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Desde tempos imemoriais se cultuava os voduns da família real do Daomé, hoje Benim. Um
Clã mágico e místico iluminava o continente negro, numa época de uma África conturbada
por guerras tribais em busca do poder. Muitos reis passaram e o Daomé, que era apenas
No palácio Dãxome, reinava Agongolo. O rei tinha como segunda esposa a rainha Agotimé e
de sua morte, o rei elegeu seu segundo filho para sucedê-lo no trono, mas a sua ordem foi
desconsiderada e Adandozan assumiu o trono como tutor de Gezo. Abomey tornou-se vítima
Mágica e Magia. A rainha era conhecida em seu reino pelas histórias que contava sobre seus
ancestrais e sobre o culto aos reis mortos. Guardava os segredos do culto a Xelegbatá, a
peste. Detentora de tais conhecimentos, o novo rei tratou de mantê-la isolada, acusando-a
Em Uidá, grande porto de venda de escravos, Agotimé foi jogada nos porões imundos de um
navio e trazida para o Brasil. O sofrimento físico da rainha, traída e humilhada, era uma
realidade menor, pois o seu espírito continuava liberto e sobre as ondas a rainha liderou um
Desse episódio se forjou um dos elos que une a África ao Brasil. Chegou ao novo continente
um corpo escravo, mas um espírito livre, pronto para cumprir a sua saga e fazer ouvir daqui
Seu primeiro destino foi Itaparica, na Bahia, porto do seu destino e terra santa do
conhecimento. Vinda de uma região onde poucos escravos se destinavam ao Brasil, Agotimé
No seu encontro com os Nagôs teve o seu primeiro contato com os Orixás, e através deles a
Rainha escrava teve notícias de seu povo. Por eles soube que sua gente era chamada
Negros-Minas e foram levados para São Luís do Maranhão. Contaram que não tinham local
para celebrar o seu culto, pois esperavam um sinal de seus ancestrais. Agotimé logo
popular. Os tambores afinados a fogo e tocados com alma por ogãs, inspirados por velhos
espíritos africanos, ecoam por ocasião das festa e pela religião. Foi no Maranhão que
Agotimé, trazida para o Brasil como escrava, voltou a ser Rainha. Sob orientação de seu
vodum, fundou a “Casa das Minas”, de São Luís do Maranhão, em meados do século XIX.
Para contar essa história, trilhando caminho inverso ao de Nã Agotimé, e com uma exposição
No Benin, num período de 25 dias, foram visitadas as cidades de Cotonou, Abomey, Allada,
Ouidah, Calavi e Porto Novo. O Projeto “Zeladores de Voduns e outras Entidades do Benin ao
Maranhão” foi aprovado no Edital de Apoio à Produção Cultural do ano de 2008 da Secretaria
Grete Pflueger
fonte:http://evanspires.wordpress.com/2010/08/
Os Voduns da Casa das Minas
A Casa das Minas (Kwlegbetan Zomadonu ou Kwerebetan de Zomadonu) é um terreiro quase
que bicentenário e que mantém firme as tradições religiosas africanas de culto aos Voduns,
em especial àqueles que fazem parte dos cultos da Família Real. Os voduns da Casa são
voduns antigos reis e nobres, dignatários do antigo Dahomey. A ancestral mítica desta
família é Nochê Naé (Sinhá Velha), a quem todos na Casa das Minas obedecem e prestam
respeito, sendo que não se deve falar muito dela. Esta família segue duas ramificações: a
primeira é de Zomadonu – vodun dono da Casa e vodun da fundadora e das três primeiras
família é a de Dambirá, dos Voduns da terra e das doenças, como Akosi, Azile e
Azonce,e seguindo as famílias hóspedes da casa Queviossô (dos voduns do trovão e dos
astros, que são considerados nagôs dentre os jejes da casa, mesmo não sendo orixás, e que
são mudos, a exemplo de Badé, Sogbo (que na Casa das Minas é um vodun feminino,
sinretizada com Sta Bárbara e Oyá), Averekete, Lissá, Agbé), e as famílias de Savalunu
Legba não é cultuado na Casa das Minas e é tido como trapasseiro, um ser maligno. Duas
explicações teria este motivo: o sincretismo extremo que caracteriza o Tambor de Mina, e o
fato de Adandozan se dizer “um protegido de Legba” e que depois de toda suas atrocidades e
A Casa das Minas é exclusivamente de cultura Jeje, sendo seus cânticos em lingua fongbé-
ewegbe, e suas divindades são exclusivamente Voduns, não havendo nenhum orixá em seu
culto (embora devotem-se a Yemanjá, por exemplo, mas não há culto interno para estas
divindades). A casa não gerou nenhuma filial, mas sua estruturação serviu de base para
desapareceram nas décadas de 60 e 70. Segundo fontes o papel das Tobossis era