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BIFs: Uma Revisão Geral

Aluna: Renata Hiraga de Vasconcellos Cruz


Professora: Mônica Heilbron

Apresentação
O presente trabalho é referente a avaliação da disciplina Geotectônica e será também
um capítulo da minha tese intitulada “Formações ferríferas bandadas da região de São Tiago e
arredores (MG): mineralogia, petrografia, geoquímica e correlação com as grandes unidades da
borda meridional do Cráton do São Francisco”. A principal finalidade da proposta da tese é
contribuir para a inserção de BIFs dentro da evolução geológica da borda meridional do Cráton
do São Francisco, bem como contribuir com o conhecimento Cinturão Mineiro, comparando
características mineralógicas, petrográficas, texturais, assinatura química e idade dos corpos
estudados com as de outras formações ferríferas já descritas no sul do Cráton São Francisco.
Nas próximas páginas será apresentada uma revisão geral abordando as Formações Ferríferas
Bandadas (Banded Iron Formations -BIFs), esta revisão foi dividida da seguinte forma:

1-Introdução
1.1- Mineralogia
2-Classificação
3-Características Geoquímicas Gerais
3.1- Elementos Traços
3.2- Elementos Terras Raras
4-Ambiente Deposicional- Gênese
5-Bifs pelo mundo
6-Bifs Sul do Cráton do São Francisco
6.1- Greenstone Belt Pitangui
6.2- Greenstone Belt Rio das Velhas
6.3- Supergrupo Minas
6.4- Supergrupo Espinhaço
7-Bibliografia
1- Introdução
Atualmente, as formações ferríferas são caracterizadas como rochas sedimentares cujo
teor em ferro é igual ou superior a 15%. Dentre elas, discriminam-se duas classes básicas:
i) as de origem sedimentar química, que constituem as chamadas formações
ferríferas bandadas ("banded iron formations" ou "BIF´s")
ii) as de origem sedimentar detrítica ou granulares ("granular iron formations" ou
"GIF´s") (Klein 2005; Clout & Simonson 2005).
As BIFs foram depositadas como lamas químicas e possuem todas as fácies propostas por
James (1954,1966). Enquanto as formações ferríferas granulares GIFS apresentam texturas
detríticas preservadas e consistem em areias bem selecionadas, sendo formados por erosão e
redeposição intrabacinal de lamas químicas (Beukes e Klein, 1990). Nessas rochas só foram
observadas as fácies óxido e silicato (mais raro). São mais novas que 1.8 Ga. e apresentam um
bandamento irregular e várias estruturas sedimentares (Trendall 2002).
Como o foco do trabalho são as formações ferríferas bandadas (BIFS), estas serão melhor
detalhadas aqui. As BIF´s são caracterizadas como rochas ricas em ferro, em sua grande maioria
mais velhas que 2.0 Ga, que possuem um bandamento definido e que mesmo sofrendo um alto
grau de metamorfismo, normalmente, retém resquícios deste bandamento (Klein 2005). Em
geral, possuem uma continuidade estratigráfica lateral grande (Trendall 2002).
Até chegar à essa definição, várias discussões acerca da terminologia e nomenclatura das
rochas instauraram-se ao longo dos séculos XIX e XX. No sub- item 2 (Classificação) será
apresentado uma súmula desse histórico abordando as principais classificações propostas.

1.1—Mineralogia das formações ferríferas bandadas:


Segundo Klein (1983), as formações ferríferas bandadas (BIF´s) em estágio diagenético
final ou de baixo grau metamórfico, são compostas pela assembléia mineral sílica microcristalina
(ou recristalizada), magnetita, hematita, siderita, calcita, membros da série dolomita-ankerita,
greenalita, stilpnomelana, minnesotaita, ribeckita, ferri-annita e sulfetos de ferro (pirita e
pirrotita). Podem ser encontrados ainda, em menor quantidade, cloritas (chamosita, ripidolita)
e talco, ambos ricos em ferro. Todos estes minerais são encontrados em mesobandas de
formações ferríferas (bandas alternadas ricas em chert ou quartzo e minerais ricos em ferro).
Formações ferríferas submetidas a médio grau de metamorfismo são caracterizadas pela
presença de anfibólios principalmente de membros da série cummingtonita-grunerita (Klein
1983). Não existe, sob este grau de metamorfismo, clara evidência de que haja substituição de
um óxido de ferro por outro na assembléia quartzo-magnetita-hematita (especularita). Segundo
o mesmo autor, a assembléia mineral comum é: grunerita, calcita, actinolita, hornblenda,
tremolita, hematita, magnetita entre outros. São esporadicamente encontrados membros do
grupo dos piroxênios como: hedenbergita (Morey et al. 1972, Floran & Papike 1978), eulita,
ferrosalita e aegirina-augita (Klein 1966) e membros da série ferrosalita-salita (Haase 1982). São
raras as ocorrências de fayalita (Morey et al. 1972, Floran & Papike 1978, Haase & Klein 1978,
Haase 1982), rodonita (Klein 1966), granadas (principalmente piropo, almandina e espessartita)
(Morey et al. 1972, Klein 1966, Dahl 1979, Haase 1982).
Em alto grau metamórfico, as formações ferríferas são caracterizadas por assembléias
minerais anidras, onde quantidades variáveis de orto e clinopiroxênios predominam (Klein
1983). Estão, em grande maioria das vezes, presentes carbonatos, fayalita, granadas,
ortopiroxênios, clinopiroxênios, e menores quantidades de anfibólios, quartzo, magnetita e/ou
hematita (Bonnichsen 1969). Em pequenas quantidades já foram catalogados presença dos
minerais grafita (French 1968, Butler 1969), pirita (Butler 1969), pirrotita (French 1968, Klein
1978), biotita e flogopita (Klein 1978).

