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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

ANDREY MELQUÍADES, brasileiro, Advogado-Geral da União, solteiro, domiciliado em


Brasília/DF, esplanada, representando a federação, estados e municípios, nos termos do
at. 121º da Constituição Federal, vêm a V. Exc. veementemente e respeitosamente ajuizar

AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE, em face da

MEDIDA PROVISÓRIA 001/1991, de autoria da PRESIDENTE DA REPÚBLICA, que


institui o Programa de Estabilização Econômica e o Sistema Monetário Nacional, institui
a Unidade Real de Valor (URV) e dá outras providências.

PONTOS-CHAVES DA
DEMANDA

► Mandado de Segurança 001


► Constitucionalidade do PLANO REAL
► Falta de conteúdo probatório
► Invalidez processual
► Falta de fatos processuais

I. DOS FATOS

No dia 21 de fevereiro de 1991 foi aprovada na Câmara baixa da República a Medida


Provisória 007/1991 de autoria da Presidente da República, e posteriori sancionada
conforme Diário Oficial da União.
Dois dias depois, foi protocolado pela Procuradoria-Geral da República o MANDADO DE
SEGURANÇA 001/1991, que inviabilizou a medida provisória 001, por meio de liminar,
erroneamente, o PLANO REAL que já estava em execução nacional, e a sua quebra
repentina gerou desestabilização econômica, social, cultural, harmônica, familiar,
industrial e estrutural.
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É evidente portanto a controvérsia judicial para inconstitucionalidade da lei, já que
supostamente há indícios para anulação da mesma.

II. DO DIREITO E FUNDAMENTAÇÃO

Thomas Hobbes, defendia na sua teoria contratualista que o homem é corruptível por
natureza, e faria de tudo para deter mais poder.
Nesse entendimento, é público e notório a atividade ilícita por parte do denunciante, e
esse ato tem como preceito fundamental a usurpação dos valores democráticos,
alimentado por uma intrínseca vontade de vingar o antigo Procurador-Geral da
República – colega do impetrante. Que sofria pressões do Governo para destituir-se
devido inatividade.
Logo, não existem dúvidas de que o processo liminar consiste em um ato de vingança, e
não institucional – como de fato deveria ser seguido; fazendo valer o princípio da
obrigatoriedade.
Adentrando ao mérito, é evidente a CONTROVÉRSIA JUDICIAL, e quando existe a
exposição da controvérsia é porque a Ação Direta de Constitucionalidade tornar-se legal
para preposição.
Art. 14. A petição inicial indicará: III - a
existência de controvérsia judicial
relevante sobre a aplicação da
disposição objeto da ação declaratória.
LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE
1999.

Prosseguindo, é comum que achem que esse processo é uma afronta ao Mandado de
Segurança 001, mas não, este processo é para declarar a CONSTITUCIONALIDADE da
Medida Provisória 007/1991 pelos seguintes motivos: 1) Existia quórum mínimo para
aprovação da Lei. 2) A lei foi sancionada e já estava em vigor. 3) Existiam quórum de 5
deputados, há contar com o Presidente da Câmara dos Deputados. 4) A lei não fere
nenhum princípio constitucional.
01) Existia quórum mínimo para aprovação da lei; exatamente às 19h00 do dia
21 de fevereiro de 1991, foi publicado a ata inicial, e os seguintes deputados
assinaram a lista: Dep. V.P Arthur Costa (PSL/SP), Dep. Nikolas Ferreira (PSL/SP),

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Dep. Lia Gomes (PDT-CE),Dep. Humberto Costa (PDT/CE) e Dep. Guto Zacarias
(MBL/SP). Contabilizando 5 nomes. E a lei foi votada às 19h26, ou seja, vinte e
seis minutos depois. Entre esse prazo nenhum deputado registrou em
plenário que saiu da sessão. Conteúdo probatório no fórum (canal de
mensagens). Logo, EXISTIA SIM QUÓRUM. E, entro mais fundo (lá ele), que não
há nenhuma especificação no Regimento Interno que ‘’o quórum é definido
em quem vota nas preposições’’ - e de fato foram quatro que registraram votos
-, mas sim em quem está presente na sessão.

