Você está na página 1de 42

Representação Geográfica

Disciplina: GEOPROCESSAMENTO
O QUE É REPRESENTAÇÃO?

❑ Nosso conhecimento da Terra não é criado inteiramente livre, ele deve se


encaixar em conceitos mentais, tais como:
❑ pertinência (Paris está na França); ou
❑ proximidade (São José dos Campos e São Paulo estão próximas).

❑ Em representações digitais esses conceitos são formalizados através de


modelos de dados.

❑ Modelos de dados são estruturas e regras programadas dentro de


um SIG para acomodar os dados.

❑ Os termos representação e modelo são usados porque eles implicam


em uma relação simplificada entre o conteúdo da figura
(representação/geometria) e o a base de dados.
REPRESENTAÇÃO DIGITAL

❑ A tecnologia da informação baseada em representação digital invade todos


os aspectos de nossa vida, da ciência ao comércio, até a vida cotidiana.

❑ A representação digital:
❑ Pode usar apenas dois símbolos, 0 e 1, para representar informações;
❑ É a base de toda a comunicação humana moderna;
❑ Existem muitos padrões concorrentes de codificação, tais como:
❑ MP3, MIDI para a música;
❑ JPEG, TIFF, GIF para as imagens e fotografias;
❑ MPEG para os vídeos;
❑ ASCII para os textos;

❑ Neste sentido, o SIG baseia-se


em padrões para dados
geográficos.
REPRESENTAÇÃO DIGITAL

❑ A representação geográfica digital apresenta


enormes vantagens sobre as formas antigas
de representação, como por exemplo:
❑ mapas impresso
❑ relatórios de exploração
❑ depoimentos verbais
❑ Vantagens dos dados digitais:
❑ Os dados digitais são simples de serem copiados, podendo ser
transmitidos à velocidade da luz e armazenados em altas densidades
em espaços menores, além de estarem menos sujeitos à deterioração e
deformação quando comparados com o papel ou outros meios físicos.

❑ Os dados em formato digital são mais simples de


TRANSFORMAR, PROCESSAR e ANALISAR.
REPRESENTAÇÃO DIGITAL

❑ O SIG nos permitem trabalhar com as representações digitais de


modo não possível com os dados impressos.
❑ Fazer medidas rápidas e com precisão;
❑ Sobrepor e combinar as informações;
❑ Mudar a escala;
❑ Navegar sem se importar com o limite entre as folhas.
O MAPA DE PAPEL

❑ O Mapa de papel
❑ Apresenta uma história longa e rica;
❑ Possui escala fixa para representar a relação entre o real (superfície
topográfica) e a representação gráfica.
❑ É uma das principais fontes de dados para SIG
❑ É barato, leve e facilmente transportável e durável ?
❑ Exceções: FOGO e ÁGUA
❑ Incêndio na Biblioteca de Alexandria
(séc. VII) destruiu a maioria do
conhecimento acumulado na época;
❑ Incêndio em Londres (1666)
❑ Incêndio em São Francisco (1906)
❑ Incêndio em Tóquio (1945)
❑ Enchentes do rio Arno devastou a
cidade de Florença (1966)
ACURÁCIA DA REPRESENTAÇÃO

❑ Qualquer representação em SIG requer uma atenção para

O QUE e COMO pode ser representado.

❑ Problema do SIG O que representar e como fazê-lo?

❑ ACURÁCIA
❑ As representações raramente são perfeitas
❑ As representações serão sempre uma simplificação da realidade
❑ A representação inevitavelmente leva a uma incerteza do mundo real.
❑ O alto detalhamento implica custo e volume de dados
❑ Sempre haverá escolhas na construção da representação
O PROBLEMA FUNDAMENTAL DA REPRESENTAÇÃO GEOGRÁFICA

❑ Dados geográficos sempre vinculam LUGAR, TEMPO e ATRIBUTO.

❑ A informação geográfica liga a um lugar, muitas vezes a um tempo, com


alguma propriedade daquele lugar (e tempo)

A temperatura ao meio-dia local


na latitude 34°35’ N e longitude 120°00’ W foi de 19°C.
❑ Há uma ligação entre localização e tempo com o atributo temperatura.

❑ Existe um vasto número de propriedades (atributos) na informação


geográfica, alguns são:
❑ físicos, sociais, econômicos, demográficos, ambientais etc..
❑ somente identificam um lugar ou entidade (endereço, número de CPF,
identificadores cadastrais mostrando o proprietário do terreno).
❑ medem algo em um local e algumas vezes no tempo (altitude,
temperatura do ar).
❑ classificam em categorias (classes de uso do solo).
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ A informação espacial possui duas escalas de mensuração:


❑ QUALITATIVA O QUE? (ou tipo de objeto que existe em um lugar)
Exemplos: cidades, lagos, rios, florestas, áreas agrícolas etc..

