Você está na página 1de 39

Formações

Ferríferas
05 de setembro de 2019 Ana Flávia Peixoto - Karina Mirelle Gonçalves
Formações Ferríferas Bandadas (BIFs)
● Rochas sedimentares químicas ou
metassedimentar.
● Bandadas ou laminadas
● 15% ou mais de Ferro.
● Bandas ou lâminas com espessura de
alguns mm até poucos cm. Figura 1: BIF dobrada paleoproterozoica da Formação Cauê,
Quadrilátero Ferrífero.
Formações Ferríferas Bandadas (BIFs)

● Bandas avermelhadas ou escuras


ricas em óxidos de Fe com bandas
claras compostas por sílica
microcristalina (chert);
● Da idade Arqueana ao começo do
Figura 2: FFB com clasto caído da Formação Santa Cruz,
Paleoproterozoico. distrito de Urucum, Corumbá – MS, depositada sob
influência glacial no Neoproterozoico.
Formações Ferríferas Granulares (GIFs)

São rochas sedimentares clásticas ricas em detritos de tamanho areia,


cimentados por sílica, exibindo estratificação cruzada formadas no
Paleoproterozóico.
Fácies (James (1954)) :

Em relação com mineral de ferro predominante:

● Fácies óxido (magnetita e hematita)


● Fácies carbonato (ankerita e siderita)
● Fácies silicato (minnesotaita, stilpnomelana,
greenalita e riebeckita)
● Fácies sulfeto (ricas em pirita, calcopirita e
outros sulfetos de ferro)
Idade

Tiveram 4 períodos distintos de formação:

● Mesoarqueano (3500-3000Ma)
● Neoarqueano (2900-2600Ma)
● Paleoproterozóico (2500-1900Ma)
● Neo Proterozóico-Fanerozóico (750-450Ma)
Idade

Porém a deposição das BIFs é um evento geológico que depende da interação


complexa entre:
● Fatores geoquímicos, biológicos, tectônicos e magmáticos .
Por isto, a deposição das BIFs é altamente concentrada em períodos específicos:
● > de 90% das FFBs no mundo foram depositadas entre 2,0 e 2,5 bilhões de
anos atrás.
Gráfico 1. Principais períodos de deposição de FFBs no tempo geológico.
Deposição (Cloud (1965, 1973)) :

1. Oxidação da atmosfera;
2. Estratificação dos oceanos: camada oxigenada e camada anóxica;
3. Acúmulo de Oxigênio Livre pela fotossíntese das cianobactérias que
possibilitou a oxidação do Fe(II) em Fe(III) - 2.4 bilhões de anos.
4. Precipitação no fundo oceânico formando os depósitos sedimentares;
Figura 3. Modelos de deposição das Formações Ferríferas Bandadas
Classificação das BIFs

De acordo com as características geológicas e o ambiente de deposição e


tectônico inferido, dividiu as BIFs em duas categorias:

● Algoma e Lago Superior.

Um terceiro tipo, com influência glaciogênica no Neoproterozóico, foi também


sugerido:

● Rapitan
Figura 4. Tipos de Formação Ferrífera Bandada e seus respectivos ambientes de deposição.
Algoma

● Associadas a rochas vulcânicas, folhelhos, grauvacas e


sequências turbidíticas;
● Greenstone belts de idade principalmente Arqueana e
Paleoproterozoica;
● Próximos de centros vulcânicos sofrendo influência;
● Lago Superior > volume e distribuição espacial mais
restrita.
Lago Superior

● Associadas a camadas de rochas sedimentares;


● Depositadas em plataformas continentais marinhas, e
em bacias do tipo rifte e em ambiente de margem
passiva;
● Principalmente no Paleoproterozoico;
● Abrigam alguns dos maiores e mais potentes depósitos
de minério de ferro do mundo.
● 300 m de espessura
Rapitan

● Forte influência de sedimentação glacial;


● Associadas a litotipos glaciogênicos, como diamictitos e
camadas com clastos caídos de icebergs, além de
conglomerado, grauvaca, arenito e argilito.
● São formadas normalmente em bacias do tipo rifte
intracontinental ou bacias sobre blocos falhados ao longo
de margens continentais.
Alteração Hidrotermal

● Processos pós-deposicionais;
● Lixiviação da sílica, concentrando o ferro;
● De 30% a 35% para acima de 60%
Importância Econômica

● Reservas Mundiais: da ordem de 800 bilhões de t.,


sendo que 230 bilhões de toneladas apresentam
viabilidade econômica de exploração.

