Você está na página 1de 14

medidas que os previnam, assim como orientando os relação entre saúde e trabalho.

O meio ambiente e o
trabalhadores quanto a sua prevenção. meio ambiente do trabalho fazem uma aproximação,
alargando a questão da saúde para relacioná-la à pro-
A CIPA tem composição paritária, ou seja, conta com
teção do meio ambiente do trabalho. Há, sem dúvida,
representantes dos empregados e dos empregadores, na
uma estreita relação entre saúde dos trabalhadores e
condição de titulares ou suplentes. Os representantes dos
meio ambiente, o que revela um novo paradigma.
trabalhadores se candidatam a eleição em que o voto é se-
creto, que deverá ter seu resultado registrado no MTE, no O que é o meio ambiente do trabalho? O meio ambien-
prazo de até dez dias após a eleição. te do trabalho é o local onde se desenvolvem as atividades
O meio ambiente de trabalho adequado e seguro é, por- do trabalhador, ou boa parte delas, quando este se divide
tanto, direito fundamental do trabalhador, não um mero em vários locais de trabalho. Em razão disso, diz-se que
direito trabalhista decorrente de seu vínculo de emprego, o meio ambiente do trabalho tem estreita relação com a
porque a proteção do meio ambiente do trabalho deve as- qualidade de vida no trabalho.
segurar ao trabalhador a saúde e a segurança no local em Para Raimundo Simão de Melo<m, "o Brasil, em termos
que desenvolve sua atividade. de legislação ambiental, é um dos países mais avançados do
mundo, o que ocorre também no aspecto do meio ambiente do
2.2. A proteção legal do meio ambiente do trabalho". O autor afirma que, em relação ao meio ambien-
trabalho te do trabalho, o arcabouço jurídico consta da Constituição
A humanidade se preocupa, atualmente, com a questão da República, que inovou bastante a esse respeito< 28l.
ambiental porque é preocupante a viabilidade da vida no A Constituição de 1988 revigorou normas esquecidas
planeta. O meio ambiente do trabalho é uma parcela do na legislação infraconstitucional que garantem ao traba-
meio ambiente geral. O meio ambiente é o conjunto dos lhador o direito a um ambiente de trabalho salubre e hí-
elementos naturais, artificiais e culturais que possibilitam gido. Assim, todo cidadão tem direito ao meio ambiente
o desenvolvimento equilibrado da vida. equilibrado, essencial à qualidade de vida. No art. 5º da
A Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, em seu art. 3º Constituição, dentre os direitos e garantias fundamentais,
define o meio ambiente geral: encontram-se o direito à vida e o direito à segurança. Daí a
conclusão de que a proteção dispensada ao meio ambiente
Art. 3º- Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: do trabalho constitui um direito fundamental do cidadão.
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, in-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
fluências e interações de ordem física, química e bio-
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
lógica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di-
suas formas.
reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
Na doutrina, referida por Guilherme Guimarães Feli- propriedade, nos termos seguintes: ( ... ).
ciano<25l, é encontrada a classificação seguinte:
O perfil da Constituição de 1988 é eminentemente so-
a) o meio ambiente natural (que é composto dos ele- cial, eis que assinala, sobretudo, a condição de prioridade,
mentos físicos e biológicos); de superioridade da sociedade sobre o Estado, o que as-
b) o meio ambiente artificial (que é o espaço cons- segura a força normativa das disposições que tratam dos
truído, o espaço urbano, as edificações, também as direitos sociais. A inserção do direito do trabalhador a um
construções rurais); e, meio ambiente do trabalho seguro e saudável na Constitui-
c) o meio ambiente cultural (que é o que expressa a ção conferiu-lhe importância, equiparando-o aos demais
identidade dos povos, como o patrimônio históri- direitos fundamentais do cidadão.
co, arqueológico, paisagístico); Guilherme Guimarães Feliciano 09 l destaca importante
d) o meio ambiente do trabalho. particularidade sobre o meio ambiente do trabalho, haja
vista que atesta cometerem pecados ao conceituá-lo por
Sidnei Machado< 26l, ao tratar da relação do meio am-
não cuidarem, os conceitos, de esclarecerem a que traba-
biente com a saúde do trabalhador, ensina que:
lhador se refere (subordinado, autônomo, voluntário ... )
A questão ambiental, em discussão nos últimos anos, e, também, pelo esquecimento de outra questão crucial,
produziu reflexões importantes para a compreensão da a particularidade do meio ambiente do trabalho que é sua

25. FELICIANO, Guilherme Guimarães. O meio ambiente do trabalho e a responsabilidade civil patronal: reconhecendo a danosidadesistêmica.
In: FELICIANO, Guilherme Guimarães; URIAS,joão ( Coord.). Direito ambiental do trabalho: apontamentos para uma teoria geral: saúde, ambiente
do trabalho: novos rumos da regulamentação jurídica do trabalho. São Paulo: LTr, 2013. v.l, p. 12.
26. Ibid., p. 47.
27. Ibid .. p. 35.
28. Ibid., p. 35.
29. Ibid., p. 13.

