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CLASSE, PARTIDO E DIREÇÃO

POR QUE O PROLETARIADO ESPANHOL FOI DERROTADO?


QUESTOES DE TEORIA MARXISTA
Agosto de 1940

PodemoS medir 0 retrocesso que atravessa neste momento o movimento operá-

rio não apenas pela situação das organizações de massas, mas também estudando
os reagrupamentos ideológicos em curso e as indagações teóricas nas quais tantos
grupos estão engajados. Em Paris, publicou-se a revista Que Fuire? [Que fazer?].
que por alguma razão se considera marxista, mas que na realidade permanece
completamente dentro do quadro do empirismo dos intelectuais burgueses de
esquerda, e daqueles trabalhadores isolados que assimilaram todos os víicios dos
intelectuais.
Da mesma forma que todos os
grupos deficientes de unma base científica, sem
um
programa e sem
qualquer tradição, essa pequena revista tentou se agarrar à
cauda do POUM, que parecia oferecer às massas o caminho mais
curto para a vi
tória. Mas o resultado desses laços com a
Revolução Espanhola parece à primeira
vista inteiramente
inesperado, e a revista não avançou, mas, pelo contrário, retro-
cedeu. De fato, isto está inteiramente na natureza
das coisas. As
o conservadorismo pequeno contradições entre
burguês e as necessidades da revolução proletária de-
senvolveram-se ao extremo. Nada mais natural que os defensores e os
da política do POUM tenham sido intérpretes
quanto no campo teórico.
lançados para trás tanto no campo politico
A revista Que Faire? não tem por si mesma
nenhuma importância. Mas é de in-
teresse sintomático. Aí está a razão pela
qual consideramos relevante nos determos
na
aprecação que essa revistafaz das causas do colapso da
na medida em
Revoluço Espanhola,
que revela muito graficamente as características fundamentais
ra dominantes no flanco ago-
esquerdo do pseudomarx1smo.
Que Faire? explica

Oneçamos com uma citação literal da crítica ao panfleto A Espanha Truda,


escrita pelo nosso camarada Casanova:
eaevolução foi esmagada?" *"Porque", responde o autor |Casanova|. "o Partido
Omunista conduziu uma política equivocada que infelizmente foi seguida pelas hssas
arias". Mas por que, por todos os diabos, as massas revolucionarias que aban-
Seus antigos dirigentes se reuniram em torno da bandeira do Partilo &ou-
P O r q u e não existia um partido genuinanente revolucionário". E-nos apresenta-
a t u a tautologia pura. Uma política errada seguida pelas massas, um partido m a n r o ,

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LEON TROTSKI

sociais (imaturidade da classe


oué uma manifestação de uma certa disposição das forças
deve ser explicada a partir
trabalhadora, falta de independência do campesinato) que
dos fatos, apresentados, entre outros, pelo próprio
Casanova; ou é produto das ações de
indivíduos nmaliciosos ou grupos de indivíduos, ações que
não correspondem aos
certos
de "indivíduos sinceros", os únicos capazes de salvar a revolução. Depois de de-
esforços
senvolver superficialmente a primeira hipótese - marxista -, Casanova toma a segunda.
derrota é o
Somos conduzidos pelo domínio da pura demonologia; responsável pela
o
chefe dos demônios, Stalin, apoiado pelos anarquistas e por todos os outros pequenos

à Espanha um Lênin ou
demônios; Deus dos revolucionários infelizmente não enviou
o
um Trotski como o fez para a Rússia em 1917.

acontece quando se tenta a todo custo


A conclusão aque chega é: "Isso é o que
encaixar os fatos dentro de uma ortodoxia cristalizada".
Essa arrogância teórica chega a ser impressionante, pois é
difícil imaginar como
u m número tão grande de banalidades, vulgaridades
e erros podem ser concen-

trados em tão poucas linhas. O autor da citação acima evita fornecer qualquer tipo
ele se contenta em dizer
de explicação sobre a derrota da Revolução Espanhola:
como a "condição das forças
so-
que temos que buscar explicações mais profundas,
do bolchevismo
ciais". A falta de qualquer explicação não é acidental. Esses críticos
nada sólido
são todos covardes teóricos, pela simples razão de que não possuem
fazem malabaris-
sob os seus pés. A fim de não revelarem sua própria bancarrota,
redor das dos outros. Limitam-se a
mos com os tatos e se esgueiram ao opiniðes
tivessem tempo de delinear toda
insinuações pensamentos parciais como se não
e
Sua arrogncia é a
a sua sabedoria. Na realidade, não possuem sabedoria alguma.
matéria bruta de seu charlatanismo intelectual.
Analisemos passo a passo as insinuações e os pensamentos parciais de nosso au-

tor. De acordo com ele, uma política errada das massas pode ser explicada apenas

na medida em que "manifesta uma


determinada condição das forças sociais," isto
é, a "imaturidade da classe operária" e a "falta de independência do campesinato".
não poderia encontrar uma mais vul-
Qualquer um que procurasse por tautologias
das massas" é explicada pela "imaturidade" das massas?
gar. Uma "política errada
Mas, o que é a "imaturidade" das massas? Obviamente, sua predisposição a seguir
uma política errada. Mas qual era a política errada? De onde partia essa política?
Das massas ou da direção? Nosso autor não diz nada a respeito.
Por meio de uma tautologia, ele descarrega a responsabilidade nas costas das
massas. Esse truque clássico de todos os traidores, desertores e de seus advo sados
é especialmente revoltante quando estamos falando do proletariado espanhol.