2 – Classificação
Segundo James (1954 e 1966) as rochas sedimentares ferríferas podem ser subdivididas
em fácies baseando-se no mineral portador de ferro na rocha (óxido, silicato, carbonato e
sulfeto). Por outro lado, Gross (1965) notou que a classificação proposta por James (op.cit.)
possuía um controle paleoambiental (em função da profundidade) e alterou para uma nova
classificação baseada em mais fatores; compreendendo desde os litotipos envolvidos até o
modelo tectosedimentológico. Dessa forma, as BIFs foram subdivididas em Algoma, Lago
Superior, Clinton e Minette. Posteriormente, em 1983, o mesmo autor retomou parte de sua
classificação anterior (1965) e caracterizou as formações ferríferas nos tipos Lago Superior,
Algoma e Rapitan, termos que são utilizados até os dias de hoje para classificar as BIFs.
Algoma – rochas arqueanas, mais velhas que 2.6 Ga., ocorrem associadas a gereenstone
belst (rochas vulcânicas máficas, piroclásticas félsicas e fluxos riolíticos, grauvacas, xistos,
ardósias, metaturbiditos) depositadas em ambiente de mar profundo. Exemplos são
Michipicoten (Canadá), Vermillion District (EUA), Super Grupo Rio das velhas (Brasil), Ntern
Complex (Camarão – África), North Arcot District (India), Anben, Jidong e Lvliang entre outros.
Lago Superior – rochas paleoproterozóicas (> 1.8 Ga) depositadas em plataformas
continentais marinhas e também em bacias de rifte, associadas à sedimentação clástica com boa
maturidade. Labrador (Canadá), Lago Superior (EUA), Formação Cauê (Brasil), Hamerley
(Austrália) e Krivoy Rog (Rússia), Tongwane Formation (South Africa), Bailadila (Índia).
Rapitan – de idade neoproterozóica a paleozóica e estariam associadas a sedimentação
glaciogênica. Exemplos desses depósitos são encontrados em Macaúbas e Urucum (Brasil),
Rapitam (Canadá) e Damara (Namíbia).
Embora está classificação seja amplamente utilizada, alguns autores a consideram
inapropriada, devido à multiplicidade de associações litológicas e depósitos que não se adequam
a uma das duas categorias principais, mostrando características transicionais ou ambíguas
(Kimberley, 1989), e ao fato de que as diferenças entre os modelos não necessariamente
implicam em diferenças nos seus mecanismos de geração, podendo corresponder somente a
diferentes posições no ambiente sedimentar (Gole & Klein, 1981).