● Preço do Minério de Fe refinado (62%) - $89,55/t


Tabela 1 – Produção bruta – 2017
Figura 2. Participação do Ferro e das principais substâncias metálicas no valor da produção mineral .comercializada
no Brasil em 2015.
Gráfico 1. Exportação de minério de ferro no Brasil. Dados em milhões de toneladas (t), no período entre 2001
e 2017.
Figura 5. Mapa esquemático com a distribuição das exportações de minério de ferro no Brasil em 2017
Gráfico 2. Principais países de destino das exportações brasileiras de minério de ferro.
Aplicações

≅ 98% - indústria do aço (liga ferro-carbono)


engenharia civil
● indústria de transportes e automobilística
● produção de aparelhos eletroeletrônicos
● outros setores de produção.
Depósitos Mundiais

Os principais depósitos de ferro no mundo são:


● Brasil
● Austrália
● Canadá
● África do Sul
● Rússia
O Brasil e a Austrália dominam a produção mundial de ferro, cada um com
cerca de um terço das exportações totais no mundo .
Tabela 2. Principais países produtores de minério de ferro utilizável e evolução da produção entre 2000 e 2015 em
milhões de toneladas métricas (t).
Figura 6. Principais depósitos de minério de ferro no mundo.
Depósitos Nacionais

● Possui cerca de 13% das reservas mundiais


● Minério de ferro brasileiro geralmente apresenta alto teor, > 62%
● Principais depósitos ocorrem em 3 províncias:
- Quadrilátero Ferrífero (grande importância mundial)
- Província de Conceição do Mato Dentro
- Província Nova Aurora (Porteirinha)
Figura 7. Mapa esquemático com a localização das principais províncias portadoras de minério de ferro em

Minas Gerais: A) Quadrilátero Ferrífero; B) Conceição do Mato Dentro; e C) Nova Aurora.


Quadrilátero Ferrífero
● O Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, está localizado na borda sul do
Cráton São Francisco, de idade Brasiliana .

● Abrange uma área de que se estende 7.000km²

● Período Pré-Cambriano

● Minério de ferro de alto teor, compactos a semi-friáveis e friáveis, além de


itabiritos enriquecidos, todos hospedados na Formação Cauê do Supergrupo
Minas.
Figura 8. Mapa geológico simplificado do Quadrilátero Ferrífero, com a localização das principais minas e municípios.
Supergrupo Minas

● ≅ 8 km de espessura, com características de margem passiva na base


que passam para sedimentação sin-orogênica no topo;

● Sucessão de rochas metamórficas de origem sedimentar continental e


majoritariamente marinha, plataformal paleoproterozoica.

● Deposição entre 2,6 e 2,0 Ga.


Formação Cauê (Grupo Caraça)

● A principal unidade portadora de minério de ferro


do Quadrilátero Ferrífero
● ≅ 200 metros de espessura de BIFs do tipo Lago
Superior metamorfizados.
● Inclui itabiritos, mármores dolomíticos, e largos
corpos de minério de ferro supergênico de alto teor.
● Capacidade instalada (ROM) - 65 Mt/ano
● 46 Mt/ano de minério beneficiado VALE
Formação Carajás - Serra dos Carajás
● Jaspilito
● Formações ferríferas bandadas e laminadas de
espessura entre 100 e 400m
● Estado do Pará - Norte
● Afloramento de ≅ 260km, em 60 depósitos,
distribuídos em três serras principais, São Félix,
Leste e Carajás.
● Capacidade instalada - 114,0 Mt/ano (ROM)
● 100,0 Mt/ano (minério beneficiado). VALE
Grupo Jacadigo - Formação Urucum

● Maciço localizado na zona rural de Corumbá, MS .


● Formação basal e composta por sedimentos clásticos;

1. Predominância de arcóseos, grauvacas e paraconglomerados (conglomerados);


2. Presença de arenitos, siltitos e, localmente, calcários;
3. As estruturas sedimentares mais notáveis são as estratificações gradacional e cruzada.
● Capacidade instalada VALE: 2,4 Mt/ano (ROM)
● 2,1 Mt/ano (minério benerficiado
Referências

http://recursomineralmg.codemge.com.br/substancias-minerais/ferro/
https://www.passeidireto.com/arquivo/40391064/bifs-formacoes-ferriferas-bandadas-
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maciço_do_Urucum

Você também pode gostar