — Ele apontou para onde Landen e Zach ainda estavam jogando bola.
— Ele é o novo quarterback da escola. Landen Halliwell. Foi transferido de
outra escola.
— Quarterback, realmente? — Kyle deu de ombros. — Ele não
mencionou isso.
— Isto era tudo o que ele queria? — Perguntou Oliver. — Se
desculpar? Pareceu um tempo muito longo pedindo desculpas.
Ele está com ciúmes? Kyle silenciosamente se perguntou. Oliver
parecia francamente chateado, mas não podia imaginar por que, a menos que
Oliver se sentisse como ele. Sabia o que estava sonhando com isso, mas
realmente queria que Oliver gostasse dele.
— Oh, não sei. — Kyle teve que apertar os olhos contra os raios
luminosos do sol para olhar para Oliver. — Pensei que foi tempo suficiente. Ele
parece ser um cara legal.
Oliver estreitou os olhos para ele.
— Todos os caras são bons, até que conseguem o que querem.
Kyle não gostou do tom de Oliver ou o que estava querendo dizer.
Mesmo se Landen estivesse apenas sendo gentil com ele na esperança da
possibilidade de sexo, não significava que Kyle iria se apaixonar por ele.
Antes de sair, Ian e Will sentaram com ele para ter uma longa
conversa sobre sexo. Como um shifter lobo, Kyle não podia pegar doenças
humanas, mas ao ter relações sexuais com um parceiro humano não poderia
lhe dizer o seu segredo e teria que tomar cuidados. Então, lhe mostraram a
maneira correta de usar o preservativo e a importância do uso de lubrificante.
Foi um pouco desconfortável, mas era uma coisa que precisava saber apenas
no caso de querer ter intimidade com outra pessoa enquanto estava na
faculdade. A última coisa que queria fazer era se envergonhar.
Também lhe disseram para ter cuidado com quem dormia. Que
algumas caras gostavam apenas da perseguição e uma vez que conseguissem
o que queriam passavam para a próxima pessoa. Com Kyle sendo virgem, Ian
e Will estavam preocupados que teria seu coração partido se não fosse
cuidadoso. Entendia o que estavam dizendo e não achava que seria capaz de
dizer a diferença se alguém realmente gostava dele ou estava apenas o
usando, mas não estava disposto a admitir isso. Alguns shifters lobos eram
capazes de sentir o cheiro quando uma pessoa estava mentindo para eles, mas
não Kyle. Não podia nem sentir o cheiro de outros shifters que estavam perto
dele. Nunca tinha sido ensinado a controlar o lobo dentro dele ou a confiar em
seus instintos.
— Aprecio sua preocupação, mas posso cuidar de mim mesmo. —
Kyle passou por Oliver e se dirigiu para o seu dormitório. Sabia que as pessoas
o tratavam como uma criança ignorante e odiava isto. Com certeza não queria
que o cara pelo qual tinha uma queda pensasse que era um garoto estúpido.
— Ei, Kyle, espere. — Oliver agarrou seu braço. Kyle virou-se para
encará-lo. — Não tenho nenhuma dúvida de que pode cuidar de si mesmo. Só
não quero ver você se machucar. — Oliver dobrou na altura dos joelhos para
trazer a si mesmo ao nível dos olhos com Kyle. — Além disso, se o cara te
machuca, vou ter que ir lá e chutar a bunda dele e ele é meio grande.
— Você faria isso por mim? — Kyle mordiscou o lábio inferior, ansioso
pela resposta de Oliver.
— Claro que faria. — Oliver levantou a mão e colocou-a contra o rosto
de Kyle, que se aninhou no calor de sua palma. — Gosto de você, Kyle.
Kyle sentiu como se estivesse em transe. Seus olhos e de Oliver
estavam fixos um no outro e podia se sentir lentamente inclinando para frente.
Olhou para finos lábios rosados de Oliver e sua língua saiu para umedecer a
pele seca. Tudo que podia pensar era em beijar Oliver.
Como se o mundo estivesse contra ele, um cara passou correndo por
eles e cutucou Oliver no ombro, quebrando o feitiço. Oliver deu um passo para
trás e deixar cair os braços para os lados. Kyle de repente sentiu muito frio,
mesmo no calor da tarde.
— Vou levá-lo de volta para o dormitório. — Oliver ofereceu e Kyle
caminhou ao seu lado dele. — Apostando uma corrida!
— Hã? — Kyle observou enquanto Oliver decolou em direção a seu
dormitório, e ele foi rápido. Não que Kyle já tivesse conhecido alguém com
uma perna protética antes, mas com certeza não sabia que podiam se mover
assim. Kyle não poderia mesmo dizer que ele não tinha uma perna.
— Vamos lá, molenga! — Oliver gritou para ele.
Kyle sorriu de orelha a orelha quando decolou atrás de Oliver. Não
importava o quanto Oliver tentasse negar, tinham compartilhado um momento
e Kyle queria ter outro.
Capítulo 5
*****
— Que diabos foi isso? — Oliver olhou por cima do ombro para ver
Kyle correndo para fora da lanchonete.
— Oh, nada realmente. — Levi estendeu a mão para roubar um
punhado de batatas fritas de Oliver. — O garoto tem uma queda por você, só
isto.
— O quê? — Oliver não pôde conter seu grito. — O que ele disse
exatamente?
— Ele não tem que dizer nada. É óbvio pela maneira como te olha.
Você não pode sentar ai e honestamente dizer que não percebe isso.
Ele percebeu, mas achou melhor simplesmente ignorar e esperar que
Kyle encontrasse alguém para concentrar toda a sua atenção.
Sim, claro! Como se o pensamento não o chateasse. Oliver suprimiu
o estremecimento que o pensamento causava em seu interior. Claro que
gostava de Kyle, talvez mais do que era aceitável, mas não tinha que admitir
ou agir. Foi contratado para ficar de olho em Kyle, não namorar o cara, não
importa o quão adorável fosse.
Pare com isso! Oliver silenciosamente repreendeu a si mesmo. Kyle
estava fora dos limites.
— Isso não importa. — Oliver deu uma mordida em seu hambúrguer,
mastigou, depois engoliu antes de olhar de volta para Levi.
— Sério? — Levi levantou uma sobrancelha para ele. — Então, está
dizendo que não gosta dele? Nem um pouco?
— Não. — Oliver balançou a cabeça e colocou uma batata na boca. —
Claro que é um bom garoto, mas isso não significa que tenho tesão por ele.
Oliver manteve o rosto tão inexpressivo quanto possível. Levi era seu
melhor amigo há anos e sabia quando estava mentindo.
— Bem, então não vai ficar chateado que disse a ele que gostar de
você era uma causa perdida e devia encontrar alguém digno de seu tempo.
Oliver podia ver o brilho maligno nos olhos de seu melhor amigo. Ele
estava tentando provocá-lo e Oliver recusou-se a ceder a ele.
— Nem um pouco. — Oliver sorriu para Levi.
— Ótimo! — Levi bateu palmas. — Então terei a certeza de manter os
olhos abertos para possíveis candidatos para Kyle.
— Fomos contratados para assistir Kyle, não jogar de casamenteiros
para o garoto. — Oliver disse as palavras entre os dentes cerrados. Podia não
querer ficar com Kyle, mas seria condenado se saísse à procura de possíveis
pretendentes.
— Claro, mas acho que Roderick e a família de Kyle gostariam que
acompanhássemos de perto com quem ele está passando seu tempo. — A
expressão de Levi era toda inocente. — Se não tem sentimentos por Kyle,
então isso não deve incomodá-lo.
— Não. — Oliver forçou um sorriso. — Na verdade, acho que é uma
ótima idéia. — Não, essa era a pior idéia que já tinha ouvido falar. O
pensamento de alguém tocar Kyle ou beijá-lo o fazia ver vermelho. Não tinha
ideia de onde todos esses sentimentos possessivos em relação a Kyle estavam
vindo e odiava porque esse simplesmente não era quem era.
— Bem melhor eu ir. — Levi levantou-se da mesa. — Vejo você de
volta em nosso quarto.
— Sim, até mais. — Oliver acenou com os dedos quando Levi se foi.
Empurrou sua comida de lado, de repente incapaz de comer. Um nó
pesado em seu estômago. Não importa o que sentisse por Kyle, não faria
diferença, porque nada poderia vir disso. Só tinha que encontrar uma maneira
de ignorá-lo e, mais ainda, encontrar uma maneira de lidar com a visão de seu
pequeno vizinho tímido namorando outros homens, algo que Oliver sabia que
seria mais fácil dizer do que fazer.
Capítulo 6
*****
— Você está louco, porra? — Levi sussurrou num tom áspero, uma
vez que estavam a salvo em seu quarto. — Praticamente, chamou Kyle de
feio. — Levi apontou para a porta do banheiro fechada. — Estava tentando
ferir seus sentimentos? Porque se foi isso, acho que conseguiu.
Oliver fechou o punho, fazendo o seu melhor para conter seu
temperamento e a necessidade de correr de volta para o quarto de Kyle e
pedir desculpas. Mas não podia fazer isso. Tinha que reprimir os sentimentos
que tinha pelo jovem. Não importava a Oliver que fosse um caçador e Kyle um
shifter lobo. O que importava era que não podia fazer o seu trabalho e ter
sentimentos por sua atribuição. Era um conflito de interesses. Quando as
emoções se envolviam, as coisas ficavam confusas.
— Isso não foi o que quis dizer e sabe disso. — Oliver abaixou para se
sentar em sua cama. Sua perna estava dolorida de tanto tempo em pé e sua
prótese precisava de outro ajuste. — Só acho que é jovem e ingênuo. E
realmente, o que é isso com Landen Halliwell de qualquer maneira?
— Oh, não sei. — Levi revirou os olhos. — Será que é porque Kyle é
adorável? Que porra é essa? Quero dizer, sério, se eu balançasse para este
lado, estaria tentando ter um pedaço daquela doce bunda.
— Para alguém que proclama ser hetero, com certeza diz um monte
de coisas gays.
Enfureceu Oliver ouvir Levi dizer essas merdas sobre Kyle, porque era
verdade. Kyle era extremamente atraente. Seu rosto estava moldando de um
adolescente para um homem, todas as linhas duras e sem gordura. Tinha o
corpo magro, em forma perfeita e era pequeno o suficiente para que Oliver
pudesse passar os braços sobre ele e o dominar. Gostava de tudo em Kyle.
Queria beijar, tocar e foder Kyle. Queria todas essas coisas e muito mais. Mas
porquê? De todos os caras que tinha estado atraído desde que atingiu a
puberdade, Kyle era o único que sabia que não podia simplesmente se afastar.
Isso deixava Oliver louco.
— Tanto faz, cara. Você só está chateado de pensar que alguém pode
ter tesão por nosso doce e inocente vizinho. — Levi trouxe seu dedo para cima
para descansar em seu queixo. — Seria preciso perguntar por que. Poderia ser
porque gosta dele?