3- Características Geoquímicas Gerais


A determinação das características geoquímicas de formações ferríferas é uma tarefa
complexa, uma vez que essas rochas geralmente passaram por diversos processos de
enriquecimento como alteração hidrotermal e lixiviação de componentes como silicatos e
carbonatos e/ou processos de concentração residual durante o intemperismo. Ademais pode
haver processos metamórficos envolvidos alterando o conteúdo de voláteis, como o CO2.
Em 1964, Lepp & Goldich observaram que geralmente as BIFs Arqueanas-
paleoproterozóicas apresentam teor mais alto de SiO2 e menor de Al2O3, P, Ti e elementos-
traço que as formações ferríferas mais jovens (James 1966).
James (1966) publicou uma coletânea de dados geoquímicos de duas diferentes fácies de
formações ferríferas bandadas e também foi o pioneiro a observar o baixo conteúdo em
elementos-traço das formações ferríferas bandadas. Segundo o autor, a fácies óxido
compreende rochas hematíticas e magnetíticas pré-cambrianas. Quimicamente, estas rochas
são de composição simples, onde a sílica e os óxidos de ferro são seus principais constituintes.
Já a fácies silicato compreende rochas que possuem silicatos primários de forma dominante,
dentre eles a chamosita, greenalita e a glauconita, somados a menores quantidades de
minesotaita, cloritas ricas em ferro ou stilpnomelana (provavelmente de origem metamórfica).
A maioria das formações ferríferas da fácies silicato, analisadas por James (1966), foi submetida
a certo grau de metamorfismo. Estas rochas consistiam de quartzo (chert recristalizado) em
camadas alternadas com camadas ricas em silicatos que, geralmente, possuíam quantidades
significantes de magnetita e siderita. De forma geral, estas rochas diferem de ferríferas
neoproterozóicas pelos teores mais altos de sílica (SiO2) e menores de óxidos de alumínio (Al2O3)
e fósforo (P3O6).
Segundo Kimberly (1979) o teor de ferro é em média aproximadamente 30%,
independentemente de sua idade, estrutura ou associação. Os principais minerais não metálicos
presentes são quartzo e dolomita e possuem relação inversa de abundância ao se comparar com
os minerais metálicos.
Eischler (1976), ao estudar a origem de formações ferríferas bandadas pré-cambrianas de
diversas partes do mundo, faz menção a sua composição química, na qual entrariam sílica e
óxidos de ferro como constituintes maiores, alumina e álcalis como menores, e cobre, chumbo,
zinco, cobalto, níquel e fósforo presentes em muito baixos teores, ou mesmo ausentes. O autor
apresenta uma compilação de dados geoquímicos de rochas de diferentes fácies sedimentares
de formações ferríferas (Tabela 1).
Tabela 1- Composição química de diferentes fácies sedimentares de formações ferríferas. Fonte: Eischler
(1976) in Alkmin (2014).

Por fim, em 2005 Klein definiu que BIFs de idade entre 1.8 e 3.8 Ga. possuem composição
química similar sendo ricas em Fe total (20-40%) e SiO2 (43-56%), com teores de CaO e MgO
entre 1,75-9,% e 1,2 -6,7% respectivamente. Teores de Al2O3 são baixos variando de 0,09 a 1,8%.

3.1- Elementos traços:


A presença de anomalias positivas de Y sugerem que esse elemento não estava em
equilíbrio com a água oceânica. Zhang et al. (1994) e Bau et al. (1995) demonstraram que a
distribuição oceânica do Y é próxima a do Hômio (Ho), como esperado pela similaridade entre
seus raios iônicos. Apesar disso, ocorrem diferenças entre o comportamento geoquímico do Y e
do Ho resultando em um forte fracionamento entre os mesmos. Os estudos acima citados
indicaram que as razões Y/Ho na água do mar são aproximadamente duas vezes maiores que as
razões condríticas e de folhelhos.
Os comportamentos dos elementos Zr, Hf e Ta em BIFs são pouco conhecidos (Bau &
Alexander 2009). Em sistemas aquosos, sabe-se que o fracionamento Zr-Hf é mais uma regra
que uma exceção (evidenciado pela razão não condrítica Zr/Hf das águas marinhas modernas).
Bau & Alexander (2009), em um estudo da formação neoarqueana Temagami (Canadá) em que
comparam sua química com de águas oceânicas modernas notaram que o Zr e o Hf são
removidos sem fracionamento e que as razões consideravelmente baixas de Zr/Hf resultavam
do fato que as águas oceânicas apresentavam uma razão Zr/Hf significantemente mais baixa no
Neoarqueano do que apresenta nos dias atuais. Estas razões, juntamente com as anomalias de
Eu e os valores de εNd indicam uma grande fonte de fluidos hidrotermais atuante nos oceanos
arqueanos e que provavelmente possuiam razões Zr/Hf condríticas. Em estudos geoquímicos
das formações ferríferas, os elementos Zr e Hf são usados como traçadores de componentes
detríticos e são usados na determinação das amostras com contaminação de material clástico
(Bolhar et al. 2004). O tântalo (Ta) e o escândio (Sc) também podem ser usados como traçadores
de contaminação, respectivamente, segundo Bau & Alexander (2009) e Bau & Möller (1993).
A razão Ni-Fe fornece dados sobre a produtividade marinha microbial (Bekker et al. 2010),
uma vez que ao longo do tempo a concentração de Ni em Bifs mudou de forma drástica; com
queda deste elemento nos oceanos em aproximadamente 2,7 G.a. (Konhauser et al. 2009). E
isso trariam consequências para os micro-organismos que dependiam dele, como, por exemplo,
as bactérias que fazem a metanogênese. A metanogênese teve um papel crucial no controle dos
níveis de oxigênio da Terra, uma vez que o metano produzido reagia com o oxigênio existente
mantendo baixos os níveis deste elemento. Enquanto o metano era abundante, o oxigênio não
poderia acumular na atmosfera.

