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LOGÍSTICA

DIEGO DURÃES FERNANDES CUNHA-RGM-2864-19-1

REFLEXÃO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA


QUANTO ÀS QUESTÕES DE PRECONCEITOS E INTOLERÂNCIA

Suzano
2020
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DIEGO DURÃES FERNANDES CUNHA

REFLEXÃO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA


QUANTO ÀS QUESTÕES DE PRECONCEITOS E INTOLERÂNCIA

Trabalho apresentado a Faculdade Piaget dentro do


Curso de Logística, como requisito parcial para
aprovação na disciplina de Antropossociologia e Trabalho
de Campo ministrada pelo Prof.ª Antônio Gracias Vieira
Filho.

Suzano
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2020

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO........................................................................................................................5
PERGUNTAS PARA A ENTREVISTADA.......................................................................................7
1. O que a senhora sabe ou entende de preconceito e discriminação?.........................................7
2. Quais grupos sociais parecem mais afetados por tais problemas?.............................................8
3. Senhora lembra de uma situação particularmente marcante de intolerância que tenha sofrido
ou presenciado? Se sim nos conte! Caso foi algo que tenha sofrido, ainda acontece?......................8
4. Existiam práticas discriminatórias antes toleradas e que, atualmente, não são mais aceitas?
Como foi a adaptação devido a essas mudanças?..............................................................................8
5. A senhora tinha algum de conduta preconceituosa e teve a oportunidade de rever sua forma
de agir?...............................................................................................................................................9
6. Para as crianças ou jovens próximos a senhora tem costume de falar sobre intolerância? Ou
contar sobre sua vivência?.................................................................................................................9
7. Se pudesse deixar uma mensagem para os seres humanos relacionado a intolerância o que a
senhora falaria?..................................................................................................................................9
PERGUNTAS AOS PARTICIPANTES DO GRUPO......................................................................9
8. Já passou por uma situação que tenha sofrido ou presenciado algum tipo de intolerância?
Qual foi a situação? Caso foi algo que tenha sofrido, ainda acontece?..............................................9
9. Você tem ou teve algum tipo de conduta preconceituosa? E já consegue enxergar agir de
outra forma?....................................................................................................................................10
10. Dona Nelzite sofreu preconceitos de Xenofobia, discriminação por sua classe social e
racismo! Nos dias atuais, em sua opinião esses tipos de preconceito são muitos presentes ainda?
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CONCLUSÃO....................................................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..............................................................................................13
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INTRODUÇÃO

Com base em pesquisas atuais de relatos passados, mostrando percentuais,


mostrando os tipos de preconceitos, históricos e com auxílio da nossa entrevistada
mostramos que os preconceitos sempre existiram e para mudarmos essa realidade,
temos que mudar nossas culturas.
Nossa entrevistada foi a senhora Nelzite, casada, 59 anos, mãe de duas
filhas, do lar, escolhemos Dona Nelzite, pois ela sofreu diversos tipos de
preconceito, como racismo por ser parda e a sociedade da época achar ela preta,
Xenofobia por ser Baiana e julgamento pela sua classe social.
Dona Nelzite relatou adorar responder o questionário e contar de uma fase
bem complicada da qual ela passou, e nos contou que na época que passou por
tudo isso não sabia nada sobre desigualdade com tempo as filhas e a mídia
mostraram o quanto ela sofreu com preconceitos.
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DESENVOLVIMENTO

