Você está na página 1de 25

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO

Programa de Pós-graduação em Geologia

Seminário de Geotectônica

BIFS: Uma Revisão Geral

Aluna: Renata Hiraga


Geotectônica- PPGEO – FGEL- UERJ
Profª. Drª. Monica Heilbron
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

Sumário da Apresentação:

• Introdução
• Classificação
• Características Geoquímicas gerais
• Modelos Deposicionais – Ambiente Deposicional e Gênese
• BIFS no mundo
• BIFS Sul do Cráton São Francisco
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

• Formações ferríferas  rochas sedimentares cujo teor em ferro é igual ou superior a 15%.
• BIF´s - origem sedimentar química, que constituem as chamadas formações ferríferas bandadas ("banded iron
formations“) X GIF’s de origem sedimentar detrítica ou granulares ("granular iron formations" ou "GIF´s")

GIFS

GiFs com estratificação cruzada preservada  em BIF’s isso não ocorre

Bekker et al, 2010. Freitas et al, 2011.


Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco
BIFs não mineralizados X BIFs mineralizados

Hagemann et al, 2016.


Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

• Possíveis confusões! Iroonstones ooidais


• CUIDADO! x
Arenitos e quartzitos
com concentrações
detríticas de Fe
detrítico

Arenitos e quartzitos com hematita hidrotermal


Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

deposição

GOE ( Great
oxydation event) –
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

• São várias formas de classificação propostas por diversos autores.


Aqui destacamos algumas.
• Segundo James (1954 e 1966) as rochas sedimentares ferríferas podem ser subdivididas em fácies baseando-
se no mineral portador de ferro na rocha (óxido, silicato, carbonato e sulfeto).

Posteriormente Gross (1963 e 1985): caracterizou as formações ferríferas nos tipos Lago Superior, Algoma e Rapitan.
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

• Algoma – rochas arqueanas, mais velhas que 2.6 Ga., ocorrem associadas a gereenstone belst (rochas
vulcânicas máficas, piroclásticas félsicas e fluxos riolíticos, grauvacas, xistos, ardósias, metaturbiditos) depositadas
em ambiente de mar profundo.

Michipicoten (Canadá), Vermillion District (EUA), Super Grupo Rio das velhas (Brasil), Ntern Complex (Camarão –
África), North Arcot District (India), Anben, Jidong e Lvliang entre outros.

• Lago Superior – rochas paleoproterozóicas (> 1.8 Ga) depositadas em plataformas continentais marinhas e
também em bacias de rifte, associadas à sedimentação clástica com boa maturidade.

Labrador (Canadá), Lago Superior (EUA), Formação Cauê (Brasil), Hamerley (Austrália) e Krivoy Rog (Rússia),
Tongwane Formation (South Africa), Bailadila (Índia).

• Rapitan – de idade neoproterozóica a paleozóica e estariam associadas a sedimentação glaciogênica.

 Rapitan (Canadá), Macaúbas (Brasil), Damara (Namíbia).


Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

• Bacias Arqueanas x
Paleoproterozóicas
• Até que ponto os
ambientes
marinhos
modernos
profundos são
análogos aos
antigos?
Abitibi – Canadá

Thurston et. al. 2008


Kaapval- África
Superior

Dalstra e
Rosiere, 2008
Lindsay e Depósitos do tipo
Brasier , 2002 Lago Superior podem
ter rochas vulcânicas
associadas ou não

Young, 2002
BIF Neoproterozóico:
Rapitan

Modelo para deposição


Química

Smith, 2007
Klein e Beukes, 1993
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco
Geoquímica
•Teor de ferro uniforme de aproximadamente 30%, independentemente de sua idade, estrutura ou
associação (Kimberly 1979);Os principais minerais não metálicos presentes são quartzo e dolomita e
possuem relação inversa de abundância ao se comparar com os minerais metálicos.

•Eischler (1976) e as fácies sedimentares:

Tabela 1- Composição química de diferentes fácies sedimentares de formações ferríferas. Fonte:


Eischler (1976) in Alkmin (2014).
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

Dificuldade Geoquímica de BIFs  Muitos processos:


alteração hidrotermal, lixiviação de componentes como silicatos
e carbonatos e/ou processos de concentração residual durante
o intemperismo. Além de processos metamórficos envolvidos
alterando o conteúdo de voláteis, como o CO2.

