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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CAMPUS SANTA CRUZ

WESLEY RICARDO DE PAULA FÉLIX

OS IMPACTOS DA PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA NO BRASIL E


OS SEUS BENEFÍCIOS SOCIOAMBIENTAIS

RIO DE JANEIRO
2023
WESLEY RICARDO DE PAULA FÉLIX

OS IMPACTOS DA PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA NO BRASIL E


OS SEUS BENEFÍCIOS SOCIOAMBIENTAIS

Trabalho de Conclusão de Curso à


Universidade Estácio de Sá como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Igor Jesus

RIO DE JANEIRO
2023
AGRADECIMENTOS

Agradeço todos que contribuíram para a realização deste trabalho, minha família e
principalmente a minha noiva por todo incentivo durante todo o curso.
A todos o meu muito obrigado.
RESUMO

No presente artigo buscamos compreender o funcionamento da produção de energia eólica no


Brasil, discorrendo de forma breve sobre o seu percurso até os dias atuais e evidenciando os
seus impactos socioambientais. Podemos dizer que, a energia é imprescindível para o
funcionamento de um país, dado que, é através da geração de energia que os indivíduos
podem garantir uma melhor qualidade de vida e o desenvolvimento de diversos setores do
país. Atualmente, o avanço do efeito estufa, dentre de outros fatores, se mostrou um
indicativo para o investimento em fontes de energias renováveis e limpas, como a energia
eólica. No Brasil, estudos apontam que o país possui um grande potencial em recursos
eólicos, o que indica uma grande possibilidade de investimento.

Palavras-chave: Energia Eólica. Matriz Energética Brasileira. Sustentabilidade.


ABSTRACT

In this article we seek to understand the functioning of wind energy production in Brazil,
briefly discussing its path to the present day and highlighting its socio-environmental impacts.
We can say that energy is essential for the functioning of a country, given that it is through the
generation of energy that individuals can ensure a better quality of life and the development of
various sectors of the country. Currently, the advance of the greenhouse effect, among other
factors, has proved to be an indication for investment in renewable and clean energy sources,
such as wind energy. In Brazil, studies indicate that the country has a great potential in wind
resources, which indicates a great possibility of investment.

Keywords: Wind Energy. Brazilian Energy Matrix. Sustainabilit.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 1 - Ranking Nova Capacidade Instalada de Eólica em Onshore em 2021....... 12


Imagem 2 - Dados referentes à geração de energia eólica por estado no Brasil............. 13
Imagem 3 - Gráfico sobre a diversidade da matriz energética em 2021.......................... 16
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 08
1.1 Objetivos........................................................................................................................ 08
1.1.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 08
1.1.2 Objetivo Específico ................................................................................................. 09
1.2 Justificativa .................................................................................................................... 09
1.3 Referencial Teórico ....................................................................................................... 09
1.4 Metodologia ................................................................................................................... 10
2 DESENVOLVIMENTO...................................................................................................... 10
2.1 A Geração e Distribuição de Energia Eólica no Brasil ................................................. 10
2.2 Impactos Socioambientais da Produção de Energia Eólica no Território Brasileiro .... 14
2.3 Contribuições Socioambientais da Fonte Eólica ........................................................... 15
4 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 17
Refêrencia ................................................................................................................................. 19
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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, têm se evidenciado a importância da utilização de energias renováveis,


