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ESTERÓIDES ANABÓLICOS

por Frederich C. Hatfield, PhD


I- INTRODUÇÃO
Os atletas de diversos esportes utilizam os esteróides anabólicos com a
finalidade declarada de aprimorar sua performance. A despeito dos avisos de alerta
da comunidade científica e sanções impostas pelos órgãos administrativos dos
respectivos esportes (ambas organizações já se manifestaram contra os esteróides
alegando serem tanto perigosos como incapazes de produzir melhorias na
performance - para não mencionar as objeções éticas), um número cada vez maior
de atletas continua a tomar esta droga.
Adotando uma posição eticamente neutra na questão do uso da droga nos
esportes, este artigo apresentará alguns fatos a respeito dos esteróides anabólicos
assim como alguns posicionamentos éticos a favor e contra o seu uso nos esportes.
Contudo, o problema de quanto tomar, qual a frequência e o melhor tipo
recomendado ainda continuam não solucionados completamente pela ciência.
Somente os atletas que investiram no tempo e paciência para descobrir estas
respostas através de erros e acertos, chegaram a alguma conclusão com respeito
aos pontos mais importantes.
O fato é que os esteróides anabólicos vieram para ficar! A história já
comprovou isto. Independente dos posicionamentos pessoais de cada um em relação
às drogas no esporte, é evidente que todos conhecem esta droga tão abusada e, com
esperanças, minimizam os riscos envolvidos tirando vantagem dos dados científicos
assim como das experiências de outros atletas. Poucas são as perguntas
respondidas neste manual. Apenas algumas alternativas, ainda não testadas, são
apresentadas e, de forma alguma, refletem a melhor maneira de utilização dessas
drogas. Serão necessárias pesquisas mais práticas antes que estas perguntas sejam
respondidas satisfatoriamente.
Hesitei muito em escrever este artigo devido à pouca informação existente
quanto ao máximo de eficácia que pode ser conseguida através dos esteróides. Os
problemas de dosagem, ciclos e marcas dos esteróides mais adequados aos atletas
ainda estão em parte não respondidos, a não ser através da análise cuidadosa de
casos clínicos. E mesmo assim, as respostas conseguidas podem ser completamente
específicas a determinado indivíduo e de pouca utilidade para outros.
As drogas são um fato em nossa sociedade moderna. As drogas já
demonstram ser e provavelmente continuarão a representar um recurso importante
na salvação do homem. Elas têm a capacidade de prolongar a vida, melhorar a
qualidade da vida e - sim - aprimorar a performance atlética. O abuso e o mau uso
dos esteróides anabólicos no esporte provém em grande parte da ignorância dos
atletas que tentam conseguir benefícios por este meio. Como todas as drogas, a arte
e ciência de sua utilização devem visar a minimização dos riscos e a maximização
dos benefícios, pelo menos o máximo possível. Felizmente, este artigo contribuirá
para a documentação deixada com respeito ao abuso e mau uso dos esteróides.

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II- ESTERÓIDES ANABÓLICOS - QUAL O TIPO E A QUANTIDADE

Rastro na Neve
Após ver o rastro de um cão na neve, somente um idiota negaria a existência
do cão. Implícita nesta pequena analogia é a noção de que o cão não precisa estar
sendo visto fisicamente para que se esteja convencido de sua existência. Os atletas
por todo o mundo - literalmente centenas de milhares nos últimos vinte e cinco anos -
testemunharam os efeitos benéficos dos esteróides anabólicos. Estes atletas não
precisam ver um estudo científico para se convencerem de que os esteróides
aprimoram a performance. Hoje, os estudos que afirmam que os esteróides
anabólicos não desenvolvem o crescimento muscular ou a força (as duas razões
principais para a utilização destes por parte dos atletas) são ridicularizados. Os
atletas já viram o “rastro na neve”. Os cientistas já perceberam que muitos desses
estudos geralmente contêm graves falhas metodológicas e/ou possuem pouca (ou
nenhuma) validade externa.
Devido às restrições, cada vez maiores, colocadas pela comunidade científica
em utilizar seres humanos para os estudos das drogas, existe pouca probabilidade de
surgir algum dado científico a mais, de valor, na área do uso dos esteróides
anabólicos no esporte. Assim, onde ficamos? Pessoalmente, acho que a única
alternativa é procurar os cientistas competentes que não têm medo de admitir e
utilizar a informação disponível a partir do “rastro na neve”. É reconfortante saber que
a análise dos casos clínicos está sendo feita em vários locais nos EUA. Tanto a
comunidade científica quanto o mundo do atletismo aguarda ansiosamente pelos
resultados.
Existem três posicionamentos éticos distintos adotados pelos atletas e
autoridades desportivas com respeito à utilização da droga nos esportes. Em defesa
das posições neutras, éticas e morais, resolvi trabalhar as três. Isto porque qualquer
informação empírica e científica a respeito dos esteróides anabólicos certamente será
interpretada pelo prisma individual da moral.
ÉTICA NO 1. OS ESTERÓIDES ANABÓLICOS SÃO PREJUDICIAIS À SAÚDE E ANTI-ÉTICOS
Esta é a posição ética adotada pelo Comitê Olímpico Internacional assim como
outros órgãos administrativos do esporte internacional. O tempo oficial de
posicionamento do American College of Sports Medicine encontra-se transcrito
abaixo. Trata-se do resultado da análise feita pelo comitê a respeito da literatura
existente (considerada pelos cientistas como “as melhores provas disponíveis”).
Aqueles que sustentam esta posição ética alegam que não é apenas desleal os
atletas tentarem conseguir vantagens desonestas em relação aos adversários através
dos esteróides anabólicos, mas também antiético ao próprio princípio do esporte -
cultivar a saúde.
American College os Sport Medicine - Termo de Posicionamento sobre o Uso e
Abuso de Esteróides Anabólico-Androgênicos no Desporto
Com base em extensivas fontes da literatura mundial e cuidadosa análise
sobre as alegações pró e contra a eficácia dos esteróides anabólico-androgênicos
para o aprimoramento da performance física do ser humano, a posição do American
College of Sports Medicine é que:

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1) A administração de esteróides anabólico-androgênicos em seres humanos
saudáveis com idade abaixo de 50 anos em doses terapêuticas aprovadas pelo
médico não acarreta por si só qualquer melhoria significativa na força,
resistência aeróbica, massa corporal magra ou peso corporal.
2) Não existe prova científica conclusiva de que doses extremamente grandes de
esteróides anabólico-androgênicos ajudem ou prejudiquem a performance
atlética.
3) O uso prolongado de esteróides anabólico-androgênicos orais (derivados
alquelados de testosterona) resultou em distúrbios hepáticos em algumas
pessoas. Alguns desses distúrbios são aparentemente reversíveis mediante a
interrupção do uso da droga, mas outros não.
4) A administração de esteróides anabólico-androgênicos em seres humanos do
sexo masculino pode ocasionar a diminuição do tamanho do testículo e sua
função e um decréscimo na produção de espermatozóides. Embora estes
efeitos sejam aparentemente reversíveis quando usadas pequenas doses de
esteróides por curtos períodos de tempo, a reversibilidade dos efeitos quando
são usadas grandes doses por longos períodos de tempo ainda não está
provada.
5) Devem ser feitos mais esforços sérios e continuados no sentido de educar os
atletas masculinos e femininos, treinadores, professores de Educação Física,
médicos, instrutores e o público em geral com respeito aos efeitos
inconsistentes dos esteróides anabólico-androgênicos no aprimoramento da
performance física dos seres humanos e dos perigos em potencial de ingestão
de algumas formas destas substâncias, especialmente em grandes doses por
períodos prolongados.

