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O transporte de água na atmosfera constitui uma das componentes do
ciclo hidrológico, através da qual grande quantidade de água é levada,
na forma de vapor, de uma região para a outra. Sem vapor de água, não
existiriam nuvens nem precipitação.
O total de valor de água que existe numa determinada porção da
atmosfera designa-se por humidade absoluta. Quanto maior for a
temperatura do ar, maior será a evaporação e, por isso, maior será a
humidade absoluta.
A capacidade de o ar conter vapor de água não é infinita. Se a
quantidade de vapor de água existente num certo volume de ar, a uma
determinada temperatura, igualar o máximo de vapor de água que ele
pode conter, diz-se que o ar está saturado, ou seja, que foi atingido o
ponto de saturação.
Nesse caso, todo o vapor de água em excesso passará do estado líquido,
através da condensação, formando pequenas gotículas que constituem as
nuvens (figura 2).
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Para se avaliar se o ar está ou não saturado, é necessário relacionar o
valor de humidade absoluta com o ponto de saturação à temperatura a
que o ar se encontra. Esta relação dá-nos o conceito de humidade
relativa.
Quando a humidade relativa é 100%, diz-se que o ar está saturado e
todo o vapor de água em excesso condensa.
Para que se verifique a condensação, é necessário que existam também,
na atmosfera, os núcleos de condensação, isto é, partículas sólidas
suspensas na atmosfera, que constituem superfícies sobre as quais o
vapor de água condensa.
Qual a relação entre a pressão atmosférica e os estados de tempo?
A pressão atmosférica é um elemento climático que influencia
diretamente os estados de tempo.
A pressão atmosférica varia de acordo com:
a altitude;
a humidade do ar;
a temperatura;
Altitude: à medida que a altitude aumenta a pressão atmosférica
diminui, uma vez que o ar se vai tornando cada vez mais rarefeito e o
peso da coluna de ar sobre os lugares vai sendo cada vez menor.
Humidade do ar: como o ar húmido possui mais moléculas de vapor de
água, que são mais leves, o ar torna-se menos denso, pelo que a pressão
diminui.
Temperatura: com o aumento da temperatura, o ar expande-se, pelo
que as suas moléculas ficam mais afastadas, exercendo menor pressão.
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Com a diminuição da temperatura o ar contrai-se, as suas moléculas
ficam mais próximas, o que resulta num aumento da pressão.
Variação da pressão atmosférica de acordo com a altitude:
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designadas por isóbaras. Quanto maior a linhadas isóbaras, maior é o
gradiente de pressão.
A partir destas linhas é possível identificar os centros barométricos,
quando as isóbaras são fechadas e concêntricas: os centros de altas e
baixas pressões atmosféricas.
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Resulta no bom tempo, céu limpo, possibilidade de ocorrência de vento
fraco, não há precipitação.
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Quais as características da circulação geral da atmosfera
Os centros barométricos distribuem-se em latitude em faixas de pressão
alternadas.
A circulação do ar à superfície permite identificar, em cada hemisfério,
os ventos de este, de oeste e alísios.
O conjunto de faixas de pressão atmosférica e dos movimentos
horizontais e verticais do ar designa-se por circulação geral da
atmosfera.
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As massas de ar:
ar ártico
ar equatorial
ar polar
ar antártico
ar tropical
marítima
continental
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Atendendo à sua localização geográfica, Portugal:
é menos afetado pela massa de ar ártico que os países do norte
da Europa.
sofre uma maior influência de duas massas de ar:
- massa de ar frio polar, que se forma nas altas latitudes, nas regiões
subpolares;
- massa de ar quente tropical, cuja génese se encontra nas regiões
subtropicais e tropicais.
Como se forma a frente polar?
A frente polar resulta da convergência, à latitude das baixas pressões
subpolares, de duas massas de ar distintas: ar quente tropical e ar frio
polar.
Por se tratarem de massas de ar com características opostas, não se
misturam, sendo possível demarcar uma fronteira quase sempre semi-
continua e semi-permanentes entre as mesmas, a que se dá o nome de
frente.
A movimentação das massas de ar pode resultar num avanço:
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do ar frio sob o ar quente, originando uma superfície frontal fria
e, consequentemente, uma frente fria;
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Como evolui a frente polar e quais os estados de tempo?
A frente polar explica os estados do tempo mais frequentes no nosso
país no inverno, pois, nessa altura do ano, as baixas pressões subpolares,
onde a frente polar se desenvolve, deslocam-se em latitude para sul,
afetando o território nacional.
As perturbações da frente polar deslocam-se de oeste para este,
acompanhando o movimento de rotação da Terra, embora também se
possam deslocar de sudoeste para nordeste. A evolução da perturbação
da frente polar passa por fases distintas.
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ar frio polar posterior (ou pós-frontal)
frente fria
ar quente tropical
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- temperatura relativamente elevada;
- vento moderado, que poderá mudar de direção;
frente quente
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A perturbação frontal dura apenas alguns dias, no máximo uma semana,
acabando por se dissipar.
Quais os tipos de precipitação mais frequentes?
No território nacional, é comum verificarem-se três grandes tipos de
mecanismos responsáveis pela ascensão do ar: frontal, convectivo e
orográfico.
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Para além da irregularidade ao longo do ano, é possível constatar
também uma variabilidade interanual de precipitação.
Com efeito, a dinâmica da atmosfera, mais precisamente ao nível da
deslocação em latitude dos centros barométricos, das massas de ar e das
perturbações da frente polar, leva a que os totais anuais de precipitação
sejam variáveis ao longo dos anos, sendo possível identificar anos mais
chuvosos e anos mais secos.
Imagem 21- página 210
Como se distribui a precipitação em Portugal?