02) A lei foi sancionada e já estava em vigor; é fato de que a Lei havia sido aprovada
nas duas casas federais. E, apenas isso torna a lei uma norma federativa, logo, sim
é um instrumento para a Ação Declaratória de Constitucionalidade – mesmo que
tenha sido anulada liminarmente/provisoriamente – sem impedimento para
preposição da ADC. E isso é fundamentado de forma expressa simplesmente pelo
objeto da própria ação, pois ela é apenas aceita quando haver indícios de
inconstitucionalidade; que é a base pura deste processo.

03) Existiam quórum de 5 deputados, há contar com o Presidente da Câmara


dos Deputados; esse processo, tanto a Ação Declaratória de Constitucionalidade
como o Mandado de Segurança 001/1991 toma fim agora! Pois, a principal
argumentação era que não havia quórum, pois supostamente apenas quatro
deputados estavam votando nos projetos. Mas, o quórum é de 5 deputados JÁ
CONTANDO COM O PRESIDENTE. Logo, existia sim quórum mínimo, fica
destacado o artigo chave:

Art. 2º A Câmara de Deputados reunir-


se-á, via de regra, conjuntamente: IV -
quando estiver disponível um quórum
mínimo de 5 (cinco) deputados,
contando o Presidente.

04) A lei não fere nenhum princípio constitucional: a lei segue todos os princípios
constitucionais, e principalmente a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
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maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, por meio de uma
proposta econômica em objetivo do bem geral.

E por via de todos esses fatos, é evidente, público e notório que a lei é constitucional. E
que pelo menos até a votação desta, havia quórum mínimo de 5 deputados, a contar 6
deputados com o Presidente da Câmara dos Deputados – que conduzia a sessão. Logo, a
anulação dela é ilegal.

IV. DA MEDIDA CAUTELAR

Para deferimento da medida cautelar, deve-se considerar dois elementos judiciais fumu
bonis furis e o periculum in mora.
O fumus boni furis, “fumaça do bom direito”, em tradução convencional, pode ser usado
no sentido de que “onda há fumaça há fogo”, isto é, é usado para apresentar que onde há
os indícios da infração pode haver também a consolidação da infração. E nesse caso, é
evidente existem indícios para inconstitucionalidade, anulação e impedimento da
mesma, tendo em vista processos e liminares em andamento.
O periculum in mora, “perigo na demora”, em tradução convencional, pode ser usado
no sentido da sua própria tradução, isto é, no receio que a demora da decisão judicial
cause um dano grave ou de difícil reparação ao bem tutelado. Nesse caso, o perigo de
demora é evidente, uma vez que o PROJETO DE LEI já estava em vigor e foi anulado,
prejudicando todo o trâmite de execução que já estava em andamento na sociedade
brasileira, e que a mudança trouxe quebra irreparável.
Então, senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal, peço que analise com cautela a
situação de todos os brasileiros, em principal aos mais pobres, às mulheres, aos negros,
aos gays, lésbicas, travestis, transexuais, aos empresários, pequenos comerciantes, e em
suma à todos os cômodos sociais, que dependem exclusivamente de leis que beneficiem
esta camada populacional e necessitem de projetos econômicos como o PLANO REAL.
Tenha piedade Excelência. Os cidadãos não merecem sofrer diante crises apenas
institucionais e de egos políticos.

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V. DOS REQUERIMENTOS

Ante ao exposto, a luz dos fatos e do direito, requer a Vossa Excelência que seja
processada a presente ação, mediante as cautelas legais de estilo, em harmonia com os
reiteirados e recente indiciado desta respeitada instituição, julgando procedente o
pedido, consoante ao que se pede abaixo:
I. Concessão da medida liminar pleiteada, admitindo a volta de trâmite da
MEDIDA PROVISÓRIA 007/1997 para a sociedade brasileira.
II. Admissibilidade da Ação Declaratória de Constitucionalidade, assim,
considerando pressuposto jurídico e jurisprudência para futuros processos a
admissão de ADC mesmo que lei revogada/anulada. Assim como, a execução
definitiva, sem riscos de anulação ou impedimento por inconstitucionalidade,
da MEDIDA PROVISÓRIA 007/1991.
III. O DEFERIMENTO da Ação Declaratória de Constitucionalidade, tornando no
mérito, a MP constitucional.
IV. Que seja designado, por prevenção, o Senhor Presidente do Supremo Tribunal
Federal como relator.

Nestes termos, pede-se deferimento.


Brasília, 23 de fevereiro de 2023.

ANDREY MELQUÍADES
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