— Foda-se, Levi. — Oliver deitou em sua cama e cobriu os olhos com
o braço. — Fui contratado para tomar conta da criança, não para me tornar
seu namorado.
— O que isso importa? — Perguntou Levi. — Claro, Roderick nos pediu
para manter o controle sobre Kyle, mas não disse que estava fora dos limites.
— Bem, para mim ele está. — Oliver resmungou. — Estou aqui para ir
para a escola e pós-graduação. E tenho que estar pronto a qualquer segundo
para sair em uma missão. — Oliver sentou-se e deu a Levi um olhar furioso. —
Hipoteticamente, digamos que eu goste de Kyle. Ok? — Somos caçadores.
Lutamos para proteger aqueles que não podem se proteger. Nosso trabalho
não é fácil ou seguro. Fazemos a escolha de nos colocar em perigo toda a
porra do tempo. Seria, realmente, justo esperar que Kyle sentasse e esperasse
por mim? Para saber se esta é a noite que não voltar para casa?
— Isso não sua escolha para que a faça.
— Oh, veja, mas é. — Oliver deixou-se cair na cama. — Não vou fazê-
lo sofrer assim.
Levi não disse nada em resposta. A sala ficou em silêncio e Oliver
deixou seus olhos se fecharem. Não queria pensar em Kyle ou nele indo para
um encontro com o quarterback idiota, de quem, aliás, Oliver não gostava.
Havia algo em Landen Halliwell que arrepiava os cabelos em seus braços.
Provavelmente, era ciúme. Oliver não era estúpido. Tinha visto a maneira que
Landen olhava para Kyle. Como um caçador, Oliver tinha sido treinado para
observar as pessoas das sombras, passar despercebido e fazia isso mesmo
quando não estava em uma missão. Manteve uma estreita vigilância sobre
Kyle, como lhe foi recomendado, e, ao longo dos últimos dias, tinha notado
Landen observando Kyle também. Ele se irritou, mas quem era para dizer
alguma coisa?
— Então, gosta dele? — Levi sussurrou. Oliver olhou para ele e Levi
levantou as mãos em autodefesa. — Só estou fazendo uma pergunta. Não
fique todo nervoso. Tudo o que estou dizendo é que se quiser isso, não deve
deixar nada o impedir. Kyle é um shifter lobo. Ele sabe o que é ser colocado
em situações perigosas. Não se afaste de algo que poderia ser muito bom para
tanto para ele, quanto para você.
— Está bem. — Oliver esfregou os dedos contra as têmporas. Podia
sentir uma dor de cabeça chegando. — Vamos dizer que eu vá perseguir Kyle,
quem pode dizer que Roderick não vai chutar a minha bunda? Ou o irmão de
Kyle?
— Você não sabe, mas Kyle tem dezoito anos. Um adulto legal. Por
isso, não importa o que todo mundo pensa. — Levi deu de ombros. — É
evidente que tem alguns sentimentos por Kyle e, apostaria minha bola
esquerda, que ele gosta de você, também. Tudo o que estou dizendo é que
seria um desperdício não ver aonde as coisas vão. O mundo é um lugar frio e
solitário quando se está sozinho.
Oliver acenou com a cabeça, em seguida, virou-se de costas para seu
melhor amigo. Levi estava certo, mas, ainda assim, não queria ficar preso em
um shifter lobo. Enquanto seres humanos falavam sobre almas gêmeas,
shifters lobo realmente as tinham. Lobos acasalavam para a vida toda e o que
iria acontecer com Oliver se ele se deixasse apaixonar por Kyle só para ver o
cara deixá-lo quando encontrasse seu companheiro? Isso era uma experiência
que não queria ter. Tinha sentimentos por Kyle, mas seria condenado se os
colocasse pra fora, só para ter seu coração partido.
Capítulo 7
*****
— Você sabe que isso é uma má idéia, não é? — Disse Levi enquanto
corria para acompanhar Oliver. — Ele está em um encontro.
— Eu não dou a mínima. — Um par de alunas bêbadas colidiram em
seu ombro direito, enquanto tentavam caminhar pela calçada, agarradas um
ao outro para o apoio. As meninas riram todo o caminho. Oliver balançou a
cabeça em desgosto com a condição de que as mulheres estavam e acelerou o
ritmo para chegar a casa Alpha Theta.
Antes que a fraternidade fosse vista, Oliver podia ouvir a música alta
e o grito bêbado de alguns dos ocupantes. A casa era enorme e a porta da
frente estava aberta. Alguns caras sentavam-se no pátio de entrada jogando
pôquer e Oliver e Levi acenaram para eles enquanto subiam as escadas e
passavam pela porta da frente.
Não ficou nada chocado com o que viu, uma vez lá dentro. Meninas
corriam ao redor sem suas camisas, somente em seus sutiãs, e um cara nu
estava no chão. Era como um monte de outras festas que Oliver tinha
participado no ano passado, mas a única diferença agora era que Kyle estava
aqui, fazendo só Deus sabia o quê.
— Foda-se. — Disse Levi em reverência. — Esta festa está fora de
controle. Estou surpreso que a segurança do campus ou até mesmo os policiais
ainda não foram chamados.
— É o time de futebol. Todo o financiamento para alunos é devido a
esse bando de idiotas ganharem jogos. Duvido seriamente que os policiais
seriam chamados aqui e, se o fizerem, nada aconteceria. — Oliver andou ao
redor do aglomerado de corpos em busca de uma morena. — Você viu Kyle?
— Não.
Oliver olhou para trás para ver Levi olhando para uma menina com
peitos enormes quicando na frente dele.
— Por favor, concentre-se? — Ele bateu na parte de trás da cabeça de
Levi. — Se alguma coisa acontecer com Kyle, sabe o que acontecerá com
nossas bundas.
— Sim, certo. — Levi zombou. — Como se essa fosse a única razão
que está com tanta pressa para encontrá-lo.
Oliver não abriu a sua boca, porque que não podia negar a verdade.
Estava aqui para se certificar de Kyle estava a salvo, mas não porque foi
designado para fazê-lo. Não, era porque queria Kyle para si e, se alguma coisa
acontecesse com o garoto estúpido, nunca seria capaz de perdoar a si mesmo.
O pensamento de qualquer outra pessoa tocar Kyle o fez ver vermelho e
querer rasgar algo.
— Vou verificar no quintal. — Levi abriu a porta. — Foda-se, homem!
Eles têm uma banheira de hidromassagem. — Levi balançou a cabeça. — Isto
não é justo.
Oliver fez uma careta e evitou as hordas de estudantes bêbados. A
maioria deles sabia que era menor de idade. Mas quem era ele para julgar?
Ele, também, tinha feito o seu quinhão de beber.
O som de uma risada chamou sua atenção. Avistou o cabelo loiro de
Landen e foi nessa direção.
— Ele é adorável, Landen. — Uma garota gritou para o jogador de
futebol. — Se fosse hetero, eu teria todo seu traseiro.
— Obrigado. — Landen deu ao grupo um sorriso de satisfação. —
Pretendo ficar muito próximo dessa bunda mais tarde. — Um dos amigos de
Landen bateu mão com ele.
Com os diabos que vai! Oliver queria correr até lá e socar o filho da
puta na boca, mas se segurou. Evitou o grupo e seguiu na direção em que Kyle
tinha ido. Pessoas lotavam as escadas e Oliver deslizou de lado para passar
por eles. Teve de se esquivar de uma garota que estendeu a mão para beijá-
lo. Ela cheirava a cerveja.
Já no segundo andar, poderia ir para a esquerda ou direita. Olhou em
ambas as direções e decidiu ir para a direita. Verificou o primeiro quarto, nada.
Segundo quarto, ainda nada. Quando chegou à terceira porta, podia ouvir
alguns arrastar de pés e, em seguida, um baque forte. Girou a maçaneta e
entrou.
O quarto estava escuro e Oliver achou melhor não ligar a luz. Esperou
até que seus olhos se ajustassem. Uma grande massa estava no meio da cama
de casal.
— Kyle? — Oliver disse quando encontrou o caminho em torno dos
montes de roupas e livros no chão. — Você está bem? — Kyle não lhe
respondeu. Quando estava perto o suficiente, sentou-se na beira da cama e
rolou Kyle para encará-lo. — Kyle, pode me ouvir? — Ele balançou a cabeça.
— Pare ou vou vomitar.
Oliver cobriu a boca quando Kyle falou. O fedor de cerveja queimou
seus pêlos do nariz. As palavras de Kyle saíam arrastadas. Oliver estava
confuso. Em seu treinamento para se tornar um caçador, tinha aprendido que
o álcool não afetava shifters, mas aparentemente afetou, se Kyle estava nesta
condição.
— Kyle, sou eu, Oliver. — Passou os dedos pelo cabelo de Kyle, que
sorriu e se apertou mais perto dele.
— Ollie. — Kyle passou os braços em volta da cintura de Oliver o
melhor que podia de onde estava deitado na cama. Os olhos de Kyle estavam
fechados, mas inclinou a cabeça para cima e sorriu para Oliver.
Oliver riu. Kyle bêbado era realmente muito bonito. E não podia
negar que gostava da sensação de corpo de Kyle em volta do seu.
— Acho que é melhor levá-lo para casa.
— Não... — Kyle lamentou. — Quero ir para casa com você. — Seus
braços eram como bandas de aço ao redor de seu estômago.
Estava na ponta da língua admitir que queria a mesma coisa, mas
não seria certo. Kyle estava bêbado e não ia se aproveitar dele.
— Estarei ao lado, se precisar de mim. — Oliver ajudou Kyle a sentar.
— Não, quero você, Ollie. — As mãos de Kyle dispararam e agarraram
os lados do rosto de Oliver. — Na minha cama. — Kyle mordiscou o lábio de
Oliver. — Em mim.
Querido, Deus, me ajude! Oliver enviou um apelo silencioso. Isto,
portanto, não era bom. Seu pau se animou com a simples ideia de tocar a pele
nua.
Oliver respirou fundo. Precisava levar Kyle para fora desta merda de
fraternidade. Kyle não estava em condições de estar aqui e Oliver não podia
deixar sua pequena cabeça pensar pela grande, não importa o quanto quisesse
as mesmas coisas que Kyle.
— Vamos lá, bebê. — Puxou Kyle de pé. — Precisamos voltar ao
nosso dormitório, se quer que isso aconteça. — Oliver se sentiu como uma
merda mentindo para Kyle.
— Sério? — Os olhos de Kyle se iluminaram quando balançou em seus
pés. — Você me quer, também?
O azul dos olhos de Kyle brilhavam. Oliver queria tanto tomar a sua
boca num beijo profundo e apaixonado.
— Mais do que gostaria de admitir. — Disse Oliver em um suave
sussurro.
— Agora vamos sair daqui.
Oliver colocou um dos braços de Kyle sobre seu ombro e passou um
braço em torno da sua cintura. Caminharam para fora do quarto e desceram as
escadas. Praticamente teve que carregar Kyle. A música ainda tocava ao seu
redor, mas Kyle não vacilou. Manteve a cabeça enfiada perto de peito de
Oliver.