As pessoas que adotam esta ética estão convencidas de que instituíram


sanções severas contra os usuários da droga. Estas sanções são geralmente
acompanhadas de testes que estão se tornando mais e mais refinados e capazes de
detectar um amplo espectro de drogas nos corpos dos atletas. Os canadenses
recentemente estes testes para o Levantamento Básico e os transgressores serão
expulsos do esporte.
ÉTICA NO 2 - VENCER A QUALQUER CUSTO
Os adeptos desta filosofia constituem a grande maioria dos usuários de
esteróides. Estes atletas concluíram (diante no rastro na neve) que suas chances de
vencer estão seriamente retardadas senão tirarem proveito das mesmas ajudas
ergogênicas que seus adversários. Muitos desses atletas estão perfeitamente
conscientes do risco em potencial envolvidos no abuso (e abuso ou mau uso) do
esteróide, mas acham que os riscos não são tão importantes quanto as recompensas
em potencial.
A maioria dos atletas, com os quais falei a este respeito, se enquadra nesta
categoria e jura que gostaria de ver a droga eliminada de seus esportes respectivos,
mas até esta data, as drogas que os permitem manter um nível de igualdade com
seus competidores terão que ser usadas. Também se encontra nesta maioria os
maiores índices de mau uso e abuso da droga pois a mentalidade de “vencer a
qualquer custo” tende, com bastante frequência, a alimentar a síndrome de “se pouco
é bom, mais é muito melhor”.

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ÉTICA NO 3 - O USO ADEQUADO DE DROGAS PODE SER BENÉFICO
Este grupo de atletas, mais do que se acredita, aceitou a inevitabilidade do uso
da droga em nossa sociedade e no esporte. Eles presenciaram o que consideram
como tentativas débeis e comodistas por parte dos grupos desportivas em legitimar a
moralidade. Eles testemunharam os aprimoramentos, frequentemente enormes, que
por vezes acompanham o uso de esteróides. E tiveram uma amostra muito pequena
do lado negativo dos efeitos desta droga, tão frequentemente declarado. A conclusão
foi inevitável: o uso de drogas pode ser bom. Trata-se de minha vida e escolho o uso
de drogas para aprimorar a minha performance, mas somente de modo a maximizar
os efeitos positivos e minimizar ou eliminar os efeitos negativos.
Mas esta nova ética, por ser nova está se sofisticando. Muitos adeptos
reconhecem que a ciência está sempre avançando em tecnologia e conhecimento.
Diferente dos que adotam a ética no 2, estes “pioneiros”, verdadeira e legitimamente,
acreditam que é preciso descobrir novas drogas que minimizem os riscos. Muitos dos
atletas que pertencem à ética do segundo grupo geralmente procuram novas drogas
visando conseguir vantagens desleais sobre seus adversários ou encontrar formas de
ludibriar os testes (formas que, por sinal, são frequentemente mais perigosas que as
drogas que estão sendo testadas) os atletas da nova ética são os “pioneiros” que
desenvolvem as “glândulas anabólicas” (que não funcionam, mas valem a pena
serem tentadas na procura de uma alternativa mais segura). Estes são os atletas que
começaram a utilizar vários métodos do ciclo da droga para minimizar os riscos.
Sempre alerta para as drogas novas e mais seguras ou métodos de utilização para
aprimorar a performance, eles tomam como norma o uso dos melhores métodos de
treinamento, procuram assistência médica para monitorar as funções vitais do corpo
que são particularmente vulneráveis aos esteróides, e reconhecem as limitações da
ajuda ergogênica que estão adotando. Está implícita nesta filosofia a noção de que
nenhuma legislação jamais conseguiu impedir o progresso da ciência. Como
pioneiros, estes atletas avaliam cuidadosamente a relação entre risco e benefício e
continuam com cautela e mente abertas. Será que é tão errado assim querer ficar
mais volumoso e/ou forte? Através dos anos, os riscos mencionados pela
comunidade médica têm sido tão pequenos ou esparsos que podem ser
considerados apenas como fatores marginais de uma breve amostra. Talvez daqui a
mais uma ou duas gerações de levantadores e atletas teremos o resultado da
verdadeira história da relação risco/benefício do uso de esteróides a longo prazo. Por
enquanto, parece que os riscos foram grosseiramente exagerados, especialmente
quando se considera o cuidado com que os adeptos da nova ética estão fazendo uso
dos esteróides.
Por falar em nova ética, talvez por desespero, as novas organizações estão se
empenhando em recusar a entrada nas competições de atletas que utilizam
esteróides. Estas competições estão invariavelmente acompanhadas de testes, na
intenção de propagar a ética no 1. A força da nova ética nso EUA foi vista no encontro
de 1982 do US. Powerlifting Federation National Committe (Comitê Nacional das
Federações de Levantamento Básico dos Estados Unidos), onde a grande maioria
dos levantadores e autoridades resolveram ir contra a ética n o 1 adotada pela
International Powerlifting Federation (Federação Internacional de Levantamento
Básico). A discussão anterior a esta decisão confrontava os princípios da ética n o 1
com a nova ética, com os levantadores e autoridades da nova ética tão firmes em