3.2 – Elementos terras raras (ETR)


A abundância de ETR e sua distribuição relativa em sedimentos e rochas sedimentares
constitui uma ferramenta poderosa na definição de ambientes geológicos e processos (Kato et
al. 1998). O comportamento dos ETR durante a formação de sedimentos marinhos modernos é
bem conhecido (Toyoda et al. 1990, Fagel et al. 1997, Elderfield & Sholkovitz 1987, Bender et al.
1971) e é usado como base para estudos de reconstrução paleogeográfica de ambientes
deposicionais (Ruhlin & Owen 1986, Olivarez & Owen 1991, Murray et al. 1991). Águas marinhas
modernas oxigenadas são desfalcadas em Európio (Eu) e Cério (Ce), segundo Bolhar et al. (2004),
Bekker et al. (2010) e Planavsky et al. (2010), enquanto que águas sub-óxidas a anóxidas não
possuem anomalia negativa significantes de Ce. Bolhar et al. (2004) e Bekker et al. (2010) citam
ainda como características das águas marinhas modernas as seguintes: anomalias positivas de
Lantânio, Gadolíneo e Ítrio (La, Gd e Y) e desfalque relativo dos elementos terras raras leves
(ETRL) e elementos terras raras médios (ETRM), em relação aos elementos terras raras pesados
(ETRP), isto é Gd/Yb<1 e La/Yb<1.
Os padrões de ETR de sedimentos químicos e águas marinhas são comumente
normalizados por média dos padrões de folhelho, como, por exemplo, o PAAS (Post Archean
Australian Shale Average) ou o NASC (North American Shale Composite). É importante ressaltar
que variações nos padrões de ETR de formações ferríferas não devem ser atribuídas somente a
mudanças nos padrões de ETR das águas oceânicas, mas também às misturas de fontes de
material, como as hidrotermais e detríticas (Graf 1978). Nesse caso pode-se normalizar por
condritos também.
Formações ferríferas pré-cambrianas sem contaminação clástica, independentemente de
sua proveniência, idade e grau metamórfico, apresentam uma assinatura de ETR comum com as
seguintes características:
-anomalias positivas de Lantânio, - (La/Sm)CN >1, (Sm/Yb)SN <1 e (Eu/Sm)SN >1 (Bau &
Möller 1993);
- razões Eu/Sm e amplitude da anomalia positiva de Eu diminuem com o decréscimo da
idade de deposição (Derry & Jacobsen 1990, Danielson et al. 1992, Bau & Dulski 1996).
Frei et al. (2008) e Planavsky et al. (2010) observaram que as formações ferríferas
apresentam variações em suas características geoquímicas de acordo com a idade de deposição,
sugerindo a presença de trends temporais que refletem variações nos mecanismos de deposição
e nas condições atmosféricas da Terra. Ambos os autores descrevem formações ferríferas
arqueanas com empobrecimento em ETRL em relação à ETRP, altos valores de Y/Ho e ausência
de anomalias negativas ou positivas de Ce, sugerindo uma coluna d’água predominante anóxica
neste período. Entretanto, Planavsky et al. (2010) descrevem essas mesmas características para
formações da transição Arqueano-Paleoproterozóico, enquanto Frei et al. (2008) observam
anomalias negativas de Ce incipientes, sugerindo alguma oxidação das águas profundas neste
período, ao menos em bacias restritas. Já no final do Paleoproterozóico (2,0-1,8 Ga), as BIFs
apresentam valores variáveis de ETRL/ETRP, Y/Ho e anomalias de Ce, inclusive positivas, sendo
sugerido por Planavsky et al. (2010) um modelo de deposição onde óxidos de Mn seriam
dissolvidos na interface entre águas oxigenadas e anóxicas (coluna d’água estratificada),
alterando a sua composição geoquímica.
4 – Ambiente Deposicional e Gênese

