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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE

ANGOLA
DEPOSITOS SEDIEMTARES DO TIPO
BIFS
FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS (BIFS) → CONCEITO

Rocha originariamente sedimentar, ricas em ferro, tipicamente bandada ou laminada


(James, 1954).
FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS (BIFS) → CONCEITO

Rocha de precipitação química Rochas em ferro: < 15%


formada em ambiente marinho. Rochas silicosas: < 35-40% de SiO2

Rocha originariamente sedimentar, ricas em ferro, tipicamente bandada ou laminada


(James, 1954).

Alternância entre camadas ricas em Fe e Si (chert). Pode haver


laminas de carbonatos.
IMPORTÂNCIA DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
Dados de 2017/2019 PRODUÇÃO ANUAL
RECURSOS (estimados) ≈ 2,5 x 109 ton (2)
> 230 x 109 t de Fe
> 800 x 109 t minério bruto
BRASIL (2016/2019)
≈ 60 a 70% do valor das exportações
RESERVAS ≈ 80 x 109 t de Fe da indústria extrativa mineral (3)
≈ 170 x 109 t minério bruto (1)
(1) Austrália, Brasil, Rússia,
China → ≈ 72% da
reserva mundial.
(2) Austrália, Brasil, China,
Índia → ≈ 80% da
produção mundial.
(3) Ouro, cobre, ferro-
nióbio, rochas ornamentais,
alumínio.
FONTE: Mineral commodity summaries
2020
U.S. Geological Survey
https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2020
/mcs2020.pdf
TIPOLOGIA DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS
TIPOS DEPOSICIONAIS TIPOS TEXTURAIS

Algoma (Arqueano) Bandadas


Lago Superior (Paleoproterozoico) Granulares
Rapitana (Neoproterozoico)
... Classificação relacionada a ... Classificação relacionada a
processos genéticos. parâmetros descritivos.

...geralmente, quando se refere a uma BIF.

FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS GRANULARES


(BIF – BANDED IRONFORMATION) (GIF – GRANULAR IRON FORMATION)
Claramente caracterizadas pela sua laminação e São rochas sedimentares clásticas, constituídas por
ocorrem em todo Pré-cambriano (Arqueano, clastos de óxidos e silicatos de ferro e chert ou
Paleoproterozoico e Neoproterozoico). quartzo. Apresentam-se como corpos irregulares,
lenticulares, mas não laminados.
TIPOLOGIA TEXTURAIS DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
BIF
● Formações Ferríferas Bandadas
(BIF – Banded Iron Formation)
• Claramente caracterizadas por sua laminação e ocorrem em
todo Pré-cambriano (Arqueano, Paleoproterozoico e
Neoproterozoico).

● Formações Ferríferas Granulares GIF


(GIF – Granular Iron Formation)
• São rochas sedimentares clásticas, constituídas por clastos
de óxidos e silicatos de ferro e chert ou quartzo.
• Ocorrem associadas às formações ferríferas do tipo Lago
Superior (Proterozoico).
• Apresentam-se como corpos irregulares, lenticulares,
menos laminados.
FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS

Pico do Itabirito, Minas Gerais, Brasil Província de Hamersley, Austrália


Enriquecimento relativo por fluidos
metamórfico-hidrotermais (componente
Itabirito não é totalmente um sinônimo de Formação
hidrotermal).
Ferrífera Bandada, pois...
...são BIFs arqueanas a paleoproterozoicas de MG
que estão deformadas.
AMBIENTES DE PRECIPITAÇÃO DAS BIFS
DEPÓSITOS DE TRÊS PERÍODOS DO ARQUEANO E PROTEROZOICO:
(i) 3.500-3.000 Ma: Algoma
* Arcos vulcânicos (terrenos greenstone belts) – Idade arqueana.
* Depósitos de pequeno porte.
* Grenstone Belt da província Abitibi (Canadá)

(ii) 2.500-2.000 Ma: Tipo Lago Superior


* Plataformas continentais estáveis do Paleoproterozoico.
* Austrália (Hamersley Basin), África do Sul (Bacia
Traansvaal), Quadrilátero Ferrífero (BR), e o Lago Superior
(EUA, área tipo).