❑ QUANTITATIVA QUANTO?
❑ Exemplos: densidade, distância, declividade, área etc.

❑ A informação espacial contempla:


❑ ATRIBUTO POSICIONAL localização da variável em um sistema de
referência
❑ ATRIBUTO TEMÁTICO valor da variável, relacionado aos aspectos
qualitativos ou quantitativos

❑ Os atributos podem ser classificados em NOMINAL, ORDINAL, DE


INTERVALO, RELACIONAL (RAZÃO) E CÍCLICO
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Atributo NOMINAL
❑ associado à informação QUALITATIVA
❑ corresponde estritamente a categorias qualitativas ou tipologias
❑ a informação é considerada relativamente homogênea

❑ Tipos de relação entre as informações:


Equacional
❑ Classe A = Classe B
❑ Classe A ≠ Classe B

❑ Exemplo:
❑ Tipos de formação florestal (mata, cerrado, campo...)
❑ Tipos de uso do solo (comercial, residencial, industrial...)
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Exemplo de Atributo NOMINAL

USO DO SOLO
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Atributo ORDINAL
❑ associado à informação QUANTITATIVA
❑ refere-se a atributos hierárquicos relativos a informação deve ser
mensurada em escala ordinal ou hierárquica
❑ Tipos de relação entre as informações:
Inequacional “maior que” ou “menor que”
❑ Classe A > Classe B
❑ Classe A < Classe B
❑ Exemplos:
❑ Classificação de tipos de solos quanto à susceptibilidade à erosão
(alto, médio e baixo)
❑ Classificação hierárquica das vias (estrada de terra, estrada
secundária pavimentada, estrada pavimentada, estrada duplicada)
❑ Classificação hierárquica urbana (metrópole, centro regional,
cidade média, cidade pequena)
TIPOS DE ATRIBUTOS

PROBABILIDADE DE ADQUIRIR BACTÉRIA


❑ Exemplo de Atributo ORDINAL RESISTENTE - MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

REDE URBANA

❑ Relaciona a capital, as capitais regionais, os


centros subregionais e os centros de zona
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Exemplo de
Atributo ORDINAL
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Atributo DE INTERVALO
❑ associado à informação QUANTITATIVA
❑ permite que duas classes sejam diferenciadas com base em intervalos
numéricos (os quais são muitas vezes arbitrários)
❑ os limites dos intervalos são estabelecidos segundo padrões arbitrários
ou por meio da análise do histograma de frequência de valores
❑ tipos de relação entre as informações:
Inequacional Intervalar escalar
❑ Classe A > Classe B ❑ Classe A = [1 – 2%]
❑Classe A < Classe B ❑ Classe B = [2 – 4%]
❑ Exemplos:
❑ níveis de cinza [0 - 255]
❑ inclinação de encostas [0 – 90°]
❑ faixa salarial [R$ 800,00 – R$ 1.000,00]
❑ classes altimétricas de cartas hipsométricas
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Exemplo de Atributo
DE INTERVALO
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Atributo RELACIONAL
❑ associado à informação QUANTITATIVA
❑ mais sofisticado, pois permite que novos grupos e categorias sejam
construídos a partir da RAZÃO ou da PROPORÇÃO entre os valores
de atributos medidos em escalas quantitativas distintas.
❑ permite ampliar as possibilidades da espacialização da informação em
mapas, incorporando a estes medidas de densidades e fluxos.
❑ tipos de relação entre as informações:
Inequacional Intervalar escalar Razão entre escalas
❑ Classe A > Classe B ❑ Classe A = [1 – 2%] distintas
❑ Classe A < Classe B ❑ Classe B = [2 – 4%] ❑ Classe A / Classe B

❑ Exemplos:
❑ densidade de população (hab/km2) ❑ renda per capita (R$/hab)
❑ produção agrícola (ton/ha) ❑ redes e fluxos (veículos/minuto)
❑ escoamento fluvial (m3/s/km2) ❑ taxa de incidência de doença.
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Exemplo de Atributo RELACIONAL


Densidade Demográfica por Microrregião do IBGE - Brasil 2000
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Atributo CÍCLICO (ou DIRECIONAL)


