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GEOGRAFIA: OS RECURSOS HIÍDRICOS (APONTAMENTOS)

PARTE I

“A água: suporte de vida” (p.137 do manual)

A água cobre cerca de 71% da superfície do planeta e corresponde a grande parte da constituição dos
organismos vivos.

Influenciou desde sempre os itinerários das migrações humanas. As maiores aglomerações urmanas
localizam-se, geralmente, no litoral.

É também um recurso para as atividades económicas:


 Agricultura
 Industria
 Produção de energia
 Construção
 Turismo
 Lazer
 Fator de acessibilidade

“A água em movimento (o ciclo hidrológico)”: (p. 138 do manual)

Ciclo hidrológico: processo de circulação contínua da água entre os oceanos, a atmosfera e os


continentes, por efeito da energia solar, que permite a passagem da água de um estado físico a outro.

CICLO HIDROLÓGICO:

1. Evaporação: alteração do estado físico da água (do líquido para o gasoso).

-acontece impulsionada pelo aquecimento (energia solar)

1.1. Evapotranspiração: resulta do processo de respiração de animais e plantas, no processo é expelido


vapor de água)

2. Condensação: alteração do estado físico da água (do gasosos para o líquido)

-acontece devido ao arrefecimento do ar em altitude (gradiente térmico vertical – 6,5C por cada 1000
m)
-dá origem às nuvens, forma-se através da aglomeração de moléculas de água em torno de partículas
de poeiras em suspensão

 Ponto de saturação de uma massa de ar: máximo de vapor de água que uma massa de ar
suporta.

NOTA: o ponto de saturação varia com a temperatura

NOTA: massa de ar (ar com características semelhantes)

 HA (Humidade Absoluta): quantidade de vapor de água numa massa de ar num determinado


momento, em função da temperatura)
 HR (Humidade Relativa): relação entre a HA e o ponto de saturação (a uma determinada
temperatura)

3. Precipitação
 Acontece quando a massa de ar atinge um HR de 100%, quando a gravidade exerce a sua força
sobre as partículas em suspensão (nuvens)

4. Infiltração: acumulação de água nos aquíferos, águas subterrâneas

5. Escorrência: água que faz o seu percurso na superfície terrestre (bacias hidrográficas, rios, oceanos)

O CICLO RECOMEÇA

NOTA: O ciclo hidrológico mantém mais ou menos constante a quantidade de água no nosso planeta.

“A circulação geral da atmosfera” (p.139 do manual)

A circulação geral da atmosfera (entre os 0 e os 35km em altitude) resulta da combinação de causas


térmicas e dinâmicas que originam as diferenças de pressão atmosférica.

 Pressão atmosférica: força que o ar exerce sobre a superfície, medida em milibares (mb) ou
hectopascais (hPa) e cujo valor considerado normal, à superfície, é 1013 mb.

NOTA: isóbaras (linhas que unem lugares com o mesmo valor de pressão atmosférica, em mb)

A pressão atmosférica influencia as características do clima.

CÉLULA POLAR

CÉLULAS DE FERREL

CÉLULAS DE HADLEY

CENTROS DE ALTAS PRESSÕES (anticiclone):


- ar descendente e divergente;
- ar tendencialmente + frio e + seco;
- a pressão barométrica no centro de Altas Pressões é sempre superior a 1013 mb;
- a pressão atmosférica diminui da do centro para a periferia;
- associadas a estabilidade atmosférica;

CENTROS DE BAIXAS PRESSÕES (ciclone / depressão):


- ar convergente e ascendente;
- ar tendencialmente + quente e + húmido;
- a pressão barométrica no centro de Baixas Pressões é sempre inferior a 1013 mb;
- a pressão atmosférica diminui da periferia para o centro;
- associadas a instabilidade atmosférica (precipitação);
NOTA: nos centros de baixas pressões, o ar é mais húmido porque as massas de ar quente têm +
capacidade de absorver e suportar vapor de água

Os centros de altas pressões e os centros de baixas pressões podem ter origem:


- térmica (Baixas Pressões Equatoriais e Altas Pressões Polares)
- dinâmica (Altas Pressões Subtropicais e as Baixas Pressões Subpolares)

EXERCÍCIO: Caracterize a circulação do ar nas células de Hadley.