A sofistica dos traidores

Emjulho de 1936- para não nos referirnmos a um período anterior- os operári«


espanhóis repeliram o golpe dos oficiais que tinha sido organizado sob a proteção
da Frente Popular. As massas improvisaram milícias e criaram comitês operários, Os

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A REVOLUÇ ESPANHO

ac de sua futura ditadura. AS


a da auxiliaram a burguesia aOrganizaçoes dirigentes do
outro
Lc ODerários à propriedade
destruir esses
comitês, proletariado, por
a
liquidar os assaltos
ando da burguesia, comoprivada,
e a
subordinar as
milícias
POUM, além disso, operárias ao
sumindo responsabilid participando
direta por esse trabalho da contrarrevoluço.
do governoe
governo e
Oal o sentido da
e "imaturidade do
proletariado nesse caso? Evidentemente
a despeitoda correta linha
política escolhida pelas
am incapazes de esmagar a coalizao
dos
massas, elas fo-
POUM com a burguesia. socialistas, stalinistas, anarquistas e do
Essa peça sofística
toma como seu
ceito de uma forma de maturidade ponto de partida o
das massas à base da qual deixariam de
absoluta, isto é, uma
condição perfeita
que isso, seriam capazes de ser
requerer uma
direção correta, e mais do
trunfantes contra sua
não pode haver tal maturidade. própria direção. Não há e
Mas por que -

perguntam nossos sábios


operários que demonstraram
os
-

um instinto revolucionário tão correto e


qualidades de combate tão
submeteram a uma direço traidora? Nossa resposta é: nunca houve elevadas se
tal submis-
são. Em todos os momentos, a linha de dos
ação operários separou-se em deter-
minado ångulo
da linha de ação da direção. E nos momentos mais críticos esse
ângulo era de 180 A
graus. direção então, direta ou indiretamente, corroborou
para submeter os operários pela força armada.
Em maio de 1937, os
operários da Catalunha ergueram-se não apenas sem
sua própria direço, mas também contra ela. Os dirigentes anarquistas patéti- -

cos e
desprezíveis burgueses mascarados baratamente de revolucionários repe- -

tiram centenas de vezes em sua


imprensa que se a CNT ivesse desejado tomar
o
poder e ter instaurado sua ditadura
maio, poderia tê-lo feito sem qualquer
em

dificuldade. Dessa vez os dirigentes anarquistas dizem a mais pura verdade.


A direção do POUM arrastou-se verdadeiramente detrás da CNT, apenas co-
brindo sua política com uma fraseologia diferente. Foi graças a isso, e apenas a
ISsO, que a burguesia teve êxito em trucidar a insurreição de maio desse proleta-
riado "imaturo".
Não se entende nada das relações entre a classe e o partido, entre as massas
COS dirigentes, para repetir a declaração oca de que as massas espanholas me-
ldmente seguiram sua direção. A única coisa que pode ser dita é que as massas,
caminho correto, esbarraranm em um
ue Duscaram a todo o momento abrir um
no próprio calor da
laculo que era superior as suas próprias forças: produzir
dina, uma nova direção que correspondesse às exigências da revoluç 0.
as diversas
Stamos diante de profundamente dinåmico, em que
um processo
ou varios setores
revolução se sucedem rapidamente, em que direçãoclasse e nossos sa-
a
pas da
do inimigo de
Ca0 desertam rapidamente para o lado
estática: por que a classe operara
Se
engajam em uma discussão puramente
como um todo má direção?
seguiu uma

269
LEON TROTSKI

A abordagem dialética
evolucionista e liberal da
concepção
velho ditado que reflete
a
Existe um revela que
merece. A
história, entretanto,
história: cada tem o governo que
povo r e l a t i v a m e n t e breve, pode
ter governos
c u r s o de u m tempo
um povo, n o
mesmo
etc.) e, além do mais, que
a