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suas posições quanto os representantes do grupo da ética no 1. Os pontos de
discussão foram os seguintes:
O eminente Dr. JAMES WRIGHT na edição de setembro da revista Muscle &
Fitness (1980) aponta para o fato de que o uso da droga num atleta normal e
saudável pode melhorar sua performance, mas é duvidoso que esta mesma droga o
faça mais saudável. Este, diz Wright, é um dos princípios mais importantes do
esporte. Ele continua dizendo que na época atual, os esportes representam mais do
que simples veículos de promoção física e de saúde (seja física, mental ou social).
Talvez esteja surgindo uma quarta ética onde a finalidade do esporte é vencer
veradeiramente, não às custas de algumas coisas oiu desconsideração por outras
(talvez uma re-aproximação das éticas no 1 e 2). WRIGHT termina seu artigo
declarando:
“No interesse de minimizar o abuso da droga e reduzir seu perigo ao usuário e
à sociedade, é nossa responsabilidade educar os leitores a respeito dos efeitos em
potencial, desejados ou não, associados a estas drogas. Em outras palavras, é nossa
responsabilidade fornecer a verdadeira informação”.
Até agora, neste artigo, usamos os termos “uso”, “mau uso” e “abuso”. Em
geral, as definições clínicas aceitas para estes termos são as seguintes:
• USO DA DROGA: quando o efeito(s) pretendido ou procurado na droga é
conseguido com um mínimo de perigo.
• MAU USO DA DROGA: quando a droga é tomada em tal quantidade que
aumenta significativamente o perigo.
• ABUSO DA DROGA: quando a droga é tomada de forma a aumentar
enormemente o perigo, ou de forma a incapacitar o indivíduo de funcionar
normalmente ou conviver em seu ambiente adequadamente.
Portanto, o modus operandi deste artigo é apontar os métodos correntes do
uso da droga, no estado atual da arte e da ciência. Deve estar claro que
independente do atleta usar, fazer mau uso ou abusar dos esteróides anabólicos, os
efeitos desejados podem ser conseguidos. Os efeitos não desejados (perigosos) é
que devem ser minimizados a qualquer custo. Na prática, qualquer médico irá lhe
dizer que a maneira mais de usar dorgas (em qualquer finalidade) é conseguir o
máximo do mínimo. Isto não é difícil de fazer com os esteróides, e o benefício é que
muitos dos efeitos colaterais não-desejados podem ser minimizados a tal ponto que
não chegam de fato a ameaçar o indivíduo (desde que, evidentemente, outros fatores
como o fígado, rim, coração ou outras funções do corpo permaneçam normais e
saudáveis durante o período).

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TABELA 1 - POSIÇÕES ÉTICAS QUANTO AO USO DOS ESTERÓIDES
ÉTICA #1 NOVA ÉTICA
Os testes cessarão com o abuso de drogas Não se consegue benefício algum com os testes e,
na verdade, acabarão por aumentar o abuso de
drogas ao invés de diminui-lo.
Os testes prepararão os levantadores para o Os levantadores mais sofisticados sempre
Campeonato Mundial que também adota os testes encontrarão maneiras de mascarar os testes
contra o doping. criando assim uma situação ainda mais desleal do
que aquela que os testes pretendem eliminar.
O uso de drogas é prejudicial à saúde. Nenhuma pesquisa ou evidência empírica mostra
que os riscos são maiores que as recompensas,
mediante o uso de esteróides.
A droga é anti-ética. Pode ser de acordo com o SEU código.
As drogas fornecem aos usuários vantagens As drogas estão à disposição de todos - trata-se
lesleais. de uma decisão pessoal.
Em geral, os atletas fazem mau uso das drogas. Verdade. A solução é a educação e o avanço
científico, e NÃO uma legislação contra o uso de
drogas.
Eu não quero usar drogas portanto você também Então pare de ingerir álcool, pare de fumar, pare
não deve usar. de usar maconha e cocaína, anfetaminas e uma
infinidade de outras drogas que você certamente
tem em casa.
O doping é contra o regulamento de competições Então vamos educar e esclarecer essas pessoas.
do IOC (Internaional Olympic Comittee) e IPF Podemos nos tornar LÍDERES a favor do avanço
(International Powerlifting Federation). de nosso esporte. Vamos mudar o regulamento.
O abuso da droga é prejudicial. Verdade. Contudo, o USO da droga tem sido e
continuará a ser BENÉFICO.

III- O QUE SÃO ESTERÓIDES ANABÓLICOS?


Em seu livro, erudito e cheio de definições, Anabolic Steroids and Sports, o Dr.
James Wright fez menção meticulosa de toda literatura relevante a este respeito
dizendo o que são esteróides e como funcionam nos atletas. A intenção deste manual
não é repetir os esforços do Dr. Wright. Neste grande livro, além do último editado
Anabolic Steroids and Sports, Volume II, você encontrará tudo o que quiser a respeito
dos efeitos dos esteróides, estruturas químicas e fatores que influenciam os efeitos.
A intenção deste artigo é trazer a literatura científica e a experiência adquirida
através dos casos clínicos de usuários de esteróides a um nível prático e de fácil
utilização. Isto será feito sem esquecer os riscos, no interesse de educar os usuários
e usuários em potencial de esteróides a respeito dos métodos utilizados atualmente
pelos atletas. Este manual não pretende assumir uma posição a favor ou contra o uso
de drogas no esporte. Esta decisão deve ser tomada racionalmente por cada um
individualmente, sempre consultando um médico.
Para se entender o que são realmente os esteróides anabólicos, é preciso
definir alguns termos primeiro. A palavra “metabolismo” refere-se a todas as funções
do corpo envolvidas na produção, manutenção ou destruição de tecido e da energia.
Os processos de construção (ou processos “miotrópicos”) são citados como
“anabolismo” enquanto os processos de quebra, “catabolismo”. Assim os efeitos
“anabólicos”, no que se referem aos esteróides, são aqueles que envolvem a síntese
proteica para a reparação e crescimento do músculo.
Existem muitos “hormônios” diferentes no corpo. De modo geral, os hormônios
são substâncias químicas que agem como reguladores produzidos por vários órgãos,

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glândulas ou tecidos, cuja função é coordenar as funções do corpo, como o
crescimento, a reparação do tecido, ciclos de reprodução e outros aspectos do
processo físico e mental. O hormônio masculino a “Testosterona”, tem duas funções
primordiais. A primeira é estimular o desenvolvimento e manutenção das
características sexuais secundárias masculinas (como o pêlo facial, timbre de voz,
distribuição e quantidade de gordura no corpo e outras características associadas aos
traços masculinos). Esta é a chamada função “androgênica” da testosterona. As
funções “anabólicas” da Testosterona (mencionadas acima) incluem o
desenvolvimento e manutenção da musculatura grande característica do sexo
masculino.
Agora podemos definir o termo “esteróides anabólicos”.
São compostos químicos de derivação sintética que imitam os efeitos
anabólicos da testosterona enquanto, ao mesmo tempo, minimiza os efeitos
androgênicos. Esta minimização dos efeitos androgênicos e maximização dos efeitos
anabólicos foi conseguida através da manipulação, em diversas formas, da estrutura
da molécula base de hidrocarbono da testosterona. A extensão de alterações da
relação anabólico-androgênica é chamada de “índice terapêutico”.
IV- ÍNDICES TERAPÊUTICOS DOS ESTERÓIDES ANABÓLICOS
O método tradicional utilizado para estabelecer o índice terapêutico de um
esteróide anabólico sintético é comparar o crescimento do músculo eretor de um rato
com suas vesículas seminais. Dizem que o crescimento do músculo representa o
efeito anabólico da droga testada, enquanto o crescimento das vesículas seminais é
representativa do efeito androgênico. O padrão de comparação para os efeitos dos
esteróides testados é a extensão do crescimento por estimulação da testosterona.
Assim, se o crescimento do músculo eretor for duas vezes o padrão, e o crescimento
da vesícula seminal somente a metade do padrão, o índice terapêutico é apresentado
da seguinte forma