Segundo a literatura atual, a deposição das formações ferríferas bandadas está relacionada à
evolução atmosférica e biológica, assim como aos padrões de ciclos tectônicos globais (Klein,
2005; Bekker et al., 2010). As condições básicas para deposição das BIFs são bem conhecidas,
sendo necessária a precipitação de ferro a partir de uma coluna d’água contendo níveis
micromolares de ferro ferroso (Bekker et al. (2010)). Para isso, segundo Bekker et al. (2010), são
necessários três fatores principais: i) atmosfera redutora ou com baixo potencial de oxidação; ii)
baixas concentrações de sulfeto e sulfato e iii) alto fluxo de ferro hidrotermal.
No entanto, os processos específicos que levam a essa deposição são pouco entendidos, sendo
provável que as formações ferríferas tenham se formado a partir de diferentes mecanismos ao
longo do tempo geológico, como:
1- Modelo clássico: sugerido por Cloud (1965), afirma que o oxigênio livre de origem
fotossintética induz a oxidação do Fe2+ livre nos oceanos, proveniente de centros hidrotermais.
Em uma coluna d’água estratificada em relação ao oxigênio, as águas profundas anóxicas ricas
em ferro são levadas por ressurgências para as águas rasas ricas em oxigênio, onde ocorre a
oxidação e precipitação da BIF;
2- Oxidação metabólica do Fe2+: o ferro é precipitado diretamente de reações fotossintéticas
liberando ferro como produto, como a fotoferrotropia e a oxidação aerofílica do ferro (Garrels
& Perry, 1974; Edwards et al., 2003);
3- Oxidação induzida por radiação ultravioleta (UV): Acredita-se que quando a atmosfera ainda
era predominantemente anóxica, a camada de ozônio não existia. Logo, a radiação UV que
chegava a Terra era consideravelmente mais intensa do que nos tempos atuais, o que pode ter
levado à quebra das moléculas de água dos oceanos, liberando oxigênio na atmosfera. Este
oxigênio, em contato com o ferro livre dissolvido nos oceanos, levou a sua oxidação e
consequente precipitação, gerando as BIFs (Braterman et al., 1983; Anbar & Holland, 1992);
4- Oxidação em fluídos hidrotermais (separação de fases): Durante o expelimento de fluídos
hidrotermais em centros vulcânicos de espalhamento do assoalho oceânico, ocorre a separação
de fases do fluído em fase líquida e vapor. Esta separação aumenta o potencial de oxidação do
líquido, que também se torna mais alcalino, levando a precipitação dos elementos dissolvidos
contidos nele, inclusive o ferro. Este mecanismo ocorre somente em formações do tipo Algoma
e pode ocorrer associado a depósitos de sulfeto maciço vulcanogênico (VMS) (Foustoukos &
Bekker, 2008);
5- Fluxo de detritos: Krapez et al. (2003) e Lascelles (2007) sugerem a geração de formações
ferríferas a partir de fluxos de detritos gerados pela força da gravidade em fumarolas
hidrotermais, onde o ferro teria sido previamente depositado devido a sua baixa solubilidade.
Lascelles (2007) acredita que os precipitados originais seriam compostos por um material
silicático, que durante a diagênese se separaria nas camadas de óxidos e hidróxidos de ferro e
nas camadas de sílica, sendo a sílica totalmente diagenética.

5– BIFs no mundo

As formações ferríferas bandadas ocorrem em todos os continentes, tendo, portanto,


distribuição global (Klein, 2005) (Figura 1). Entretanto, quando analisadas em relação a períodos
de deposição, a distribuição se torna mais restrita (Figura 2). Nota-se uma ocorrência intensa de
BIFs no Pré-Cambriano, com pico de deposição em torno de 2,5 Ga, na transição Arqueano-
Paleoproterozóico. Este pico pode ser relacionado ao chamado “Grande Evento de Oxidação”
(Great Oxygenation Event), caracterizado por aumento significativo na concentração de
oxigênio no oceano e atmosfera terrestres, marcando o estágio inicial de mudança de condições
redutoras para oxidantes no planeta (Holland, 2006). Assim, acredita-se que sua distribuição
temporal possa relacionar-se aos períodos de mudança nas condições de oxidação da atmosfera
e oceanos terrestres.

Figura 1: Distribuição de diferentes depósitos de Formações Ferríferas Bandadas. Fonte: Modificado de Alkimin, 2017
Figura 2: Distribuição das BIFs ao longo do tempo geológico com pico de deposição em 2,5 G.a., esse pico marca o
Grande Evento de Oxidação da Terra (fonte da figura: Klein, 2005).

Outras possibilidades seriam sua relação com períodos de glaciação, colocação de


grandes províncias ígneas, formação de grandes massas continentais arqueanas e eventos
de hidrotermalismo (Bekker et al., 2010).
As BIFs desapareceram no final do Paleoproterozóico para retornar durante um curto
período no Neoproterozóico, provavelmente relacionadas à Snowball Earth, quando a glaciação
de todo o planeta pode ter gerado anoxia nos oceanos e o posterior derretimento com
reentrada de oxigênio levou a deposição das formações ferríferas (Gross, 1973; Young, 1976).
Como mencionado anteriormente, exemplos de depósitos de BIFs arqueanos são
Michipicoten (Canadá), Vermillion District (EUA), Super Grupo Rio das velhas (Brasil), Ntern
Complex (Camarão – África), North Arcot District (India), Anben, Jidong e Lvliang entre outros.
Por outro lado, os depósitos de Labrador (Canadá), Lago Superior (EUA), Formação Cauê (Brasil),
Hamerley (Austrália) e Krivoy Rog (Rússia), Tongwane Formation (South Africa), Bailadila (Índia)
apresentam idades paleoproterozóicas. Por fim, as BIFs mais recentes, com a sua gênese
associadas às glaciações possuem depósitos em Rapitam (Canadá), Urucum e Macaúbas (Brasil).

