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Em países como a Índia e a China, os fortes sistemas nativos de cura têm quase
a mesma legitimidade e popularidade que a medicina ocidental, e atualmente,
com apoio do governo, oferecem à população sistemas paralelos de cuidados
de saúde. De certa forma, eles já estão “profissionalizados”. Na China, apesar
de diversas mudanças da política do governo, a medicina tradicional chinesa –
incluindo acupuntura, moxibustão e fitoterapia – ainda constitui um sistema
complementar de cuidados de saúde para boa parte da população,
especialmente em áreas rurais, existindo junto com clínicas biomédicas e outras
instalações. Na Índia, há 91 escolas médicas reconhecidas aiurvédicas (hindus)
e 10 una–ni (muçulmanas), sendo que a medicina aiurvédica serve a uma grande
proporção da população. O Indian Medicine Central Council Act de 1970 criou
um Conselho Central para a medicina aiurvédica, que estabeleceu um registro
de praticantes qualificados e supervisiona o treinamento dos novos. O conselho
concede o grau de bacharel em Medicina e Cirurgia Aiurvédica após três anos
de estudo, seguidos por uma pós-graduação de mais três anos. Porém, no final
da década de 1980, somente 12% dos praticantes aiurvédicos haviam obtido o
diploma de uma instituição de ensino reconhecida, 54% tinham diplomas de
escolas não reconhecidas e 33% não tinham nenhuma qualificação. Um
processo semelhante ocorreu com a homeopatia (que chegou à Índia em 1830)
e que, desde 1973, é supervisionada por um Conselho Central de Homeopatia.
Este reconheceu 200.000 praticantes de homeopatia e supervisiona 104
faculdades que ministram cursos de graduação sobre o assunto. Os diplomas de
pós-graduação são emitidos pelo National Institute of Homeopathy em Calcutá,
e há 130 a 150 hospitais homeopáticos e 1.500 dispensários homeopáticos na
Índia, todos apoiados pelo governo. Os homeopatas superam os praticantes
aiurvédicos em diversos estados, e a homeopatia é particularmente difundida no
estado de West Bengal, mas também em Uttar Pradesh, Bihar, Tamil Nadu e
Kerala, e tende a ser mais prevalente em áreas urbanas do que em rurais.
Srinavasan observou, em 1995, que a medicina aiurvédica estava perdendo
popularidade para a medicina ocidental (alopática) em muitas partes do país.
Uma pesquisa em toda a Índia mostrou que, enquanto 80% dos domicílios em
áreas urbanas usavam a medicina alopática e somente 4% usavam a aiurvédica,
nos domicílios em zonas rurais, 75% usavam a alopática e 8% a aiurvédica. Isso
aplicava-se à maioria das classes sociais. Ao contrário, no Sri Lanka, Srinavasan
observou que a política do governo encorajava fortemente a medicina aiurvédica
tradicional, havendo agora 13.000 médicos aiurvédicos (1 por 1.400 habitantes),
comparados aos 380.000 (1 por 2.200 habitantes) na Índia.
• Cura New Age (Nova Era), uma variedade díspar de crenças e práticas – muitas
originárias de religiões orientais ou do paganismo – que frequentemente
focalizam as “energias” esotéricas, visando atingir um equilíbrio entre elas. Aqui
estão incluídas as consultas com espíritos ou médiuns e as formas orientais de
cura como Reiki ou Qi-Dong, além do uso de cristais de cura ou magnetos.