— Ei! — Oliver olhou para a esquerda para ver Landen abrindo
caminho através da multidão. — O que diabos pensa que está fazendo? — Ele
puxou Kyle, mas Oliver deu um passo atrás. — Ele está comigo.
— Não mais. — Oliver virou-se para se colocar entre Landen e Kyle.
— Oh, você está aí. — Levi escolheu aquele momento para sair do
canto. — Pensei que tivesse te perdido. — Olhou por cima do ombro de Oliver
e viu um Kyle sorrindo.
— O que diabos aconteceu com ele?
— Não tenho certeza. — Entregou Kyle para Levi e ficou frente a
frente com Landen. — Primeiro, Kyle não é de ninguém, e, segundo, o que deu
a ele? — Oliver estava gritando agora e as pessoas estavam começando a
olhar.
— Não lhe dei nada. — Zombou Landen em seu rosto. Estavam tão
perto que seus narizes quase se tocaram. — Ele estava se divertindo como o
resto de nós.
— Besteira! — Oliver bateu no peito de Landen. — Seus olhos estão
dilatados e não tem ideia de onde está. Diria que é mais do que muita cerveja.
Landen olhou para onde Levi estava segurando Kyle e de volta para
Oliver.
— Bem, isso é tudo o que teve aqui. — Ele deu um passo em direção
a Kyle, a testa vincada em confusão. — Vou levá-lo para casa.
— O diabo que vai. — Oliver empurrou Landen no peito. — Acho que
já fez o suficiente para uma noite.
Os olhos de Landen estreitaram e fechou a curta distância que os
separava. Oliver não estava com medo. Landen podia ser capaz de intimidar
outras pessoas, mas não ele.
— Escuta aqui, seu perneta. — Landen empurrou o peito de Oliver. —
Isso não lhe diz respeito, então pare de meter o nariz onde não deve. Kyle veio
aqui para me ver e vou levá-lo para casa.
O comentário nem sequer abalou Oliver. Ouviu o seu quinhão de
insultos de garotos estúpidos, como Landen, desde que começou o ensino
médio. Nada que esse idiota dissesse poderia machucá-lo.
— Posso ter uma perna só, mas isso não vai me impedir de chutar
sua bunda. Ao contrário de você, não tenho que deixar meus encontros
bêbados para passar um tempo comigo.
— Seu idiota. — Landen puxou seu braço para trás, preparando-se
para socá-lo.
Oliver trouxe seu punho para cima, preparando-se para bater neste
idiota, mas o amigo dele pulou e puxou Landen volta.
— Acalme-se, Lan. — Seu amigo segurou Landen enquanto ele lutava
para se libertar. — Cara, não vale a pena.
— Sim, cara, ouça o seu amigo. — Oliver sorriu.
— Não vou esquecer isso. — Landen gritou enquanto Oliver se virou
para a porta. — A vingança é uma puta.
— Olharei adiante.
Oliver encontrou Levi e Kyle na calçada o esperando.
— Isso não foi muito bem, não é? — Levi deslocou o peso morto de
Kyle ao redor, tentando obter uma posição melhor.
— Como se eu desse a mínima. — Oliver se abaixou, pegou Kyle e o
ergueu por cima do ombro, começando a andar.
— Ei, Oliver. — Levi o cutucou no braço. — Como diabos está assim?
— Apontou para Kyle. — Pensei que o álcool não afetasse shifters.
— Essa é uma boa pergunta. — Oliver resmungou. — Estou pensando
que foi drogado com alguma coisa.
— Foda-se! — Levi chutou o chão. — Qual de nós vai chamar
Roderick? Se existe uma droga no campus, forte o suficiente para derrubar um
shifter, então ele vai querer saber tudo sobre ela.
— Vamos lidar com isso na parte da manhã.
Tinham acabado de chegar ao dormitório quando Kyle começou a se
contorcer em seu ombro.
— Eu vou vomitar.
Oliver colocou Kyle para baixo e o segurou pela cintura enquanto ele
se inclinou e esvaziou o conteúdo de seu estômago.
— Então, Oliver, cuida disso? — Levi começou a andar para trás em
direção às portas de vidro. — Não me dou bem com doentes.
— Idiota! — Ele gritou para Levi, quando ele escorregou pela porta
dupla.
Oliver segurou Kyle enquanto seu corpo tremia com a força de seu
vômito. Odiava o ver sofrer, mas era melhor colocar tudo para fora do seu
sistema agora.
— Isso é tão nojento e vergonhoso. — Kyle cuspiu para o chão. — Por
favor, me deixe aqui.
— Não vou a lugar algum, bebê. — Oliver esfregou as costas de Kyle
enquanto os tremores sacudiam seu corpo. Não havia nenhum outro lugar do
mundo que preferia estar do que com Kyle, mesmo que o cara estivesse
vomitando sobre seus sapatos.
Capítulo 8
Kyle foi capaz de andar até o elevador com a ajuda de Oliver. Uma
vez em seu andar, Oliver pegou a chave de Kyle do bolso e levou para dentro.
— Preciso de um banho. — As pernas de Kyle balançaram quando foi
em direção ao banheiro. — Eu me sinto tão fraco. — Kyle tropeçou e começou
a cair.
Oliver correu e pegou Kyle pela cintura.
— Acho que vai precisar de alguma ajuda.
— Não. Ficarei bem. — Kyle tentou empurrar Oliver. — Já fez o
suficiente me ajudando a chegar em casa. Não quero que se sinta como se
tivesse que me ajudar. — Kyle descansou a cabeça no peito de Oliver e seus
braços finos enrolaram ao redor de sua cintura.
Oliver tentou evitar que seu corpo respondesse a Kyle, mas era difícil.
O cheiro doce do seu cabelo fez cócegas em seu nariz e o calor vindo de seu
corpo o levou as nuvens.
— Kyle, quero ajudá-lo. — Oliver levou Kyle para o banheiro. Fechou
e trancou a porta que conduzia ao seu próprio quarto.
— Obrigado. — Kyle sussurrou enquanto Oliver fechava a tampa do
vaso sanitário e o sentou para que pudesse ligar o chuveiro. — Não sei o que
aconteceu esta noite. — Kyle esfregou a testa. — Num minuto, estava em pé
rindo com Landen e seus amigos e a próxima coisa que sei é que estou vendo
em dobro.
— Isso é porque estava drogado. — Oliver mal conseguia evitar a
raiva de seu tom. Assumiu a responsabilidade por isso. Se não tivesse afastado
Kyle, então ele não teria ido naquela festa, com aquele idiota do Landen.
Estremeceu ao pensar no que teria acontecido se não tivesse aparecido a
tempo.
— Por que alguém faria isso comigo? — Kyle ergueu os braços quando
Oliver puxou a camisa sobre a sua cabeça.
Seus olhos cravaram no peito musculoso e liso. O dedo de Oliver
coçava para acariciar o corpo magro e os mamilos cor-de-rosa.
— Kyle! — Oliver riu. — Você é muito ingênuo, bebê. — Ele ajudou
Kyle a se levantar. — Acho que Landen fez isso na esperança de tê-lo na
cama. Isso acontece o tempo todo nos campus universitários. Como um
estupro.
— Não posso imaginar Landen fazendo isso comigo. — Kyle se
atrapalhou com os botões de sua bermuda, seus dedos ainda trêmulos. —
Como você disse, ele pode ter qualquer um no campus. Por que todo este
trabalho apenas para me pegar na cama?
Oliver soltou um suspiro, empurrou as mãos de Kyle fora do caminho
e desabotoou sua bermuda.
— Porque alguns caras são apenas idiotas e acham que é engraçado
tirar proveito de outras pessoas. — Gentilmente puxou para baixo a calça de
Kyle e sua cueca boxer. Quando se ajoelhou para tirá-los fora, nivelou seus
olhos com o pênis de Kyle. Muito pouco cabelo crescia no corpo bronzeado e
suave de Kyle. Estava tão perto que podia chegar e beijar a ponta do seu pau.
Engoliu profundamente, tentando recuperar o seu foco, e olhou para Kyle. —
Eu não quis dizer o que disse anteriormente, Kyle. Qualquer cara iria sair do
seu caminho para conseguir um encontro com você e ter sorte.
Os olhos de Kyle pareceram brilhar na luz do banheiro, as bochechas
ficando rosadas e seu peito se expandindo profundamente com cada
respiração.
— Obrigado. — Kyle sussurrou.
Oliver acenou com a cabeça, em seguida, levantou-se. Olhou para o
chuveiro e depois para Kyle.
— Então está bem para fazer isso por si mesmo? — Ele apontou por
cima do ombro para o chuveiro.
— Acho que posso controlar. — Kyle se apoiou no balcão, deu um
passo lento e vacilante em direção ao chuveiro e tropeçou, Oliver o pegou na
hora certa.
— Ok, que tal te ajudar com o chuveiro? — Oliver inclinou Kyle contra
a parede e tirou a camisa.
Oliver podia sentir os olhos de Kyle sobre ele, quando mais seu corpo
ficava exposto. Seus músculos flexionaram e se contorceram pela atenção.
— E a sua calça? — A voz de Kyle falhou quando olhou para as pernas
cobertas de jeans de Oliver.
— Preciso mantê-la no para não molhar minha perna. — Oliver puxou
a perna da calça para mostrar sua prótese de metal. — Se tirá-la, como vou
me segurar junto com você? — Deu a Kyle um sorriso.
— Ah, esqueci. — Kyle levantou a cabeça. — Sinto muito. — Ele
mordiscou seu lábio inferior. — Então, como vai me ajudar a tomar banho?
— Fácil. — Oliver segurou o braço de Kyle enquanto o ajudava a
entrar no chuveiro. — Vou manter a porta aberta e ficar aqui fora. — Oliver
abriu o chuveiro e apontou por cima da cabeça de Kyle.
Levou cerca de dez minutos para ter Kyle limpo. Foram os dez
minutos mais difíceis de vida de Oliver. Kyle estava começando a acordar do
torpor induzido pelo álcool. Ainda estava tendo dificuldade em entender como,
de fato, Kyle ficou bêbado. Seu metabolismo rápido de lobo estava expulsando
as toxinas do seu corpo, mas não rápido suficiente, deixando Oliver com a
necessidade de lavar o corpo. Quase engoliu a língua quando Kyle se virou
para lavar suas costas. O conjunto de globos firmes era perfeito e queria
amassar e massagear a bunda de Kyle, depois girá-lo para prová-lo. Mas isso
seria errado e queria se socar por sequer ter esses tipos de pensamentos.
Uma vez terminado com o chuveiro, Kyle parecia estar se sentindo
um pouco melhor. Oliver ajudou a secá-lo e encontrou uma calça de pijama
para ele vestir. Kyle foi capaz de escovar os dentes e com uma pequena ajuda
de Oliver, foi para a cama.
— O quarto ainda está girando um pouco. — Kyle ergueu os braços
para cobrir a cabeça. — Parece que estou voando, fora de controle.