Itália, Alemanha, Espanha


muito diferentes (Rússia, em uma mesma direção:
maneira alguma
Ordem desses governos
não segue de
evolucionistas liberais.
os
à liberdade, como imaginavam
do despotismo classes hostis, e estas, por
s u a vez,
é composto por
segredo, é que
u m povo
e que têm dife-
vezes antagönicas
camadas diferentes e por
são compostas por intluência de outros povos
Além do mais, todo povo cai sob a
rentes orientações.
formados por classes.
que são igualmente sistemático da
"maturidade" de
o crescimento
Os governos não expressam classes e diferentes cama
são o produto da
luta entre diferentes
u m "povo", m a s
e x t e r n a s - alianças,
classe finalmente, da ação das forças
das de u m a m e s m a e,
acrescentado que u m gover
diante. A isso deve ser
conflitos, guerras, e assim por dee
estabelecido, pode durar nmuito mais que a relação
tenha s e
no, u m a vez que as
E precisamente dessa contradição histórica que surgem
forças que produziu.
o
contrarrevoluções etc.
revoluções, golpes de Estado, da di-
dialética é necessária para lidar c o m a questão
A m e s m a abordagem
nossos sábios
aceitam tacitamente o
de u m a classe. Imitando os liberais,
reção
classe tem a direção que merece.
axioma de que toda mero "reflexo" de uma
no é de forma alguma u m
Na realidade, a direção
criadora. Uma direção é forja-
classe ou um produto de sua própria potência diferentes
classes o u n a fricção de
de embates entre diferentes
da noprocesso a direção
determinada classe. Uma vez tendo surgido,
camadas dentro de u m a
torna-se predisposta à pressão
acima de s u a classe e daí
eleva-se invariavelmente
"tolerar" por u m longo tem-
e influência de
outras classes. O proletariado pode
interna, m a s
tenha sofrido u m a completa degeneração
po uma direção que já em grandes
de expressar essa degeneração
ainda a oportunidade
que não teve
acontecimentos. a
necessária para revelar profundamente
convulsão histórica é
Uma grande convulsões históricas mais poderosas
entre a direção e a classe. As
contradição a classe operária
Precisamente por essa razão que
são as guerras e as revoluções.
Mas m e s m o
é pega trequentemente de surpresa pela
guerra e pela revolução.
revelou sua corrupção interna, a
classe não
nos casos e m que a velha direção
nova especialmente se não herdou
direção,
pode improvisar inmediatamente
uma

revolucionários capazes de aproveitar o co-


do período anterior fortes quadros
lapso do velho partido dirigente.
dialética e não escolástica das
interpretação marxista, isto é, a interpretaço
A
sofística
relações entre uma classe e sua direço, não
deixa pedra sobre pedra da
legalista de nosso autor.

270
A REVOLUÇÃO ESPANHOLA

amadureceram os operários russosS


Como

Cebe a maturidade do
proletariado
tO durante uma revoluçao a ConscienCiacomo
algo puramente estático. En-
de uma classe é
elemento mais o
námico do processo, aeteminando diretamente o curso da revolução.
ellem janeiro de 1917 Ou mesmo em março, após a derrubada do Seria pos-
Cnecer uma resposta a questao de se o proletariado russo tinha czarismo.
uficientemente para a conquista do poder em oito ou nove meses? "amadurecido"
classe operária era àquela época extremamente
A
heterogênea, social e politi-
camente. Durante a guerra, tinha se renovado de 30-40% a
partir da entrada das
Eleiras da pequena burgues1a, frequentemente reacionária, de
camponeses atrasa-
dos. de mulheres e jovens. O Partido
Bolchevique, março de l917, era seguido
em

Dor uma minoria insignificante da classe operária e, além do


mais, havia discór-
dias dentro do próprio partido. A esmagadora maioria dos operários
apoiavam
mencheviques e os "socialistas-revolucionários" isto é, os socialpatriotas
os
conserva-
dores. A situação do exército e do campesinato era ainda mais desfavorável. Deve-
mos acrescentar a isso o baixo nível cultural do a falta de
país, experiência política
das mais amplas camadas do proletariado, especialmente nas províncias, sem falar
nos camponeses e soldados.
Quais eram a vantagens do bolchevismo? No início da revolução apenas Lênin
tinha uma concepção revolucionária clara e elaborada nos mais mínimos detalhes.
Os quadros russos do partido estavam dispersos
desorientados. Mas estes tinham
e

autoridade entre os operários avançados, e Lênin tinha grande autoridade entre


os quadros do partido. A concepção política de Lênin correspondia ao real desen-
volvimento da revolução, e era ajustada a cada novo acontecimento. Essas vanta-
gens atuaram perfeitamente em uma situaço revolucionária, isto é, em condições
de uma luta encarniçada de classes. O
partido rapidamente alinhou sua política
para que correspondesse à concepçâão de Lênin; isto é, para que correspondesse ao
da revolução. Graças a isso, encontrou o firme apoio de dezenas
verdadeiro curso
de milhares de operários avançados. Em poucos meses, baseando-se no desenvol-
Vimento da revolução, o partido foi capaz de covencer a maioria dos operários da
Justeza de suas consignas. Essa maioria, organizada em sovietes, foi capaz por sua
vez de atrair os
soldados e os camponeses.
Como pode um processo tão dinâmico e dialético ser encerrado por uma fór-
mula sobre a maturidade ou imaturidade do proletariado? Um fator colossal na

maturidade do proletariado russo em fevereiro março de 1917 foi Lênin. Ele


ou

ao caiu dos céus. Ele personificava a tradição revolucionária da classe operara.


