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Se você só muda as cordas quando elas quebram, chegou a hora de rever seus conceitos
POR ACASO JÁ PASSOU PELA SUA cabeça qual seria o momento exato de trocar as cordas de
sua raquete? Esse questionamento raramente passa pela cabeça dos tenistas amadores, que, na
maioria das vezes, esperam os filamentos quebrarem para encordoar novamente.
Por outro lado, no circuito profissional, a história é completamente diferente. Hoje, dificilmente se
vê alguém estourar uma corda durante um jogo e há bons motivos para isso. Primeiramente, vale
lembrar que aquele é o trabalho do jogador, cada ponto é extremamente importante, pois cada
vitória vale dinheiro. A segunda razão é que o tenista (amador ou profissional), quanto mais tempo
passa em quadra, mais aumenta sua sensibilidade quanto aos ajustes finos em seu equipamento e,
com essa percepção, é possível sentir que sua raquete e suas cordas já não podem se comportar mais
como poucas horas depois de encordoadas. O terceiro motivo é que o tenista profissional tenta,
durante o jogo, ter a menor quantidade de variáveis possível, pois assim é mais fácil manter o ritmo
e realizar um bom trabalho – se as condições de jogo mudam, há maior chance de perder.
Mas antes de falar sobre a hora certa para trocar de cordas, é preciso compreender como elas se
comportam.
Em relação aos jogadores que quebram cordas antes desse período de tempo, que utilizam mais
topspin, é interessante observar que nem sempre a corda mais rígida é a solução para o problema.
Às vezes, uma boa combinação entre cordas rígidas e macias é uma excelente pedida para a
durabilidade. Nesse caso, se encordoarmos com um copolímero nas verticais e um multifilamento
nas horizontais, há 90% de chance de a corda estourar nas horizontais e, com isso, ganhamos
durabilidade.
O calor do snapback
Para esse tipo de jogador, deve-se levar em consideração que as cordas rompem antes do tempo de
utilização, pois, o que faz o filamento quebrar não é a força, mas o efeito. A cada golpe, quando a
bola entra em contato com a trama, em 0,004 segundo de contato, as cordas se movimentam,
esticando-se a um determinado ponto e retornando (total ou parcialmente) a seus locais de origem.
Chamamos esse movimento de “snapback”. É como uma chicotada que a corda dá na bola,
responsável pelo spin.
Porém, ao mesmo tempo que o snapback é bom para gerar spin, ele gera fricção entre as tramas
verticais e horizontais. Esse atrito é tão forte que a temperatura da corda durante o snapback pode
atingir aproximadamente 170ºC. Se levarmos em consideração que alguns materiais presentes nos
filamentos se fundem a 120ºC, explica-se a aparição daqueles “dentes” ao longo da corda. Eles não
indicam perda de material, apenas uma deformação, que deixa mais fino aquele ponto. Quanto mais
fina a corda, maior a chance de quebrar.