LABORATÓRIO DE METROLOGIA DIMENSIONAL

PAQUÍMETRO

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O paquímetro é um instrumento formado por duas partes principais: uma delas

consiste em um corpo que se assemelha a uma régua graduada com encosto e a outra
é um cursor que desliza sobre a escala principal. O cursor é ajustado à régua de modo a
permitir o movimento suave entre as duas peças, sem a necessidade de uma força
exagerada, mas, ao mesmo tempo, sem uma folga excessiva que prejudique a
confiabilidade da medição. No cursor é gravada uma escala denominada de “nônio” ou
“vernier”, cuja função é segmentar a menor subdivisão da escala principal em frações
menores. As principais partes de um paquímetro universal estão ilustradas na imagem
abaixo.

Impulsor

Figura 1 – Nomenclatura das partes de um paquímetro universal.

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O paquímetro denominado universal é capaz de realizar quatro tipos diferentes

de medição. Os bicos fixo e móvel desse instrumento são utilizados para realizar
medições externas. O comprimento desses bicos varia de 35 a 200 mm, porém
tamanhos maiores podem ser solicitados em casos especiais. As orelhas, na parte de
cima do paquímetro, servem para a execução de medidas internas. As duas faces do
lado esquerdo possibilitam a medição de ressaltos e, por último, a vareta, na parte de
trás, permite a medição de profundidade.

Figura 2 – Representação dos quatro tipos de medição que um paquímetro universal pode fazer.

Os paquímetros comercializados normalmente possuem fundo de escala de 150

a 2000 mm. Embora também sejam encontrados com apenas uma escala, os
paquímetros costumam possuir duas, uma no sistema métrico e outra no sistema inglês.
A menor subdivisão da escala no sistema métrico é de 0,05 mm ou 0,02 mm, enquanto
no sistema inglês se encontra com 1/128” ou 0,001”. Geralmente, o paquímetro é
fabricado em aço inoxidável e a graduação é feita com referência na temperatura de
20 ºC.
Para realizar a medição com o paquímetro, inicialmente deve-se verificar se ele
está travado. Se estiver, é necessário destravá-lo através do parafuso de fixação. Em
seguida, move-se o cursor desse instrumento utilizando o polegar no impulsor conforme
o tipo de medição a ser realizada.

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No caso da medição externa, a peça deve ter o maior contato possível com a face
dos bicos fixo e móvel e não somente com a ponta deles. Na medição interna, também
se recomenda que a orelha seja colocada completamente dentro do orifício. Na medição
de ressalto cada uma das faces deve ficar o máximo possível em contato com as
superfícies do ressalto. Por fim, na medição de profundidade, o cursor deve ser movido
até que a vareta alcance o fundo do orifício.
A leitura no paquímetro é obtida através da soma do valor indicado na escala
principal com o indicado na escala do nônio. A leitura na primeira escala é feita
verificando-se quantos milímetros o traço com o número 0 no cursor foi deslocado ao
longo da escala principal, ou seja, observando-se qual o primeiro traço nesta escala que
está à esquerda, ou coincidente, do traço com o número 0.
A leitura na segunda escala é realizada checando-se qual linha da escala do nônio
coincide com uma linha da escala principal. Para identificar quanto representa cada
traço do nônio, precisa-se dividir a menor divisão da escala principal pela quantidade de
traços do nônio. Normalmente, esse valor está escrito no próprio cursor e equivale a
0,05 mm ou 0,02 mm, no sistema métrico.

Figura 3 – Exemplificação do procedimento para leitura da dimensão mesurada por um paquímetro.

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Os erros de medição do paquímetro são decorrentes, principalmente, de dois

fatores: da paralaxe e da pressão de medição. O erro de paralaxe consiste em um desvio
ótico ao tentar realizar a leitura do valor indicado no instrumento por um ângulo de
visão inclinado em relação à escala. A fim de evitá-lo, as medições devem ser feitas
sempre com a vista perpendicular à graduação. Recomenda-se também que essa
observação seja realizada com apenas um dos olhos, uma vez que muitas pessoas
possuem melhor acuidade visual em uma das vistas.
A pressão de medição consiste na força utilizada para deslizar o cursor e encostar
as superfícies de medição do paquímetro, como os bicos ou as orelhas, por exemplo,
nas faces da peça que está sendo medida. Quando essa força para deslizar o cursor é
muito grande, perde-se a sensibilidade para realizar a medição. Uma folga excessiva, de
modo contrário, pode permitir que o cursor se incline em relação à régua do
paquímetro.

Figura 4 – Representação exagerada da inclinação do cursor decorrente de uma folga excessiva com a régua
principal.

Tampouco se deve apertar exageradamente as faces de medição do paquímetro

contra a peça que está sendo medida. Para conservar adequadamente esse instrumento
não se deve arrastar as faces de medição sobre outras superfícies, pois isso pode
acelerar o desgaste dessas partes. Logicamente, jamais se deve utilizar o paquímetro
para medir peças que estejam em movimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR NM 216: Paquímetros e

paquímetros de profundidade: características construtivas e requisitos metrológicos.
Rio de Janeiro: ABNT, 2000.

CEARÁ. Secretaria da Educação. Metrologia. Fortaleza: Secretaria da Educação.

GONÇALVES JÚNIOR, Armando Albertazzi; SOUSA, André Roberto de. Fundamentos de

metrologia científica e industrial. 2. ed. Barueri: Manole, 2017.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Metrologia Básica: Mecânica.

Vitória: SENAI, 1996.

SILVA NETO, João Cirilo da. Metrologia e controle dimensional: conceitos normas e
aplicações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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