Pan de Lênin achassem caminho dentre as massas, quadros
a s consignas seu

reduzidos no início. Os quadros


u e existir, mesmo que numericamente
baseada e m toda a experi-
A nciau e ter confiança na direção, u m a confiança ignOrar
passado. Apagar esses elementos dos cálculos é simplesmente
a
de
Oução viva, substitui-la p o r u m a abstração, a "relação forças porqueo

271
LEON TROTSKI

desenvolvimento da revolução consiste precisamente na incessante e rápida mu-


dança na relação de forças sob o impacto das mudanças na consciência do prole-
tariado, na atração que as camadas avançadas exercem sobre as mais atrasadas, na
contiança crescente da classe em sua própria força. A Corrente vital nesse processo
é o partido, assim como a corrente vital do partido é a sua direção. O papel e a
responsabilidade da direção em uma época revolucionária são colossais.

A relatividade da "maturidade"

A vitória de Outubro é uma séria prova da "maturidade" do proletariado. Mas


essa maturidade é relativa. Alguns anos depois, exatamente o mesmo proletariado
permitu que a revolução fosse estrangulada pela burocracia que surgiu de suas
próprias fileiras. A vitória não é o fruto maduro da "maturidade" do proletariado.
A vitória é uma tarefa
estratégica.
E necessário utilizar as condições favoráveis de uma crise revolucionária a fim
de mobilizar as massas; tomando como ponto de partida um dado grau de sua
"maturidade", é necessário empurrá-las adiante, fazê-las compreenderem que o
inimigo não é onipotente, que ele está rachado por suas contradições, que reina o
pânico por trás da fachada imponente.
Tivesse o Partido Bolchevique falhado em conduzir esse trabalho, não poderia
nem mesmo falar sobre a vitória da revolução proletária. Os sovietes teriam sido
esmagados pela contrarrevolução, e os pequenos sábios de todos os países teriam
escrito artigos e livros inteiros na tônica de que somente os visionários mais de
sarraigados poderiam sonhar na Rússia com a ditadura de um proletariado tão
pequeno numericamente e tão imaturo.

O papel auxiliar dos camponeses


Igualmente abstrata, pedante e falsa é a referência à "falta de independéncia"
do campesinato. Quando e onde nosso sábio alguma vez já observou, na socieda-
de capitalista, um campesinato com um programa revolucionário
independente
ou a capacidade para uma iniciativa revolucionária
independente? O campesina
to pode desempenhar um papel grandios0 na
revolução, mas somente um papel
auxiliar.Em várias circunstäncias, Os camponeses espanhóis atuaram audazmente
e lutaram corajosamente. Mas para levantar toda a massa de
camponeses, o pro
letariado tinha de dar o
exemplo de uma
insurreição decisiva contra a burguesia
inspirando Os camponeses possibilidade
na
revolucionária do próprio proletariado foi
da vitória. Ao invés disso, a iniciativa
paralisada a cada passo por suas
pr
prias organizaçóes.
A "imaturidade" do proletariado, a "falta de
independência" do campesinato
não são fatores decisivos nem fatores fundamentais nos acontecimentos históricos.
Oque sustenta a consciência das classes são as próprias classes, sua força numérica,

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A REVOLUÇÃO ESPANHOLA

na vida económica.que sustenta as classes é um sistema específico de


O
seu pape
que éé determinado por
sua vez pelo nível de desenvolvimento das
produçae
forças
Por que então não dizer que a derrota do proletariado espanhol foi
rodutivas.
baixo nível de tecnologia?
determinada pelo
personalidade
O papel da
Nosso autor substitui o condicionamento dialético do processo histórico pelo
determinismo mecanicista. Daí a zombaria barata sobre o papel dos indivíduos
hons e maus. A história é um processo de luta de classes. Mas as classes não fa-
rem sentir
todo o seu peso automática e simultaneamente. No processo de luta
as classes criam diferentes órgãos, que desempenhamn um papel importante e in-
devendente e est o sujeitos a deformações. E é isso que nos fornece a base para
entender o papel das personalidades na história. Existem naturalmente grandes
causas objetivas que criaram o domínio autocrático de Hitler, mas apenas estúpi-
dos pedantes e obtusos professores do "determinismo" poderiam negar hoje o pa-
pel histórico desempenhado pelo próprio Hitler. A chegada de Lênin a Petrogrado
em 3 de abril de 1917 girou o Partido Bolchevique a tempo, habilitando o partido
a levar a revolução à vitória.
Nossos sábios poderiam dizer que, tivesse Lênin morrido no exterior no come-
co de 1917, a Revolução de Outubro teria acontecido "da mesma maneira". Mas
isso não é verdade. Lênin representava um dos elementos vivos do processo his-
tórico. Ele personificava a experiência e a perspicácia do setor mais ativo do pro-
letariado. Sua aparição no momento certo na arena da revolução foi necessária aa
fim de mobilizar a vanguarda e provê-la com a oportunidade de organizar a classe
operáriae as massas camponesas. A direção politica nos momentos de reviravoltas
históricas cruciais pode se tornar um fator tão decisivo quanto o papel de um co-
mandante em chefe durante os momentos críticos da guerra. A história não é um
processo automático. Do contrário, para que dirigentes? Para que partidos? Para
que programas? Para que lutas teóricas?