6– BIFs Sul do Cráton São Francisco

Localizado na porção meridional do Cráton São Francisco (CSF), o Quadrilátero Ferrífero


(Figuras 3 e 4) se destaca por ser uma das principais províncias minerais do mundo e de maneira
geral apresenta hematita e magnetita como principais minerais de minério de ferro. Suas jazidas
de ferro estão hospedadas em formações ferríferas bandadas (BIFs) principalmente da
Formação Cauê, pertencente ao Supergrupo Minas, de idade arqueana-paleoproterozóica 2,65
G.a. (Cabral et al., 2012); 2,43 G.a. (Babinski et.al., 1995). Em menor escala, na mesma região,
ocorrem BIFs mais antigas, de idades Meso-Neoarqueanas (2,9- 2,7 Ga) apresentando também
mineralizações de ouro orogênico que caracterizam depósitos de classe mundial em operação
(Cuiabá) e com operações encerradas (Morro Velho). Essas BIFs com depósitos de ouro fazem
parte da estratigrafia do Greenstone belt Rio das Velhas, um cinturão de rochas composto por
rochas metassedimentares e metaígneas com idades variantes entre 2,9 e 2,67 Ga (Machado et.
al., 1992; Hartmann et al., 2006; Baltazar and Zucchetti 2007), cronocorrelato ao Greenstone
Belt Pitangui (Romano 2007, Brando Soares et al., 2017), localizado 100 km a noroeste.
Situado também no Sul do CSF, porém a norte do Quadrilátero Ferrífero ocorrem BIFs
mais novas, de idade orosiriana- estateriana (Rolim et al 2016) (Figura 3). Estas, segundo o autor
supracitado, apesar de conhecidas desde o século XVIII não eram muito estudadas até
recentemente. A partir de 2005, com a alta dos preços dos minérios de ferro no mercado
internacional, essas formações ferríferas passaram a ser alvo do interesse econômico de
empresas de mineração que intensificaram os trabalhos de exploração mineral através de
mapeamento geológico de detalhe, trabalhos geofísicos voltados especificamente para minérios
de ferro e sondagens rotativas diamantadas.
Figura 3: Cráton São Francisco, em destaque o Quadrilátero Ferrífero em rosa e a borda
leste do Supergrupo do Espinhaço. (Fonte: Modificado de Rolin et al 2016 )

6.1- BIFS Greenstone Belt Pitangui


Localizado na porção NW do Quadrilátero Ferrífero (Figura 4), o Greenstone Belt Pitangui
apresenta três unidades; a unidade inferior compreende rochas metavulcânicas máficas e
ultramáficas com intercalações de rochas metassedimentares de origem química e clástica
(meta-arenitos, metapelitos e formações ferríferas bandadas). A unidade intermediária
corresponde predominantemente a intervalos metassedimentares (com maiores pacotes de
meta-arenitos e menos BIFs) e rochas metavulcânicas intermediárias transicionais em relação a
unidade inferior (Faria 2017). A unidade superior equivale a quartizitos sericíticos e
metaconglomerados polimiticos. Estas unidades podem ser observadas e correlacionadas em
três localidades distintas do greenstone; Aparição, São Francisco e São Sebastião, que
apresentam colunas estratigráficas individuais contendo níveis de BIFs.
Datação (U-Pb) em zircões (de metarenitos que ocorrem intercalados aos BIFs) apontou
para uma idade máxima em 2,86 Ga (Brando Soares et al., 2017). Esta idade foi interpretada
também como idade de deposição das BIFs e do pulso de oxigenação registrado nestas rochas,
que antecederia o GEO em 400 M.a. Posteriormente, Santos (2019), apresentou novas
evidências que reforçam que antes do GEO ocorreram pulsos de oxigenação em porções
específicas da bacia arqueana, de forma restrita. Afinal, até o momento não foi observado
qualquer registro inequívoco em camadas lateralmente contínuas.