visando à diminuição do uso de energias que produzem poluentes, como os combustíveis
fósseis. Por outro lado, a energia eólica, que utiliza a força dos ventos para gerar eletricidade,
vem se mostrando uma boa opção de energia renovável e com um baixo impacto ambiental,
podendo ser utilizada como alternativa para reduzir a emissão de gases responsáveis pelo
efeito estufa. No Brasil, a produção de energia eólica tem crescido significativamente nos
últimos anos e pode continuar a crescer na próxima década.
De acordo com dados do Governo Federal, em 2021 o Brasil obteve o maior índice de
expansão da capacidade de energia elétrica originada da fonte eólica. Desta forma, as usinas
eólicas corresponderiam 11% da matriz de energia do Brasil e estabeleceriam em torno de 20
gigawatts de potência instalada. Essa expansão possibilitou ao país ocupar a sexta posição do
ranking do Global Wind Energy Council (GWEC) em Capacidade Total Instalada de Energia
Eólica Onshore. (GOV, 2022)
Com base nisso, vimos que o Brasil é favorecido por fatores naturais e reúne
condições propícias para que a energia eólica continue em grande desenvolvimento. Portanto,
estudar sobre energia eólica no Brasil é importante para entender as possibilidades e desafios
da expansão dessa fonte de energia renovável, perceber a relevância da indústria eólica no
país e incentivar o desenvolvimento de políticas e tecnologias que favoreçam a transição para
uma matriz energética mais sustentável e ambientalmente responsável.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL

Esse trabalho tem como objetivo compreender melhor os impactos da produção de


energia eólica no Brasil e os seus benefícios socioambientais.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Estudar a geração e distribuição de energia eólica no Brasil;


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 Investigar a capacidade do território brasileiro em fomentar a produção


de energia eólica;
 Analisar os impactos socioambientais da produção de energia eólica;
 Indicar como a produção de energia eólica pode impactar positivamente
na perspectiva socioambiental.

1.2 JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa se justifica pela necessidade de investigar e discutir os impactos da


energia eólica no Brasil, tanto em termos ambientais quanto socioeconômicos. Além disso, é
importante entender como a adoção dessa fonte de energia pode contribuir para a redução da
emissão de gases de efeito estufa e a diversificação da matriz energética brasileira.
Com essa pesquisa, espera-se reunir informações sobre a expansão da energia eólica
no país de forma sustentável e consciente, reduzindo os impactos ambientais locais e
promovendo o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde a energia eólica é
implantada.
Esperamos que essa pesquisa traga bons resultados, contribuindo com um novo olhar,
estabelecendo diferentes reflexões e compreensões a partir do tema proposto.

1.3 REFERENCIAL TEÓRICO

As informações foram obtidas principalmente de fontes oficiais, como as


governamentais ou associações consideradas importantes no país. Desta forma, as fontes mais
utilizadas foram relatórios da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e boletins da
Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEÓLICA), além de outros estudos realizados
sobre a energia eólica no Brasil, priorizando o uso de artigos científicos com qualis.
O tema foi escolhido a partir do levantamento bibliográfico realizado e apesar de
existirem consideráveis estudos sobre essa área, acreditamos que é um tema atual possível de
ser explorado a partir de diferentes delimitações.
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1.4 METODOLOGIA

O método estabelecido para realização dessa pesquisa será o método bibliográfico e de


revisão de literatura, uma vez que será fundamentada a partir da consulta de livros e artigos
científicos já existentes para um melhor desenvolvimento, atribuindo as devidas fontes.
A pesquisa é considerada bibliográfica e de revisão de literatura, uma vez que, será
desenvolvida a partir de materiais já elaborados anteriormente. Esses métodos permitem uma
investigação mais ampla do que seria possível pesquisar diretamente e por isso foi escolhido.
A partir da pesquisa bibliográfica serão realizados estudos, levamento bibliográficos e
leituras na literatura que concerne ao tema pesquisado, dado que é onde poderemos obter uma
maior proximidade com o assunto abordado, de forma mais clara e precisa em relação ao
estudo no qual se está interessado, bem como sua delimitação, o que nos permite uma busca
mais assertiva.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A Geração e Distribuição de Energia Eólica no Brasil

A energia eólica pode ser denominada como a energia cinética que está presente no
vento, ou seja, na massa de ar em movimento. Ela é gerada por meio de turbinas eólicas, que
transformam a energia cinética em eletricidade por meio do movimento de suas pás, que
giram um rotor acoplado a um gerador elétrico. A energia eólica é uma fonte de energia
limpa, renovável e sustentável (RIO GRANDE DO SUL, 2008).
O estudo de fontes alternativas de energia foi estimulado devido à crise de petróleo.
Como podemos ver que:

A partir da segunda metade da década de setenta algumas universidades e


instituições de pesquisa iniciaram trabalhos de desenvolvimento de diversos
modelos de cata-vento e também de aerogeradores de pequeno porte com tecnologia
nacional objetivando o uso em localidades isoladas que tanto dependiam do
combustível fóssil para a geração de energia elétrica. Infelizmente, vários desses
projetos tiveram interesse meramente acadêmico e, por problemas diversos, não
chegaram a ser concluídos. (DUTRA, 2001, p.100)

A geração de energia eólica comparada a outras fontes se destacava pelo menor preço
e por seu desenvolvimento tecnológico, o que alavancou essa energia renovável para a
produção em larga escala por inúmeros países, com base nas regiões com o melhor
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aproveitamento eólico. Os primeiros países a se evidenciarem foram a Alemanha, a


Dinamarca, a Holanda, a Espanha e os Estados Unidos. Ou seja, os países que melhor
representam esse desenvolvimento mundial de instalações são os países desenvolvidos e os
primeiros a usarem energia eólica como fonte energética em grande ampliação (CÂNDIDO;
BARBOSA, 2018).
Em 2001 no Brasil, após uma crise energética denominada como “apagão”, a energia
eólica começou a ser investida no país como uma alternativa para diversificar a matriz
energética. Devido a isso, criaram o Programa Emergencial de Energia Eólica (Proeólica)
(ZAPAROLLI, 2019).
Segundo Elbia Silva Gannoum (2014), presidente da Associação Brasileira de Energia
Eólica (ABEEólica), o governo brasileiro criou o Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) em 2002, com o objetivo de diversificar a matriz
energética do país a partir de fontes renováveis, além disso, ofertou possibilidades para a
indústria nacional produzir peças e componentes eólicos. Mas os valores da energia eólica
ainda eram bem superiores se comparada aos custos das demais fontes de energia
convencionais.
De acordo com Dutra (2001), as organizações buscavam o desenvolvimento de
aerogeradores e cata-ventos de origem nacionais, tal desenvolvimento visava o avanço
tecnológico nacional com anseio de uma nova porção no setor industrial, tendo em vista o
fornecimento de energia elétrica em locais de difícil acesso no Brasil no qual não há
fornecimento de energia habitual. Instituições como a COPPE-UFRJ e a Universidade Federal
da Paraíba, em Campina Grande, se dedicaram em pesquisas de aerogeradores com matérias
nacionais, porém por carência financeira os projetos foram interrompidos antes que as
pesquisas pudessem ser concluídas.
Apenas em 2009, o setor eólico realmente começaria a ganhar destaque, após a criação
do Leilão de Energia de Reserva (LER), que seria o primeiro leilão exclusivo para a
comercialização da fonte eólica. Nesse leilão, teriam contratado 1.806 MW de potência
eólica. No período seguinte, nos anos de 2010 a 2014, ocorreram mais de 12 leilões. No
decorrer desses anos, se evidenciou uma diminuição nas despesas de produção da geração
eólica, o que colabora para a continuação da sua concorrência frente a outras fontes de
energia. (GANNOUM, 2014)
Em 2021, o relatório do Global Wind Energy Council (GWEC) evidencia o
crescimento notável da capacidade instalada de energia elétrica proveniente da fonte eólica no
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Brasil, onde em 2011 a potência instalada seria de 1 gigawatts evoluindo para 21 gigawatts
em 2022. As usinas eólicas corresponderiam a 11% da matriz energética brasileira. No
GWEC, o Brasil apareceu em terceiro lugar no ranking que contabiliza precisamente a nova
capacidade instalada no ano, pelo segundo ano consecutivo. Ainda segundo esse relatório, a
energia eólica seria a segunda maior fonte de geração de energia do Brasil, no qual a
hidráulica estaria em primeiro lugar. (GOV, 2022)

Imagem 1. Ranking Nova Capacidade Instalada de Eólica em Onshore em 2021.