(iii) 1.000-500 Ma: Tipo Rapitan


* Sedimentos glaciais do Neoproterozoico.
* Área tipo está nas Montanhas Mackenzie (NE do Canadá).
Fonte:
AMBIENTES DE Robb (2005)

PRECIPITAÇÃO

Algoma
3.500-3.000 Ma

Tipo Lago Superior


2.500-2.000 Ma

Tipo Rapitano
1.000-500 Ma
DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DAS BIFS

→ BIFs do tipo Lago Superior (paleoproterozoicas): 90% do total.


→ Poucos exemplos mundiais de BIFs.
Fonte:
Adaptado de Bekker et al. (2010) e Hagemann et al. (2015)
FÁCEIS DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS
► relacionam-se à composição mineral e/ou química dessas rochas, e refletem diretamente a
natureza geoquímica de seus ambientes de precipitação (em termos do Eh)

ÓXIDOS Potencial de Oxidação-Redução


Hematita e/ou magnetita
Precipitação decorrente do
CARBONATOS
Siderita – FeCO3 aumento da redução do ► SEPARAÇÃO ENTRE AS FÁCIES: NO
ambiente ESPAÇO E NO TEMPO:
SILICATOS
Greenalita e minnesotaita (silicatos, contudo, são → no ESPAÇO: ao longo de uma camada
(Fe+2,Fe+3)2-3Si2O5(OH)4 de formação ferrífera
estáveis em uma ampla
SULFETOS tipo Algoma (Arqueano).
faixa de Eh).
Pirita
→ no TEMPO: desde o Arqueano (fácies
CHERT ± FOLHELHO reduzidas) ao
CARBONOSO Paleoproterozoico (fácies oxidadas).
SEPARAÇÃO DAS FÁCIES DE FORMAÇÃO FERRÍFERA NO ESPAÇO
RELAÇÃO ENTRE AS FÁCIES DE FORMAÇÕES FERRÍFERAS ARQUEANAS COM A CONFIGURAÇÃO DA BACIA, TIPOS ROCHOSOS
ASSOCIADOS E VARIAÇÃO DO Eh.

Eh ↑
Eh ↓
SEPARAÇÃO DAS FÁCIES DE FORMAÇÃO FERRÍFERA NO TEMPO

dominantemente dominantemente
reduzidas: óxidos:
Fe2+ > Fe3+ Fe3+ > Fe2+

< Eh ≈ 2,8 Ga > Eh


Progressiva oxigenação das esferas líquidas do planeta (hidrosfera e atmosfera)
Algoma Lago Superior →→ Rapitan
COMPOSIÇÃO E MINERALOGIA DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
COMPOSIÇÃO MINERAL
quartzo ou chert, hematita, magnetita, martita, goethita são dominantes
(sulfetos, carbonatos, silicatos são subordinados).

Composição química
SiO2 e Fe2O3 predominantes.
Mn, Ca e Mg estão presentes em quantidades variáveis, porém, baixas
Al2O3 < 1%; P2O5 (décimos a centésimos de por
cento)
Hematita – Fe2O3

Composição mineral e química relativamente simples e


uniforme → dominância da contribuição de precipitados
químicos, mínima participação de sedimentos detríticos.

Magnetita – Fe3O4 (FeO. Fe2O3)


COMPOSIÇÃO GLOBAL DAS
BIFS

COMPOSIÇÃO MINERAL
Quartzo ou chert, hematita, magnetita,
martita, goethita são dominantes (sulfetos,
carbonatos, silicatos são subordinados)

COMPOSIÇÃO QUÍMICA
SiO2 e Fe2O3 → composição predominante.
(Mn, Ca e Mg estão presentes em
quantidades variáveis, porém, baixas)
(Al2O3 < 1%; P2O5 – décimos a centésimos de
por cento)
COMPOSIÇÃO GLOBAL DAS
BIFS

→ Composição mineral e química


relativamente simples e uniforme.