O stalinismo na
Espanha
Mas por que, por todos os diabos," pergunta o autor, como já ouvimos, "as
massas revolucionárias que abandonaram seus antigos dirigentes se reagruparam
o Tedor da bandeira do Partido Comunista?" A questão está falsamente coloca-
N ã o é verdade que as massas revolucionárias deixaram todos os seus antigos
gentes. Os operários que estavam previamente conectados com organizações
pecilicas continuaram aferrados a elas, enquanto observavanme averiguavam. Os
PedoS em geral não rompem tão facilmente com os partidos que os desperta-
a vida consciente. E muito menos
quando são enganados com siste-
a
C
r a
proteção mútua que existia no interior da Frente Popular: se todo
o
mundo

273
LEON TROTSKI

massas se voltaramn
estar bem. As
novas revigoradas e
concorda, então tudo deve única revolução
Internacional Comunista comoo partido
que fez a
naturalmente à
à Espanha.
acreditavam capaz ser de garantir a r m a s
proletária vitoriosa e que era a mais
zelosa defensora da Fren
Comunista
Além disso, a Internacional
entre as camadas
inexperientes dos operários.
tePopular, isso inspirou confiança a mais zelosa defensora
Internacional Comunista era
Dentro da Frente Popular, a
da pequena e uma parte
isso inspirou a contiança
do caráter burguês da revolução, ao redor da bandei-
as massas "se reagruparam
da média burguesia. Eis aí por que
ra do Partido Comunista".
coisa toda c o m o se o proletariado estivesse em uma loja
Nosso autor descreve a
par de botas. Mesmo
selecionando um novo
de sapatos muito bem guarnecida,
n e m sempre termina
bem. No que se re-
essa simples operação,
como bem se sabe,
bem limitada. Apenas gradualmente, apenas
fere a u m a nova direção, a escolha é
meio de vários estágios, podendo as
sobre a base de sua própria experiência por
convencidas de que u m a nova direção é
camadas das massas se tornarem
amplas
anterior. Sabemos que, durante uma re-
mais firme,mais confiável, mais leal que a
os acontecimentos
mudam rapidamente, um partido débil
volução, isto é, quando lucidamente o curso
pode se converter em umpoderoso partido, se compreende
não se deixem intoxicar com frases e nem
da revolução e tenha quadros firmes que
Mas tal partido deve existir antes da revo-
se deixem aterrorizar pela perseguição.

na medida em que o processo


de educação dos quadros requer um período
lução,
considerável de tempo e a revolução não proporciona esse tempo.

A traição do POUM

Å esquerda de todos os partidos na Espanha se erguia o POUM, que indubi


proletários revolucionários que tinham
tavelmente agregava sólidos elementos
esse partido que desem-
ligações com o anarquismo. E foi precisamente
fortes
da Revolução Espanhola. Não con-
penhou um papel fatal no desenvolvimento realizar essa
seguiu se converter em um partido de massas, pois para conseguir
empreitada, era necessário derrubar os velhos partidos e isso só era possível por
denúncia implacável do caráter bur-
meio de uma luta sem compromissos, uma

guês dessas organizações.


subordinava-se a
Entretanto, o POUM, enquanto criticava os velhos partidos,
eles em todas as questões fundamentais. Participou no bloco eleitoral "popular",
ingressou no governo que liquidou os comitês operários, engajou-se na luta para
reconstituir essa coalizão governamental, capitulou em todos os momentos à dire-
ao anarquista, conduziu, em conexão com todos esses fatos, uma política equivo-
cada em relação aos sindicatos, e teve uma atitude vacilante e n o revolucionária

diante da insurreiç o de maio de 1937.