2÷½=4
Entretanto existem problemas com relação à utilidade deste índice. Por
exemplo, se a droga testada tiver quatro vezes o efeito anabólico e a mesma
quantidade de efeito androgênico, em relação ao padrão, o índice terapêutico será o
mesmo:

4÷1=4
Não é necessário dizer que a droga testada em primeiro lugar seria útil em
casos onde os efeitos androgênicos necessários fossem mínimos, ao passo que se a
androgenicidade da droga não constituir um fator (o que geralmente é), então a droga
testada em segundo lugar deveria ser escolhida já que o efeito anabólico é superior.
Além do mais, existe muito pouco material de pesquisa sólida que sirva para
indicar que os índices terapêuticos de drogas calculados a partir de estudos em
animais, sejam aplicáveis em seres humanos sejam eles pacientes, pessoas normais
ou atletas.
E, por fim, mesmo que existisse uma tabela de índices terapêuticos feitos em
estudos com seres humanos, os fatores como dieta, treinamento, variação de

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dosagem da droga, prescrição variável e (talvez o mais importante) a variante entre
os indivíduos e características pessoais de resposta à droga praticamente anula a
utilidade de tais índices.
Contudo, é só o que temos em matéria de pesquisa. A maioria dos atletas
costuma utilizar a experência pessoal como fator preponderante na escolha do
esteróide anabólico. A utilidade do índice terapêutico, atualmente, é insignificante no
caso de atletas que já usam esteróides. Mas não deve ser utilizado como único fator
determinante na escolha do esteróide anabólico.
V- ÍNDICE DE ATIVIDADE DA PROTEÍNA ESTERÓIDE DE ESTERÓIDES ANABÓLICOS
Um dos mais importantes atributos dos esteróides anabólicos é sua
capacidade de estimular a síntese proteica. Isto é conseguido em parte porque o
corpo tende a armazenar “nitrogênio” (o componente primário das proteínas) quando
são utilizados os esteróides anabólicos. A extensão da retenção do nitrogênio,
causada em particular pelo esteróide anabólico, é conhecida como um índice
razoavelmente bom da capacidade de metabolismo da proteína provocado pelo
esteróide. Em outras palavras, uma boa estimativa pode ser obtida através da
eficiência dos esteróide em promover o metabolismo da proteína através do IAPE
(Índice de Atividade da Proteína Esteróide) que é computado como segue:
IAPE = BNPUE . BNPC x 100
CNPUE CNPC
Onde:
BNPUE = Balanço Nitrogenado no Período de Uso do Esteróide.
CNPUE = Captação do Nitrogênio pelo Período de Uso do Esteróide.
BNPC = Balanço Nitrogenado no Período de Controle.
CNPC = Captação de Nitrogênio no Período de Controle.

Portanto, o índice ou extensão de retenção do nitrogênio durante o tempo de


uso de esteróides é comparado à extensão de retenção de nitrogênio durante o
período que os esteróides não estão sendo usados.
Parece que existe alguma utilidade no uso combinado do IT (índice
terapêutico) e o IAPE. Se ambos os índices estiverem relativamente altos, então
parece razoável verificar melhor a droga - pode acontecer dela ser a mais segura e
eficiente para o seu caso. Mas também pode ser que os efeitos colaterais não-
desejados estejam além do limite de tolerância como indivíduo. Somente a
experiência poderá responder.
VI- COMO OS ESTERÓIDES FUNCIONAM
Uma vez na corrente sanguínea, por via oral, cápsulas de implante, sublingual
ou vias injetáveis, os esteróides anabólicos encontram o caminho para as células
musculares do indivíduo, onde exercem sua influência ativadora nos genes
responsáveis pela síntese proteica. Mais ou menos da mesma forma de
funcionamento da testosterona, eles se agrupam fisicamente num sítio receptor
específico na célula, e estimulam o ADN no sentido de fazer com que o ribossomo
celular fabrique grandes quantidades de proteína.

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Entretanto, junto com a administração de esteróides anabólicos deve haver
ingestão suficiente de vitaminas e minerais através de alimentos ou suplementos.
Acredita-se que muitas vitaminas estejam em sinergismo com os esteróides
anabólicos (ou seja “ajudam” ou “facilitam” o esteróide a efetuar a síntese proteica).
Também parece haver razões para crer que deva existir uma necessidade do
organismo antes que ocorra a síntese proteica. A necessidade refere-se
aparentemente ao uso clínico de esteróides em casos como anemia ou má nutrição
onde é preciso maior síntese proteica. Mas em atletas saudáveis, a necessidade é
“criada” através de um treinamento extremamente pesado. Vou repetir este ponto: os
esteróides anabólicos estarão próximos da inutilidade para promover o aumento da
força ou volume muscular sem a alimentação adequada, aminoácidos suficientes
(proteína) e um treinamento de musculação pesado e em períodos regulares. Estes
pontos serão discutidos mais adiante.
Contudo, nem todas as moléculas de esteróides atingem os sítios receptores
das células. A maioria flutua na corrente sanguínea até que se quebram em 17-
cetosteróides através do fígado (hidrolisados) ou mesmo quando se encontram no
sangue (modificados em estrogênios ou aromatizados). Acredita-se que estes
“produtos derivados” sejam responsáveis pelos “efeitos colaterais” dos esteróides
anabólicos em formas ainda desconhecidas. De qualquer modo, para diminuir a
rápida inativação dos esteróides pelo fígado, os cientistas logo descobriram que o
acréscimo de um substituto alquil. na posição do 170 carbono da molécula esteróide
aumentou bastante a vida da molécula. Novamente, contudo, nesta alteração não
tem confirmação científica e pode ser responsável por inúmeros efeitos colaterais
não-desejados que acompanham o uso de esteróides.
VII- OS EFEITOS COLATERAIS REGISTRADOS PELO USO DE ESTERÓIDES ANABÓLICOS
A esta altura, a maioria dos atletas que usa esteróides anabólicos ouviu falar
nos efeitos colaterais associados com a droga. As conversas no ginásio e a bula dos
esteróides parecem ser a principal fonte desta informação, ou, bem possível e mais
frequente, a experiência pessoal de uso da droga automedicada durante anos alertou
o usuário quanto aos efeitos colaterais pessoais não-desejados.
Alguns dos perigos, pelo uso de esteróides, estão aqui relacionados sem
ordem de importância ou gravidade. Ei-los:
• ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO HEPÁTICA - o metabolismo do carboidrato; o metabolismo da
proteína; o metabolismo do lipídio (gorduras) e a eliminação, desintoxicação ou inativação de
substância como a uréia, as bactérias, os hormônios (ex. esteróides anabólicos) e outras matérias
nocivas são funções do fígado. Os testes de laboratório que detectam a interrupção dessas funções
serão discutidos mais adiante neste manual. Dentre os atletas que usam esteróides, os efeitos das
interrupções da função do fígado a longo prazo são desconhecidos. Os efeitos a curto prazo foram
mínimos e reversíveis ao cessar o uso de esteróides. Contudo, pode ocorrer a hepatite tóxica causada
pelo uso continuado de esteróides e diuréticos (amacídio).
• PREJUÍZO NO SISTEMA CARDIOVASCULAR - os fatores de coagulação do sangue são por
vezes interrompidos. O metabolismo da glicose, dos triglicerídeos e colesterol ficam prejudicados
potencialmente levando à aterosclerose (acúmulo de placas nas artérias). Também, os níveis de
depósito de glicose no sangue e tolerâncias à glicose podem ficar reduzidos (perigoso ao diabético e
pré-diabético). O aumento da secreção de insulina pode também contribuir para a aterosclerose. Outro
fator em potencial para a aterosclerose é o aumento dos níveis de cortisona, aumentando assim a
concentração de cortisona no sangue. Uma hipótese interessante quanto ao aumento do nível de
cortisona é que como esta é o principal hormônio de stress do corpo, os atletas são capazes de treinar
mais. Esta pode ser a vantagem denunciada pelos atletas que usam esteróides via oral sobre os que