-62-
dimensão psicológica, característica que referido autor in- tivou a criação dessa entidade foi a concorrência des-
dica como "dimensào própria e inerente ao meio ambiente do leal entre os países, decorrente da não observância, por
trabalho". alguns, de normas mínimas de proteção ao trabalho. A
O meio ambiente do trabalho é questão de ampla di- ideia inicial, tal como na Constituição de Weimar, era
mensão e importância que congrega direitos difusos, cole- uniformizar, na medida do possível, as leis protetivas
tivos e individuais homogêneos e sua análise, no âmbito do trabalho humano entre todos os Estados. Após a
nacional, se insere no relevo da perspectiva constitucional Segunda Guerra, a ONU substituiu a Liga das Nações,
Entretanto, vários são os instrumentos e organizações mas a OIT sobreviveu.
que se preocupam com tais questões. Para além dos direi- Em tempos de globalização intensificada e desenvol-
tos dos trabalhadores catalogados na Constituição de 1988 vimento tecnológico, "cada vez mais se tomam necessá-
no art. 72 , os dispositivos de ordem econômica e financeira rias normas internacionais que possibilitem uma proteção
inserto no art. 170<30>, relativos ao direito à saúde do referi- uniforme dos trabalhadores, reduzindo ou eliminando a
do art. 200 e o capítulo próprio ao meio ambiente geral, do concorrência desleal", assevera Luiz Eduardo Gunther03).
art. 225° 0 , muitas previsões mais amplas e mais específicas
As principais Convenções da Organização Internacio-
merecem destaque.
nal do Trabalho que tratam, mais diretamente, da proteção
O art. lO do Ato das Disposições Constitucionais
do meio ambiente do trabalho e da saúde do trabalhador
Transitórias veda a dispensa sem justa causa do emprega-
são as de números 103, 115, 121, 127, 134, 136, 139, 148,
do, representante dos trabalhadores, eleito para a CIPA,
152,155,159,161,162,163,167,170,171,174,176,182,
assegurando-lhe estabilidade no emprego, o que indica o
184 e 187.
reconhecimento da importância da proteção do meio am-
biente do trabalho. Destaca-se o previsto no art. 42 da Convenção n. 155
da OIT que estabelece como diretriz a redução dos riscos
A OIT, em nível internacional, tem atuação importante
inerentes ao trabalho assim: "reduzir ao mínimo, à mêdida
na proteção dos direitos dos trabalhadores, especialmen-
te na época atual. Ressalta-se, com sustentação em Luiz que for razoável e possível, as causas dos riscos inerentes ao
meio ambiente do trabalho".
Eduardo Gunther, que as normas da OIT se constituem
garantias mínimas relativas ao trabalho humano em todas O que se entende por redução de riscos inerentes ao
as partes do planeta. Ensina o autor 02): trabalho? Sebastião Geraldo de Oliveira 04) responde:

A OIT foi criada pelo Tratado de Versalhes. que pôs fim podemos dizer que há uma redução desejável (elimi-
à Primeira Guerra Mundial. E a principal ideia que mo- nação) e outra aceitável dos riscos (neutralização).

30. Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios(. .. ). (BRASIL, 2015).
31. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ l º-Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I- preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
li- preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;
III- definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV- exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V- controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente;
VI- promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII -proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espé-
cies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei.
§ 3 2 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e ad-
ministrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4' (. .. )
§ S' ( ... )
§ 6° ( ... )(BRASIL, 201Sa).
32. GUNTHER, Luiz Eduardo. A OIT e o direito do trabalho no Brasil. Curitiba:juruá, 2011. p. 11.
33. GUNTHER, Zoe. cit.
34. OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 6. ed. São Paulo: LTr, 2011. p. 145.