>> dominância da contribuição de


precipitados químicos;

>> mínima participação de sedimentos


detríticos e, também, um quimismo
relativamente simples
(diferentemente dos ironstones)
FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS TIPO
ALGOMA
Atmosfera e oceanos eram anóxicos
→ Antes do GOE (< período anterior a 2,5 Ga)

Associadas a greenstone belts, vulcanismo e depósitos de


Cu-Zn VMS
(E.g., BIF em Isua, Groelândia em 3,8 Ga)
Oxidação de Fe2+, formação de hidróxidos de ferro e, por
desidratação, formação de magnetita;

Formação de hematita (mais rara) devido à mistura de


água do mar e soluções hidrotermais;
FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS TIPO ALGOMA
❖ Formadas em bacias fechadas a semi-fechadas com intensa
atividade vulcânica e hidrotermal;
❖ Associados com depósitos VMS;
❖ Precipitação de oxi-hidróxidos de ferro, como ferri-hidrita,
posteriormente transformados durante a diagênese em hematita,
magnetita e siderita;
❖ Metamorfismo origina variedade de fases de silicato com ferro
(por exemplo, anfibólio, granada, piroxênio);
❖ Horizontes de chert interbandados refletem:
(1) Precipitação direta da água do mar;
(2) Precipitação hidrotermal a partir de fluidos exalativos de alta T
(250 oC);
Hagemann, S.G., et al., BIF-hosted iron mineral
system: A review, Ore Geol. Rev. (2015),
http://dx.doi.org/10.1016/
(3) Produtos de substituição secundária;
j.oregeorev.2015.11.004
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
Inexistência de exemplos
Entendimento genético dessas
modernos equivalentes à Frequentemente, as
rochas tem uma natureza
geração dessas rochas, em discussões genéticas se
multidisciplinar: afeta outras
particular as formações assentam sobre as
disciplinas das ciências da Terra
ferríferas do tipo Lago Superior formações ferríferas do
(paleobiologia, paleoclimatologia,
→ proposição de várias teorias tipo Lago Superior.
astrofísica, etc.).
sobre sua gênese.

FONTES DO FERRO
→ rochas da crosta continental.
→ atividade hidrotermal associada ao vulcanismo submarino.
→ rochas da crosta oceânica.
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
FONTES DO FERRO (TIPO ALGOMA)

Formações Ferríferas do tipo Algoma → contexto


► FONTE HIDROTERMAL ASSOCIADA
litológico/estratigráfico indica uma evidente associação com
AO VULCANISMO SUBMARINO rochas vulcânicas de assoalho oceânico:
► o ferro seria um dos componentes químicos dos
fluidos exalativos, ácidos e reduzidos das fumarolas.

Fonte:
Moon et al. 2017
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
FONTES DO FERRO (TIPO ALGOMA) Água anóxica profunda, rica em
Fe2+ dissolvido de origem
hidrotermal, é transportada para a
plataforma continental, onde o
Fe2+ é oxidado.

Os óxidos produzidos precipitam


em associação com diversos
componentes, como sílica,
carbonatos ou matéria orgânica.

Os mecanismos de oxidação ainda


são desconhecidos e podem incluir
reação química com O2 dissolvido,
reações de foto-oxidação mediada
pela luz UV, oxidação biológica do
ferro por fotossíntese anoxigênica
usando Fe (II) como doador de
elétrons ou uma combinação
desses processos.
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
DEPOSIÇÃO DO FERRO
► Arqueano: formas químicas reduzidas → magnetita (essencialmente)
► Paleoproterozoico: formas químicas oxidadas → hematita (essencialmente)

Ambiente exógeno com condições químicas favoráveis para a solubilidade


► BIFS TIPO ALGOMA do ferro (sua precipitação ocorria):
● mediante formas químicas reduzidas.
● com intensidade moderada.

POR QUE ESSAS ROCHAS SÃO TÃO POUCO EXPRESSIVAS EM TAMANHO?


→ condições favoráveis para a deposição de espécies químicas reduzidas: disponibilidade de Fe, CO2, enxofre
e ambiente reduzido.
► fatores limitantes:
● pH do ambiente de deposição: carbonatos e sulfetos.
● regime tectônico do Arqueano: crosta delgada, instabilidade tectônica.
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
FONTES DO FERRO
BIFs do tipo Lago Superior → em relação ao vulcanismo,
► FONTE HIDROTERMAL ASSOCIADA consideradas como depósitos distais, pois não mostram
AO VULCANISMO SUBMARINO relação direta (física) com rochas vulcânicas.

► incertezas quanto à fonte exalativa do ferro.

