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REABSORÇÃO RADICULAR EM PACIENTES TRATADOS ORTODONTICAMENTE

RESUMO
A perda de tecido mineralizado na raiz do dente é uma condição frequente em pacientes que passam
por tratamento ortodôntico, e é conhecida como reabsorção radicular. Essa condição pode levar à
mobilidade dentária, comprometimento da estabilidade da dentição e, em casos mais graves, perda
de dentes. A reabsorção radicular é uma condição multifatorial, com várias causas e fatores de risco.
A prevenção é a melhor estratégia para evitar a condição, e deve ser enfatizada pelos ortodontistas,
através do uso de forças ortodônticas leves e bem controladas, avaliações radiográficas regulares,
monitoramento do progresso do tratamento e seleção cuidadosa do paciente. O seu tratamento pode
ser complexo, e a prevenção é fundamental para garantir o êxito do tratamento ortodôntico e a
saúde bucal do paciente.

INTRODUÇÃO
A reabsorção radicular pode ser causada por diversos fatores, como trauma, inflamação, doenças
periodontais, tratamentos ortodônticos, entre outros. A reabsorção radicular pode ser classificada
em três tipos: interna, externa e cervical. A interna ocorre dentro do canal radicular, enquanto a
externa ocorre na superfície da raiz. Já a cervical ocorre na junção cemento-esmalte, que é a região
próxima à gengiva.
A reabsorção radicular pode levar à mobilidade dentária, comprometimento da estabilidade da
dentição e, em casos mais graves, perda de dentes. O tratamento depende da causa e do tipo de
reabsorção, podendo incluir desde um acompanhamento radiológico até tratamentos endodônticos e
cirúrgicos. Além disso, é importante que o ortodontista esteja atento e avalie quais pacientes possam
vir a apresentar reabsorções radiculares, já que se estima que 6 a 10% dos pacientes já possuam essa
condição previamente ao tratamento ortodôntico.
REVISÃO DE LITERATURA
Estudos têm investigado os fatores de risco e as causas da reabsorção radicular, bem como as
estratégias de prevenção e tratamento da condição. A magnitude e direção das forças ortodônticas, a
duração do tratamento, a idade e a resposta individual do paciente aos estímulos mecânicos são
alguns dos fatores que podem influenciar o desenvolvimento da reabsorção radicular.
A radiografia periapical é uma das técnicas mais comuns e acessíveis para avaliar a reabsorção
radicular. No entanto, ela pode não ser capaz de detectar a reabsorção em estágios iniciais ou em
áreas que estão em processo de mineralização. Por isso, outras técnicas de imagem, como a
tomografia computadorizada e a ressonância magnética (RM), podem ser mais eficazes para o
diagnóstico precoce e a avaliação da extensão desse tipo de condição.
A tomografia computadorizada permite a visualização tridimensional da dentição, permitindo a
avaliação mais precisa da reabsorção radicular. A ressonância magnética (RM) também é outra
técnica de imagem que pode ser útil na avaliação da reabsorção radicular. Ela é particularmente útil
para avaliar a reabsorção em estágios iniciais, quando ainda não é visível em outras técnicas de
imagem. Uma das vantagens da RM é que ela pode fornecer imagens de alta resolução em
diferentes planos, permitindo uma avaliação precisa da extensão da reabsorção radicular. Além
disso, a RM não emite radiação ionizante, o que é uma preocupação em outras técnicas de imagem,
como a tomografia computadorizada.

Quanto ao tratamento, os procedimentos variam dependendo do tipo e gravidade da reabsorção


radicular. Tratamentos conservadores, como a observação e a monitorização radiográfica, podem
ser eficazes em casos menos graves. Em casos mais severos, tratamentos endodônticos, cirúrgicos e
restauradores podem ser necessários para preservar a estrutura dental e garantir a estabilidade da
dentição.

CONCLUSÃO
A reabsorção radicular é uma complicação que pode ocorrer em pacientes submetidos a tratamento
ortodôntico, e é caracterizada pela perda de tecido dentário na raiz do dente. Essa condição pode ter
diversas causas, como traumatismo, predisposição genética, infecção, uso de aparelhos
ortodônticos, entre outras. É importante que o diagnóstico precoce da reabsorção radicular seja feito
por meio de exames clínicos e radiográficos, para que o tratamento adequado seja iniciado. O
tratamento pode envolver procedimentos como endodontia, cirurgia ou tratamento ortodôntico.
Alguns cuidados que podem ser tomados para prevenir a reabsorção radicular incluem: a avaliação
radiográfica pré-tratamento para identificar possíveis riscos de reabsorção; seleção adequada do tipo
de aparelho ortodôntico, levando em consideração a necessidade de movimentação dentária;
controle da força aplicada nos dentes para evitar sobrecarga e consequente reabsorção; e
monitoramento regular do progresso do tratamento para detectar precocemente a ocorrência de
reabsorções e tomar medidas corretivas. Assim, a conscientização e o acompanhamento regular do
paciente pelo profissional de odontologia são fundamentais para evitar a reabsorção radicular e
manter a saúde bucal em dia.

REFERÊNCIAS
Consolaro, Alberto. Reabsorção radicular: fatores envolvidos e diagnóstico. Revista Dental Press de
Ortodontia e Ortopedia Facial, v. 11, n. 3, p. 129-156, maio-jun. 2006.
Harris, E. F.; Baker, W. C. Loss of root length and its relation to age and duration of treatment.
American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, v. 105, n. 4, p. 293-299, 1994.
Levander, E.; Malmgren, O. Evaluation of the risk of root resorption during orthodontic treatment: a
study of upper incisors. European Journal of Orthodontics, v. 14, n. 4, p. 262-271, 1992.

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