-63-
A primeira significa a redução total do risco, ou seja, C. .. ) o antigo critério de limitar a atuação da norma à
a eliminação do agente agressivo. A redução aceitável, exigibilidade do pagamento de um adicional pela pre-
porém, indica a limitação do agente agressor a níveis carização das condições de saúde e segurança, provo-
toleráveis pela saúde humana. cada pela prestação laboral em condições adversas de
insalubridade e periculosidade, a execrada monetiza-
O autor explica que ao primeiro objetivo para a eli-
ção do risco, não pode mais subsistir.
minação ou redução máxima do agente nocivo e somente
quando não for possível, o empregador deverá reduzir a Desde o julgamento do RE 466.34 3-SP, o STF vem ado-
intensidade do agente danoso para o nível do tolerável. tando as razões de decidir exaradas no voto do Minis-
tro Gilmar Mendes, apontando para uma nova herme-
A Convenção n. 155 da OIT (adotada como convenção
nêutica no sentido de que, em conformidade com o
em 22 de junho de 1981) trata da segurança e saúde dos
disposto no § 2° do art. 5° da CF/1988, os preceitos
trabalhadores e o meio ambiente do trabalho. A Convenção
internacionais ratificados pelo Brasil antes da EC n. 45
n. 155 foi aprovada pelo Brasil pelo Decreto-Legislativo n.
entram no ordenamento jurídico nacional como nor-
2, de 17 de março de 1992 e pelo Decreto n. 1.254, de 29
ma supralegal.
de setembro de 1994. A alínea e de seu art. 3° estabelece
que a saúde não pode ser definida apenas como ausência A referência à lesão ou ameaça de direito, inserida no
de doenças eis que abrange, também, os elementos físicos inciso XXXV do art. Sº da Constituição, no que tange ao
e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacio- meio ambiente do trabalho, precisa ser interpretada sob
nados com a segurança e higiene no trabalho. Em seguida, novo paradigma. A atuação restritiva, em resposta a amea-
em seu art. 4º, item 2, a Convenção n. 155 determina que ça ou lesão consumada, deve evitar a ocorrência do dano,
a política estatal seja direcionada para como prioridade, com esteio nos princípios da precaução
(. .. )prevenir os acidentes e os danos à saúde que forem e da prevenção, aplicados também no direito trabalhista,
consequência do trabalho, também em relação com a conforme ensinamentos dos autores referidos.
atividade de trabalho, ou se apresentarem durante o O julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, do RE
trabalho, reduzindo ao mínimo, na medida em que for
466.343-SP 06), constituiu marco histórico no reconheci-
razoável e possível, as causas dos riscos inerentes ao
meio ambiente do trabalho.
mento de que os preceitos internacionais ratificados pelo
Brasil, antes da Emenda Constitucional n. 4512004, são
A Convenção n. 161 da OIT (adotada sob a forma de equiparados à norma supralegal. No mesmo sentido,Julia-
convenção em 26 de junho de 1985), também aprovada pelo ne Caravieri Martins Gamba e Zélia Maria Cardoso Mon-
Brasil, esta pelo Decreto-legislativo n. 86, de 14 de dezem- tal07l asseguram:
bro de 1989 e pelo Decreto n. 127, de 22 de maio de 1991,
segue na mesma esteira, na medida em que, em seu art. 1º, (...) o texto constitucional preceitua no art. 5º, § 2º
I e li, prioriza as funções preventivas dos serviços de saúde que os direitos expressos na Constituição não excluem
no trabalho, orientadoras do empregador, dos trabalhadores outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
e de seus representantes na empresa acerca do seguinte: "re- adotados ou dos tratados internacionais em que a Re-
quisitos necessdrios para estabelecer e manter um ambiente de pública Federativa do Brasil seja parte, ressaltando-se,
trabalho seguro e salubre, de molde a favorecer uma saúde física na seara trabalhista, a importância das Convenções
e mental ótima em relação com o trabalho- inciso 1; e "a adap- da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas
tação do trabalho ãs capacidades dos trabalhadores, levando em pelo Brasil, que possuem a natureza de tratados inter-
conta seu estado de sanidade física e mental" -inciso li. nacionais de direitos humanos trabalhistas.
Neste ponto, considera-se relevante a contribuição de A Consolidação das Leis do Trabalho define apenas os
Tereza Aparecida Asta Gemignani e Daniel Gemignani05 l padrões mínimos, de observância obrigatória, para que os
ao reconhecerem: empregadores assegurem, a seus empregados, um ambiente