a) o ar muito quente na superfície terrestre (de origem térmica devido ao aquecimento provocado pela
maior incidência da radiação solar no Equador) dá origem à formação de Centros de Baixas Pressões
(Baixas Pressões Equatoriais); sendo um ar leve, inicia o movimento ascendente na troposfera (até
18km);
b) com a subida em altitude na Troposfera, este ar quente sofre o efeito do Gradiente Térmico Vertical
e arrefece progressivamente (aproximadamente 6,5C cada 1000 m);
c) ao atingir o topo da Troposfera tornou-se um ar + frio, + seco e + pesado, o que o induz num
movimento descendente;
d) o ar frio e pesado de altitude regressa à superfície terrestre, dando origem a Altas Pressões
Subtropicais, de origem dinâmica (designação que deriva do movimento descendente do ar);
e) à superfície o ar desloca-se do Centro de Altas Pressões (Subtropicais) para o Centro de Baixas
Pressões (Equatoriais) e aquece progressivamente, devido ao contacto com a superfície e ao atrito
gerado pelo movimento (origem dinâmica), tornando-se, novamente + leve.
f) O processo recomeça.

EXERCÍCIO: Explique a designação “de origem térmica”.


A designação “de origem térmica” deve-se exclusivamente à temperatura.
...
EXERCÍCIO: Explique também a designação “de origem dinâmica”.
A designação “de origem dinâmica” deve-se exclusivamente ao movimento (circulação) do ar.
...

NOTA: o ar circula sempre das Altas Pressões para as Baixas Pressões, por isso irá originar ventos
constantes ou dominantes que sopram todo o ano na mesma direção:
- ventos alíseos: deslocam-se das Altas Pressões Subtropicais para as Baixas Pressões Subpolares,
convergindo na chamada zona de convergência intertropical;
- ventos de oeste: deslocam-se da Altas Pressões Subtropicais para as Baixas Pressões Subpolares,
cujo sentido, influenciado pelo movimento de rotação da Terra, é predominantemente de oeste no
hemisfério norte;
- ventos polares: deslocam-se da Altas Pressões Polares para as Baixas Pressões Subpolares.

NOTA: os ventos de oeste são os ventos dominantes à latitude de Portugal

“A especificidade do clima português” (p.141 do manual)

Portugal é influenciado por diferentes massas de


ar.

Em Portugal, predominam as características do clima temperado mediterrâneo. No entanto, apesar da


dimensão reduzida do território, as diversas regiões de Portugal sofrem influencias distintas, que
resultam numa diversidade climática assinalável.
“Posição em latitude” (p.142 do manual)

As principais diferenças sazonais devem-se à deslocação latitudinal dos centros de pressão. Devido à
variação anual da temperatura, motivada pelo movimento de translação da Terra, no verão os centros
de pressão localizam-se mais a norte e no inverno mais a sul.

EXERCÍCIO: Justifique a afirmação: “Durante o verão, Portugal é influenciado pela cintura de Altas
pressões Subtropicais, enquanto durante o inverno sofre a influência da cintura de Baixas pressões
Subpolares”.
- No solstício de Junho, a radiação solar atinge a perpendicular em relação à superfície terrestre na
região do Tropico do Câncer. Nesta estação, as Altas Pressões Subtropicais deslocam-se
aproximadamente 23 graus para norte, pelo que Portugal fica sob a influência destas massas de ar (ar
estável que origina estabilidade atmosférica).
- No solstício de Dezembro, a radiação solar atinge a perpendicular em relação à superfície terrestre
na região do Trópico de Capricórnio. Nesta estação, as Baixas Pressões Subpolares deslocam-se para
sul, pelo que Portugal fica sob a influência das mesmas (instabilidade atmosférica).

De modo geral:
- no inverno, as baixas pressões subpolares, com nuvens e mais precipitação e as massas de ar frio polar
associadas (ar polar marítimo e ar polar continental)
- no verão, as altas pressões subtropicais (principalmente o anticiclone dos Açores), originando céu
limpo e tempo seco, e as massas de ar quente tropical associadas (ar tropical marítimo e ar tropical
continental)
- durante todo o ano faz sentir-se ainda a influência dos ventos de oeste

“Posição regional” (p.143 do manual)


“A formação de frentes e a sua influência no estado do tempo” (p.144 do manual)

A FORMAÇÃO DE FRENTES (FRENTE POLAR)

NOTA: Portugal é influenciado por diferentes massas de ar (ar polar marítimo, ar polar continental, ar
tropical marítimo, ar tropical continental)
Massa de ar: grandes volumes de ar que, horizontalmente, apresentam as mesmas características de
temperatura, humidade e densidade.

DUAS MASSAS DE AR NUNCA SE MISTURAM


Quando se encontram duas massas de ar de
características diferentes que se deslocam em
sentidos opostos, forma-se uma superfície
frontal (área de contacto entre duas massas de
ar com características de temperatura e
humidade diferentes). À interseção da
superfície frontal com a superfície terrestre
chama-se frente, termo que também designa
todo o conjunto.