6.2-BIFS Greenstone Belt Rio das Velhas


Também localizado no Quadrilátero Ferrífero (Figura 4), o Greenstone Belt Rio das velhas
é caracterizado por rochas máficas e ultramáficas associadas a rochas vulcânicas e
vulcanoclásticas de composição ácida a intermediária, e rochas sedimentares clásticas. A
sequência está metamorfizada em condições de fácies xisto verde a anfibolito baixo, e está
comumente alterada hidrotermalmente, especialmente próximo a ocorrências auríferas (Dorr
1969; Zucchetti and Baltazar, 2000).
As formações ferríferas bandadas estão inseridas no grupo Nova Lima e são os principais
controladores estruturais e hospedeiros de ouro orogênico. A base do Grupo Nova Lima (Figura
5) é composta majoritariamente por rochas máficas e ultramáficas intercaladas com BIFs tipo
Algoma, metachert ferruginoso e sedimentos carbonosos (Zucchetti e Baltazar 2000; Baltazar e
Zucchetti 2007). Estudos geoquímicos dos basaltos (Zucchetti 1998; Zucchetti e Baltazar 2000)
sugerem que os mesmos sejam de ambiente de fundo oceânico em regime extensional. Basaltos
magnesiano-toleiíticos teriam se formado pela fusão parcial de uma fonte mantélica, enquanto
basaltos toleiíticos, mais evoluídos, refletem uma diferenciação magmática por cristalização
fracionada. A porção intermediária do Grupo Nova Lima é formada por metapelitos intercalados
com BIFs, metachert, sedimentos carbonosos, e rochas vulcanoclásticas, relacionados a
ambiente marinho profundo, no final do estágio extensional e início da fase de subducção. O
topo do Grupo Nova Lima é representado por uma sequência de turbiditos, rochas epiclásticas
e vulcanoclásticas relacionados a ambiente de subducção (Baltazar e Zucchetti 2007).
As fácies ricas em silicato e magnetita possuem maiores concentrações de elementos
imóveis como Al, Ti, Th e Sc, sugerindo significante contaminação clástica, enquanto os demais
tipos de BIFs e cherts registram aporte detrítico irrelevante. Ou seja, a deposição de BIFs e chert
foi influenciada pelos componentes água do mar, fluidos hidrotermais de alta temperatura
(>250 °C), e aporte detrítico, em diferentes proporções. A herança da água do mar é registrada
pelo enriquecimento de ETRP em relação aos ETRL associado às anomalias positivas de La e Y. A
anomalia positiva de Eu reflete a influência de fluidos hidrotermais de alta temperatura, e a
força dessa anomalia é relacionada a proximidade da fonte hidrotermal. As camadas de
metachert possuem as maiores anomalias de Eu, e são interpretadas como proximais à fonte,
enquanto as FFBs ricas em silicato, carbonato e magnetita, com as menores anomalias, teriam
se depositado em regiões mais afastadas.
Araujo 2018 propõe um modelo deposicional para BIFs do greenstone belt Rio das Velhas
que amostras compostas predominantemente por chert se depositaram próximo às fontes
hidrotermais, como é o caso de Lamego. Afastando-se um pouco da fonte, BIF rica em carbonato
deposita, transicionando para BIF rica em magnetita (i.e. Cuiabá e Raposos). Longe de fontes
hidrotermais e mais próximo aos taludes submarinos, onde há maior aporte detrítico, deposita-
se BIF com mineralogia variada, contendo magnetita, carbonato e diferentes silicatos (i.e. São
Bento). As BIFs depositadas em posição intermediária relativo à fonte hidrotermal e aos taludes
submarinos comumente possuem abundante carbonato e/ou óxido rico em ferro. Eles
representam um importante metalotecto para a mineralização aurífera pois são mais propensos
à substituição de bandas ricas em ferro por sulfetos, acompanhados pela precipitação do ouro.

Figura 4: Geologia simplificada do Quadrilátero Ferrífero e a localização dos Greenstone


belts Pitangui e Rio das Velhas. (Fonte Santos, 2019.)