Dados geoquímicos e isotópicos para as


O ferro seria estocado nos oceanos e,
formações ferríferas, arqueanas ou
posteriormente, em condições favoráveis seria
paleoproterozoicas, apontam fonte do ferro
precipitado nas formações ferríferas tanto
relacionada com a atividade hidrotermal
arqueanas como paleoproterozoicas.
vulcânica submarina (sistemas hidrotermais)
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
FONTES DO FERRO
O ferro das áreas continentais emersas seria carreado pelos agentes de
► FONTE CONTINENTAL transporte exógenos até às bacias marinhas. Porém, há dois problemas:

2. migração do ferro em solução no ambiente


exógeno (Atualmente).
1. ausência ou pobreza de sedimentos detríticos ● o transporte em solução é mínimo.
junto às formações ferríferas. ● os rios transportam ferro, dominantemente, em
● transporte e deposição do ferro sem ser suspensão mecânica ↔ deposição de detritos
acompanhado por outros materiais sedimentares. sedimentares;
● formações ferríferas do tipo Superior têm baixo De onde:
conteúdo de Al2O3: ● fonte continental para o ferro: dificilmente
sustentável nos moldes atuais de intemperismo,
Al2O3 global < 1% ↔ precipitados químicos ↔ erosão e transporte.
migração do ferro dominantemente em solução. ● o ferro teve condições de manter-se numa
forma solúvel e de migrar em solução até seus
ambientes de precipitação?
AMBIENTES DE PRECIPITAÇÃO DAS BIFS
● Abundância de rochas crustais de natureza máfica e ultramáfica (fonte adequada).
● Possivelmente as reações químicas no intemperismo dos minerais se processavam em velocidade mais
acelerada:
→ temperaturas ambientais relativamente mais elevadas.
→ alta concentração de gases vulcânicos ácidos, além de CO2, também, H2, H2S, SO2, CO – no meio
exógeno.

PORTANTO, SE CONSIDERARMOS A FONTE CONTINENTAL PARA O FERRO, TERÍAMOS:


► dadas as concentrações de CO2 e O2 e as condições ambientais no meio exógeno, o Fe liberado de seus
minerais pelo intemperismo poderia se movimentar:
→ em solução,
→ em grande escala, e
→ acumular-se progressivamente nas águas do oceano.
► ou seja, uma fonte continental para o ferro teria sido viável.
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
BIFs do tipo Lago Superior → distância física entre a fonte
► FONTE HIDROTERMAL ASSOCIADA exalativa e os ambientes mais rasos, junto às plataformas
AO VULCANISMO SUBMARINO continentais oxigenadas, onde elas se depositaram.
→ migração do ferro

Fe2+

Fonte vulcânica exalativa

FONTE:
Hagemann et al. (2016)
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
MIGRAÇÃO DO FERRO
Natureza ácida e reduzida das exalações e das águas profundas dos oceanos → ferro na forma ferrosa,
solúvel e, portanto, móvel.
● o deslocamento do ferro seria dado pela movimentação da água dos oceanos e, notadamente pela
ação das correntes de ressurgência ou ascendentes, levando-o àqueles ambientes mais rasos.

(modelo para transporte do ferro


semelhante àquele atualmente observado,
em direção às margens continentais
ocidentais, para o transporte de diversas
substâncias, notadamente o fósforo)

Ferro proveniente das


exalações vulcânicas
submarinas.
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
FONTE DA SÍLICA
► os oceanos como fonte imediata, muito
provavelmente derivada a partir do
intemperismo de áreas continentais e de
exalações vulcânicas do assoalho oceânico.

► oceanos antigos enriquecidos em sílica


dissolvida: solubilidade da sílica amorfa, como
H4SiO4, é relativamente alta, cerca de 120 mg/l.
FONTE:
► oceanos modernos são subsaturados em http://geologylearn.blogspot.com.br/2015/10/metals-and-ores.html

sílica (< 10 mg/l):


► Arqueano: formas químicas reduzidas.
utilização por protozoários (radiolários). ► Paleoproterozoico: formas oxidadas.
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
Anomalia Lomagundi (Great Oxidation Event)