❑ Algumas vezes os dados caem em categorias não consideradas nas
quatro anteriores
❑ Ocorrem ocasionalmente em SIG
❑ Muitas vezes não são considerados pelos projetistas, podendo surgir
problemas

❑ Exemplos:
❑ direção de fluxos em mapas
❑ direções em uma bússola
❑ a longitude

❑ Os problemas:
❑ o valores variam entre 0° e 359°
❑ a média das direções 359° e 1° seria 180°. Pense! Direções muito
próximas do Norte, calculando a média, nos levaria para o Sul.
TIPOS DE ATRIBUTOS

❑ Exemplo de Atributo DIRECIONAL

Fluxos econômicos circulantes


no Estado de São Paulo.
OBJETOS DISCRETOS X CAMPOS CONTÍNUOS

❑ As duas formas fundamentais de representação geográfica são:


❑ Objetos discretos
❑ Campos contínuos

❑ OBJETOS DISCRETOS
❑ O espaço geográfico é reconstruído no
computador como um plano que
contém objetos geométricos como
PONTOS, LINHAS e POLÍGONOS.

❑ CAMPOS CONTÍNUOS
❑ O espaço geográfico é reconstruído em
meio digital como uma superfície
contínua que representa a distribuição
espacial de uma variável.
OBJETOS DISCRETOS

❑ VISÃO O mundo é vazio, exceto onde é ocupado por objetos com


limites bem definidos.
❑ Representa o mundo geográfico como objetos com limites bem
definidos sobre um espaço vazio
❑ Os objetos geográficos são identificados pela sua dimensionalidade e
podem ser contados.

❑ Tipos de representação:
❑ Objetos que ocupam áreas são
bidimensionais ÁREAS ou
POLÍGONOS
❑ Objetos com característica linear
(ferrovias, rodovias, rios) são
unidimensionais LINHAS
❑ Objetos adimensionais (edifícios,
animais, árvores, hidrante, pontos de
referência) PONTOS
LINHAS

❑ Conecta ao menos dois pontos


❑ As linhas curvas necessitam de mais
pontos para melhorar a
representação
❑ No mundo real o que pode ser
representado por linhas?

curvas de nível

rios rodovias
POLÍGONOS

❑ Polígono (área) representado por uma sequencia fechada de linhas.


❑ Polígonos fechados
❑ Polígono no interior
de outro polígono
❑ Polígonos adjacentes

❑ No mundo real o que pode ser


representado por polígonos?
Rio Paraná

mapa de ocupação do solo


PONTOS

❑ No mundo real o que pode


ser representado por pontos?
❑ organismos biológicos
(animais, árvores)
❑ feições artificiais
(edificações, residências,
pontos de ônibus, pontos
de referência)
❑ diferentes fenômenos

população urbana

 características das organizações


PONTO OU POLÍGONO?

❑ Depende da escala !
PONTO OU POLÍGONO?

❑ Depende da escala !
LINHA OU POLÍGONO?

❑ Depende da escala !

Rio Paraíba do Sul


CAMPOS CONTÍNUOS

❑ VISÃO representa o mundo real como um


número infinito de variáveis, cada qual definida
em cada posição possível.

❑ Campos contínuos podem ser discriminados


pelo que está sendo medido em cada ponto.
❑ Pensar no terreno como uma superfície
contínua, na qual cada altitude pode ser
rigorosamente definida por um ponto.

❑ As propriedades variam continuamente


ao longo do espaço. O valor é uma
função da localização.
❑ A propriedade pode ser qualquer tipo
de atributo, incluindo a direção.
 predição da porosidade
MATRIZES X VETORES

❑ Campos contínuos e objetos discretos definem duas visões


CONCEITUAIS dos fenômenos geográficos são maneiras de pensar
sobre os fenômenos geográficos

❑ Mas não resolvem o problema da REPRESENTAÇÃO DIGITAL.

Como representar esses fenômenos concebidos como


campos contínuos e objetos discretos na forma digital?

❑ MATRIZES são métodos utilizados para reduzir os


fenômenos geográficos a formas que possam
❑ VETORES ser codificadas em BASE DE DADOS

❑ Na prática, existe uma forte associação:


❑ Matrizes Campos Contínuos Geo-campo denominações que
também podem ser
❑ Vetores Objetos Discretos Geo-objeto encontradas na
literatura
DADOS MATRICIAIS (GRID)

RASTER
❑ O espaço é representado como uma matriz, onde cada célula (pixel)
possui:
❑ Um número de linha e de coluna posição na matriz
❑ Um valor correspondente ao atributo da área estudada

❑ A cada posição é associado um atributo,


que pode ser representado pela COR,
ESCALA DE CINZA (se binário, B&P).