Fonte: Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

Segundo o órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações


de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), o
Operador nacional do sistema elétrico (ONS), a maior concentração da capacidade energética
se denomina na região nordeste, sudeste e partes do sul do país por suas condições favoráveis
de recursos eólicos. Alguns estados se destacam na geração de energia eólica, Rio Grande do
Norte (21,23 TWh), Bahia (21,15 TWh), Piauí (9,10 TWh), Ceará (7,91 TWh) e Rio Grande
do Sul (5,63 TWh).
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Imagem 2: Dados referentes à geração de energia eólica por estado no Brasil.

Fonte: Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

A região Nordeste e a região Norte do Brasil têm o melhor poder de desenvolvimento


de energia eólica no país. Tendo em comparação com outras fontes de geração de energia
existentes, a eólica se sobressai, o que se torna uma escolha interessante para investimentos na
geração de energia elétrica. Organizações mapearam o potencial eólico das regiões do
Nordeste e Norte, com ênfase na costa, onde o vento se intensifica e é contínuo quase o ano
todo (predominando na costa norte da Região Nordeste), o que constata essa afirmação.
(DUTRA, 2001)
A região Norte, o CEPEL, a Eletrobrás e a CELPA disponibilizam informações de
áreas que abrigam capacidade de investimento eólico favorável, esses dados facilitam e
tornam mais assertivas a instalações de parques eólicos nas regiões apontadas. (DUTRA,
2001). É apontado que alguns incentivos ajudam para que a construção dos parques eólicos
seja realizada nessa região, como:

Custos decrescentes de geração uma vez que a tecnologia tem se amadurecido cada
vez mais nos últimos anos; A nova legislação do Produtor Independente de Energia;
A importância da energia eólica na redução da dependência de combustíveis fósseis
principalmente na Região Norte onde o combustível fóssil é imprescindível; A
cobertura na legislação para o acesso aberto na rede de distribuição e transmissão.
(DUTRA, 2001, p.117)
14

2.2 Impactos Socioambientais da Produção de Energia Eólica no Território Brasileiro

O fluxo dos ventos, combustível essencial para o funcionamento da usina eólica, pode
ser considerado uma questão no que se refere a produção de energia eólica. Isso se dá, devido
a inconstância e a imprevisibilidade do fluxo dos ventos, uma vez que existem alternâncias
sazonais e diárias na sua intensidade, o que pode ocasionar instabilidade nas tensões da rede
elétrica regional. Essas alternâncias também estão presentes em outras fontes de energia
renovável, como por exemplo a hidrelétrica onde é impactada com as cheias e vazantes dos
rios. A fonte eólica se difere na impossibilidade de estocar o combustível nos momentos mais
produtivos. (COSTA, CASOTTI E AZEVEDO, 2009)
Um possível impacto ambiental seria que a instalação de grandes turbinas eólicas
poderia alterar significativamente a paisagem natural, o que ocasionaria em uma poluição
visual (Ricosti, 2011). O que de acordo com Silva (2003), é uma concepção subjetiva, já que
cada indivíduo vai ter sua própria concepção sobre o que seria visto como desagradável,
dependendo também da região onde está inserido.
Outro possível impacto seria sobre as aves, já que as turbinas eólicas podem ser
perigosas para as aves, especialmente as espécies migratórias. As hélices em movimento
podem colidir com essas aves, causando danos fatais. Embora novas tecnologias estejam
sendo criadas para tornar as turbinas eólicas mais seguras para as aves, esse problema
continua sendo um desafio. (PINTO; MARTINS; PEREIRA, 2017)
Podemos citar também, como outro impacto negativo do setor eólico, a possível
interferência eletromagnética que podem ocasionar alterações nos sistemas de comunicação e
transmissão de dados, como por exemplo no rádio, na televisão, entre outros. Existe uma
variância em relação as especificidades geográficas da localização da usina quanto com o
material utilizado no aerogerador. (COSTA, CASOTTI E AZEVEDO, 2009). Partindo disso,
também podemos dizer que:

A interferência eletromagnética pode ser produzida por três elementos do


aerogerador: a torre, a rotação das pás e o gerador. As torres podem obstruir refletir
ou refratar as ondas eletromagnéticas. Entretanto, as pás modernas são feitas
tipicamente de materiais sintéticos (por exemplo, fibra de vidro) que possuem um
impacto mínimo na transmissão de radiação eletromagnética. A possível
interferência do sistema elétrico pode ser facilmente eliminada com o isolamento
apropriado da nacele e boa manutenção. A interferência com serviços de
radiocomunicação móvel é normalmente desprezível e com sinais de TV tem sido
minimizada com a substituição das pás de metal por material sintético. Entretanto,
quando os aerogeradores são instalados próximos de áreas residenciais, a
interferência tem se mostrado mais difícil de eliminar. (PINTO, 2017, p.11)
15

Os aerogeradores emitem dois tipos de ondas sonoras conhecidos como ruído


mecânico disseminado das caixas de engrenagens e gerador, e ruído aerodinâmico
disseminado das hélices. Novos aerogeradores desenvolvidos eliminam boa parte dos ruídos
acústicos por meio de vedações da estrutura no qual o gerador se localiza, podemos dizer que
o aerodinâmico contribui mais para emissão de ruído (PINTO; MARTINS; PEREIRA, 2017).
O ruído aerodinâmico se dá através da rotação de hélices em atrito com o ar emitindo
uma onda sonora de grandes frequências em relação a velocidade das hélices. Novos
aerogeradores desenvolvidos têm em sua composição uma redução da velocidade de giro
utilizando controles de passo do potencial concebido (MONTEZANO, 2012).

2.3 Contribuições Socioambientais da Fonte Eólica

Segundo a ABEEólica (2021), estudos da GO Associados demonstraram que o


Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano do Município (IDHM)
relatam que em regiões onde receberam instalações de parques eólicos ocorreu uma crescente
significativa comparado a outras regiões que não obtiveram a implementação dos parques
eólicos.
De acordo com o Boletim Anual de 2021 da ABEEólica, este tipo de geração de
energia possibilita a continuação da prática de criação de animais e plantações, devido a sua
baixa ocupação, chegando a ocupar apenas 8% da área. A instalação de turbinas elétricas
também gera renda aos proprietários das terras, além de gerar empregos locais e desenvolver a
economia das regiões mais remotas, aumentando a qualidade de vida dos habitantes.
A energia eólica possui um baixo custo de produção, por ser uma fonte de energia
relativamente barata, que pode competir com outras formas de energia. O uso da energia
eólica ajuda a diversificar a matriz energética nacional, reduzindo a dependência de fontes
não renováveis, como o petróleo e o carvão mineral. Isso contribui para a segurança
energética do país. (ABEEÓLICA, 2021)
16

Imagem 3: Gráfico sobre a diversidade da matriz energética em 2021.