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injetam a droga, capacitando-os a treinar mais e possivelmente obter melhores ganhos de força e
volume. Muito embora as taxas desses fatores no hemograma retornem ao normal após a interrupção
do uso da droga, os efeitos a longo prazo dessas mudanças ainda são obscuros. Como as doenças
cardiovasculares são, disparado, a principal causa de morte nos EUA, os efeitos causados pelos
esteróides anabólicos (direta ou indiretamente) no sistema cardiovascular são considerados, por
muitos, como o efeito mais grave e potencialmente perigoso dentre todos os efeitos colaterais
relatados.
• HIPERTENSÃO ARTERIAL - a pressão sanguínea elevada por um período prolongado é
conhecida como o predisponente potencial das doenças cardiovasculares. O esteróide anabólico é
com frequência acompanhado de consideráveis aumentos da pressão arterial. Acredita-se que o
equilíbrio fluido/eletrólito esteja relacionado com a hipertensão. Muitos atletas (talvez a maioria)
apresentam edema (retenção de água) que variam de discreto a grave quando usam esteróides. A
natureza exata deste efeito colateral é desconhecida, embora especula-se que seja resultante do efeito
do esteróide no córtex adrenal. Os hormônios secretados pelos córtex adrenal representam um papel
importante na manutenção do equilíbrio de quitação do eletrólito no corpo. Como acontece com a
função do fígado e do sangue, a pressão arterial geralmente volta ao normal cessando o uso do
esteróide, mas os feitos a longo prazo ainda é uma incógnita. Pode ser que o aumento de volume
corporal faça que o coração trabalhar. Sabe-se que esteróides aumentam tanto os níveis de potássio
como de nitrogênio, que podem aumentar a pressão arterial.
• ALTERAÇÕES NO PROCESSO REPRODUTOR - quando os esteróides são administrados
via oral ou injetáveis, não existe mais necessidade de secreção da quantidade normal de testosterona.
O FSH (hormônio estimulante dos folículos) e o ICSH (hormônio das células intersticiais), que são
secretados pela glândula pituitária, ficam reduzidos quando existe uma quantidade suficiente de
testosterona. Como resultado o testículo se atrofia e ocorre a diminuição na contagem de
espermatozóides. Em animais, a redução prolongada de FSH e ICSH é conhecida por causar
interrupção na capacidade da glândula pituitária em produzir estas gonadotropinas. De qualquer forma,
este efeito, assim como a diminuição dos testículos, a produção de testosterona e a produção de
espermatozóides são reversíveis cessando o uso do esteróide. A libido (performance sexual - a
capacidade de chegar à ereção - para ser mais exato) parece ficar alterada em níveis variáveis ou não
apresentar alteração alguma. As mudanças da libido (aumentos ou diminuições) aparecem com
frequência com grandes doses de esteróides anabólicos. Volta-se à normalidade com a interrupção da
droga.
• AUMENTO DA AGRESSIVIDADE - um efeito extremamente comum no uso de esteróides
(especialmente os esteróides com componente androgênico relativamente elevado) é o aumento da
agressividade. A testosterona é conhecida como o fator de maior contribuição no nível de
agressividade do homem em relação à mulher. Além disso, estudos mostram que os prisioneiros que
foram condenados por crimes de violência possuíam níveis significativamente mais altos de
testosterona que os condenados por crimes não-violentos. Sabe-se que os usuários de esteróides são
conhecidos por terem se tornado altamente violentos e agressivos quando sob efeito de altas doses da
droga, especialmente as de alta androgenicidade e também antes das competições quando o uso de
esteróides está anormalmente alto. As consequências social e psicológica desta mudança de
comportamento são graves - famílias arruinadas, rompimento de amizades e uma série de outras
circunstâncias sociais deploráveis decorrentes do abuso do esteróide. O problema do aumento da
agressividade é considerado como o efeito colateral mais perigoso associado ao mau uso do
esteróide. Enquanto os níveis de agressão voltam ao normal com a interrupção da droga, os efeitos
residuais na maior parte das vezes persistem, mesmo que somente na lembrança das pessoas
queridas pelo usuário.
• DESENVOLVIMENTO DO TECIDO MAMÁRIO EM HOMENS - chamado de “ginecomastia”, o
tecido mamário abaixo do mamilo é acompanhado de sensibilidade (dolorosa) ao toque. Parece haver
uma resposta variada a este respeito, causada por alguns esteróides, mas outros não. a síndrome
aparece mais comumente com altas doses de esteróides, especialmente os de altos componentes
androgênicos. Os mamilos voltam ao normal após a interrupção da droga que estiver causando o
problema. Contudo, por vezes aparecem nódulos que precisam ser removidos cirurgicamente.
• EFEITOS VIRILIZANTES - os efeitos androgênicos dos esteróides (ou efeitos virilizantes)
incluem funções como o crescimento das vesículas seminais, do pênis e da próstata, engrossamento
das cordas vocais (voz mais grave), aumento da quantidade de áreas de pelos no corpo e genitália,
oleosidade da pele (produzindo acne) e aumento (ou excitação inicial) da performance sexual,