Oliver correu para o banheiro para pegar o lixeiro e colocou-o ao lado
da cama de Kyle. Em seguida, sentou na beira da cama e pousou a mão no
quadril de Kyle.
— Vai se sentir melhor pela manhã.
Kyle rolou para o lado de Oliver, onde estava sentado. Descansou a
cabeça na coxa de Oliver e soltou um suspiro relaxado. Não sabendo mais o
que fazer, Oliver passou os dedos pelo cabelo de Kyle, fazendo o possível para
acalmá-lo.
— Isso é bom. — Kyle moveu sua cabeça de modo que os dedos de
Oliver mudaram de posição para esfregar outra parte de sua cabeça. — Vai
ficar comigo? — Kyle deslocou-se para olhar para Oliver com os olhos
arregalados. — Por favor?
Oliver desviou o olhar de Kyle. Seu coração acelerado em seu peito,
gritando para ele passar a noite, mas seu cérebro estava lhe dizendo para
correr. No final, Oliver levantou-se e desabotoou a calça jeans e a empurrou
para baixo de suas pernas. Não tinha certeza se Kyle estava recuperado ou se
haveria qualquer efeito secundário, por isso tinha que ficar. Ou pelo menos era
o que estava dizendo a si mesmo.
— Aqui, suba um pouco. — Oliver subiu na cama e apoiou as pernas.
Retirou sua prótese e deixou-a ao lado da cama. Esfregou a perna,
aproveitando a liberdade de tê-la livre.
Kyle afastou-se um pouco mais e puxou as cobertas para que Oliver
pudesse subir mais. Oliver sabia que este era um território perigoso, estar em
uma cama com Kyle apenas de cueca, mas Kyle precisava dele.
Uma vez que Oliver estava acomodado, Kyle o abraçou, descansando
a cabeça sobre o peito de Oliver, que inicialmente não se mexeu, mas,
finalmente, passou o braço sobre os ombros de Kyle e o abraçou, acariciando
os dedos sobre o braço de Kyle, que ergueu sua perna direita para colocar
sobre Oliver. A parte superior do seu pé descansou contra o tecido da cicatriz
de seu coto.
Congelou por um momento, com medo de como Kyle iria reagir, com
nojo ou repulsa, as coisas que tinha visto nos olhos de outras pessoas, quando
viram sua desfiguração. Mas isso nunca aconteceu. Soltou uma respiração
instável quando sentiu Kyle começar a esfregar seu pé para trás e para frente
sobre a perna dele, aparentemente, não incomodado com o membro perdido.
Um sentimento calmante se propagou sobre o corpo de Oliver. Não se
sentia tão relaxado desde antes de seus pais morrerem.
A respiração de Kyle soprava sobre o peito de Oliver enquanto ele
respirava num ritmo constante. Aconchegou mais perto de Kyle e adormeceu.
Oliver acordou com uma sensação de calor, mãos suaves que
deslizavam sobre seu peito e um corpo quente pressionado ao dele. Ele se
esticou e arqueou mais perto ao toque suave.
— Isso é bom. — Disse em voz sonolenta. Levou um momento para
perceber que não estava em seu quarto ou até mesmo em sua própria cama.
Seus olhos se abriram. — Kyle, você está acordado.
— Sim. — Kyle esfregou seu rosto contra o ombro de Oliver, seus
dedos nunca parando seu movimento. — Não conseguia dormir.
— Então, decidiu me observar em vez disso? — Oliver tentou colocar
um pouco de distância entre eles, mas cada vez que se afastava, Kyle se
aproximava, puxando-o para mais perto.
— Isso é estranho? — Kyle apoiou em seu cotovelo para olhar para
Oliver.
— Não, não realmente, acho. — Oliver levantou a mão para cobrir a
de Kyle em seu peito. Uma sensação crepitante se desencadeou por seu braço
e segurou Kyle mais firmemente.
— Obrigado por me trazer para casa e ficar comigo. — Kyle olhou
para longe de Oliver. — Não tinha que fazer isso.
— Eu não tinha, mas queria. — Oliver ainda se segurava, lutando
contra o desejo de chegar seu corpo para Kyle. Por apenas um toque, queria
beijar aqueles lábios cheios, mostrar a Kyle o quanto não era inconveniente
ficar com ele. — Não se aflija sobre o que aconteceu. Ainda é apenas uma
criança. Cometerá alguns erros. — Uma vez que as palavras saíram de sua
boca, Oliver queria engoli-las de volta. Kyle não era mais uma criança. A
diferença de um ano de idade não tornava Oliver mais adulto que Kyle, mas
tinha vivido uma vida difícil. Testemunhou seus pais serem espancados até a
morte e quase morreu. Dificuldades como essa mudavam uma pessoa e não
queria seu passado manchasse o homem, doce e inocente, sentado ao seu
lado.
Kyle se encolheu com a palavra criança, mas não fez comentários
sobre isso. Ficou em silêncio por tanto tempo que Oliver pensou que talvez
tivesse terminado de falar.
— Posso te perguntar uma coisa? — Os olhos de Kyle abaixaram para
olhar para a boca de Oliver e, por instinto, lambeu os lábios. Uma lufada de ar
ventilou seu rosto a partir da força da expiração de Kyle.
— Claro. — A garganta de Oliver sentiu coceira e secou. Estava
nervoso e não sabia exatamente por que.
Pode ser porque está mentindo, seminu, na cama com o cara com
quem tanto quer ter sexo. Seu subconsciente lembrou. Odiava aquela voz da
razão.
— Mais cedo, quando disse que qualquer cara teria sorte de estar
comigo, isso incluía você? — Os olhos de Kyle brilharam com esperança e
Oliver não sabia o que dizer.
— Você se lembra disso? — Kyle acenou com a cabeça em resposta.
Oliver esperava que a droga que o derrubou também o fizesse esquecer.
— Não tem que responder a isso, se não quiser. — Kyle tentou se
afastar dele.
Oliver agarrou o pulso de Kyle.
— Não é que não queira responder. É que não deveria.
— Por quê? — Kyle balançou a cabeça, seus olhos brilhando com
lágrimas não derramadas. — Sinto que desde que te conheci, você está me
afastando.
— O que está falando? — Oliver sentou-se, deixando que Kyle se
afastasse dele. — Kyle, somos colegas de quarto e acho que somos amigos. O
que mais quer?
— Mais do que isso! — Kyle fechou suas mãos em seu cabelo. —
Gosto muito de você e sinto por você me evitar. — Ele riu. —Mas o que sei?
Sou apenas um garoto idiota que não sabe de nada. — Kyle praticamente
zombou das palavras. — Só porque quero você, não significa que se sente da
mesma maneira. — Kyle jogou os cobertores para trás e começou a sair da
cama.
Oliver se lançou para Kyle, aterrissando em cima dele. Kyle se
esforçou, mas Oliver o agarrou pelo pulso e prendeu seus braços acima da
cabeça. Não era estúpido. Kyle foi mais forte do que aparentava ser. Shifters
lobo eram mais fortes do que os seres humanos e a única razão pela qual foi
capaz de lhe segurar foi porque Kyle lhe permitiu.
— Não deveria ter te chamado uma criança. Sinto muito por isso. —
Kyle arqueou as costas, quase tombando sobre Oliver, que empurrou seus
joelhos entre as pernas de Kyle e para cima nas coxas, fazendo com que as
pernas de Kyle envolvessem seus quadris. — E sim! Estive te afastando.
— Por quê? — Kyle se virou para ele. Seus caninos tinham aumentado
e seus olhos começaram a brilhar.
Oliver podia ver que Kyle não estava ciente de que estava perdendo o
controle, assim não disse nada. Não podia lhe deixar saber que era um
caçador. Roderick lhes tinha dito para manter isso escondido do jovem shifter
lobo.
Porque me pediram para ficar de olho em você. Porque, mesmo que
seja só um ano mais novo do que eu, é mais inocente do que já fui. Porque
merece o melhor.
Todas essas coisas giravam em torno da sua cabeça, mas não podia
forçar a garganta a dizer as palavras. Olhou para Kyle e viu o lobo mal
controlado dentro dele. Oliver deveria se preocupar e fazer todo o possível
para ter Kyle de volta sob controle, mas tudo o que pôde pensar em fazer foi
cair para frente e selar a boca de Kyle.
Oliver apertou com força contra a carne macia e flexível, e enfiou a
língua na boca de Kyle. Conteve um estremecimento enquanto sua língua
raspava junto a um dos caninos de Kyle, fazendo-a sangrar. Não doeu, só o fez
querer Kyle muito mais.
Levou um momento para Kyle reconhecer o que estava acontecendo,
mas quando o fez, tornou-se um participante ativo. Soltou suas mãos de Oliver
e agarrou-lhe os ombros, as unhas raspando pelas suas costas.
Oliver passou seus braços a volta de Kyle para ancorá-lo no lugar e
começou a balançar os quadris. Entre o tecido fino de sua cueca e o tecido
frágil da calça de Kyle, seus paus não poderiam ser contidos. Comprimentos
pressionando um contra o outro, mas não era o suficiente. Oliver alcançou
entre eles e empurrou a frente da calça de Kyle para baixo, liberando seu pênis
de sua boxer.
— Oh, meu Deus! — Kyle gritou quando Oliver apertou seu pau no
seu. A cabeça de Kyle caiu sobre os travesseiros e Oliver beijou e sugou o
pescoço fino.
— Porra, você é tão gostoso. — Oliver acelerou seus quadris e
mordeu o ombro de Kyle, provavelmente deixando uma marca.
— Oliver... — Kyle ofegava no ombro de Oliver. — Por favor, preciso
gozar.
— Não se preocupe, tenho você. — Oliver levantou os quadris apenas
o suficiente para alinhar seus pênis juntos. Acariciou para cima e para baixo,
passando a palma da mão sobre as gotas de sêmen vazando. — Vamos lá,
Kyle. Goze para mim.
O corpo de Kyle começou a tremer e balançou os quadris em Oliver,
balançando a cama. Os guturais sons carentes provenientes da boca de Kyle
faziam as bolas de Oliver puxar para cima. Estava apenas a alguns minutos de
lançar seu gozo em Kyle.
— Oliver... Oliver... Oliver! — Kyle cantava e sua voz começou a
subir. Oliver se inclinou para baixo para cobrir os lábios de Kyle com a sua
boca e engoliu seus gritos.
Sêmen pegajoso irrompeu do pau de Kyle, correndo como fogo
líquido sobre os dedos de Oliver. Fez uma careta quando Kyle mordeu o lábio,
e montou nas ondas de seu orgasmo. Levou apenas mais uma bombada do
seu punho para enviá-lo voando. Seu grosso comprimento pulsava em sua
mão e esperma voou para fora da pequena fenda na ponta do seu pau. Oliver
quebrou o beijo para deixar cair a cabeça na curva do pescoço de Kyle. Seu
corpo tremia com a força de seu orgasmo e engoliu bocados de respiração,
fazendo o seu melhor para não desmaiar.