Fonte: Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

Segundo Saab Junior (2019), em uma entrevista para a Revista Pesquisa Fapesp,
existem pesquisas que têm em vista o desenvolvimento de pás mais silenciosas almejando o
melhor conforto para as pessoas que residem perto de parques eólicos, visando que conforme
as pás ficam maiores os ruídos aumentam. Indicam também para a redução dos números de
mortes de aves, estudos para que a inserção de novos parques eólicos seja construída fora de
rotas de migração de aves.
Mesmo os parques eólicos sendo renováveis, existem mais pontos de destaque em seu
desenvolvimento de fabricação, por exemplo a diminuição do desgaste ambiental, pelo fato de
não ser emissores de gases que causam efeito estufa e nem operarem com a necessidade de
água para a sua geração, ao contrário das geradoras hidroelétricas e nucleares, por isso é um
processo de geração mais seguro, sem riscos de combustíveis vazando. Existe a condição de
ocupar o solo, por lavoura ou pastagem, ao redor dos parques eólicos. O equipamento tem
ocupação muito pequena no ambiente, as pás se localizam a uma distância segura do terreno,
não causando preocupações com os animais. (COSTA, CASOTTI E AZEVEDO, 2009).
O IBAMA já tem mais de 100 GW de projetos eólicos offshore, que seriam no
ambiente marítimo, em análise, o que demonstra o grande interesse dos investidores, de
acordo com dados do final de abril de 2022. (ABEEÓLICA, 2022)
Tecnologias permitem que sejam desenvolvidos geradores eólicos no ambiente
marítimo, ou seja, offshore. Algo que agrega em relação às cidades que não são favoráveis o
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desenvolvimento de parques eólicos devido a sua grandeza populacional e prédios (COSTA,


CASOTTI E AZEVEDO, 2009).
Ainda sobre os projetos eólicos offshore, podemos dizer que:

Mesmo que os projetos eólicos offshore contem com uma tecnologia semelhante à
utilizada nos projetos onshore, as instalações offshore apresentam vantagens, como a
exploração de velocidades de vento maiores e mais constantes, além das menores
limitações na área e distância do solo. Essas características resultam em projetos e
turbinas eólicas geralmente maiores, conforme citado, bem como indicadores de
desempenho melhores nesses parques. Entre os aspectos que indicam as diferenças
nessas turbinas estão também as pás, que são mais longas e possibilitam uma maior
área de varredura (CONTE, 2022, p. 11).

Interessante ressaltar que as geradoras eólicas em locais offshore requer um


investimento maior que os parques eólicos onshore, devido à complexidade na distribuição da
energia obtida e pela estrutura onde as turbinas ocupam. Com isso o investimento se torna
maior e as intervenções também (COSTA, CASOTTI E AZEVEDO, 2009).
Locais mais afastados do litoral tem um maior potencial eólico por ter ventos de maior
velocidade e mares menos agitados. Existem outras condições que torna possível os geradores
offshore; a estabilização nos ventos é de suma importância. Existe pouca agitação nos mares e
o clima tem uma variação baixa em toda sua extensão sem muitas obstruções. O que
proporciona uma condição boa para o desenvolvimento de oficinas eólicas offshore (COSTA,
CASOTTI E AZEVEDO, 2009).

3 CONCLUSÃO

Mediante as pesquisas e estudos, pode-se constatar que a energia eólica no Brasil vem
tendo uma grande ascensão na criação de novos parques e ampliação da sua potência, porém,
permanecendo ainda distante da sua capacidade de expansão máxima. Uma vez que, o país
possui favoráveis condições, no que se refere aos recursos naturais, de aproveitamento da
fonte eólica.
Atualmente a energia eólica é a segunda maior fonte energética no país, isso ocorreu
devido ao investimento na criação de políticas específicas para o setor, por seu baixo custo de
investimento e por ser uma eficiência energética renovável e não emissora de poluentes.
Apesar de existirem pesquisas que apontam possíveis impactos negativos no âmbito
socioambiental, como por exemplo, a poluição visual e sonora, acidentes com aves e
18

morcegos e interferência eletromagnética, também existem dados que apontam formas de


mitigar esses impactos.
Por outro lado, os estudos evidenciam a importância do investimento na geração de
energia eólica, visto que, ela favorece o desenvolvimento sustentável e socioeconômico do
país, a partir da geração de empregos com a implantação dos parques eólicos, não contribui
para o avanço do efeito estufa por ser uma forma de geração de eletricidade que não produz
CO2 e contribui para a diversificação da matriz energética do país.
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REFERÊNCIAS

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2021;

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