Sob o ponto de vista do determinismo em geral, é possível, é claro, reconhe
cer que a politica do POUM não foi acidental. Tudo nesse mundo tem a sua

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AREVOLUÇÃO ESPANHOLA
Fatetanto, a série de causas que engendraram o centrismo do POUM näão
alguma um mero
reflexo da condição do proletariado espanhol ou
maneira
é de
c a t a l ã o .
Duas séries de causas
avançavam conjuntamente conformando um certo
em um determinado momento, entraram em conflito.
e,
angui consideração a prévia experiência internacional,
ssivel, levando-se em a

ncia de lMoscou,
influência de influência de um número de derrotas etc., explicar políticaa
a

o POUM foi um partido centrista. Mas isso não altera


psicologicamente por que
centrista, muito menos altera o fato de que um partido
centrista atua
caráte:
seu
o
como um revolução e deve a
freio à cada paso chocar sua cabeça
nuariavelmente
com i s o conduzir a revolução a sua derrota. Isso não altera o
e
contra a parede,
as massas catal s eram muito mais revolucionárias do que o POUM,
fato de que
muito mais revolucionário que sua direço. Nessas condições,
aue por sua vez era
falsas na "imaturidade" das m a s s a s
políticas
descarregar a responsabilidade por
charlatanismo: um caminho a
que
recorrem frequen-
engajar-se em puro
significa
estão em bancarrota política.
temente aqueles que

A responsabilidade
da direção

A falsificação histórica consiste em descarregar a responsabilidade pela der-


trabalhadoras e não sobre os partidos
rota espanhola sobre os ombros das m a s s a s movimento revo-
paralisaram Simplesmente, esmagaram o
ou que, pura e
que
lucionário de massas. Os advogados do POUM negam simplesmente
qualquer
de sua própria responsabili-
responsabilidade dos dirigentes, a fim de escapar derrotas elos
impotente, que procura reconciliar as
como
dade. Essa filosofia
necessários na cadeia dos desenvolvimentos cósmicos é completamente incapaz
de colocar, e se recusa a colocar, a questão de fatores tão concretos, como os pro-

foram os responsáveis pela derrota.


gramas, os partidos e as personalidades que
Essa filosofia do fatalismo e da prostraço é diametralmente oposta ao marxis-
mo, teoria da ação revolucionária.
são resolvidas por meios
A guerra civil é um processo em que as tarefas políticas
determinado pela "condição das
militares. Se o resultado de u m a guerra fosse
A guerra tem sua própria
torças de classe", a própria guerra não seria necessária.
Oganização, suas próprias políticas, seus própria direção,
próprios métodos, sua

a "condição das forças


que determinam diretamente s e u resultado. Naturalmente,
ue classe" fornece as bases
para todos os outros
fatores políticos, m a s assim como
as fundações de um edifício não reduzem a importância das paredes, janelas. por-
,elhados, a "condição das classes" não invalida a importância dos partidos, de
sábios
Dissolvendoo concreto no abstrato, nossos

egia e de suas direções. a o proble-


nente meio do caminho. A resposta mais "protunda
pararam no
do
e r a resultado
ma te sido declarar que a derrota do proletariado espanhol
chave está acessivel
nciente desenvolvimento das forcas produtivas. Mas essa
a qualquer imbecil.

275
LEON TROTSKI

e da direç o, esses sábios negam


significado do partido
porque não há
Reduzindo a zero o a
revolucionária,
menor
vitória
em geral a possibilidade de uma
deixou de avançar, o
mais favoráveis. O capitalismo
razão para esperar condições contrário, é o exército de
n u m e r i c a m e n t e , e pelo
proletariado cessou de crescer
de combate do
aumenta, m a s reduZ,
a força
desempregados que que não
cresce, o
consciência.
efeito negativo sobre
sua
e x e r c e r também
um
proletariado, além de o regime capitalista
o campesi-
c r e r que sob
Da mesma forma, não há razão para revolucionária mais elevada. A conclu-
de u m a consciência
nato é capaz adquirir o abandono
o completo pessimismo,
são da anáise de nosso autor é, portanto,
Ihes taçamos justiça,
revolucionárias. Mas, para que
progressivo das perspectivas o que dizem.
mesmos não compreendem
temos que lembrar que eles
consciência das massas são
fazem acerca da
Dessa maneira, as exigências que
asSim c o m o Os camponeses
trabalhadores espanhóis,
inteiramente fantasiosas. Os
de dar em uma situa-
essas classes são capazes
espanhóis, deram o máximo do que é u m a classe de milhões
que temos e m mente
precisamente
ção revolucionária: eo
esses.
e dezenas de milhões de indivíduos como
meramente uma dessas pequenas escolas ou igrejas
Mas Que faire? representa
da luta de classes e pelo despontar da
capelas que, amedrontadas pelo
curso
e
seus estudos teóricos em seu refúgio, em
reação, publicam seus pequenos jornais
e
caminhos afastados do desenvolvimento real do pensamento revolucionário, para
não falar do movimento de massas.