Ao nível da distribuição da precipitação, Portugal regista assinaláveis
contrastes entre o norte e o sul e o litoral e o interior do território,
justificados por um conjunto de fatores como:
Fatores do clima
latitude
relevo
continentalidade
Portugal continental…
Em Portugal continental, a distribuição da precipitação, através de
mapas isoietas, caracteriza-se por:
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Imagem 24- página 213
Arquipélago da Madeira:
Imagem 25- página 213
Quais os estados do tempo mais frequentes no território nacional?
As cartas sinóticas, que permitem observar, monitorizar e prever os
estados de tempo, são elaboradas a partir de informações enviadas por
satélites meteorológicos e a partir da observação diária dos valores dos
diferentes elementos do clima registados nas estações meteorológicas.
As situações meteorológicas mais frequentes no verão…
Nesta estação do ano, as temperaturas médias mais elevadas registadas
no território nacional, devem-se à:
menor obliquidade com que os raios solares atingem as latitudes
a que Portugal se encontra (que se traduz numa menor área
iluminada, mas mais aquecida, e numa menor espessura
atmosférica atravessada pelos raios solares);
maior duração do dia natural;
maior insolação;
maior influência das massas de ar quente tropical;
A posição geográfica de Portugal determina que, nesta época do ano, as
duas situações meteorológicas mais comuns sejam:
A- anticiclone dos Açores posicionado a oeste da Península Ibérica
Imagem 26- página 214
A presença deste anticiclone:
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inibe a influência da frente polar, que nesta época do ano, está
mais deslocada para norte, raramente afetando as nossas
latitudes;
explica a existência do céu limpo ou pouco nublado, vento
moderado e ausência de precipitação.
B- Depressão barométrica de origem térmica no interior da
Península Ibérica
Imagem 27- página 215
Esta situação meteorológica resulta das elevadas temperaturas registadas
no interior da Península Ibérica. Em Portugal continental, esta situação
meteorológica afeta, sobretudo, o interior do país, onde o aquecimento
da superfície terrestre é mais, rápido e intenso. Assim:
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Estes anticiclones de origem térmica acabam, muitas vezes, por reforçar
o anticiclone subtropical dos Açores, constituindo uma barreira à
passagem das perturbações frontais, desviando-as mais para norte.
Neste caso, e apesar das baixas temperaturas, verificam-se dias de céu
limpo ou pouco nublado, ausência de precipitação e vento moderado,
podendo haver formação de geada durante a noite, sobretudo nas regiões
de maior continentalidade, devido ao intenso arrefecimento noturno.
As situações meteorológicas mais frequentes na primavera e no
outono…
Na primavera e no outono, ocorrem situações meteorológicas de alguma
instabilidade atmosférica, que se caracterizam, sobretudo, pela transição
entre as situações mais típicas do inverno e do verão. Assim,
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As disponibilidades hídricas em Portugal
Qual a variabilidade das disponibilidades hídricas?
A desigual repartição e a sua variabilidade intra e interanual
condicionam os recursos hídricos, que se podem classificar em:
superficiais
- rios;
podem ser naturais ou artificiais.
- lagos/lagoas;
subterrâneos
- aquíferos;
- águas minerais e termais;
temporal
espacial
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- mais elevadas no norte litoral e nas áreas de maior altitude, em virtude
dos níveis de precipitação mais elevados.
- mais reduzidas no interior sul, onde a precipitação é mais reduzida.
Quais as características da rede hidrográfica?
A precipitação caída numa dada área segue diferentes trajetos, que
podem ocorrer por evaporação direta, escoamento superficial e
infiltração.
Uma parte da água que escoa à superfície alimenta os rios, que se
organizam em redes hidrográficas.
Portugal continental…
A rede hidrográfica de Portugal continental apresenta as seguintes
características:
mais densa no norte, com rios de maior caudal, que escoam por
vales mais estreitos, mais profundos e de maior declive;
menos densa no sul, com rios de menor caudal e mais
irregulares, e que escoam em vales pouco profundos, mais largos
e com menor declive;
orientação geral E-O, NE-SO, NNE-SSO, acompanhando à
inclinação geral do relevo na Península Ibérica, à exceção dos
rios Sado e Guadiana, que escoam de sul para norte e de norte
para sul, respetivamente;
rios que escoam direta e indiretamente para o oceano Atlântico,
com destaque para o litoral ocidental.
Na rede hidrográfica nacional destacam-se os rios luso-espanhóis:
Douro, Tejo, Guadiana, Minho e Lima.
Rios extensos- pagina 229
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Regiões autónomas…
Nas regiões autónomas, os cursos de água não têm grande
desenvolvimento em termos de dimensão, pelo que são designados por
ribeiras.
Nos Açores, em virtude da sua origem vulcânica, as ribeiras, na
generalidade:
dispõe-se de forma radia, escoando do topo das caldeiras para o
mar, em várias direções;
constituem pequenos cursos de água com vales estreitos, por
vezes bem encaixados, que secam durante o verão, mas que
podem originar enxurradas nos períodos de precipitação mais
abundante (outono e inverno).
Imagem 34- página 230
A rede hidrográfica da ilha da Madeira apresenta, igualmente uma
distribuição radial em torno do eixo topográfico central da ilha, de
orientação este-oeste.
Imagem 35- página 230
Os rios são um importante agente erosivo, que contribuem para a
transformação das formas de relevo.
A dinâmica fluvial assenta em três ações, que, apesar de se observar
desde a nascente até à foz, predominam em determinadas secções dos
rios.
Imagem 36- página 231
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Curso do rio superior- montante
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Conceitos:
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⤷ evapotranspiração: fenómeno resultante da transpiração das plantas e
da evaporação do meio circundante (superfície do solo, água retida nas
depressões do terreno, rios, lagos, etc).
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