Oliver finalmente saiu do corpo quente de Kyle para se colocar ao
lado dele. Culpa cresceu pesada em seu peito por conta de sua luxúria. Foi
contratado para ficar de olho em Kyle, não para se apaixonar por ele. Isso
nunca foi parte do plano. Oliver sentou-se e começou a sair da cama, pegando
sua prótese.
— Por favor, fique. — Disse Kyle suavemente. Sua voz estava suave e
relaxada.
Oliver olhou por cima do ombro e a vulnerabilidade nos olhos de Kyle
lhe fez soltar a perna e rolar de volta para a cama. Abriu os braços e Kyle
pulou em seu abraço.
Não demorou muito para Kyle adormecer. Seu corpo fino enrolado
em torno de Oliver e se sentia como um filho da puta por gostar tanto.
— Amanhã. — Oliver sussurrou para si mesmo. Amanhã teria uma
conversa com Kyle e lhe diria que foi um erro, que só podiam ser amigos. Era
a coisa certa a fazer, mesmo que isso rasgasse um pedaço do coração de
Oliver.
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
*****
— Então, quanto mais tem deixado de escrever? — Kyle perguntou a
Landen enquanto passavam pelas portas de vidro da biblioteca, indo para o ar
fresco da noite.
— Apenas a conclusão. — Landen soltou um suspiro pesado. — A
história era minha matéria preferida na escola, mas estou pensando que o
Professor Fisher vai matá-la para mim. Ele quer dissecar a Guerra Civil até a
morte. Sei que cada professor tem seu próprio método de ensino, mas,
caramba, esse cara é cansativo e extremamente chato.
— Sim, a voz do meu professor de cálculo me faz dormir. — Kyle fez
uma careta, como se pudesse ouvir o tom monótono até agora. — Tenho que
lutar para manter os olhos abertos.
— Sinto-me assim, cara. — Landen parou e pegou a mão de Kyle. —
Eu me diverti hoje à noite, Kyle.
— Eu também. — Kyle forçou um sorriso e fez o seu melhor para não
tentar puxar a mão. Gostava de Landen, só não dessa forma. Irritou-se por
não conseguia expulsar sua atração por Oliver para dar espaço a Landen. O
que havia de bom em cobiçar um cara que não o queria?
— Tenho uma prática amanhã à noite, mas na quarta-feira quer
jantar comigo? Fora do campus. — Perguntou Landen. Seus dentes brancos
mordiscando o lábio inferior, como se estivesse nervoso.
Kyle não conseguia pensar em uma boa razão para dizer não.
— Adoraria.
— Ótimo! — O sorriso de Landen era tão grande que até os seus olhos
pareciam como se estivessem sorrindo para Kyle.
— Ei, Halliwell! — Kyle e Landen ambos se viraram para ver Zach, um
dos amigos e companheiros de Landen, caminhando em sua direção.
— Ei, Zach, que se passa? — Landen estendeu a mão para Zach a
apertar.
— Nada de mais. — Zach virou-se para olhar para Kyle.
Algo sobre a maneira como os seus lábios estavam apertados o fez
pensar que Zach não gostava dele. Não via como isso era possível, uma vez
que quase não se conheciam.
— Kyle, como vai a sua noite? — Zach sorriu para ele. — Será que
este idiota não o deixou fazer o seu trabalho? — Zach passou o braço em volta
da cabeça de Landen e esfregou os dedos sobre seu couro cabeludo.
— Sim, na verdade. — Kyle riu da maneira como os dois amigos
lutaram.
— Oh, merda, antes que me esqueça. — Zach soltou Landen e
endireitou os ombros. — Precisa passar pelo escritório do treinador para
começar a jogar. O assistente técnico ligou enquanto estava fora. Ele tentou o
seu celular, mas você não respondeu. Eu disse que você, provavelmente
esqueceu de carregá-lo.
Landen puxou o telefone do bolso de trás.
— Caramba.
— Está vendo? — Zach olhou para Kyle e cutucou sua cabeça na
direção de Landen. — Acontece o tempo todo. Muitas vezes me pergunto como
faz para ter essas boas notas.
— Sou um homem de muitos talentos, acho que você poderia dizer.
— Landen levou a mão ao peito e agitou as pestanas, atuando de bobo.
— Seja como for, homem. Se me dão licença, preciso chegar à
biblioteca antes que feche para verificar um livro para a aula de psicologia. —
Zach caminhou entre eles e se dirigiu para as portas da biblioteca. — Landen,
é melhor apressar seu rabo para o escritório do treinador antes dele sair. Ele
quer que você estude essas jogadas para o jogo de sábado. — E com isso,
Zach virou-se e desapareceu na biblioteca.
— Acho que é melhor eu ir. — Landen balançava para frente e para
trás em seus pés. — Então quinta-feira à noite?
— Quinta-feira. — Disse Kyle alegremente. — Mas ainda podemos
almoçar juntos, se quiser. — Ele encolheu os ombros. — Você não precisa...
— Não, eu quero. — Landen deu um passo para mais perto dele. Seus
olhos se abaixaram para os lábios de Kyle por um breve momento antes de
inclinar-se e o beijar na testa. — Vejo você amanhã, Kyle.
— Até mais! — Kyle o viu se apressar em direção ao prédio atlético na
outra extremidade do campus.
Esperou até Landen estivesse fora de vista e dirigiu-se para o seu
dormitório. Escuridão completa havia caído enquanto estava na biblioteca e
não havia lâmpadas de rua o suficiente para iluminar o campus. Kyle se viu
pulando em cada pequeno som que ouvia. O empurrão de folhas ao vento fez
seu peito apertar. Sabia que não havia nada a temer, mas temia. Era algo que
não podia evitar. Ser um shifter lobo não fazia Kyle se sentir mais forte ou ter
menos medo das coisas da noite.
Andou um pouco mais rápido e olhou por cima do ombro. Podia jurar
que ouviu alguém andando atrás dele, mas quando parou de se mover os
passos desapareceram. Pegando o ritmo, Kyle fez o seu melhor para andar
mais rápido fazendo, quase correndo.
Um rosnado baixo soou à sua esquerda e Kyle se virou para olhar
para o beco escuro entre os dois edifícios. Não viu nada, nem mesmo com a
sua visão lobo. Ouviu de novo e deu um passo para trás. Sentia-se estúpido
por ter medo. Era, provavelmente, apenas a forma como o vento soava
quando chicoteava através dos edifícios.
— Kyle?
Kyle virou, engolindo seu grito de terror quando olhou para os
grandes olhos azuis de Oliver.
— Você está bem? — Perguntou Oliver.
— Sim. — Kyle respirou fundo e virou para olhar para trás, no beco
escuro. — Você só me assustou, é tudo.
— Sinto muito. — Oliver olhou sobre o ombro de Kyle e de volta para
Kyle. — Eu não queria. Só o vi em pé aqui e pensei em dizer oi.
A Freqüência cardíaca de Kyle voltou ao controle e repetiu as
palavras de Oliver em sua cabeça.
— Você queria dizer oi? É mesmo? Depois de me evitar todo o fim de
semana e mastigar minha bunda na cafeteria hoje, queria parar e dizer oi? —
Agora Kyle estava ficando louco.
— Olha, Kyle, não queria discutir com você. Sinto muito por tratá-lo
como o tratei naquela noite, você sabe. — Oliver acenou com a mão em torno
de um círculo, parecendo admitir o que tinham feito juntos. — E hoje na hora
do almoço. Sinto muito.
Kyle olhou para Oliver e achou difícil impedir sua raiva. Realmente
queria fazer Oliver sofrer como sofreu nos últimos dois dias.
— Bem, isso teria sido muito apreciado há dois dias. — Kyle
contornou Oliver e seguiu para seu dormitório.
— Kyle, homem, por favor. Eu disse que estava arrependido.
— Sim, sinto muito, também. — Eles chegaram ao dormitório e Kyle
apertou o botão do elevador para o terceiro andar. Oliver se espremeu para
dentro antes que as portas se fechassem.
Nenhum dos dois disse uma única palavra até que as portas se
abriram e Kyle saiu. Ele puxou a chave do bolso e abriu a porta.
— Boa noite. — Disse Oliver.
Kyle podia sentir os olhos de Oliver sobre ele, mas não se virou.
Entrou em seu quarto e fechou a porta. Uma vez lá dentro, ele se inclinou
contra a superfície dura. Ter raiva de Oliver era um trabalho duro, mas se
recusava a simplesmente perdoar o seu comportamento. Oliver poderia querer
esquecer e seguir em frente, depois do que aconteceu aqui em seu quarto no
fim de semana passado, mas Kyle não.
Olhou para sua cama e fechou os olhos. Por trás de suas pálpebras
podia ver Oliver pairando sobre ele, beijando e tocando-o, a carícia de seus
dedos tão suave em sua pele. Deus, se pudesse voltar no tempo apenas para
experimentar tudo de novo, mesmo sabendo o que viria, ainda queria um
momento perfeito mais uma vez.
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Kyle disse boa noite para Tatum e Lauren e voltou para seu quarto.
Tinham pedido uma pizza enquanto assistiam TV e conversavam. Foi bom.
Estranhamente, Kyle tinha se divertido sendo uma das meninas. Ria enquanto
subia os degraus para seu dormitório.
Depois que saiu do elevador, dirigiu-se para o seu quarto e abriu a
porta. O sol começou a definir, mas ainda havia muita luz exterior. Mesmo se
não houvesse, Kyle ainda seria capaz de ver o corpo adormecido em sua cama.
Oliver.
Kyle não podia lutar contra o sorriso que curvou seus lábios quando
olhou para o homem. Não importa o quão duro tentasse expulsar a conversa
que teve com Ian mais cedo naquele dia de sua mente, seu cérebro e coração
continuavam voltando a ela. Oliver era seu companheiro? Kyle não sabia ao
certo, mas queria descobrir.
Largou a mochila ao lado da porta e caminhou, calmamente, até a
cama. Oliver estava em cima do edredom, agarrando o travesseiro de Kyle em
seus braços, o rosto esmagado no travesseiro. Parecia tão calmo quando
dormia. Gostaria de vê-lo assim todos os dias. A carranca que parecia ser uma
constante em seu belo rosto tinha sumido. Kyle realmente gostava deste lado
de Oliver. Sentou-se na cama, estendeu a mão e a deixou pairar sobre a testa
de Oliver. Não queria lhe acordar.
— Não vai dizer nada ou vai apenas olhar para mim a noite toda? — A
voz grave de Oliver o fez saltar de surpresa.
— Está acordado? — Kyle estendeu a mão ao peito, seu coração
batendo super-rápido. — Você me assustou.
— Sinto muito, bebê. — Oliver sentou-se e esfregou os olhos. — Que
horas são?
— Um pouco depois das sete. — Kyle observou quando os olhos azuis
de Oliver percorreram seu quarto. — Por que está aqui, Oliver? Não que me
importe ou coisa assim. — Não era um grande negócio que Oliver tivesse
tirado uma soneca em sua cama. Na verdade, gostava de o ver em sua cama.