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geralmente potencializados pelo uso de esteróides em adolescentes. Também existe outro possível
efeito colateral - a ossificação prematura dos ossos longos (talvez resultando num crescimento
ligeiramente surpreendente na estatura).
As mulheres (especialmente as mais jovens) podem experimentar sintomas semelhantes, incluindo a
dilatação do clitóris e o fluxo menstrual interrompido ou irregular. Muito embora a menstruação volte ao
normal quando cessa a ingestão da droga, outros efeitos virilizantes permanecem - não são
reversíveis.
Alguns atletas apresentaram aumento no crescimento de pelos do peito e mesmo alegaram ter
diminuído a queda de cabelo ou cessado com o uso de esteróides. Também foi observado um
engrossamento dos pêlos faciais em homens usuários de esteróides.
• SUSCETIBILIDADE DE LESÃO NO TECIDO CONECTIVO - embora não apresentado em
qualquer estudo científico controlado, a experiência parece demonstrar que se os esteróides são
usados por principiantes no mundo da musculação, sua força e volume muscular aumentam com muito
mais rapidez do que os tecidos tendinosos e conectivo acompanhantes. Acredita-se que isto ocorra por
causa do suprimento sanguíneo pobre do tecido conectivo quando comparado ao tecido muscular.
Com o aumento excessivo de força no músculo, o esforço extremo (o que geralmente acontece em
muitos esportes - especialmente no levantamento de peso) pode e frequentemente causa a ruptura do
tecido conectivo. Os atletas geralmente acham que um ano ou dois de treinamento intenso deve
preceder ao uso de qualquer esteróide anabólico, na esperança de aproximar a relação entre a força
do músculo e os tendões a um equilíbrio mais razoável. Depois, outro ano de treinamento pesado é
recomendado antes do esforço máximo.
• DEGENERAÇÃO DO TECIDO MUSCULAR - muitos usuários de esteróides anabólicos
(especialmente a testosterona) que passaram a experimentar um número acima do normal,
começaram a especular que o aumento da suscetibilidade à lesão é devido ao uso prolongado de
testosterona. Foi sugerido que este aumento de suscetibilidade era por causa da diminuição da
viscosidade no músculo, embora não existam dados científicos disponíveis para comprovar esta
alegação. Seja qual for a causa para o aumento de propensão do rompimento do músculo, trata-se de
um fato irrefutável e que pode ser resultante ou não do uso de esteróides por um período prolongado.
Alguns estudos eletromiográficos indicam que os aumentos de volume produzidos por esteróides
resultam em tecido “anormal”. Pode ser que este tecido seja estruturalmente mais fraco.
• AUMENTO DA SUSCETIBILIDADE ÀS INFECÇÕES, PERDA DE PESO E FORÇA APÓS A
INTERRUPÇÃO DO USO DE ESTERÓIDES ANABÓLICOS - esta síndrome parece ser resultado do
que os cientistas chamam de “balanço nitrogenado negativo”. Após haver cessado o uso da droga, o
corpo ainda não voltou ao normal quanto à secreção de testosterona e gonadotropina, havendo uma
perda de nitrogênio maior do que o normal, especialmente se a pessoa insistir no treinamento pesado
durante este período. Com o balanço nitrogenado negativo, não ocorre a sintetização suficiente de
proteína para afetar a recuperação.
• ENRIJECIMENTO E SENSIBILIDADE NAS ARTICULAÇÕES - ao interromper o uso de
esteróides, geralmente ocorre o enrijecimento de alguma articulação acompanhado de fortes dores.
Não se conhece a causa para este problema, mas algumas pessoas acreditam que é devido ao
treinamento excessivo durante o período de balanço nitrogenado negativo (que pode durar até três
meses). A consequência mais séria da dor articular é a interrupção do treinamento. Alguns
levantadores experimentados recomendam a diminuição gradativa da dosagem, antes da interrupção
total, para combater a sensibilidade dolorosa das articulações.
• OUTROS EFEITOS COLATERAIS - muitos outros efeitos colaterais têm aparecido na
literatura assim como em entrevistas (casos clínicos). Embora a maioria seja rara ou ainda não
observada em atletas saudáveis, eles devem ser mencionados: hepatite (agulha infectada), cãibras,
câncer, cefaléias, náuseas e distúrbios gastrintestinais, tendência a sangramento nasal, sonolência,
sensação de bem-estar, interrupção da função da Tireoide, perda ou aumento de apetite, irritação
intestinal (sangue nas fezes), tontura, e, em alguns casos, redução da massa magra (possivelmente
devido à má alimentação durante a perda de peso para competição).

De todos os efeitos colaterais em potencial provenientes do uso de esteróides


anabólicos, dois importantes, do ponto de vista científico como na experiência prática,
parecem ser (1) o potencial dos esteróides em interromper a função cardiovascular,

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especialmente a longo prazo, e (2) os frequentes níveis agudos de agressividade
apresentados pelos usuários que abusam da droga. Parecem existir provas
conclusivas de que as lipoproteínas de alta densidade (HDL) apresentam diminuição
durante o uso de esteróides, um fator significativo no aumento de risco de problemas
nas coronárias.
Os fabricantes de esteróides anabólicos enumeram as seguintes
contraindicações: gravidez, nefrose renal, obstrução biliar, lesões hepáticas, câncer
na próstata ou mama. Os laboratórios recomendam extrema cautela para os
portadores de histórico nas coronárias ou doença cardíaca, diabéticos e problemas
renais ou hepáticos.
Considerando que apenas um “idiota” iria desprezar estes avisos e
contraindicações (sem contar os outros possíveis efeitos colaterais mencionados),
somente um “alarmista” ficaria perturbado com as infindáveis histórias macabras e
invenções fantásticas que existem por si a respeito dos “perigos mortais” causados
pelo uso de esteróides. A verdade parece ser (somente parece) que a curto prazo os
esteróides são relativamente seguros desde que sejam tomadas as precauções com
relação aos fatores enumerados entre os efeitos colaterais e pelos fabricantes,
através das bulas com avisos e contraindicações. Até mesmo dosagens
relativamente altas de esteróides por um período razoavelmente extenso não
apresentaram danos irreversíveis em atletas normais e saudáveis (com exceções
observadas nas mulheres). No estado atual da arte do uso do esteróide no esporte,
parece que após cuidadosa avaliação (feita pelo médico), o equilíbrio risco-benefício
tende, fortemente, a favor do uso do esteróide. Os efeitos a longo prazo do uso da
droga são desconhecidos e permanecem sob risco notório e calculado por parte do
usuário.
É certo que o modo com que os esteróides são usados (ou mau usados)
clandestinamente e com restrições talvez seja a razão mais poderosa para que os
efeitos colaterais tenham se apresentado como ameaças.
A discussão aberta e franca a respeito do uso de esteróides anabólicos é
considerada por muitos como a técnica de combate mais potente para erradicar os
perigos potenciais.
O primeiro conselho que posso dar neste artigo é procurar um médico de
confiança (é necessário que seja especializado em medicina desportiva), e se ele
estiver disposto a trabalhar com você num programa a base de esteróides,
APROVEITE a oportunidade, e divida sua experiência com o resto do mundo dos
esportes! Se for possível monitorar os possíveis efeitos colaterais, seria muito bom,
mesmo que o médico não prescreva o uso de esteróides.
VIII- EFEITOS BENÉFICOS PELO USO DE ESTERÓIDES ANABÓLICOS
Em casos terapêuticos, os esteróides anabólicos têm sido usados para
combater a anemia, terapia de reposição de hormônio em pacientes com nível abaixo
do normal, incapacidade de digerir adequadamente as proteínas, peso abaixo do
normal, estados de deficiência proteica associados a diversas infecções (gastrite,
colite, ou enterite). Também são usados para auxiliar na formulação da matriz óssea
em pacientes portadores de osteoporose. Em alguns casos os esteróides anabólicos
foram usados para combater certos efeitos tardios da terapia radioativa. Os médicos

