Você está na página 1de 5

Livro Indicado: O poder dos quietos

Autora: Susan Cain

Por que o Indico?

É muito comum, ao se deparar com uma pessoa introvertida, julgar de diversas maneiras a
esta pessoa, o que não é normal, especialmente para nós que, somos cristãos e devemos
derramar o amor de Cristo na vida uns dos outros. (“Amem uns aos outros com o amor de
irmãos em Cristo e se esforcem para tratar uns aos outros com respeito.” - Romanos 12: 10-
14.)

Introvertidos, algumas vezes, são julgados como metidos, antissociais, tímidos, também
chatos, ou até mesmo esquisitos.
Embora este livro não seja de cunho Cristão, chama muita atenção, desde o título, longe de
um poder de “manipulação, o livro aborda, com exemplos e referências a várias
investigações científicas, incluindo desde o temperamento humano à neurociência e a
psicologia da personalidade, o poder, muitas vezes desprezado, dos quietos, citando
inclusive, o exemplo de como uma mulher de “Força silenciosa” despertou um dos maiores
protestos nos EUA, no século XX, protesto este que surgiu em meio ao povo Cristão, na
Igreja Batista de Holt Street, no Alabama, sendo elogiada na ocasião por ninguém menos do
que o Reverendo Martin Luther King. Essa mulher era Rosa Parks, que não fez nada mais do
que balbuciar a palavra “não” em um coletivo, onde estava sentada na ala dos “negros” -
período de segregação racial.
Embora quieta, Rosa neste episódio foi corajosa e não se acovardou (ela era Cristã, anos
depois tornou-se diaconisa). Ela não se acovardou, mesmo sabendo da sua pequenez.
Cumpriu-se na vida dela, 2 Timóteo 1 - 7: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de
poder, de amor e de equilíbrio.”

Surgiu então, uma parceria entre um orador eloquente, e uma mulher que certamente
preferiria não discursar. De acordo com pesquisadores, ela era reservada, embora tivesse
em si bravura.
Enquanto Luther King era extrovertido e eloquente. Rosa foi uma líder sem a intenção de
ser, não foi escolha dela. Foi considerada por seu ato, uma ativista. Foi altamente
perseguida, após o fato.
A autora também cita outras personalidades importantíssimas, dentre elas, Albert Einstein,
outro “quieto”.
Este livro enriqueceu o meu olhar como indivíduo, esposa, profissional, serva ministerial e
contempladora de vidas/pessoas.
Um livro relevante para este tempo.
Reflexão:
E o quê isso tem a ver com a gente?

1º Em uma equipe, não é possível esperar que todos sejam iguais e realizem os mesmos
feitos, cada um possui seu temperamento, sua personalidade, suas habilidades e dons,
particularidades e individualidades.
O introspectivo, por exemplo, de acordo com a autora, e seus estudos em Carl Jung focam
no significado de um evento, de um encontro, enquanto, extrovertidos mergulham no
evento/ acontecimento.
Ou seja, as pessoas podem funcionar de maneiras diferentes. É necessário desenvolvermos
um olhar que abranja extrovertidos e introvertidos, e que cada um tenha suas
potencialidades valorizadas e respeitadas.
Sem que exista “exclusão” do indivíduo, diante do grupo. Afinal, o Espírito Santo jamais
habitaria nisso.
(Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria;
ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas
semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o
Reino de Deus. Gálatas 5: 19-21)

Em quê esta leitura pode contribuir?

2º Atualmente, muito se fala sobre cursos de oratória. Mas quase nada ouvimos sobre
“escuta”, a escuta é fundamental a uma equipe que deseja, ou necessita, por exemplo,
aconselhar, assim como ser empática quanto ao temperamento dos aconselhados, a
linguagem que se utilizada a um, pode não ter sentido ao outro.
Introspectivos só se abrem com íntimos. Não gostam de jogar conversa fora, gostam de
discussões profundas.
Introvertidos podem não ser tímidos. Tendem a ser altamente empáticos.
Dentro da equipe podemos encontrar personalidades introvertidas e extrovertidas, ambas
compõem o corpo.
Corpo, este que, cada parte tem a sua função especial e única.
(Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse
corpo. 1 coríntios 12:27)
Julgamentos são bem-vindos?