Ele é seu companheiro, pare de lutar contra ele, uma pequena voz
sussurrou em sua cabeça. Mas não queria ouvi-la. E se estivesse errado e
Oliver o deixasse um dia?
— Porque queria estar perto de você. — Oliver sorriu para ele. — E
uma vez que não estava aqui, o seu quarto era a melhor coisa.
Kyle foi de bom grado quando Oliver estendeu a mão para seu
abraço. Oliver o puxou perto, de costas para o peito de Oliver. Eles se
aconchegaram juntos. Oliver beijou seu pescoço enquanto deslizava sua mão
para cima e para baixo no braço de Kyle, que suspirou e pressionou seu corpo
mais perto de Oliver. Um gemido baixo escapou de sua garganta com a
sensação de fricção do membro duro de Oliver contra sua bunda.
— Quero você de novo, Kyle. — Oliver sussurrou em seu ouvido
enquanto sua mão se movia ao redor de seu pênis espesso e chupava o lóbulo
da orelha de Kyle. — Preciso estar dentro de você. — Os quadris de Oliver
balançaram para trás e para frente, imitando o ato de foder.
Kyle arquejou quando os dedos finos de Oliver subiram sua camisa e
apertaram levemente seus mamilos. Seu pênis pulsou dolorosamente em sua
calça e podia sentir o pré-sêmen vazando na cueca. Com Oliver tocando e
beijando seu corpo, não conseguia pensar em mais nada. Tudo o que queria
era Oliver.
— Preciso disso também. — Kyle virou a cabeça para o lado e Oliver
se inclinou para frente, para capturar seus lábios. Suas línguas esfregaram
uma contra a outra e sugou Oliver em sua boca.
— Deus, senti sua falta. — Disse Oliver entre beijos.
— Eu também. — Kyle tentou virar para encarar Oliver, mas uma mão
forte em seu quadril o impediu.
— Fique assim. — Os dedos de Oliver se atrapalharam com o botão da
calça de Kyle e empurrou o tecido para baixo, sobre suas coxas. — Quero fazer
amor com você assim. Lento e doce. Não aproveitei o meu tempo na outra
noite, mas agora não temos nada além de tempo.
— Tudo bem. — A voz de Kyle saiu trêmula. Seu corpo cantarolava
com adrenalina.
Oliver puxou a camisa de Kyle para cima e sobre a sua cabeça. Sua
mão calejada acariciou o peito, descendo para seu estômago, até que chegou
ao pau duro de Kyle. A cabeça de Kyle caiu para trás enquanto Oliver acariciou
seu comprimento, beijando e chupando a inclinação do pescoço.
— Oliver... — Kyle choramingou. Sua excitação atingiu o seu pico e
sabia que se Oliver não entrasse nele logo, gozaria sobre seus dedos
talentosos. — Preciso de... — Ele mordeu os lábios, numa tentativa de afastar
seu orgasmo.
— Eu sei, querido. — Oliver beliscou em seu ombro. — Eu também.
Oliver soltou Kyle e estendeu seu corpo para pegar o tubo de
lubrificante que ainda estava no mesmo lugar.
Sentiu Oliver tateando atrás dele, então gemeu quando o duro, e
quente, pau de seu amante pressionou contra seu traseiro. Oliver riu, emitindo
baforadas de ar quente sobre suas omoplatas.
O primeiro toque do dedo de Oliver contra sua entrada fez Kyle puxar
a perna para frente, espalhando-se para ele. Oliver espalhou o lubrificante
sobre sua entrada e, finalmente, empurrou um dedo dentro dele. Kyle arqueou
as costas e empurrou para baixo, sobre o dígito explorador. Oliver não perdeu
tempo o abrindo e logo se tornaram dois, três dedos.
— Não posso esperar mais, bebê. — Kyle podia ouvir o desespero na
voz de Oliver.
Kyle podia sentir a cabeça batendo em sua entrada e empurrou para
ela. Muito lentamente, Oliver introduziu a cabeça de seu grosso pau dentro
dele. Kyle sentiu a queimadura que se apoderou dele, então, quando Oliver
puxou de volta para fora, e mais uma vez o penetrou, a dor desapareceu para
ser substituída por puro prazer.
As estocadas de Oliver eram longas e lentas, totalmente no controle,
enquanto Kyle era uma espiral num túnel sinuoso de êxtase. Agarrou a mão de
Oliver que estava em seu peito e a segurou. Os quadris de Oliver aceleraram e
a seus pênis massageava sua próstata, quase o fazendo saltar fora da cama. O
aperto forte de Oliver sobre ele era a única coisa que o mantinha no lugar.
Seu pênis bateu contra seu estômago quando Oliver o penetrou com
mais força. Estendeu a mão para acariciar seu pênis a combinação de sua mão
o pênis duro de Oliver o tomando e seus dedos brincando com seus mamilos
empurraram Kyle mais perto do orgasmo.
À medida se moviam juntos, indo mais rápido, Kyle podia sentir com
nitidez seus dentes rasgando e sua pele se arrepiando com a sensação de seu
pêlo querendo brotar. Seus lábios puxaram para trás contra os dentes e um
baixo e estrondoso uivo brotou de sua garganta.
— Deus, amo os sons que você faz. — Oliver ofegou em seu pescoço.
— Goze para mim, bebê. Preciso o sentir gozar no meu pau.
Kyle agarrou seu pênis firme e ergueu o punho no ritmo de Oliver em
seu traseiro. Quatro estocadas mais tarde, gozou, gritando o nome de Oliver.
— É isso, Kyle. — Oliver resmungou e seu corpo ficou imóvel
enquanto calor inundava o canal de Kyle.
Quando Kyle flutuou de volta para baixo das nuvens, não podia
ignorar os gritos em seus ouvidos. Uma palavra, meu.
A necessidade de se virar e afundar seus dentes, profundamente, em
Oliver, em qualquer lugar em seu corpo, era esmagadora. Kyle respirou
profundamente e forçou os lábios para baixo, para cobrir os dentes. A cada
momento que passava, seu corpo voltava ao controle. A necessidade de mudar
e reivindicar Oliver aliviou e Kyle relaxou contra seu amante.
— Você é tão meu. Nunca o deixarei ir. — Oliver sussurrou as
palavras contra sua orelha e uma lágrima saltou dos olhos de Kyle.
O que estava acontecendo entre ele e Oliver era real. Não era apenas
algo casual. Foram feitos um para o outro. Podia senti-lo em seu coração e
alma. Oliver era seu companheiro.
Kyle começou a rolar quando uma batida soou na porta.
— Está esperando companhia? — Perguntou Oliver.
— Não que eu saiba. — Kyle franziu a testa na porta e outra batida
soou. — Bem, melhor ser quem é.
— Não, espere. — Oliver puxou Kyle volta para a cama. — Talvez se
ficarmos bem quietos, quem quer que seja vá embora.
— Posso ouvir vocês. — A voz de Landen flutuou através da porta. —
Estas paredes são finas como papel.
— Foda-se. — Oliver gemeu e caiu para trás em suas costas.
— Ah, querido. — Kyle deu uma suave risada e acariciou Oliver no
peito. — Deixe-me ver o que ele quer, ok? — Kyle pulou da cama e vestiu a
calça. O movimento causado fez o sêmen de Oliver escorrer de seu canal e
parar em sua cueca. Estremeceu com a sensação molhada e pegajosa. — Puxe
a calça para cima. — Kyle sussurrou enquanto estendia a mão para a
maçaneta da porta.
Oliver revirou os olhos quando puxou a calça, mas não saiu na cama.
— Ei, Landen. — Kyle cumprimentou o amigo. — O que o traz por
aqui?
— Sinto muito interromper. — Os olhos de Landen foram para Oliver
deitado na cama e para a aparência desgrenhada de Kyle. — Mas preciso te
pedir um favor.
— Claro. O quê?
— Bem, veja, o encanador não pode consertar a situação até amanhã
e sugeriu não limpar o chão até que conserte, apenas no caso de ter mais
problemas. — Landen desviou o olhar timidamente. — Então, queria saber se
poderia ficar com você por alguns dias. Vou dormir no chão e ficarei fora do
seu caminho, juro. — Landen levantou a mão direita no ar.
Antes que pudesse responder Oliver disse:
— Cara, realmente acha que eu estaria bem com você dormindo com
o meu namorado?
A cabeça de Kyle virou e ele olhou para Oliver.
— Namorado? — Um sorriso nos lábios. Era bom ouvir Oliver dizer.
— Sim, namorado. — Oliver sentou-se na cama e moveu-se para ficar
em pé. — Não tem um amigo com quem possa ficar? — Perguntou Landen.
— Sim, mas são bêbados e bagunceiros. — Explicou Landen. — Meu
amigo mais próximo, Zach, até poderia perguntar, mas ele fica com uma
garota diferente a cada noite. Nunca seria capaz de dormir ou fazer meus
trabalhos. Realmente me sinto como uma merda por perguntar, uma vez que
acabou de me conhecer, mas como disse anteriormente, você é a pessoa mais
normal que conheci desde que cheguei aqui. Prometo que vou ficar fora do seu
caminho.
— Claro. —Kyle respondeu sem hesitar.
— Obrigado, Kyle. É só por alguns dias. — Landen colocou sua
mochila e saco de dormir no canto do armário, então se sentou na cadeira em
frente à sua mesa.
— De jeito nenhum. — Oliver balançou a cabeça.
— Oliver, é só por alguns dias. — Kyle defendeu o caso de Landen.
Não queria que seu novo amigo tivesse que sofrer por ter que dividir um
quarto com alguém que não gostava.
— Entendo isso, mas ele não vai ficar aqui.
— Está tudo bem, Kyle. — Landen levantou-se e caminhou até onde
suas coisas estavam. — Vou pedir a Zach.
— Não, não vai. — Kyle disparou um olhar a Oliver. — Tenho uma
sugestão. — Oliver deu um tapinha no lugar ao lado dele para que Kyle se
sentasse. — Já que sou o namorado de Kyle, ficarei com ele. — Ele olhou para
Landen. — Pode ficar com minha cama. No meu quarto. Vamos ter que dividir
o banheiro. Tenho um companheiro de quarto, mas Levi é legal.
Kyle pensou que era muito generoso de Oliver e ficou emocionado de
saber que nos próximos dias, ele e Oliver iriam partilhar uma cama.
— Ah, cara, isso é incrível. — Landen sorriu. — Realmente, cara,
aprecio isso.
— Sem problemas. Pode ir em frente e se instalar, vou pegar algumas
roupas para trazer para cá.
Landen levantou-se, pegou seus pertences e saiu pela porta do
banheiro para o quarto de Oliver.
—Isso foi muito legal da sua parte, Oliver. — Kyle se inclinou para
beijar Oliver na bochecha.
— O que posso dizer? — Oliver deu de ombros. — Sou um cara legal.
Kyle começou a rir.
— Sim, você é, mas vamos ver o que Levi pensa de você, quando
souber que ofereceu sua cama a um completo estranho.