35. OLIVEIRA, 2011. p. 265-266.


36. STJ- Recurso Ordinário Em Habeas Corpus Rhc 27722 MG 2010/0032075-4 (STJ) Data de publicação: 24.09.2010. Ementa: PROCESSUAL
PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÃRIO INFIEL DECRETAÇÃO EM EXECUÇÃO FISCAL PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA. MUDANÇA DA
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO STF. INADMISSIBILIDADE. CONCESSÃO DA ORDEM.!. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao
retomar e concluir- em 03.12.2008- o julgamento do RE 466.343/SP (DJe de 11.12.2008), declarou a inconstitucionalidade da prisão civil do
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. 2. Na mesma sessão, o Pretória Excelso, ao julgar o HC n. 87.585!f0, reconheceu
que o Pacto de São José da Costa Rica, incorporado ao ordenamento pátrio com status de norma supralegal, restringiu a prisão civil por dívida
ao descumprimento voluntário e inescusável de prestação alimentícia. Com isso, concluiu que os tratados internacionais de direitos humanos
relativos à matéria imprimiram efeito paralisante ãs normas infralegais autorizadoras da custódia do depositário infiel. 3. No mesmo sentido, o
Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula n. 419: "Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel" 4. Recurso em habeas corpus provido
para concessão da ordem. (JUSBRASIL Disponível em: <www.jusbrasiLcom.br/jurisprudencialbusca?q=titulo%3ARE+466.343%2FSP>. Acesso
em: 29 jun. 2015).
37. GAMBA,Juliane Caravieri Martins; MONTAL, Zélia Maria Cardoso. Princípios constitucionais do direito do trabalho: aplicabilidade, redis-
cutindo paradigmas. Revista Trabalhista Direito e Processo. v.1l, n.4 I, p. 62-79,jan./mar. 2012. p. 63.

-64-
de trabalho livre de riscos de dano à integridade física dos a) à observância das instruções expedidas pelo empre·
trabalhadores e estabelece os fins por ela colimados, quan· gador na forma do item li do artigo anterior; (Incluída
to à eliminação de riscos à saúde. O empregador tem o pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977)
dever de prevenção de riscos; é do empregador a obrigação b) ao uso dos equipamentos de proteção individual for·
de prevenir se antecipar aos riscos ambientais do trabalho. necidos pela empresa. (Incluída pela Lei n. 6.514, de
22.12.1977)'"'-
Ao empregador compete, também, promover a ins-
trução de seus empregados quanto às precauções a fim de Tem-se por igualmente importante questionar qual o
evitar acidente do trabalho ou doenças ocupacionais, in· momento em que nasce a obrigação do empregador com
clusive com autonomia para promover a punição dos em- a proteção do meio ambiente do trabalho? O dever ético-
pregados que não observarem tais orientações, conforme se -jurídico do empregador em prevenir os riscos inerentes
extrai da previsão dos artigos 157 e 158 da CLT. ao trabalho nasce antes mesmo do início do exercício das
O art. 157 da CLT dispõe, expressamente, ser atribui- atividades da empresa, já que a legislação específica, art.
ção das empresas: "I - cumprir e fazer cumprir as normas 160C4ol da CLT, exige prévia inspeção das instalações pelas
de segurança e medicina do trabalho"; também é encargo autoridades competentes, para a verificação do atendimen-
do empregador a instrução considerando que o inciso li to às normas de segurança e medicina do trabalho.
determina "instruir os empregados, através de 'ordens de A autoridade governamental tem autonomia e obriga-
serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar
ção para interditar o estabelecimento ou embargar a obra,
acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais"; ainda, no
caso não sejam atendidas as exigências referidas, ou seja, se
inciso III encontra-se prevista a determinação de "adotar as
verificado que as instalações colocam em risco, de alguma
medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
forma a saúde do trabalhador, de acordo com o art. 161,
competente" e, por último, em seu inciso IV a norma fixa
da CLT' 41 )
a obrigação de "facilitar o exercício da fiscalização pela au-
toridade competente" nsl. As questões eminentemente técnicas são objeto. das
Normas Regulamentadoras (NR), que são várias. As NR
Em contrapartida, no art. 158 da CLT, estão elencados
especificam quais são, por exemplo, os limites entre o exer·
os deveres dos empregados, consistentes em:
cício da atividade em condição de salubridade ou de insa-
I - observar as normas de segurança e medicina do lubridade ou de periculosidade, ou quais substâncias, e em
trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II quais níveis de concentração são inofensivas ou lesivas à
do artigo anterior; (Redação dada pela Lei n. 6.514, de
saúde do trabalhador (NRs 15 e 16).
22.12.1977)
11 -colaborar com a empresa na aplicação dos disposi- A NR-6, que trata dos Equipamentos de Proteção In-
tivos deste Capítulo. (Redação dada pela Lei n. 6.514, dividual (EPI), foi alterada recentemente pela Portaria n.
de 22.12.1977) 505, de 16 de abril de 2015, para incluir na lista de EPl ca-
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado puz para proteção da cabeça e pescoço em operações com
a recusa injustificada: (Incluído pela Lei n. 6.514, de uso de água e manga de proteção para braço e antebraço
22.12.1977) contra agentes químicos.