6.3- BIFS Supergrupo Minas


O Supergrupo Minas é uma bacia de margem passiva de idade Neoarqueana-
Paleoproterozoica com sedimentos continentais e marinhos, em contato discordante com o
Supergrupo Rio das Velhas (Alkmim e Marshak 1998; Cabral et al. 2012).
Os BIFs do tipo Lago Superior e carbonatos de ambiente plataformal são pertencentes ao
Grupo Itabira (Alkmim e Marshak 1998). O Grupo Itabira, caracterizado como uma sequência
predominantemente marinha de ambiente raso a profundo, é composto pela Formação Cauê,
na base, que passa gradativamente à Formação Gandarela, no topo (Dorr II 1969).
A Formação Cauê é composta por rochas ferríferas bandadas e metamorfizadas em baixo
a médio grau, ou seja, itabiritos de várias composições, além de hematita-filitos, mármores
dolomíticos e filitos dolomíticos. A formação contém ainda lentes e camadas de hematita
compacta e é hospedeira de grandes volumes de minérios hematíticos friáveis e compactos de
alto teor (Dorr II 1969, Rosière & Chemale Jr. 2000).
A Formação Gandarela, definida por Dorr (1958), é composta por rochas carbonáticas
(dolomitos e mármores dolomíticos e calcíticos), filitos e formações ferríferas bandadas em
menor volume.
A deposição das unidades inferiores do Supergrupo Minas deu-se entre 2.580 Ma e 2.125
Ma, como indicam os dados geocronológicos obtidos por Machado et al. (1992) e Hartmann et
al. (2006) através da metodologia U-Pb em zircões (Figura 5). Hartmann et al. (2006) estimaram
a idade de deposição da Formação Cauê no intervalo 2.58 e 2.42 Ga (U/Pb-SHRIMP em zircões
de rochas metassedimentares da Formação Moeda).

Figura 5: Coluna Estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero (Fonte: Alkmin e Marshak,


1998)
Baseando-se na proposta de Pufahl & Hiatt (2012) de distribuição de diferentes fácies de
formações ferríferas em uma plataforma marinha, Alkmin (2014) observou uma transição de um
itabirito ocre (rico em terrígenos da porção distal da bacia) para um itabirito silicoso (mais distal
ainda) e, posteriormente, o retorno do itabirito ocre distal novamente, indicando o registro um
ciclo de transgressão e regressão iniciado desde a deposição da Formação Batatal (lamas distais).
Através da análise dos dados geoquímicos, principalmente dos ETR, obtidos no mesmo
trabalho citado anteriormente (Alkmin, 2014) pode-se sugerir uma interação de fontes clásticas,
hidrotermais e vulcânicas durante sua formação. As principais características de fontes clásticas
observadas nos diversos tipos de itabiritos estudados são as altas concentrações dos elementos
Sc, Sr, Zr, Hf e Th; ocorrência de correlação entre os elementos-traço U, Ni e Cu com o Al2O3. As
principais características associadas à uma fonte hidrotermal são a presença de anomalias
positivas de Eu e a fonte do ferro em todas as amostras de formação ferrífera estudadas. Já a
presença de uma fonte vulcânica para esta formação está evidenciada pela ocorrência de
stilpnomelana no itabirito magnetítico da região de Serra Azul (Amorim e Alkmim, 2011) e
presença de celadonita em itabiritos silicosos da região da Fazenda Gandarela.

6.4- BIFS Supergrupo Espinhaço


Os corpos de BIFS que afloram na borda leste da Serra do Espinhaço meridional, foram
divididos por Rolim (2016) em dois grupos de rochas metassedimentares depositados em
períodos distintos e em diferentes ambientes tectônicos (Grupo Serra de São José e Serra da
Serpentina). O Grupo Serra de São José foi depositado em uma bacia tipo rifte continental,
tectonicamente ativa, com eixo NNW-SSE e engloba um completo ciclo sedimentar
transgressivo, sendo constituída por quatro formações denominadas, da base para o topo:
formações Lapão, Itapanhoacanga, Jacém e Canjica. A Formação Itapanhoacanga tem a mesma
idade máxima deposicional (1666 ± 32 Ma) (Figura 6) que a Formação São João da Chapada da
base do Supergrupo Espinhaço da qual provavelmente representa somente uma variação
faciológica, causada possivelmente por descontinuidades da morfologia da bacia, controladas
por sistemas de falhas normais sinsedimentares, dentro de um mesmo sistema de rifte.
O Grupo Serra da Serpentina é mais velho que o Grupo Serra de São José e a presença de
alguns poucos grãos de zircão detrítico de idade orosiriana indicam a idade de 1990±16 Ma
como a idade máxima deposicional deste grupo. O Grupo Serra da Serpentina foi depositado em
uma bacia epicontinental do tipo Sag, de aprofundamento lento e com pouca atividade
tectônica sindeposicional. Este grupo é constituído por duas formações, tendo na base um
conjunto de rochas metassedimentares pelíticos reunidas na Formação Meloso e no topo as
rochas metassedimentares químicas, incluindo formações ferríferas bandadas, da Formação
Serra do Sapo.
O Grupo Serra da Serpentina foi depositado antes da abertura do rifte Espinhaço/Serra
de São José e é, portanto, uma unidade pré-Supergrupo Espinhaço, possivelmente crono-
correlato do Grupo Costa Sena.

1.66 G.a.

1.99 G.a.

Figura 6: Coluna Estratigráfica dos grupos Serra da Serpentina e Serra de São José
(Supergrupo Espinhaço).
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