Andreucci R. A. Define “racismo”, geralmente, expressa o conjunto de teorias e


crenças que pregam uma hierarquia entre as raças, entre as etnias, ou ainda uma
atitude de hostilidade em relação a determinadas categorias de pessoas. Pode ser
classificado como um fenômeno cultural, praticamente inseparável da história
humana. A “discriminação”, por sua vez, expressa a quebra do princípio da
igualdade, como distinção, exclusão, restrição ou preferência, motivado por raça,
cor, sexo, idade, trabalho, credo religioso ou convicções políticas. Já o
“preconceito” indica opinião ou sentimento, favorável ou desfavorável, concebido
sem exame crítico, ou ainda atitude, sentimento ou parecer insensato, assumido em
consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta
pelo meio, conduzindo geralmente à intolerância. (www.geledes.org.br)
Uma pesquisa realizada em 2019 pelo Datafolha, com 2.077 pessoas, com 16
anos ou mais em 130 cidades, com margem erro de dois percentuais para mais ou
para menos, o nível de confiança do levantamento é de 95%, apontou que 30% da
população entrevistada já sofreu algum tipo de discriminação seja por local onde
mora, religião, sexo, cor ou raça, orientação sexual e religião. Dos entrevistados
30% relata ter sofrido preconceito pela Classe Social; 28% Local onde mora; 26%
Religião, 24% Sexo, 22% Cor ou Raça, 9% Orientação Sexual. (
https://g1.globo.com )
Ainda de acordo com a pesquisa 22% dos brasileiros disseram já ter sido
vítima de preconceito raciais sendo maior em entrevistados negros 55% e Indígenas
30%. Declarou ter sofrido preconceito pela religião, são os adeptos de religião
africanas e neopentecostais. Entre os entrevistados homossexuais 55% relata o
preconceito. E para finalizar uma a cada três mulheres relatam ter sofrido algum tipo
de preconceito de gênero. ( https://g1.globo.com )
Como relatado em pesquisas percebesse o quanto o Racismo é algo que é
muito presente no Brasil, mesmo muitos sabendo que é crime qualquer tipo de
preconceito.
Segundo Ghirotto E. 2020 O Brasil, onde 56% da população se identifica
como pretos ou pardos, é uma nação com desigualdades abissais na comparação
com posições ocupadas por brancos. Só 4,7% dos cargos executivos das 500
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maiores empresas do país são preenchidos por negros, enquanto eles representam
75% dos mortos pela polícia e 62% dos presos. Não é por acaso que a pandemia de
Covid-19 matou 55% dos negros e 38% dos brancos que foram internados. Fazem
parte dessa estrutura racista as péssimas condições sanitárias dos bairros mais
pobres e a concentração de um número maior de negros nessas regiões.
(https://veja.abril.com.br)
Pensando na nossa entrevistada e esses dados atuais o racismo e a classe
social ainda é um fator dominante em nosso país, na verdade não só no Brasil,
atualmente tivemos um episódio nos Estados Unidos que causou revolta no mundo,
quando um policial asfixia até a morte um homem negro, onde o Movimento “Black
Lives Matter” “Vidas Negras Importam” ganhou força mundial. Dona Nelzite relata
que não vê mudanças significativas relacionado ao racismo, pois ainda presencia e
vê na mídia atos preconceituosos contra negros e indígenas. Ela comenta que;
“Com o passar dos anos as pessoas só souberam mais do direito delas, e o que é
intolerância, mas muitos ainda sofrem calado, em casa, entre conhecidos, trabalho
etc.”
Todos do grupo presenciaram ou passaram por algum tipo de discriminação e
todos sabem o quanto isso é incomodo, seja para quem está passando ou para
quem já passou pela situação. E preconceitos ainda são dominantes no Brasil e terá
uma longa caminhada ainda, pois a nossa entrevistada é de 1961 e até hoje fica
perplexa com tal atitude de preconceito.
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PERGUNTAS PARA A ENTREVISTADA

1. O QUE A SENHORA SABE OU ENTENDE DE PRECONCEITO E


DISCRIMINAÇÃO?

Eu diria que o preconceito é sentimento hostil que o ser humano pode ter, a
palavra já fala tudo é “PRÉ julgamento” de alguém ou atitude, discriminação tenho
mais conhecimento por classe social, religião, região de veio, na minha opinião as
duas palavras se completam.

2. QUAIS GRUPOS SOCIAIS PARECEM MAIS AFETADOS POR TAIS


PROBLEMAS?

Preto, Homossexual, Pobre, Baiano ou Nordestino.

3. SENHORA LEMBRA DE UMA SITUAÇÃO PARTICULARMENTE


MARCANTE DE INTOLERÂNCIA QUE TENHA SOFRIDO OU
PRESENCIADO? SE SIM NOS CONTE! CASO FOI ALGO QUE TENHA
SOFRIDO, AINDA ACONTECE?