38. BRASIL, 2015a.


39. !bid.
40. Art. 160- Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas alividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade
regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. (Redação dada pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977).
§ Iº Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada
a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho. (Incluído pela Lei n. 6.5I 4, de 22.12.I977);
§ 22 É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações
(Incluído pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977).
41. Art. 161- O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o
trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com
a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.
§ 1ºAs autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho;
§ 2º A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção
do trabalho ou por entidade sindical;
§ 3º Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional
competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso;
§ 4º Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir
o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em
consequência, resultarem danos a terceiros;
§ 512 O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico do serviço competente, poderá levantar a interdição;
§ 6º Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os empregados receberão os salários como se estivessem em
efetivo exercício.

-65-
José Affonso Dallegrave Neto(fl) dá destaque ao papel cês afirma que "a higiene e a segurança são especialmente
do julgador, na utilização das NR, visto que lhe cabe "efe- controlados dentro das empresas pelos comitês de higiene e
tivar estas regras de prevenção, seja com vista a contribuir segurança"( 44 ) (tradução livre). Tais comitês, inicialmente,
para a redução dos altos índices de acidentes e doenças do por não se mostrarem eficientes, tiveram seu funcionamen-
trabalho, seja para prestigiar a interpretação sistêmica". No to revisto, conforme descreve Michel Prieur:
que se refere às dúvidas que surgiram acerca da constitu- As condições de funcionamento e as imperfeições
cionalidade das normas regulamentadoras com o advento destes comitês foram objeto de críticas que levaram
da Constituição de 1988, o autor assevera: a uma reforma bem sucedída destes órgãos pela Lei n.
Não se duvide da força normativa dessas NRs pelo 82/1097 de 23 de dezembro de 1982 00 26 dezembro)
simples fato de elas serem Portarias do TEM e, por- modificada pelas Leis 86-1320 de 30 de dezembro de
tanto, meros atos regulamentares do Poder Executivo. 1986 e 91-1414 de 31 de dezembro de 1991'"' (tradu-
De uma adequada interpretação do sistema jurídico, ção livre).
verifica-se que tanto a lei (art. 200 da CLT) quanto a Após referida reforma, os novos comitês de higiene, de
Constituição Federal (art. 7º, XXII) inspiram, referen- segurança e das condições de trabalho passaram a ser mais
dam e impulsionam as aludidas NRs, conferindo-lhes efetivos na proteção da saúde e da segurança dos trabalha-
indubitável e autêntica normatividadet-131 • dores. Eles são constituídos dentro dos estabelecimentos
Vale dizer que não apenas ao empregador, gestor da ati- com, pelo menos, cinquenta empregados e, dentro das em-
vidade, compete a adaptação do meio ambiente de traba- presas com mais de quinhentos empregados, podem ser
lho às normas definidoras dos padrões de proteção, e aos constituídos vários comitês, de acordo com a frequência e
empregados, que tem o dever de observar as instruções e a gravidade dos riscos.
orientações recebidas, quanto à prevenção de riscos no local Os comitês franceses tem atribuição de proteção da
de trabalho, mas, também, o Estado tem sua atribuição. Esta saúde e da segurança dos empregados, inclusive os tempo-
atribuição refere-se à fiscalização das condições de trabalho e rários e integrados, que são quaisquer outros que prestem
manutenção da atualização das normas que tratam das con- serviços nas dependências do estabelecimento. Os comitês
dições dos trabalhadores brasileiros, considerando tratar-se cuidam das condições físicas do ambiente do trabalho em
a realidade das atividades laborais bastante dinâmicas, por- geral, como questões relativas à temperatura, à iluminação,
que sempre surgem necessidades novas e, por consequência, à ventilação, ao ruído, à poeira e à vibração no local de tra-
aparecem novas funções ou atividades, novos maquinários, balho e, deste modo, podem ser chamados para fazer uma
novas substâncias a serem produzidas ou manipuladas. norma complementar acerca da higiene, da segurança e das
Uma das normas mais importantes é a que prevê a ins- condições trabalho em relação aos trabalhadores que tra-
tituição, nos locais de trabalho, da Comissão Interna de balhem em condições semelhantes àquelas dentro daquela
Prevenção de Acidentes- CIPA, a NR-5. A CIPA é o órgão empresa, como ensina Michel Prieur( 461 •
interno da empresa, de representação paritária, que tem Atesta Michel Prieur que, no direito francês, havendo
por objetivo a prevenção de acidentes e doenças laborais, dentro da empresa um perigo grave ou iminente para a vida
de modo a preservar a saúde dos trabalhadores. ou a saúde do trabalhador, deve-se fazer um alerta ao em-
Os membros da CIPA praticam a observação, analisam pregador e o trabalhador não pode ser obrigado a retornar
as condições de risco e exercem, também, as funções infor- à atividade naquela situação. A mesma constatação, de uma
mativa e pro positiva perante o empregador, manifestando a situação de perigo grave ou iminente, por um membro do
necessidade da adoção de condições de trabalho mais ade- Comitê de higiene, de segurança e de condições de traba-
quadas, seguras e saudáveis, de modo a reduzir ou eliminar lho pode acarretar o embargo da atividade( 471 •
os riscos das atividades no local de trabalho. Denota-se da situação francesa que os Comitês têm,
Neste ponto, traz-se ilustração de Michel Prieur, quan- atualmente, participação efetiva na proteção do meio am-
do trata dos Comitês de higiene, de segurança e das con- biente do trabalho, após revisão da norma que os regulava.
dições de trabalho na França - equivalentes às Comissões A atualização das normas é questão importante na me-
Internas de Prevenção de Acidentes no Brasil. O autor fran- dida em que as condições de trabalho se modificam, espe-