Inicialmente, o ar tropical desloca-se de oeste


para este paralelamente ao ar polar que se
desloca em sentido inverso.

FRENTE POLAR: espaço de contacto entre a


massa de ar tropical e a massa de ar polar.

Progressivamente, o ar frio polar avança para


sul e o ar quente tropical penetra cada vez
mais para norte, uma vez que são desviados
pelos ventos dominantes.

Surge, então uma sucessão de frentes


frias e de frentes quentes (sistema
frontal).

NOTA: sistemas frontais têm duas ou mais


frentes

As frentes podem ser frias ou quentes:


 Numa frente fria, é o ar frio que avança, introduzindo-se como uma cunha por baixo doar
quente, obrigando-o a subir;
 Numa frente quente, é o ar quente que avança, sobrepondo-se, gradualmente ao ar frio.

Em ambas as situações, a ascensão do ar quente provoca o seu arrefecimento, dando origem à


condensação do vapor de água e à formação de nuvens, pelo que, geralmente à passagem de uma
frente se associa a ocorrência de precipitação.
NOTA: para que o ar quente avance sobre o ar frio (frente quente), é necessário que esteja a ser
“empurrado” por ar frio.

NOTA: sinalização dos tipos de frentes:

NOTA: Principais indícios da presença de uma frente polar:


- sequencia de frentes (uma sucessão de frentes quentes e frentes frias);
- orientação dominante de Oeste para Este

PERTURBAÇÃO FRONTAL: conjunto formado pela associação de uma frente fria, de uma frente quente e
de uma Baixa Pressão.

Uma perturbação frontal é constituída por um setor de ar tropical quente, entre dois setores de ar polar
frio (anterior e posterior), verificando-se uma dupla ascensão dinâmica do ar:
- na frente fria, por efeito da interposição do ar frio por baixo do ar quente;
- na frente quente, por sobreposição do ar quente ao ar frio

Embora se desloquem no mesmo sentido, as duas frentes avançam a velocidades distintas, o que
influencia a evolução da perturbação frontal. A frente fria progride mais rapidamente do que a frente
quente, acabando por alcançar a frente quente.

FRENTE OCLUSA: frente resultante da junção de uma frente fria com uma frente quente.

É a evolução de uma perturbação frontal. A frente oclusa é formada quando o ar quente é comprimido
por altas pressões. O ar frio posterior junta-se ao anterior, fazendo com que a Baixa pressão se eleve e
deixe de estar em contacto com a superfície terrestre. Apesar disso, o estado do tempo continuará a
ser influenciado pela Baixa Pressão até à ocorrência de precipitação. Após esta ocorrer ficará sob a
influencia das Altas Pressões (estabilidade atmosférica).
“Tipos de precipitação mais frequentes” (p.146 do manual)

NOTA: qualquer precipitação relativamente abundante é devida a um movimento ascendente do ar.

Podemos considerar três tipos principais de precipitação:

PRECIPITAÇÕES FRONTAIS: formam-se pela ascensão do ar quente numa superfície frontal.

A intensidade e a duração das precipitações frontais são diferentes consoante se trate de uma frente
fria ou frente quente.
 A superfície frontal fria provoca a subida do ar quente de forma rápida e violenta, por isso,
formam-se nuvens de grande desenvolvimento vertical (precipitações mais intensas de tipo
aguaceiro).
 A superfície frontal quente provoca a subida do ar quente de forma mais lenta, originando
nuvens de desenvolvimento horizontal (precipitações menos intensas mas contínuas e de
maior duração).

Em Portugal, são mais frequentes este tipo de precipitações no Norte, frequentemente influenciado
pela frente polar.

PRECIPITAÇÕES CONVECTIVAS: formam-se quando se verifica um processo de convecção, isto é,


quando devido a um intenso aquecimento da superfície terrestre se formam baixas pressões. Originam-
se nuvens de grande desenvolvimento vertical e precipitações abundantes de curta duração, por vezes
acompanhadas de trovoada.

Ocorrem, sobretudo, no interior de Portugal, durante o Verão, por influencia das Baixas Pressões de
origem térmica que se formam sobre a Península Ibérica.

PRECIPITAÇÕES OROGRÁFICAS: formam-se por ação do relevo.

As vertentes das montanhas constituem uma barreira de condensação, ou seja obriga o ar a subir.

A ocorrência deste tipo de precipitação é frequente nas áreas de montanha, nas vertentes expostas a
ventos húmidos. Nas vertentes opostas, o ar desce e aquece, pelo que a precipitação é muito menos
frequente.

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