Você está na página 1de 3

Universidade Federal Fluminense

Instituto de Letras Clássicas e Vernáculas

Disciplina: Crítica Textual/Ecdótica

Prof: Viviane Arena

Turma: I1

Aluno: Allyson Souza de Lima Castro

Resenha do capítulo 1 do livro: Introdução à Crítica textual

Logo em sua introdução, Cambraia leva o leitor a entender o conceito (mesmo que
superficialmente) de crítica textual, declarando que o seu ''objetivo primordial é a
restituição da forma genuína dos textos''. Aliado a isso o autor usa uma metáfora da
tradicional brincadeira telefone-sem-fio para que possamos entender o significado de
''mutatis mutanti''. Ou seja, assim como a mensagem oral tende a ser modificada,
assim acontece com a mensagem escrita.

Dito isso, o capítulo ainda apresenta casos de obras que foram corrompidas, como as
cantigas de amigo, atribuídas ao trovador Martin Cordax. Como também, da versão
medieval portuguesa do Merlim que por nenhum outro registro escrito do português
antigo não foi possível a restauração da obra.

O capítulo tem como tema principal o conceito da crítica textual em seus diferentes
aspectos. Diferenciando Crítica da filologia e ecdótica e usado múltiplas interpretações
de filólogos renomados como Azevedo, Houaiss e Celso Cunha. É divido em 5
subtítulos sendo eles: Definição de crítica textual, A mobilidade dos textos, Crítica
textual, ecdótica e filologia, Contribuições e Transdisciplinaridade.

Sobre tais conceitos da crítica textual (sobretudo de modificações do texto),segundo


o autor se dividem em duas categorias, são elas: exógenas e endógenas . ''As
modificações exógenas derivam da corrupção do material, tanto subjetiva (papel
pergaminho, papiro.), quanto também da matéria aparente (grafite, tinta, etc)''. Dentro
de modificações exógenas há uma gama de possibilidades para que os materiais se
corrompam, seja por vandalismo ou por fatores climáticos, portanto, é imprescindível o
armazenamento adequado para tal obra.

Já as modificações endógenas segundo Cambraia, ''são aquelas que derivam do ato


de reprodução do texto em si'', isso é, da reprodução em um novo material. Essa é
dividida em duas categorias sendo elas: autorais e não-autorais.

Abordando ainda modificações endógenas, e adentrando na categoria autorais.


Cambraia define que tal categoria ''são realizadas pelo próprio autor intelectual da
obra''. Ou seja, o autor muda o texto, ora fazendo correções, ora acrescentando,
apagando ou até mesmo alterando a obra que está sendo trabalhada. Ter
conhecimento que o autor modifica suas obras de uma edição para outra é
extremamente importante, tal modificação é chamada de lapsos do autor. No campo da
filologia tal modificação é aceitada pois esta foi modificada de próprio punho do criador
da obra.

Sobre modificações não-autorais como o nome já diz é aquela que se realiza por
terceiros, sem autorização e conhecimento do autor. Há uma certa dificuldade em
saber qual manuscrito é o ''verdadeiro'', visto que pode se passar milhares de anos até
a sua descoberta. Normalmente tais modificações acontecem por discordância
ideológica, muito comum na religião(voluntária). Ou por lapso de quem reproduz o
texto(involuntária), como cita Cambraia.

O capítulo ainda aborda fenômenos da mobilidade do texto, e cita a carta de


achamento do Brasil redigida por Pero Vaz de Caminha em 1500, onde se altera a
expressão ''em que se plantando, tudo dá'' porém no texto verdadeiro se tem ''em tal
maneira he graciosa que querendoa aproueitar darsea neela tudo per bem da agoas
que tem''.O objeto de estudo foi feito por Mattos e Silva que declara é bem provável
que essa forma venha de uma leitura atualizada do texto. Cambraia declara que a
mobilidade não é próprio de textos antigos, e que portanto há vários casos de
modificações em musicais brasileiros, que cantores alteram frases assim como os
convém.

O capítulo descreve de uma forma bem ditádica o que é crítica textual e quais foram
suas contribuições para com a humanidade, traz exemplos da recuperação de
patrimônios culturais em geral. Além de trazer informações em uma linguagem simples,
acessíveis ao público leigo.

Você também pode gostar