Sim lembro, foi comigo mesmo, não só um episódio, mas vários! Sou Baiana, vim
muito nova para São Paulo, quando era adolescente trabalhei de doméstica e a
minha Patroa pedia para eu não falar com sotaque, pois as crianças dela poderia
falar igual a mim, pra ser sincera na época em 1974 eu não entendia como era o
meu jeito de falar.
Outra ocasião marcante foi quando conheci a família do meu esposo, eles eram
preconceituosos, pois eu era Pobre, Preta e Baiana, muitas vezes os ouvi falando;
que ele merecia uma mulher melhor pelo menos Branca! Sempre fui trabalhadora e
tive que parar os estudos muito cedo para ajudar minha família! Graças a Deus eu e
meu Marido já estamos juntos a 35 anos e vencemos tudo! Hoje em dia já não sofro
com preconceitos.
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4. EXISTIAM PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS ANTES TOLERADAS E QUE,


ATUALMENTE, NÃO SÃO MAIS ACEITAS? COMO FOI A ADAPTAÇÃO
DEVIDO A ESSAS MUDANÇAS?

Sim existiam e existe, acredito que a repreensão contra mulher antigamente era
pior, mulher só servia para cuidar da casa e da família, hoje em dia ela pode fazer
tudo isso sim e ainda trabalhar fora e sustentar uma família. As mulheres não estão
tolerando machismos nos dias atuais. Quanto a adaptação eu sou mulher e achei
uma vitória, mas os homens talvez continuem com algumas atitudes de muito
machismo.

5. A SENHORA TINHA ALGUM DE CONDUTA PRECONCEITUOSA E TEVE A


OPORTUNIDADE DE REVER SUA FORMA DE AGIR?

Sim eu tinha preconceito homossexual, pois fui criada na igreja, sabendo das
doutrinas que me passavam eu não achava normal ser gay. Mas por me tornar
amiga de uma pessoa e ver os desafios diários que ele sofria por ser gay, percebi
que eu estava errada e entendi melhor.

6. PARA AS CRIANÇAS OU JOVENS PRÓXIMOS A SENHORA TEM


COSTUME DE FALAR SOBRE INTOLERÂNCIA? OU CONTAR SOBRE
SUA VIVÊNCIA?

Por sofrer diversos tipos de preconceito eu procuro contar para todos próximos
de mim, acho importante falar o que é certo e o que é errado para as crianças.

7. SE PUDESSE DEIXAR UMA MENSAGEM PARA OS SERES HUMANOS


RELACIONADO A INTOLERÂNCIA O QUE A SENHORA FALARIA?

“Frase é antiga, mas a realidade “O mundo gira”, “aqui se faz aqui se paga”.
Pediria para as pessoas se colocarem mais no lugar do próximo, ter mais empatia.
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PERGUNTAS AOS PARTICIPANTES DO GRUPO

8. JÁ PASSOU POR UMA SITUAÇÃO QUE TENHA SOFRIDO OU


PRESENCIADO ALGUM TIPO DE INTOLERÂNCIA? QUAL FOI A
SITUAÇÃO? CASO FOI ALGO QUE TENHA SOFRIDO, AINDA
ACONTECE?

Diego: Presenciei. No transporte público indo trabalhar, um rapaz


caracterizado como homossexual sofrendo provocações como piadas,
xingamentos e até mesmo ameaças.

Felipe: Presenciei, estávamos voltando para casa de trem com alguns


amigos, e houve um roubo de celular, a pessoa que foi lesada sem ter a
possibilidade de identificar o ladrão, acusou um dos meus amigos que é negro e
ele se sentiu muito constrangido, nós ficamos indignados com tal situação.

Luciano: No trabalho infelizmente, comigo não, mas presenciei e


presencio situações onde a hierarquia ainda é sinônima de autoritarismo e
superioridade, e em questões raciais são perceptíveis às diferenças de
tratamento e até mesmo oportunidades, isso não mudou nada em relação aos
anos anteriores, décadas, impera na sociedade.

Luís Henrique: No trabalho, clientes de poder aquisitivo não respeitam a


maneira de organização da empresa, tem um ponto de espera que leva cerca de
5 a 10 minutos para fazer retirada, constantemente aparecem pessoas que falam
mal e impõem que tem dinheiro e não quer esperar e assim desencadeia uma
serie de palavras desagradáveis.
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9. VOCÊ TEM OU TEVE ALGUM TIPO DE CONDUTA PRECONCEITUOSA? E


JÁ CONSEGUE ENXERGAR AGIR DE OUTRA FORMA?

