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1
A esposa foi para o andar de baixo, e o proprietário do hotel que estava
de pé curvou-se para ela quando ela passou pelo escritório. Ele era um homem
velho e muito alto.
Gostando dele, ela abriu a porta e olhou para fora. Chovia mais forte.
Um homem numa capa de chuva estava cruzando a praça vazia. A gata
poderia estar lá pela direita. Talvez ela poderia estar debaixo de algum telhado.
— Você não deve se molhar —, ela sorriu enquanto falava italiano. É claro que
o hoteleiro havia a mandado.
— Uma gata?
— Si, il gatto.
2
Quando ela falou em Inglês, o rosto da camareira ficou mais tenso.
— Vamos, Signora — ela disse. — Devemos voltar para dentro. Você vai ficar
molhada.
— Foi embora.
— Pra onde será que ele foi —, ele disse, tirando os olhos da leitura.
— Eu queria tanto — ela disse. — Não sei por que eu queria tanto. Eu queria
aquela pobre gatinha. Não é nada divertido ser uma gatinha lá fora na chuva.
— Você não acha que seria uma boa ideia se eu deixasse meu cabelo crescer?
— ela perguntou olhando novamente seu perfil.
George olhou para cima e viu sua nuca, o cabelo cortado como de um
garoto.
3
George mudou sua posição na cama. Ele havia tirado os olhos dela
desde que ela começou a falar.
— Eu quero juntar o meu cabelo para trás bem apertado e macio e fazer um
rabo de cavalo que eu possa sentir nas costas —, ela disse. — Eu quero uma
gatinha para sentar no meu colo e ronronar quando eu acariciá-la.
— Ai, cala a boca e vá ler alguma coisa —, George disse. Ele estava lendo de
novo.
George não estava escutando. Ele estava lendo seu livro. Sua esposa
olhava pela janela onde a luz tinha caído na praça.
— Com licença —, ela disse, — o proprietário me pediu para trazer isso para
a Signora.