42. DALLEGRAVE NETO, José Affonso. A força vinculante das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (NRs do MTE)
e o anexo li da NR-17. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. Disponível em: <http://portal2.trtrio.gov.br:7777/pls/porta1/docs/
PAGE/GRPPORTALTRT/PAGINAPRINCIPAI!JURISPRUDENCIA_NOVNREVISTAS%20TRTR]/48/16_REVTRT48_JOSE%20AFFONSO.PDF>.
Acesso em: 10 abr. 2015. p. 119.
43. DALLEGRAVE NETO, 2015. p.ll9-l20.
44. PRlEUR, Michel. Droit de i'environnement. 6. ed. Paris: Dalloz, 2011. p. 811.
45. Ibid.,p.8ll-812.
46. Ibid., p. 812.
47. lbid., p. 812.

-66-
cialmente se considerarmos a evolução da área tecnológica atuação tripartite- empregado, empregador e Estado -são
que ocorre em velocidade que impressiona e que influencia essenciais para a construção de um novo paradigma acerca
diretamente as rotinas de trabalho. da proteção do trabalhador, com melhoria das condições
O Ministério Público do Trabalho tem atuação na fisca- gerais de trabalho e melhor qualidade de vida dos traba-
lização e no ajuizamento de medidas que visem a assegurar lhadores, para o alcance da dignidade da pessoa humana,
a integridade física e mental dos trabalhadores. E as entida- princípio do nosso Estado Democrático e pilar da verdadei-
des sindicais participam, também, neste cenário, com atri- ra cidadania e do desenvolvimento sustentado.
buição de inserir, cada vez mais, nas convenções e acordos Propõe-se, então, que a preocupação com a proteção
coletivos de trabalho, questões pertinentes à proteção do do meio ambiente de trabalho e com a redução dos riscos
meio ambiente do trabalho. inerentes às atividades laborais se torne verdadeiro com-
Sob esta perspectiva, insiste-se na importância das in- promisso nos locais de trabalho, compromisso com o dever
ético-jurídico de todos os protagonistas, como responsá-
formações acerca da saúde e da segurança no trabalho e
veis pela construção dessa nova cultura.
respectiva divulgação, nos locais de trabalho, das ativida-
des de maior risco e dos procedimentos mais seguros para De acordo com dados da previdência social o número
realização das rotinas laborais. Fábio de Assis Fe:r:nandes(4sl de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais só tendem
sustenta que "o Ministério Público do Trabalho deve exercer a aumentar. Em 2011, foram registrados 730,6 mil aciden-
importante papel na crescente conscientização e formação da tes no Brasil, que correspondeu a um acréscimo de 0,2%
cidadania ambiental trabalhista". em relação a 20loc>oJ.