— Ele vai lidar com isso. — Oliver envolveu sua mão ao redor da
parte de trás do pescoço de Kyle e puxou-o mais perto para um beijo.
Kyle não ia discutir com Oliver. Claro, Levi poderia ser pego de
surpresa com seu novo companheiro de quarto, mas Kyle não poderia estar
mais feliz. Seus sentimentos por Oliver estavam ficando mais e mais fortes e
agora tinha que descobrir quando seria o momento aceitável para dizer ao
homem que amava que podia mudar para um lobo.
Capítulo 16
*****
Pelos próximos dias, Kyle estava realmente envolvido em sua nova
vida. Tinha Oliver em sua cama todas as noites e tinha se aproximado mais de
Levi e Landen. Todos eles, surpreendentemente, estavam se dando muito
bem. Claro, ainda havia vezes em que pegava Oliver olhando para Landen
como se quisesse arrancar a sua cabeça, mas achava que era por ciúme.
Kyle entendia por que Oliver se sentia assim. Landen era
excessivamente carinhoso, mesmo com Oliver e Levi. Dava abraços com
facilidade e parecia sentir sempre a necessidade de tocá-los quando estava por
perto. Não incomodava Kyle ver Landen abraçar Oliver ou lutar com ele, o que
tinha acontecido no final da tarde de quinta-feira. Uma vez que se recuperou
do choque de ver Landen enfrentar Oliver sobre a cama, realmente achava que
a cena parecia muito erótica.
—Não vai sair hoje à noite? — Kyle perguntou quando ouviu Landen
entrar na outra sala.
Nos últimos dias, notou que seu olfato tinha melhorado. Não sabia se
isso era um efeito colateral de encontrar seu companheiro, mas aceitava.
O cheiro de Landen era um pouco amadeirado, como pinheiros e
neve. Animava o lobo de Kyle, mas não entendia por que isso acontecia. Não
tinha quaisquer sentimentos românticos em relação a Landen, mas seu cheiro
era definitivamente diferente de Oliver e Levi.
— Não. — Landen atravessou o banheiro e encostou-se a parede. —
Tenho um jogo amanhã e não me sinto bem em ficar esgotado e ter que estar
em forma algumas horas depois. Prefiro ficar quieto. Landen olhou ao redor da
sala. — Onde está Oliver?
— Levi e ele tiveram que correr para a biblioteca para fazer alguma
pesquisa sobre um relatório em que estão trabalhando para a aula de civismo.
— Estudar em uma sexta-feira a noite? — Landen riu. — A vida de um
estudante universitário.
Conversaram por um pouco mais. Landen lhe informou que voltaria
para seu dormitório na segunda-feira. Todo o carpete nos quartos dele e seu
companheiro de quarto tiveram de ser substituído, juntamente com um novo
piso no banheiro.
Landen tinha acabado de dizer a Kyle sobre seu trabalho para a aula
de história, quando Oliver entrou pela porta do quarto.
— Oi, Oliver. — Landen se levantou de onde estava sentado na cama
de Kyle.
— Oi. — Oliver se inclinou para beijar o topo da testa de Kyle. Quando
ele se levantou, olhou para Landen. — O quê? Nenhuma festa hoje à noite? —
Ele perguntou com um sorriso.
— Cara! — Landen gemeu. — Nem todos os jogadores de futebol são
animais de festas. Ao contrário de alguns desses caras, quero me formar. Só
porque jogo bola na faculdade não significa que sou um desmiolado.
— Só estou brincando com você. — Oliver empurrou levemente
Landen no ombro. — E você cai o tempo todo.
— Estou pedindo uma pizza, idiotas. — Levi anunciou quando entrou
na sala.
— O que querem?
Quando a pizza chegou, todos se sentaram ao redor do quarto de
Kyle e assistiram a um filme enquanto comiam. Foi agradável e relaxante.
Quando Kyle se cansou, deitou na cama e Oliver se aconchegou atrás dele.
— Tudo bem, é a nossa deixa para encerrar a noite. — Landen e Levi
se levantaram.
— Quando se tornam melosos, estamos fora daqui. — Levi bateu a
mão na barriga de Landen. — Vamos lá, cara. Vou chutar o seu traseiro em
Call of Duty2.
— Pode tentar, mano. — Landen seguiu Levi para o banheiro. — Ah,
antes que me esqueça. — Landen virou-se para o quarto. — Vocês ainda irão
amanhã à noite, certo?
Kyle quase esqueceu que tinha concordado em ir assistir ao jogo de
Landen.
— Sim, estaremos lá.
— Legal!
— Você gosta de futebol? — Perguntou Oliver uma vez que Landen
havia deixado o quarto.
— Não, realmente, mas Landen quer que vamos. — Kyle olhou por
cima do ombro para seu namorado. — Acho que para alguém que é tão
popular quanto Landen, ele se sente muito sozinho. É triste.
— Então, o quê? — Oliver correu um dedo para o lado do rosto de
Kyle. — Fez sua a missão de cuidar do menino grande?
— Talvez. — Kyle rolou o resto do caminho para enfrentar Oliver. —
Isso te incomoda?
— Não. — Oliver roçou os lábios sobre Kyle. — Porque sou o único em
sua cama no final do dia. Sou o único que consegue o segurar em meus braços
todas as noites. Você é meu, Kyle Argent.
O coração de Kyle inchava no peito cada vez que ele ouvia Oliver
chamá-lo de seu. Sentia-se querido e amado. Haviam se unido mais nos
últimos dias e estava pensando seriamente em contar a Oliver seu segredo,
mas o medo do desconhecido o segurava.
Kyle tinha chamado Ian mais algumas vezes desde a sua última
conversa e ele tinha certeza de que Kyle e Oliver eram, de fato, companheiros,
ele sentia a atração. E Kyle não sabia se Oliver sentia, mas ainda assim, não
estava disposto a acabar com a única coisa boa que tinha. Talvez pudesse
viver toda a sua vida sem nunca ter que dizer a verdade a Oliver.
2
Jogo de videogame.
— Você quer dizer isso? — Kyle esfregou o nariz ao longo do rosto de
Oliver, respirando seu perfume masculino.
— Claro que eu quero. — Oliver colocou um dedo sob o queixo de
Kyle e ergueu a face para cima. — Qual é o problema, querido?
— Nenhum. — Kyle enterrou o rosto no pescoço de Oliver. — Só não
quero que isso acabe. — Admitiu seu medo mais profundo.
— Quem disse que acabará? — Oliver tentou fazer Kyle o olhar.
Quando suas tentativas falharam Oliver empurrou-o em suas costas e montou
seus quadris. — Kyle, olhe para mim. — Kyle lentamente levantou os olhos
para encontrar Oliver. — Espero que o que estou preste a dizer não te assuste
e o faça fugir de mim, mas, caramba, Kyle, quero você durante o tempo que
me deixar o ter. — Oliver soltou uma risada nervosa. — Sei que acabamos de
nos conhecer, mas para mim, é isso.
— Sério? — Lágrimas queimaram na parte de trás de seus olhos, e
sabia que essa era sua chance de dizer a Oliver a verdade, para lhe dar a
chance de mudar de ideia, mas não podia fazê-lo. Não podia arriscar perder
esse homem por quem tinha se apaixonado. Mesmo que não fossem
companheiros, Kyle nunca iria deixar Oliver.
— Sim, é verdade. — Oliver cobriu os lábios de Kyle e beijou-o
suavemente.
Kyle envolveu seus braços ao redor do pescoço de Oliver e o puxou
para mais perto. Enfiou a língua mais fundo na boca de Oliver, e uma enorme
necessidade de assumir o controle e mostrar a Oliver o quanto significava para
ele, atingiu Kyle.
Puxou a camisa de Oliver e quebrou o beijo para lamber o corpo de
Oliver. Brincou com os pequenos mamilos duros até que tivesse Oliver
gemendo sob dele. Raspou as unhas para baixo do lado de Oliver quando se
moveu para seu alvo.
O pau duro de Oliver pressionava contra o zíper da calça jeans e Kyle
sentiu a espessura, soprando ar quente nele.
— Kyle... — Oliver gemeu.
Kyle sentou-se sobre os joelhos, desabotoou a calça jeans de Oliver e
puxou o zíper para baixo. Agarrou pela cintura e puxou a calça e a boxer para
baixo. Oliver ergueu os quadris para ajudá-lo.
O pau saltou livre e Kyle mergulhou na carne aquecida. Lambeu a
parte inferior todo o caminho até a cabeça inchada. Uma gota de prazer vazou
da fenda na ponta e Kyle lambeu-a fora. Cantarolava com o sabor salgado.
Lambeu de volta para baixo e as bolas penduradas de Oliver.
— Vamos lá, bebê, pare de me provocar. — As mãos de Oliver vieram
para prender os lados da cabeça de Kyle. — Por favor.
Adorava quando Oliver implorava. Depois de fazer Oliver sofrer com
uma série de beijos provocantes, entreabriu os lábios e tomou Oliver dentro de
sua boca. Dar boquetes ainda era muito novo para ele e não podia tomar
Oliver profundamente. Lambeu a coroa e apontou a língua para a pequena
fenda na ponta, tomando o sêmen.
Depois de mais alguns beijos e sucções, levou Oliver para dentro até
que seu reflexo de vômito obrigou-o a parar. Usou a mão para bombear cima e
para baixo sobre o restante. Os dedos de Oliver seguravam firme a cabeça de
Kyle e sorriu ao redor do eixo grosso na boca.
— Bebê, pare por aqui. — Oliver bateu Kyle no ombro. — Quero que
gozemos juntos. — Kyle sentou e Oliver sorriu para ele.
— Preciso de uma amostra do seu molho especial.
— Molho especial? — Kyle começou a rir. — Nunca ouvi chamarem
disso antes.
— Nunca tinha chamado antes assim, mas gosto de ouvir você rir. —
Oliver sentou-se, os músculos do estômago tensos. — Agora balance seu
traseiro para cá.
Kyle puxou a calça para baixo e posicionou seu corpo para que sua
virilha pairasse sobre a face de Oliver. Moveu-se para descansar o seu peso
sobre os cotovelos até que seu olho nivelou com eixo rígido de Oliver.
Empurrou de surpresa e prazer quando Oliver puxou seu pênis em
sua boca. Seus lábios se separaram e um gemido quase inaudível passou por
eles. Kyle tomou algumas respirações profundas, suas coxas tremendo ao
sentir a boca molhada de Oliver sugando-o profundamente.
Kyle abriu a boca e começou a balançar a cabeça para cima e para
baixo no pênis de Oliver. Ficou maravilhado com a dureza suave, a carne
aveludada. Cantarolou sua fome e os dedos de Oliver cavaram em suas
nádegas, forçando Kyle para frente até que seu pau foi estava enterrado todo
até a garganta de Oliver. Kyle se perguntou como poderia fazer isso. Não era
enorme, mas tinha uns bons 17cm que Oliver poderia tomar sem perder um
pedacinho sequer.