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também os utilizam para aumentar o apetite, aumentar a predisposição psicológica e
para estimular a cicatrização (com administração antes e após a cirurgia). Em alguns
casos, os esteróides anabólicos foram administrados em adolescentes para estimular
o crescimento. Doses relativamente altas têm sido prescritas para mulheres
portadoras de câncer de mama (até 300 mg. por semana).
As doses terapêuticas variam de 2 mg por dia por algumas semanas até 2 mg
por quilo de peso corporal, por dias durante anos. Embora os médicos geralmente
considerem vários fatores para a determinação da dosagem adequada, a prática
ainda prevalece. Os efeitos colaterais provenientes do uso da droga são pesados em
comparação com a gravidade da doença e chega-se à decisão quanto à dosagem e
ao tempo (juntamente com a consideração de outros fatores).
Contudo, os atletas normais e saudáveis adaptaram o uso de esteróides
anabólicos em casos terapêuticos para facilitar a performance no esporte. Depois de
um quarto de século de experimentação, geralmente transmitidas em entrevistas,
alguns atletas aprenderam a melhor fórmula de dosagem e administração de modo a
maximizar sua performance correndo um mínimo de risco. Em alguns recantos do
mundo atlético o uso de esteróides anabólicos se tornou altamente sofisticado - uma
mistura de aplicação científica com muitos anos de auto experimentação (geralmente
beirando o abuso da droga) transmitiu a estes atletas um conhecimento da droga (no
sentido prático) que transcende muito o da maioria dos médicos. Mesmo assim, a
grande maioria dos atletas que usam esteróides anabólicos possuem muito pouco (se
é que têm) conhecimento sobre como proceder de modo a conseguir o máximo de
benefícios minimizando os riscos. A grande maioria dos atletas é culpada de mau uso
e/ou abuso por ignorância. Esta ignorância é compreensível já que existe muito
pouca informação a respeito e a maioria dos atletas “com experiência” “não quer
falar”! Todos estes atletas estão vendo o rastro na neve! Sabem que os esteróides
anabólicos funcionam, por isso usam.
Alguns dos motivos mais poderosos para o uso de esteróides anabólicos por
parte dos atletas são:
• AUMENTO DA FORÇA - os elementos contráteis da célula muscular (as miofibrilas)
aumentam de número através do treinamento intenso e regime alimentar adequado. Os esteróides
anabólicos, devido à sua função primária de estimular a síntese proteica, auxiliam neste setor já que os
elementos miofibrilares são compostos de proteína (actina e miosina). Uma certa quantidade de força
pode ser adquirida através da “ação histológica” resultante do aumento do fluído celular (sarcoplasma)
e edema em geral (retenção de água). Contudo, esta força é temporária, especialmente se for
necessária a perda de peso para participar da competição.
• AUMENTO DE VOLUME MUSCULAR - o crescimento miofibrilar e aumento do volume
sarcoplasmático (mencionado acima) são os principais fatores responsáveis pelo aumento do volume
muscular. Entretanto, prevalecem as mesmas condições prévias e para o máximo de aumento de
volume deve haver um treinamento intenso e alimentação adequada.
• REDUÇÃO DA GORDURA CORPORAL - embora a dieta e o treinamento pareçam ser os
principais fatores para a redução dos níveis da gordura corporal, também parece que alguma redução
de gordura acima e além do que seria esperado normalmente, quando do uso de esteróides
anabólicos. Especula-se que o aumento do quociente respiratório seja a causa para perda de gordura
mais rápida que o normal.
• REDUÇÃO DA DOR PROVENIENTE DE TENDINITES - como o uso dos esteróides
anabólicos era (e é) de fundo terapêutico, vários atletas relataram alívio da dor proveniente de
tendinites quando em uso da droga.

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• AUMENTO DO QUOCIENTE RESPIRATÓRIO (E RESISTÊNCIA) - existem evidências que
sugerem que a mitocôndria (organela existente nas células musculares responsáveis por várias
funções oxidativas dentre outras) aumenta em número. Como resultado, aumentaria a capacidade da
célula de utilizar o oxigênio durante o treinamento intenso e portanto aprimoraria a resistência. Uma
explicação mais provável, contudo, é o fato dos níveis de cortisol no sangue serem aumentado,
fornecendo maior resistência. O cortisol é um hormônio do stress produzido pela glândula suprarrenal.
• AUMENTO DA VASCULARIDADE - não está muito claro o que causa isto, mas acontece.
Acredita-se que o aumento da pressão arterial que geralmente acompanha o uso de esteróides seja a
causa principal. A vascularidade é um dos atributos mais observados em fisiculturistas de alto nível.
• ACELERAÇÃO DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO PÓS TREINO OU LESÃO - o fato dos
esteróides anabólicos estimularem a síntese e/ou retardarem a eliminação de nitrogênio explica porque
são observadas melhorias no tempo de recuperação após lesão ou cirurgia, e especialmente após um
treino intenso. Isto, é claro, está relacionado à menor perda durante o treino.
• AUMENTO DA CAPACIDADE DE EXECUÇÃO DE REPS/SETS MAIS INTENSAS - algumas
pessoas acreditam que este aumento de capacidade provém da ressíntese da Fosfocreatina (CP), um
importante substrato de energia imediata para o músculo. Sem a CP suficiente, o músculo entra
rapidamente em fadiga (as concentrações de ácido lático tornam-se intoleráveis). Existem dados
científicos substanciais que sustentam esta afirmativa, e parece que a síntese de CP é um benefício
colateral da alquelação (oral) de moléculas de esteróides. Contudo, o aumento dos níveis de cortisol
no sangue provavelmente é mais responsável pelo aumento da resistência do levantador do que a
teoria do CP.
• AUMENTO DA AGRESSIVIDADE - o aumento da agressividade/hostilidade foi apresentado
como um dos efeitos colaterais, mas muitos atletas (especialmente os levantadores) consideram como
sendo um efeito benéfico. Acredita-se que o aumento da agressividade faça com que um indivíduo
treine mais intenso colocando maior grau de esforço em cargas elevadas. Muito embora isto possa ser
verdadeiro para algumas pessoas, a experiência afirma que o desejo de vencer e superar é uma
motivação muito mais poderosa do que as drogas farmacológicas.