Diego: Sim já tive. Quando criança em época escolar tinha o costume de


fazer brincadeiras com colegas que eram mais gordinhos. Hoje consigo enxergar
o quão desnecessário eram aquelas brincadeiras e hoje já consigo agir de outra
forma.
Felipe: Infelizmente já tive! Na infância e adolescência, com brincadeiras
desnecessárias que abalava a autoestima das outras pessoas. Mas com o tempo
veio o entendimento que essa prática é repugnante.

Luciano: Sim, tenho um sobrinho homossexual e fiquei furioso quando


descobri, hoje já não me incomoda, porém, é difícil aceitar normalmente, e eu
não acho normal, mas reconheço que devemos entender.

Luís Henrique: Sim, na escola pessoas que usavam óculos eu costumava


colocar apelidos e fazer piadas. Hoje em dia compreendo quanto desagradável
essa conduta.
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10. DONA NELZITE SOFREU PRECONCEITOS DE XENOFOBIA,


DISCRIMINAÇÃO POR SUA CLASSE SOCIAL E RACISMO! NOS DIAS
ATUAIS, EM SUA OPINIÃO ESSES TIPOS DE PRECONCEITO SÃO
MUITOS PRESENTES AINDA?

Diego: Sim. Vemos constantemente em reportagens e no dia a dia esses


tipos de preconceitos, principalmente o racismo.

Felipe: Sim infelizmente existe, é um ato ridículo, que devemos repudiar


sempre e procurar os direitos quando ofendido. O agredido deve manter-se de
cabeça erguida, não permitir que coisas baixas como essa tirem a sua força para
viver e lutar pelos seus objetivos, pois não somos o que dizem que somos, e ficar
com o foco da vida em agressões que procuram diminuir e menosprezar não vai
mudar a conduta do outro, mas sim vai te tirar o ânimo para seguir em frente. O
agressor deve pagar pelos seus atos, mas o agredido deve permanecer em pé e
seguir em frente.

Luciano: Sim e muito, a sociedade julga pela raça, pela condição


financeira, modo de vestir, local aonde mora, de onde veio, seus costumes,
exemplos em comunidades onde a miséria é visível, sabemos que o crime
impera, mas nem por isso todos são bandidos, às vezes a necessidade não dá o
poder de escolha.

Luís Henrique: Sim, constantemente observo as pessoas fazerem


gozações com o sotaque de nordestinos, mineiros ou até mesmos quem tenha
sotaque por estar aprendendo falar a língua portuguesa.
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CONCLUSÃO

O grupo junto a pesquisa e as repostas da entrevistada percebemos que


todos presenciaram algum ato de intolerância, acusação, racismo, homofobia,
xenofobia, machismo, gordofobia. Mas todos tem um exemplo de racismo contra
negros, isso leva a conclusão de que mesmo com o passar dos anos a sociedade é
falha com pessoas negras e com quem tem uma vida financeira baixa ou julgamento
pela região que mora. Na nossa opinião o racismo está enraizado na sociedade e na
nossa cultura, o trabalho para melhorar o comportamento é futuro, é abordar isso
nas escolas, para a nova geração não cometer os mesmos erros do passado e
podermos conviver em harmonia com todos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Andreucci Ricardo Antonio. Preconceito, Discriminação e Intolerância no


Brasil. 2016 https://www.geledes.org.br/preconceito-discriminacao-e-intolerancia-no-brasil/.
Acessado em: 20/10/2020

Datafolha. 30% dos brasileiros dizem ter sofrido preconceito por causa da
classe social. 2019 https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/01/16/datafolha-30-dos
brasileiros-dizem-ter-sofrido-preconceito-por-causa-da-classe social.ghtml
Acessado: 20/10/2020

Ghirotto Edoardo. Pesquisa exclusiva: 61% dos brasileiros acham que o país
é racista 2020 https://veja.abril.com.br/brasil/pesquisa-exclusiva-61-dos-brasileiros-
acham-que-o-pais-e-racista/ Acessado: 20/10/2020

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