3º Possivelmente, pediram para Rosa levantar-se, justamente porque, dentro de seu


temperamento, ela parecia ser a mais humilde, frágil e calada, mas dentro dela existia
coragem e força. E nasceu daí um dos maiores protestos cristãos do Alabama, Rosa agiu de
acordo com seus valores, princípios e porque conhecia a sua identidade. As aparências não
devem ser o principal modo de avaliar alguém, muito menos as “performances”, mas que se
considere o caráter e a retidão do indivíduo. Como no caso de Rosa, o introvertido pode
surpreender.
("Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem,
vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.” -
Mateus 7: 1-2).

Como aplicar este conhecimento?

4º A socialização do introvertido, pode não ser igual ao do extrovertido, isso não quer dizer
que não interaja, que não seja parte do corpo e que sua vida não seja importante, e seu
papel não seja relevante para um grupo, comunidade e sociedade. Importante observar
que, muitos se sentem culpados por isso e tendem mais a terem, inclusive, depressão.
Mesmo sendo pessoas valorosas e amadas por Cristo.
(*Aproveito para lembrarmos do Setembro Amarelo)
Imaginemos nos sentirmos desencaixados o tempo todo, quando na verdade, só
funcionamos, todos, de formas diferentes.
Certamente que, acolher, ouvir as ideias do outro, valorizá-las, buscar compreender que um
“quieto” nem sempre verá diversão e empolgação onde os outros comumente enxergam,
nem sempre rirão das mesmas piadas, não terão disposição para assuntos triviais... É
respeitar, é incluir. Isso é muito importante.
A aplicação consciente e empática deste conhecimento, certamente fará diferença para o
reino, em diversas esferas, seja como, líder, liderado, companheiros de equipe/trabalho,
conselheiro, mentor ou formador.
Que possamos com sabedoria “lucrar” para o reino, aperfeiçoando nossas práticas, levando
a palavra, o conselho, a restauração e vida.
A nós que servimos, ver um casamento, uma vida restaurada - por meio de Cristo em nós, é
o maior lucro que podemos ter!
“Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;
Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro
mais fino. Provérbios 3:13”.
Que nada nos pare, e que possamos sempre identificar uns nos outros potencialidades,
extrair o melhor e de forma colaborativa. Auxiliar e compreender também os pontos
sensíveis, e o modo de ser/existir de cada um.

Refletir sobre a liderança de introvertidos, ou sobre o trabalho de um que é liderado, é


também refletir sobre o acolhimento a introvertidos em encontros e tudo o que envolva o
ministério.

Para conhecer mais sobre a visão da autora, disponibilizo este link abaixo, trata-se um vídeo
curto de 20 minutos, em média.
Acesse:

Susan Cain: Susan Cain: O poder dos introvertidos

Sobre a Autora:

Susan Cain nasceu em 1968, ela é neta de um rabino Judeu, viu seu avô um “quieto” deixar um
legado, passado de geração a geração, incluindo o amor pelos livros.

Estudou na Universidade de Princeton e na Harvard Law School. Ensinou técnicas de negociação


em empresas e universidades e exerceu advocacia durante sete anos em Wall Street.
Os seus estudos sobre a introversão e a timidez foram publicados no The New York Times e em
PsychologyToday.com

Sua obra mais conhecida é O poder dos quietos, onde afirma que a cultura ocidental
moderna não compreende, e subestima, as qualidades e a capacidade das pessoas
introvertidas.
Bibliografia:
CAIN, Susan. O poder dos quietos: como os tímidos e introvertidos podem mudar um
mundo que não para de falar. Rio de Janeiro: Ed. Agir, 2012.

Bíblia Sagrada

Quem indicou:
Casal Dani Lima e Felipe Monteiro

Você também pode gostar