Modificado de Planavsky et al 2010 em Alkmin, 2017

Hagemann et.al., 2016


Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

• A deposição das formações ferríferas bandadas está relacionada à evolução atmosférica e biológica, assim
como aos padrões de ciclos tectônicos globais
• Condição básicas para deposição das BIFs  precipitação de ferro a partir de uma coluna d’água contendo
níveis micromolares de ferro ferroso.

• Três fatores principais  i) atmosfera redutora ou com baixo potencial de oxidação; ii) baixas concentrações
de sulfeto e sulfato e iii) alto fluxo de ferro hidrotermal.

PORÉM os processos específicos que levam a essa deposição são pouco entendidos,
O mais provável é que as formações ferríferas tenham se formado a partir de diferentes processos ao longo do tempo, como:

1) Modelo clássico: sugerido por Cloud (1965), afirma que o oxigênio livre de origem fotossintética induz a oxidação
do Fe2+ livre nos oceanos, proveniente de centros hidrotermais.
2) Oxidação metabólica do Fe2+.
3) Oxidação induzida por radiação ultravioleta (UV).
4) Oxidação em fluídos hidrotermais (separação de fases).
5) Fluxo de detritos.
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco
Deposição X Diagênese
Deposição

Oxidação de ferro ferroso e precipitação


de compostos férricos na zona de interface
de redox

Pecoits et al 2009
BIF Dales George, Supergrupo
Hamersley, 2-49-2,45 Ga, Austrália
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

Modelos Biogênicos e
Abiogênicos para a precipitação de
BIF’s.
A ocorrência de A e B ao longo
do Tempo geológico depende da
oxigenação (B) sendo
desfavorecido em tempos pré GOE
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco

• BIF’s no mundo
• Ocorrem em todo o planeta  distribuição global

• BIF’s Arqueanas: Michipicoten (Canadá), Vermillion


District (EUA), Super Grupo Rio das velhas (Brasil),
Ntern Complex (Camarão – África), North Arcot
District (India), Anben, Jidong e Lvliang (China).

• BIF’s Paleoproterozóicas: Labrador (Canadá), Lago


Superior (EUA), Formação Cauê (Brasil), Hamerley
(Austrália) e Krivoy Rog (Rússia), Tongwane
Formation (South Africa), Bailadila (Índia).

• BIF’s Neoproterozóicas: Macaúbas, Urucum (Brasil)


e Rapitan (Canadá).
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco
BIFS na porção meridional do Cráton São Francisco

- BIFs da transição Arqueano-Paleoproterozóico no


Quadrilátero Ferrífero.
- BIFs Orosirianos e Estaterianos na Borda leste da Serra
do Espinhaço.

Cráton São Francisco, em destaque o


Quadrilátero Ferrífero em rosa e a borda
leste do Supergrupo do Espinhaço.
(Fonte: Modificado de Rolin et al 2016 )
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco
BIFS na porção meridional do Cráton São Francisco

- BIFs em Formações Arqueanas: Greenstone Belt Pitangui (1) e Greenstone belt Rio das Velhas (2)

Ambos Greenstone belts são


cronocorrelatosRochas metassedimentares
e metaígneas com idades variantes entre 2,9 e
2,67 G.a.

Geologia simplificada do Quadrilátero Ferrífero e


a localização dos Greenstone belts Pitangui e Rio
das Velhas. (Fonte Santos, 2019.)
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco
BIFS na porção meridional do Cráton São
Francisco

-BIFs Supergrupo Minas (Formação


Cauê) x BIFs Greenstone belt Rio das
Velhas (Grupo Nova Lima –metalotecto
ouro).

Coluna Estratigráfica do
Quadrilátero Ferrífero
(Fonte: Alkmin e
Marshak, 1998)
Sumário Introdução Classificação Características Geoquímicas Gerais Modelos Deposicionais – Ambiente
Deposicional e Gênese BIFs no mundo BIFs Sul do Cráton São Francisco
BIFS na porção meridional do Cráton São Francisco

- BIF’s Espinhaço

• A Norte do Quadrilátero Ferrífero. 1.66 G.a.


• Dois Grupos com diferentes idades contendo BIF’s:
-Serra da Serpentina (1.99 G.a.)
-Serra do São José (1.66 G.a.)