Os sindicatos tem papel de relevância, por intermédio Acredita-se que com ampliação de estudos e pesquisas,
das convenções coletivas e os acordos coletivos de traba- que implicarão em conhecimento das rotinas de trabalho
lho, na instituição de garantias relativas ao meio ambiente e maiór conscientização da responsabilidade de prevenção
laboral, considerando a possibilidade de serem especifica- de acidentes e doenças e da necessidade da redução op da
das condições de trabalho mais próximas da realidade de eliminação de riscos no meio ambiente de trabalho, os da-
cada atividade em particular, considerando se tratarem de dos poderão ser reduzidos sensivelmente e os trabalhado-
instrumentos direcionados a categorias específicas de tra- res terão saúde e segurança em suas atividades laborais.
balhadores. Fábio Fernandes(49l afirma:
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os sindicatos, cuja existência e atuação somente tem
Algumas conclusões são destacadas aqui, consideran-
razão de ser em um ambiente democrático, precisam
do a amplitude dos temas decorrentes do título da respon-
exercitar essa democracia no âmbito interno de suas
sabilidade pelo meio ambiente do trabalho. Em primeiro
relações. Ao mesmo tempo, precisam legitimar sua
lugar, constata-se que a legislação brasileira é protetiva das
representatividade na defesa do direito fundamental à
condições de trabalho e tem clara intenção de diminuir o
vida e à saúde dos trabalhadores, atribuição essa sem-
desequilíbrio existente nesta relação jurídica em que o tra-
pre relegada a uma atuação tímida e em segundo plano
balhador é hipossuficiente, subordinado ao empregador e
pelas entidades sindicais, mormente se considerarmos
que empreende seu esforço físico e mental em contrapres-
o impacto desestruturador do movimento sindical
tação ao salário, indispensável à sua subsistência.
em função das profundas transformações econômicas
A intervenção estatal deve ocorrer sempre e de modo
advindas com a globalização com reflexos diretos no
eficaz diante de atos atentatórios ao trabalho decente, jus-
mundo do trabalho.
tificada pela necessidade de proteger os trabalhadores e
Várias são as reclamações levadas ao Judiciário Traba- honrando os grandes embates registrados na evolução do
lhista com variados níveis de complexidade, mas, infeliz- homem, em busca de garantias de proteção ao seu trabalho.
mente, muitas delas denunciam infortúnios ou enfermida- Na sequência, a questão da responsabilidade é consi-
des graves que poderiam ser evitados pela adoção de medidas derada a partir de um novo conceito proposto a partir da
simples, como instruções, orientações e alertas de riscos presente dissertação. A evolução do conceito de responsa-
do trabalho. Essas medidas são indicadoras da real preocupa- bilidade não parte do referencial de ter sido causado um
ção com a saúde e a segurança no exercício da atividade dano. O novo conceito proposto parte da premissa de que
laboral. toda ação, antes de se iniciar, deve ser analisada para se con-
A conscientização do direito ao meio ambiente de siderar a possibilidade de ensejar algum dano a outrem ou ao
trabalho adequado e seguro e, de modo especial, a atenta meio ambiente - princípios da prevenção e da precaução.

48. FERNANDES, Fábio. Meio ambiente do trabalho e a dignidade do cidadão trabalhador. In: PIOVESAN, Flávia; CARVALHO, Luciana Paula
Vaz de (Orgs.). Direitos humanos e direito do trabalho. São Paulo: Atlas, 2010. p. 325.
49. FERNANDES, Fábio. Meio ambiente geral e meio ambiente do trabalho: uma visão sistêmica. São Paulo: LTr, 2009. p. 96.
50. BRASIL Ministério da Previdência Social. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/20 15/03/AEPS-20 13-v.-26.02.
pdf>. Acesso em: 7 maL 2015b.