Atmosfera e oceanos tornaram-se oxidantes


Fe passa a ocorrer largamente como ferro férrico (Fe3+) e, portanto, insolúvel.
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
≈ 2,8 Ga a ≈ 1,8 Ga
Neoarqueano – Paleoproterozoico (Sideriano – Riaciano)
→ Formações Ferriferas do tipo Lago Superior

plataforma continental estável + transgressão marinha +


atividade biológica + evolução atmosférica-oceânica
ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
≈ 2,8 Ga a ≈ 1,8 Ga
Neoarqueano – Paleoproterozoico (Sideriano – Riaciano)
→ Formações Ferriferas do tipo Lago Superior

Dispersão Continental Elevação do nível dos oceanos

plataforma continental estável + transgressão marinha +


atividade biológica + evolução atmosférica-oceânica
Surgimento e proliferação dos
organismos fotossintetizantes
Anomalia Lomagundi
(óxido-inversão da atm = 1° Grande
Evento de Oxidação)

...foram únicos no Paleoproterozoico


ORIGEM DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS DO TIPO RAPITAN

seixo caído (dropstone) incorporado na formação ferrífera)


Grupo Rapitan (Canadá).
DISTRIBUIÇÃO GLOBAL DOS DEPÓSITOS GLACIAIS
DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DAS BIFS RAPITAN
► Surgiram após uma ausência de formações ferríferas, no registro geológico, de aproximadamente 1,1 Ga.
► Esse ressurgimento (entre 0,8 e 0,6 Ga) é considerado como relacionado ao evento global denominado
“Terra bola-de-neve” (snowball Earth), do final do Neoproterozoico.
► durante as glaciações → o oceano deve ter-se tornado estagnado adquirindo condições anóxicas e
acumulando ferro dissolvido.
► durante a fusão do gelo → reintrodução do oxigênio nas porções rasas do sistema aquoso marinho, ao
longo das transgressões pós-glaciais, com consequente precipitação do ferro.

► fonte para o ferro → alguns depósitos (como


Urucum) indicam a partir de água oceânica típica
com algum componente hidrotermal de assoalho
oceânico (relações geoquímicas).
DA FORMAÇÃO FERRÍFERA ATÉ O MINÉRIO DE FERRO
ESQUEMA MOSTRANDO A EVOLUÇÃO DA
MINERALIZAÇÃO DO FERRO DESDE A
PRECIPITAÇÃO DE BIF ATÉ A FORMAÇÃO
DE MINÉRIO.
a) Precipitação mineral no fundo do
oceano, seguido de diagênese e
formação de magnetita/hematita
hipogênica.
a) Águas meteóricas oxidadas lixiviam
elementos de granitos locais e se
infiltram no BIF, ou...
b) Fluidos hidrotermais derivados de
granito interagem com o BIF;
c) O aquecimento e as falhas associadas
aos diques mais jovens produzem
FONTE: Kyser et al. (2018)
hematita com zoneamento de sílica.
DA FORMAÇÃO FERRÍFERA ATÉ O MINÉRIO DE FERRO
➢ Sistemas de falhas permitem a circulação de fluidos hidrotermais ascendentes e descentes
durante eventos deformacionais no Arqueano e Proterozoico;
➢ Fluidos hidrotermais exsolvidos de granitos (magmáticos), bacinais ou de origem meteórica
interagem com a BIF;
➢ Enriquecimento supérgeno (intemperismo);

(1) lixiviação de sílica e formação de magnetita e carbonato hidrotermais (de-silificação e


descarbonização),
(2) oxidação de magnetita em hematita (martitização), dissolução adicional de quartzo e
formação de carbonato;
(3) martitização adicional, substituição de silicatos de Fe por hematita,
(4) nova formação de hematita microplaca e hematita especular e dissolução de carbonatos;

(5) substituição de magnetita e qualquer carbonato restante por goethita; lixiviação de sílica e
carbonatos e precipitação de oxi-hidróxidos.
DA FORMAÇÃO FERRÍFERA ATÉ O MINÉRIO DE FERRO

Esses processos podem levar:


● a um enriquecimento em ferro,
formando corpos de minério de alto teor
(high grade iron ore) – até 68% Fe,
enriquecidos em hematita, magnetita e/ou
martita e goethita ou,

● no caso do intemperismo, os corpos


de minério podem adquirir, além de alto
teor, graus variáveis de friabilidade
favorecendo as atividades de lavra e
beneficiamento.
Lavra de minério de Ferro
Mina do Cauê (MT) (Formação Cauê)
MUITO OBRIGADA PELA ATENÇÃO

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