1.99 G.a.

Rolim et al
2016.
Introdução Área de Estudo Geologia Regional Ambiente Deposicional Hidrotermalismo Supergênese
Geoquímica Geometalurgia Potencial econômico Conclusões

Bibliografia
Alkimin A.R., 2014 Investigação geoquímica e estratigráfica da Formação Ferrífera Cauê na porção centro- ­‐oriental do Quadrilátero Ferrífero, MG. Dissertação de Mestrado. Universidade
Federal de Ouro Preto – UFOP. 206p.
Alkmim F.F., Marshak S. 1998. Transamazonian Orogeny in the Southern São Francisco Craton, Minas Gerais, Brazil: evidence for Paleoproterozoic collision and collapse in the Quadrilátero
Ferrífero. Precambrian Res, 90: 29–58.
Bekker, A., Slack, J.F., Planavsky, N., Krapez, B., Hoffman, A., Konhauser, K.O., Rouxel, O.J. 2010. Iron formation: The sedimentary product of a complex interplay among mantle, tectonic,
oceanic, and biospheric processes. Economic Geology, v. 105, p. 467-508.
Dalstra, H.J.; Rosière, C.a. 2008. "Structural Controls on High-Grade Iron Ores Hosted by Banded Iron Formation: A Global Perspective", Banded Iron Formation-Related High-Grade Iron
Ore, Steffen Hagemann, Carlos Alberto Rosière, Jens Gutzmer, Nicolas J. Beukes
Eichler J. 1976. Origin of the Precambrian banded iron-formations. In: K.H. Wolf (ed.). Handbook of stratabound and stratiform ore deposits. Amsterdan. Elsenvier Scientific Publishing
Company, p. 157-201.
Faria L. R. 2017. Litogeoquímica e estratigrafia de rochas metavulcânicas do alvo São Francisco, Greenstone Belt Pitangui, Minas Gerais. Tese de conclusão de curso, Instituto de
Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 102 p.
Hagemann, S., Angerer, T., Duuring, P., Rosière, C. A., Figueiredo E Silva, R. C., Lobato, L., Hensler, A. S., & Walde, D. H. G. (2016). BIF-hosted iron mineral system: A review. Ore Geology
Reviews, 76, 317-359. https://doi.org/10.1016/j.oregeorev.2015.11.004
Holland, H.D. 2006.The oxygenation of the atmosphere and oceans. Phil.Trans. R. Soc., v. 361.
James, H.L. 1954.Sedimentary facies of iron-formation. Economic Geology,v. 49, p. 235-293.
James, H.L. 1966 Data of geochemistry of iron-rich sedimentary rocks. U.S. Geological Survey. 6ed.
Kimberley, M.M. 1989. Nomenclature for iron formations. Ore Geology Reviews, v. 5, p. 1-12.
Klein C. 1966. Mineralogy and petrology of the metamorphosed Wabush Iron Formation, southwestern Labrador. Journal of Petrology, 7: 240-305.
Konhauser, K.O., Pecoits, E., Lalonde, S. V., Papineau, D., Nisbet, E.G., Barley, M.E., Arndt, N.T., Zahnle, K., Kamber, B.S. 2009. Oceanic nickel depletion and a methanogen famine before the
Great Oxidation Event. Nature, 458: 750–753.
Planavsky, N., Bekker, A., Rouxel., O.L., Kamber, B., Hofman, A., Knudsen, A., Lyons, T.W. 2010. Rare earth element and yttrium compositions of Archean and Paleoproterozoic Fe formations
revisited: New perspectives on the significance and mechanisms of deposition. Geochimica et Cosmochimica Acta, v. 74, p.6387-6405.
Rebesco, M., Hernández-Molina, F. J., Van Rooij, D., & Wåhlin, A. (2014). Contourites and associated sediments controlled by deep-water circulation processes: state-of-the-art and future
considerations. MARINE GEOLOGY, 352, 111–154.
Rolim, V.K. 2016. As formações ferríferas da região de Conceição do Mato Dentro – MG. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 243p.
Santos, N. F. O.; Ferreira, C.; Brando Soares, M.; Santos, K. N. S.; Faria, L. R.; Corrêa Neto, A. V.; Silva, P.H.M.; Mabub, R. O. A. 2019. Evidências de Eventos de Oxigenação a partir da
Geoquímica de Formações Ferríferas Bandadas

Você também pode gostar