❑ Representa:
❑ objetos discretos como coleções de
uma ou mais células
mais ❑ campos contínuos atribuindo valores
comum de atributos para as células
❑ Estrutura associada às imagens de Sensoriamento Remoto, scanners
(fotos e mapas em papel), câmeras digitais (fotogramétricas e comuns)
DADOS MATRICIAIS (GRID)

❑ Representação matricial para campos contínuos

Cada cor representa um valor


diferente de uma variável em escala
nominal indicando a classe de
cobertura de solo

representação
matricial em modelo
discreto
CARACTERÍSTICAS DOS DADOS MATRICIAIS

❑ TAMANHO DO PIXEL
❑ O tamanho do pixel define o nível de detalhamento espacial
❑ Todos as variações no interior do pixel (célula) são perdidas

❑ Como representar o valor no interior do pixel?

pixels mistos
CARACTERÍSTICAS DOS DADOS MATRICIAIS

❑ ESQUEMA DE ATRIBUIÇÃO
❑ Geralmente a regra é atribuir o valor da porção maior dentro da
célula.
❑ A regra pode ser baseada no ponto central da célula (mais rápida
computacionalmente)
❑ Outra regra é o valor médio ao longo da célula (ou moda valor
mais comum)

❑ A ➔ Regra da porção maior


❑ B ➔ Regra do ponto central

mais comum na criação de


base de dados
DADOS MATRICIAIS

❑ TAMANHO DO PIXEL

O tamanho do pixel define o


nível de detalhamento
espacial
DADOS VETORIAIS

❑ Usado para representar PONTOS, LINHAS e ÁREAS


❑ Todos são representados usando as coordenadas.

❑ PONTO um par de coordenadas

❑ LINHAS
❑ linhas retas entre dois pontos
❑ Polilinhas linha curva representada por uma série de segmentos de
reta conectando os vértices.

❑ Área POLÍGONOS

❑ Série de pontos ou vértices


conectados por linhas retas.
RASTER X VETORIAL

❑ A escolha entre representação matricial e vetorial é sempre complexa!


❑ VOLUME DOS DADOS
❑ Para criar uma aproximação precisa de uma área usando a
estrutura matricial seria necessário o uso de células muito
pequenas aumentando o número de células
❑ A precisão vetorial nem sempre é real, uma vez que muitos
fenômenos geográficos não podem ser localizados com alta
acurácia

❑ FONTE DOS DADOS


❑ Dados de Sensoriamento Remoto e de elevação são
disponibilizados no formato RASTER
❑ Os dados administrativos normalmente em formato VETORIAL

❑ SOFTWARE
❑ Alguns são baseados em dados RASTER, outros VETORIAL
RASTER X VETORIAL

representação raster
representação vetorial

FONTE: http://www.devmedia.com.br/artigo-sql-magazine-18-dados-de-natureza-espacial-e-o-oracle-spatial/7762
RASTER X VETORIAL

representação raster representação vetorial


REPRESENTAÇÃO DE CAMPOS CONTÍNUOS

❑ Existem seis alternativas ou formas com que a variação contínua de um


campo contínuo pode ser expressa em uma representação digital
REPRESENTAÇÃO DE CAMPOS CONTÍNUOS

❑ Cada uma delas permite comprimir a quantidade potencialmente infinita


de dados presente em um campo contínuo para uma quantidade finita
de dados

vetorial
vetorial usa pontos
usa pontos

vetorial
usa linhas matricial

vetorial TIN
usa polígono
BIBLIOGRAFIA

 CÂMARA G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M.V. Introdução à Ciência da Geoinformação.


INPE. Disponível em: < http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/ >. Acesso em: 18 ago. 2015.
 FERREIRA, M. C. Iniciação à análise geoespacial, técnicas e exemplos para
geoprocessamento. São Paulo: Ed. da Unesp, 2014. 343 p.
 LONGLEY, P. A.; GOODCHILD, M.F.; MAGUIRE, D. J.; RHIND, D. W. Sistemas e Ciência da
Informação Geográfica; consultoria, supervisão e revisão técnica: Heinrich Hasenack e Eliseu
José Weber. Porto Alegre: Bookman. 3ª Edição, 2013. 540 p.
 MENEZES, P. M. L. de; FERNANDES, M., Roteiro de Cartografia. São Paulo: Oficina de Textos,
2013. 288 p.

Você também pode gostar