Os movimentos de Oliver aceleraram e Kyle colocou mais energia em
seus esforços. Oliver inclinou a perna direita para descansar o pé sobre a cama
e arqueou seus quadris suavemente na boca de Kyle. A cama rangia enquanto
se moviam em sincronia um com o outro.
Um forte pulso elétrico correu pela espinha de Kyle e sabia que
estava perdido. A pressão rítmica e molhada da sucção o levou mais alto até
que derramou seu gozo pegajoso na garganta de Oliver.
Estrelas explodiram por trás de suas pálpebras cerradas enquanto
cavalgava as ondas de seu prazer, até que não tinha mais nada para dar. Sua
boca só parou por um momento, mas Kyle dobrou sua atenção para pau duro
de Oliver e acariciou suas bolas até que seu amante grunhiu e encheu sua
boca seu sêmen quente.
Kyle caiu em cima do corpo de Oliver, a cabeça enterrada na dobra
da coxa e pênis. Deu algumas respirações profundas, amando o cheiro de
corpo suado de Oliver.
— Ei, Kyle. — Oliver bateu um dedo na sua nádega. — Vai ter de se
mover. — Uma rajada de ar de riso de Oliver fez arrepios percorrerem seu
corpo. — Seria muito constrangedor ter que explicar que sufocou seu
namorado com o pau.
Kyle riu e rolou para o lado. Passou a mão para cima e para baixo a
perna esquerda de Oliver. Sentiu o corpo de Oliver ficar tenso quando sua mão
correu a prótese de metal, mas não parou. A perna de Oliver não o
incomodava e Oliver disse vezes o suficiente para que não se importava com o
que as pessoas pensavam dele, mas sempre ficava tenso quando Kyle o tocava
e nunca usava bermudas. Mesmo com noventa graus o homem usaria jeans ou
calças soltas. Sentiu como se seu amante estivesse se escondendo e não podia
ver por que faria isso. Oliver era um homem forte, que deveria estar orgulhoso
de si mesmo.
— Por que faz isso? — As palavras saíram de sua boca antes que
pudesse pensar melhor. Não queria perturbar ou pressionar Oliver sobre isso,
mas queria que o homem por quem tinha se apaixonado soubesse que isto não
o incomodava. Não sentia nojo ou repulsa por ele.
— Fazer o quê? — Oliver tentou rolar.
Kyle sentou-se sobre as coxas de Oliver.
— Ficar todo tenso quando toco a sua perna? Sabe que não me
incomoda, não é?
— Pode não incomodá-lo, mas talvez me incomode. — O queixo de
Oliver apertou e Kyle podia sentir suas mãos fechadas em punhos em seus
lados.
— Bem, não deveria. — Kyle passou os dedos sobre o peito de Oliver,
absorvendo seu calor. — É um dos caras mais bonitos no campus. Perna ou
não, não muda isso ou o fato de que sou completa e loucamente apaixonado
por você.
Os olhos de Oliver arregalaram-se com as palavras de Kyle. A
garganta de Kyle ficou seca e sua boca abriu e fechou, mas as palavras não
saíam. Não tinha a intenção de deixar seus sentimentos escaparem, mas já era
tarde demais para voltar atrás. E não queria.
— Está apaixonado por mim? — Perguntou Oliver. Ele sentou-se e
passou os braços ao redor da cintura de Kyle, impedindo-o de fugir.
— Eu... Eu... — As mãos de Kyle moviam-se para cima e para baixo
numa tentativa de ajudar a explicar o que disse. Mas, então, bateu nele. Por
que deveria negar o que sentia? Só viveria uma vez e queria viver o resto de
sua vida com este homem insanamente irritante. — Sim! Sim, estou. — Kyle
pensou que era hora de, finalmente, admitir.
— Mesmo com minha atitude ruim e tendência a julgar rápido os
outros? — Oliver levantou uma sobrancelha. — E com a falta de uma perna,
ainda me quer?
— Com certeza, os dois primeiros que me deixam louco, mas posso
aprender a viver com isso, e o terceiro? — Kyle pousou as palmas das mãos
nos lados do rosto de Oliver. — Realmente acha que me importo se perdeu
uma perna? Poderia ter perdido as duas e ainda te amaria. — Kyle sorriu para
Oliver e deu um beijo suave em seus lábios. — Como você disse
anteriormente, você é meu, Oliver Johnson, e não há como mudar isso.
Oliver puxou Kyle mais perto e beijou-o profundamente, roubando a
respiração dos seus pulmões. A sensação de calor espalhou-se a partir de seu
coração para todo o corpo, formigando cada terminação nervosa. Era assim
que o verdadeiro amor era.
— Acho que é uma coisa boa, termos este entendimento entre nós. —
Oliver sorriu.
— Sim, é. — Kyle sabia que esta era a sua oportunidade de dizer a
verdade a Oliver, mas simplesmente não conseguia. Este momento era
perfeito demais para deixar algo estragar tudo. — Agora que está tudo
resolvido, vamos às compras.
— Compras? De quê?
— Bermudas. — Kyle descansou sua testa contra Oliver. — Quero ver
o meu namorado sexy em shorts para que possa admirar suas pernas fortes e
muito atraentes.
— Kyle... — Oliver revirou os olhos, em seguida, deslocou-se para
colocar Kyle ao lado dele. — Primeiro, odeio fazer compras, e, segundo,
preciso trabalhar nesta coisa de vestir bermudas.
— Por mim tudo bem. — Kyle aconchegou-se mais. — Contanto que
perceba que a falta de uma perna não significa nada para mim. Na verdade,
gosto do metal. Faz-me sentir como se estivesse dormindo com o
Exterminador.
— Querido senhor, você tem uma coisa pelo Arnold Schwarzenegger?
— O rosto de Oliver enrugou como se provasse algo azedo.
— Não necessariamente, mas ele tem um corpo quente. — Kyle
abraçou Oliver apertado quando disse: — Só quero que saiba que te amo pelo
que tem aqui. — Estendeu a mão sobre o coração de Oliver. — Não pelo que
está do lado de fora.
— Eu também te amo, Kyle. — Oliver deu-lhe um beijo rápido. —
Mesmo que tenha gosto ruim para amigos.
— Seu filho da puta. — Kyle pulou em cima de Oliver e fez cócegas
debaixo dos seus braços.
Riram até que estavam fora do ar e Kyle caiu de volta para o corpo
de Oliver. Depois de alguns minutos, terminaram de tirar suas roupas e se
arrastaram sob os lençóis. Kyle se permitiu ser seduzido para dormir com o
calor reconfortante de Oliver.
Capítulo 17
*****
— Outro corpo foi encontrado no lixo atrás do nosso dormitório. —
Oliver caminhou o mais rápido que podia, esquivando-se dos alunos a cada
centímetro do caminho.
— O nosso dormitório? — Levi parecia chocado. — Foi... — A voz de
Levi parou e olhou em volta para todas as pessoas em pé. — Um ataque de
lobo?
— Sim. O detetive Stanton disse que é um sangrento, também.
A multidão gritava quando saíram do estádio. Oliver ergueu a voz
acima de um sussurro, agora que estavam livres de quaisquer ouvidos
escutando.
— Estudante masculino e, de acordo com Stanton, se não fosse pela
identificação com foto, nem mesmo seria capaz de dizer muito. O rosto do
rapaz estava desfiado até o osso.
— Oh, isso soa desagradável. — Levi estremeceu. — Qual é o
problema com esses ataques? Quero dizer, todos têm sido tão cruéis. O que
há, cara?
— Não tenho ideia amigo, mas é preciso colocar um fim nisso.
Stanton não pode manter isso em segredo por muito tempo antes da imprensa
descobrir.
Oliver podia imaginar o estardalhaço que os repórteres fariam com
isso. Ataques de animais num campus universitário. Era como um enredo para
um filme de terror ruim.
Antes de chegarem ao dormitório, Oliver podia ver as luzes piscando
das viaturas policiais. Caminharam até os fundos e foram procurar por
Stanton.
— Odeio dizer isso, meninos, mas estes ataques parecem pessoais. —
Acenou para o corpo coberto.
Stanton puxou o lençol para expor o rosto mutilado da última vítima.
O pobre garoto não teve a menor chance. Oliver só rezava que a garganta do
garoto tivesse sido arrancada antes que o lobo rasgasse seu rosto. A
mandíbula da vítima estava pendurada num ângulo estranho e o osso branco
brilhava através do sangue e músculos.
— Stanton, procuramos qualquer possível conexão entre as outras
duas vítimas e nada apareceu. Nenhuma aula compartilhada, nenhuma
conexão namorado-namorada, ou amigos que compartilhavam. — Levi ergueu
as mãos para o ar. — Essas pessoas não têm uma linha que conduz na mesma
direção. Eram todos estranhos.
— E estou disposto a apostar que o mesmo vale para esse cara. —
Oliver se afastou do corpo. Tinha visto algumas coisas muito perturbadoras em
sua vida, mas isso tinha que ser a pior.
— De qualquer forma, meninos, precisamos encontrar essa coisa e
colocar um fim ao seu reinado de terror. — Stanton cruzou os braços sobre o
peito. — E quero dizer o mais rápido possível. Uma bala na cabeça seria o
ideal.
— Ei, Oliver, olhe para isto. — Levi acenou para ele em direção à
calçada. Um rastro de gotas de sangue estava espalhado no chão. — Leva para
a floresta.
Oliver olhou para a vegetação densa que estava por trás de seu
dormitório.
— A pista de caminhada vai até aqui. Talvez o lobo tenha saído por
aqui.
— Meninos, sei que Roderick disse que vocês dois são alguns dos seus
melhores caçadores, mas não deveriam pelo menos ter uma arma ou algo para
proteger a si mesmos? — Stanton olhou entre Oliver e Levi.
— Detetive Stanton, estamos sempre preparados. — Oliver se inclinou
para puxar para cima a perna da calça de sua perna direita, expondo a arma
no coldre em sua panturrilha. Levi fez o mesmo.
— Ok, então. — Vou manter impedir qualquer policial de ir para a
floresta. — Stanton acenou com a cabeça. — Feliz caçada, rapazes. Odeio dizer
isso, mas espero que o encontrem e matem.
— Também esperamos. — Oliver apertou a mão de Stanton seguindo
Levi entre as árvores.
Levi tinha uma pequena lanterna que havia ligado a suas chaves e
iluminou o chão, à procura de mais manchas de sangue. Caminham pela trilha
pavimentada e encontraram mais sangue no chão.
— Acho que vamos para uma caminhada. — Levi o cutucou no ombro.
— Então, vamos. — Oliver puxou sua 9 milímetros do coldre e virou-
se para dar ao lado direito das árvores escuras sua atenção, enquanto Levi
cuidava do esquerdo. Parecia mais calmo do que o habitual por aqui. Nem
mesmo os grilos davam um pio. Os cabelos na parte de trás do pescoço de
Oliver se levantaram. Não estavam sozinhos.
Capítulo 18
Capítulo 20
Capítulo 21
FIM