-67-
Restou confirmada a hipótese de que a responsabili- NAPRINCIPAUJURISPRUDENCIA_NOVA/REVISTAS%20TR-
dade pelo meio ambiente do trabalho não é exclusiva do TR]/48/16_REVTRT48_JOSE%20AFFONSO.PDF>. Acesso em:
10 abr. 2015.
empregador, mas também o Estado e o trabalhador têm res-
. ponsabilidade em relação à manutenção da segurança e da DECLARAÇÃO Universal dos Direitos Humanos. Disponível em:
<http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/7/docsldeclaracao_uni-
saúde no desenvolvimento da atividade laboral.
versal_dos_direitos_do_homem.pdb. Acesso em: 08 mai.2015.
O Estado tem a responsabilidade de fiscalizar e de man- FELICIANO, Guilherme Guimarães. O meio ambiente do traba-
ter a modernização da legislação relativa ao meio ambiente lho e a responsabilidade civil patronal: reconhecendo a danosi-
do trabalho. Ao trabalhador compete observar as orienta- dade sistêmica. In: FELICIANO, Guilherme Guimarães; URIAS,
ções acerca da saúde e da segurança no ambiente laboral. João (Coords.). Direito ambiental do trabalho: apontamentos para
Também à sociedade, em geral, compete a responsabilida- uma teoria geral: saúde, ambiente do trabalho: novos rumos da
de de fiscalizar, mesmo que indiretamente, a atividade em- regulamentação jurídica do trabalho. São Paulo: LTr, 2013. v.l.
presarial e prestigiar as empresas que tenham atuação ética FERNANDES, Fábio de Assis. Meio ambiente geral e meio ambiente
em relação a seus trabalhadores. do trabalho: uma visão sistêmica. São Paulo: LTr, 2009.
~~-· Meio ambiente do trabalho e a dignidade do cidadão tra-
Destaca-se, no presente estudo, a importância de um balhador. In: PIOVESAN, Flávia; CARVALHO, Luciana Paula Vaz
meio ambiente do trabalho saudável e seguro, por se tratar de (Orgs.). Direitos humanos e direito do trabalho. São Paulo: Atlas,
de direito fundamental, decorrente dos direitos à vida e à 2010. p. 301-327.
saúde. GAMBA, Juliane Caravieri Martins; MONTAL, Zélia Maria Car-
O estudo da relevância do direito ao meio ambiente do doso. Princípios constitucionais do direito do trabalho: aplica-
trabalho e da particularidade de tratar-se de direito metain- bilidade, rediscutindo paradigmas. Revista Trabalhista Direito e
dividual, o que o diferencia dos direitos individuais e dos Processo, v. 11, n. 41, p. 62-79,jan./mar. 2012.
GEMIGNANI. Tereza Aparecida Asta; GEMIGNANI; Daniel.
direitos coletivos do trabalho.
Meio ambiente de trabalho. Precaução e prevenção. Princípios
Por último, concluiu-se que o direito jurídico-proces- norteadores de um novo padrão normativo. Revista TST, Brasília,
sual sofreu alteração, no seu processo histórico, passando v. 78, n. 1, p. 258-280,jan./mar. 2012.
a tutelar, de forma mais eficiente, os direitos extrapatrimo- GUNTHER, Luiz Eduardo. A OIT e o direito do trabalho no Brasil.
niais, que não são ressarcidos ou compensados por indeni- Curitiba: Juruá, 2011.
zação monetária, através da tutela de urgência. JUSBRASIL. Disponível em: <www.jusbrasiLcom.br/jurispruden-
cia/busca?q=titulo%3ARE+466.343%2FSP>. Acesso em: 29 jun.
4. REFERÊNCIAS 2015.
LIMA, Francisco Meton Marques de. Elementos de direito do traba-
ALVES, Marcos César Amador. Trabalho decente sob a perspec-
tiva dos direitos humanos. In: PIOVESAN, Flávia; CARVALHO,
lho e processo trabalhista. 13. ed. São Paulo: LTr, 2010.
Luciana Paula Vaz de. Direitos humanos e direito do trabalho. São MACHADO, Sidnei. O direito à proteção ao meio ambiente de tra-
Paulo: Atlas, 2010. p. 328-348. balho no Brasil. São Paulo: LTr, 2001.
BRASIL. Constituição (1988). Disponível em: <www.planal- MAIOR, Jorge Luiz Souto. Em defesa da ampliação da competên-
to.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.>. cia da justiça do Trabalho. Revista do Tribunal Regional do Trabalho
Acesso em: 18 abr. 2015a. da 15ª Regiào. p. 39-52. Disponível em: <http://portal.trtlS.jus.
Ministério da Previdência Social Disponível em: br/documents/12496511254 24/Rev 26Art2. pdf!9be 139f0-5ad6-
<http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/ -4dbO-bObe-1e9b8bOa770c>. Acesso em: 31 mai. 2015.
AEPS-2013-v.-26.02.pdf>. Acesso em: 7 mai. 2015. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 30. ed. São Paulo:
~~· Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n. Atlas, 2014.
1072-72.2011.5.02.0384. Data do julgamento: 24.09.2014. Rela- MELO, Raimundo Simão de. Direito ambiental do trabalho e a saú-
tor: Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, Data da de do trabalhador: responsabilidades legais, dano material, dano
publicação: DEJT 03.10.2014. moral, dano estético, indenização pela perda de uma chance,
CARVALHO, Hilário da Veiga; SEGRE, Marco. Medicina social e prescrição. 5. ed. São Paulo: LTr, 2013.
do trabalho. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. MENDES, Renê. A atualidade de Ramazzini: 300 anos depois. Dis-
CECILIA, Silvana Louzada Lamattina. Responsabilidade do empre- ponível em: <https://www.saudeetrabalho.eom.br/textos-miscela-
gador por danos à saúde do trabalhador. São Paulo: LTr, 2008. nia-6.htm>. Acesso em: 05 maL 2015.
CORDEIRO, Luiz Fernando. Possibilidade constitucional e legal OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Proteção juridica à saúde do tra-
de cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade. balhador. 6. ed. São Paulo: LTr, 2011.
Revista LTr, Suplemento Trabalhista, v. 43, n. 142, dez. 2007. ORGANIZAÇÃO Internacional do Trabalho. Escritório no BrasiL
DALLEGRAVE NETO, José Affonso. A força vinculante das nor- O que é trabalho decente. Disponível em: <http://www.oitbrasil.
mas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego org.br/content/o-que-e-trabalho-decente>. Acesso em: 18 abr.
(NRs do MTE) e o anexo li da NR-17. Revista do Tribunal Re- 2015.
gional do Trabalho da 1ª Região. Disponível em: <http://portal2. PRIEUR, Michel. Droit de l'environnement. 6. ed. Paris: Dalloz,
trtrio.gov.br:7777/plsiportaVdocs/PAGEIGRPPORTALTRT/PAGI- 2011.

~ 68 ~

Você também pode gostar