A repressão da Revolução Espanhola


O proletariado espanhol caiu vítima de uma coalizão composta por imperia
e, stalinistas no seu flanco
listas, republicanos espanhóis, socialistas, anarquistas,
esquerdo, pelo POUM. Todos eles paralisaram a revolução socialista que o prole
tinha efetivamente realizar. Não é fäcil acabar com
começado a
tariado espanhol
a revolução socialista. Ninguém ainda inventou outros
métodos para isso que a
etc.
repressão mais brutal, o massacre da vanguarda, a execução dos dirigentes
O POUM, é claro, não queria isso. Queria, por um lado, participar do governo
republicano e ingressar como uma leal oposição pacífica no bloco dos partidos
dominantes, e por outro lado, manter relações pacíficas de camaradagem em um
momento em que se tratava uma guerra civil encarniçada. Por essa raz o, caiu
vítima das contradições de sua própria política.
No interior do bloco republicano, os stalinistas tiveram a política mais coeren-
te. Foram a vanguarda de combate pela contrarrevolução republicano-burguesa.
Desejavam eliminar a necessidade do fascismo provando às burguesias espanhola
e mundial que eram capazes de estrangular a revolução proletária sob a bandeira
da "democracia". Essa era a essência de sua política. Os falidos políticos da Frente
Popular espanhola estão hoje tentando descarregar a culpa na GPu. Acredito que
sejamos insuspeitos de leniência em relação aos crimes da GPU. Mas enxergamos

276
A REVOLUÇÃO ESPANHOLA

aos trabalhadores que a GPU atuou nesa


claramente e diremos circunstância aDe-
destacamento
dest:o
mais resoluto a Serviço da Frente Popular. Nisso reside a
c o m 0

nas
força dCPU: nisso reside o papel historico de stalin.
a GPU
Apenas um
filisteu ignoran-
a0ar essa verdade com piadas estúpidas sobreo "o chefe dos demônios",
n h o r e s não colocam nem mesmo a questão do caráter social da revolu
. Os lacaios de Moscou, para beneficio da Inglaterra e da França, proclamaram
ão. Os
a Revolução Espanhola era
uma revolução burguesa. Sobre essa fraude foram
que
erigidas as nérfidas políticas da Frente Popular: políticas que continuariam sendo
completamenteifalsas mesmo queaa Revolução Espanhola fosse realmente burgue-
ea Mas desde o início, a revolução demonstrou seu caráter proletário muito mais
laramente que na própria revolução de 1917 na Rússia. Na direção do POUM
atualmente, há senhOres que consideram que a polituca de Andrés Nin era muito

esquerdista", que a coisa mais correta era ter permanecido como a ala esquerda da
Frente Popular. O verdadeiro infortúnio foi que Nin, cobrindo a si mesmo com a au-
toridade de Lênin e da Revolução de Outubro, não rompeu com a Frente Popular.
Victor Serge, que se apressa em comprometer-se com atitudes frívolas em ques
tões sérias, escreve que Nin no queria se submeter às ordens de Oslo ou de Coyo
acán. Pode um homem sério realmente ser capaz de reduzir o problema do conte-
údo de classe de uma revolução a fotocas mesquinhas? Os sábios do Que Jaire? não
possuem absolutamente nenhuma resposta a essa questão. Não compreendem a
própria questão. Realmente, que significado pode ter o fato de que o proletaria-
do "imaturo" tinha criado seus próprios órgãos de poder, tinha tomado fábricas,
procurava regular a produção, enquanto o POUM tentava com todas as suas forças
evitar uma ruptura com os anarquistas burgueses que, na aliança com os burgueses
republicanos e com os não menos burgueses socialistas e stalinistas, atacavam e
estrangulavam a revolução proletária?! Tais "ninharias" são obviamente apenas do
interesse dos representantes da "ortodoxia cristalizada." Os sábios do Que faire?
tem, ao invés disso, um mecanismo especial que mede a maturidade do proleta-
riado e a relação de forças independentemente de todas as questões de estratégia
revolucionária de classe..

Aqui termina o manuscrilof

277
Licões da Espanha: última advertência (p. 244)

Apareceu em janeirO e fevereiro na imprensa trotskista internacional


(La
Lutle Ouvrière, 27 de janeiro e 3 de tevereiro de 1938) e
de folheto.
posteriormente
em forma

2.É incontestável que um dos aspectos da "ajuda" da União Soviética ao go-


verno republicano espanhol -

envio de
"conselheiros militares"
o
respondia à
-,

necessidade de educar quadros e de assimilar as "lições" da guerra tendo em vista


o conflito mundial que se
aproximava. Durante muito estavam cobertas de
tempo,
mistério as verdadeiras identidades dos oficiais russos que serviram na Espanha -
aos quais se chamavam "mexicanos",
inclusive "galegos" e que na Rússia eram
ou
chamados de "espanhóis". Em primeiro lugar, porque sua permanência foi man-
tida em segredo por conta da política de "não intervenção", e além disso
porque
depois de terminada a guerra por parte da Rússia não havia nenhum interesse em
divulga-los tendo em conta a utilização do mito espanhol - que, como asinalava
Roy Medvedev: "Stalin matou mais combatentes (russos) na guerra da Espanha
que as próprias balas fascistas". (Roy Medvedev, Let History Judge). (N.B)

3. O antigo dirigente
das Juventudes Socialistas Unificadas e militante do PCE,
Frederico Melchor, afirmava, por exemplo, em janeiro de 1937: "Hoje em dia
não temos que fazer uma revolução social, estamos desenvolvendo a revolução
democrática" (Organicemos la producción). Antonio Mitje, membro do Birô Político
do PCE escrevia: "Quando alguns inclusive têm medo de citar a revolução demo-
crática, nós, os comunistas,
não nos opomos a explicar aos elementos
impacientes
que não compreendem a situação, que era politicamente correto defendé-la contra
o fascismo" (Mundo Obero, 18 de maio de 1938). Essa politica, antecipação da luta
contra "o esquerdismo", e tudo o que era qualificado como tal, encontrava sua
expresso mais simplificada na célebre consigna "Primeiro vencer Franco!". (N.B)

4. G. Dimitrov (1882-1949), comunista búlgaro, se tornou famoso pelo processo


onde o nazistas o acusaram pelo o incêndio do Reichstag. Depois de sua liberta-
çao, se converteu em um dos heróis do movimento comunista internacional. Foi
nomeado secretário geral da Internacional Comunista no VII Congresso, no qual
1oi o principal porta-voz da nova linha de "frentes populares". (N.B)

5. Louis Fischer era jornalista americano, correspondente de imprensa em


Moscou durante muitos anos, "amigo da URSS". Trotski o considerava como um
genuino representante do liberal burguês pró-stalinista. (N.B)

333
LEON TROTSKI

6. Em sua "Nota Diaria", no La Batalla de 6 de fevereiro de 1937, Juan Andrade


assinala que a censura stalinista em Madri chegOu a cortar passagens do Manifesto
Comunista, reproduzidos em El combatiente rojo, jornal das milícias do POUM em

Madri. (N.B)
7. Uma parte desta "sombra" era claramente formada pela burguesia interna
cional, cujas exigências em matéria de pagamentos, cámbios etc., atuavam no sen-
tido de moderar as reivindicações revolucionarias. A necessidade de não se afastar
dos "governos democráticos" era um dos argumentos mais utilizados pelos defen-
sores da política da Frente Popular. Comorera, dirigente do PsUC na Catalunha,
declarava em uma reunião: "No bloco das potências democráticas, o fator decisivo
não é a França, mas a Inglaterra. E essencial que os camaradas de nosso partido

observem esta questão, a fim de moderar as consignas. Devemos compreender que


Os grandes capitalistas da Inglaterra são capazes de chegar a um acordo em qual
à
quer momento com os capitalistas italianos e alemes, se chegam conclusão de
DevemoS ganhar a benévola
que não têm outra alternativa em relaçãoa Espanha.
neutralidade deste país, quando não, sua ajuda direta" (Treball, 02 de fevereiro de

1937). (N.B)
8. Largo Caballero tinha uma longa carreira de dirigente sindical na UGT, em
sobretudo entre trabalhadores mais
cujo seio sempre teve uma sólida base
-
os

de um
qualificados e melhor pagos. Prieto, homem de negócios proprietário
e

à liberale
jornal, e doutor Negrín, médico e professor, eram ligados burguesia
círculos políticos pequeno burgueses. (N.B)
gozavam de grande estima nos
9. Em uma obra de 1971, G. Hermet escreve com base a fontes do próprio PCE
1937 55% de camponeses, sendo a maio-
que "o partido contava em março de com

ria de pequenos proprietários, e uns 10% de classe média e profissionais liberais,


contra apenas 35% de operários industriais". Agrega que 53% dos membros se
encontram no exército e fala da "ruralização" e o aburguesamento dos comunistas
durante a Guerra Civil. (HERMET, G. Les communistes en Espagrne). (N.B)

10.O ministroanarquista J. Peiró, membro do governo Largo Caballero, escre


via no Politica, em 23 de fevereiro de 1937: "Nossa vitória dependia e segue depen-
dendo da Inglaterra e da França, mas com a condição de fazer a guerra e nãoa
revolução (..) Este é o caminho a seguir: fazer a guerra e enquanto isso, limitar-tnos
a preparar a revolução". (N.B)

11. Referente aos povos do Riff, uma região ao norte do Marrocos de onde
vinham os soldados recrutados pelo exército franquista. (N.E)

12. Durante os últimos anos da ditadura de Franco, os envios de carvão polaco


à Espanha ajudaram Franco a acabar com as greves dos mineiros. (N.B)

334
Classe, partido e direção (p. 267)
1. Este artigo está inacabado e foi reconstruído a partir das notas e dos frag-
mentos encontrados após o assassinato de Trotski em agosto de 1940. Foi publica-
do na New International em dezembro de 1940. (N.B)

336

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