Deve ser salientado que, enquanto a prova empírica é geralmente um forte


suporte para muitos desses efeitos (ditos “benéficos”) provenientes do uso de
esteróides, existe muito pouca literatura científica a respeito. O uso desses
esteróides, portanto, deve ser classificado como cientificamente inexato devido à
dispersão dos dados objetivamente verdadeiros que dariam suporte à lista de efeitos
benéficos.
Portanto, os métodos de uso, dosagens e exatamente quais os esteróides que
devem ser tomados, são fatores que devem ser decididos, em estilo de “adivinhação”.
É verdade que a grande maioria dos atletas que usam esteróides são forçados a
adivinhar. Eles simplesmente não possuem qualquer fonte de informação
compreensível para guiá-los. A parte final deste artigo aponta alguns dos fatores
importantes a serem considerados na escolha da dosagem, método de
administração, ciclos e tipos de esteróides. Esta informação é apresentada visando
educar os usuários de esteróides e usuários em potencial quanto aos métodos de
minimizarem os perigos e maximizarem os efeitos benéficos pelo uso da droga. A
informação não pretende ser, em hipótese alguma, um selo de aprovação dos
métodos e considerações mencionados. Muito pouco se sabe até agora para justificar
a ousadia de afirmar categoricamente que “este” é o melhor método, ou que não
existem perigos. Contudo, antes de progredir à seção final, são necessárias algumas
informações realistas sobre os testes sanguíneos.
IX- RESULTADOS DOS TESTES SANGUÍNEOS - COMO INTERPRETÁ-LOS
A tabela abaixo lista vários componentes sanguíneos (soro), os quais estão
geralmente incluídos num teste sanguíneo antecedente à administração ou terapia

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com esteróides. Os limites “normais” para um dos componentes estão listados, mas
muito pouca informação está disponível que possa indicar que alguns destes possam
ser classificados como normais para atletas engajados em treinamentos intensos de
musculação. O stress extremo (como é imposto pela musculação) bem como a
hipertrofia muscular tendem a elevar alguns destes valores além dos “limites
normais”, contudo, estas são aplicados aos atletas, já que estes valores alterados
ainda não foram estabelecidos por algum estudo científico. Em particular, estão
normalmente elevados os níveis de LDH e TGO entre atletas submetidos a intenso
treinamento. Não é incomum ter-se leituras entre 10-20% mais altas do que o
“normal” destas duas enzimas séricas, as leituras mais altas devem-se ao stress
metabólico, não ao uso de esteróides.
Portanto, vamos verificar cada um desses importantes componentes do
sangue de maneira mais sistemática. Tentarei explicar o significado de cada um dos
itens de interesse para os atletas, tanto durante o uso de esteróides bem como fora
do uso. Desta forma, espero, que se comece a perceber a utilidade da monitoração
sanguínea a fim de minimizar os perigos do uso dos esteróides.
LIMITES CLINICAMENTE NORMAIS DE SORO, SANGUE TOTAL OU COMPONENTES PLASMÁTICOS*
ITEM LIMITES NORMAIS
CÁLCIO 8,5 - 10,5 mg/dl
FOSFATOS INORGÂNICOS 2,5 - 4,5 mg/dl
GLICOSE (Em jejum) 70 -110 mg/dl
NUS (nitrogênio uréico no sangue) 10 - 26 mg/dl
ÁCIDO ÚRICO 2,1 - 7,8 mg/dl (homens)
2,0 - 6,4 mg/dl (mulheres)
COLESTEROL 150 - 300 mg/dl
PROTEÍNAS TOTAIS 6,0 - 7,8 gm/dl
BILIRRUBINA 0,1 - 1,2 mg/dl
TRIGLICÉRIDEOS 10 - 190 mg/dl
CPK (creatina fosfoquinase) 55 - 170 U/L (homens)
30 - 135 U/L (mulheres)
FOSFATASE ALCALINA 30 -85 mU/dl
DHL (desidrogenase lática) 100 - 225 mU/dl
TGO (transaminase glutâmico-oxaloacético ) 8 -33 U/ml
TGP (transaminase glutâmico-pirúvico ) 1 -36 U/ml
TESTOSTERONA 246 - 1328 mg/dl (homens)
30 - 120 mg/dl (mulheres)
SÓDIO 136 - 142 mEq/L
POTÁSSIO 3,8 - 5,0 mEq/L
* Dependendo da fonte para os limites normais, os valores podem flutuar poucos pontos percentuais, indicando a
imprecisão de se estimar a “normalidade”.

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CÁLCIO
Embora os aumentos e diminuições do cálcio no plasma possam ser devidos a
vários fatores diferentes, de importância para os atletas é o fato que o frequente uso
de diuréticos (tal como o Lasix) pode causar um decréscimo do cálcio. Concentrações
anormalmente altas de cálcio podem ser causadas pela ingestão de altas doses de
vitamina D. O uso esteróides anabólicos parece não ser um fator de alteração.

FOSFATOS INORGÂNICOS
Já que o fósforo e o cálcio são “parceiros de trabalho” na maioria das funções
metabólicas; elevações ou reduções dos níveis de um deles pode causar uma
mudança proporcional nos níveis do outro. Nota-se que em atletas de musculação a
elevação dos níveis de fósforo sanguíneo pode estar associada ao hipertireoidismo e
a uma elevada secreção do hormônio do crescimento. Os esteróides anabólicos
não parecem ter relação.

GLICOSE
Usuário de esteróides anabólicos devem estar atentos que tais drogas podem
comumente alterar significativamente o nível de tolerância da glicose sanguínea.
Níveis de glicose sanguínea de normal a extremamente altos podem ser um sinal de
uma diabetes ou de um estado pré-diabético. Do mesmo modo, baixos níveis de
glicose sanguínea (hipoglicemia) pode denotar doença hepática (raro).

NUS
A uréia é um subproduto do catabolismo proteico no fígado, a qual é excretada
pela urina. Um alto nível de NUS pode denotar uma insuficiência renal. Como
importância para os atletas é que uma ingestão anormalmente alta de proteínas pode
causar uma elevação de leve a moderada nos níveis da NUS, bem como um
excessivo catabolismo proteico.

ÁCIDO ÚRICO
Elevações nos níveis de ácido úrico pode apontar para uma gota, insuficiência
renal, ou insuficiência cardíaca congestiva. Para atletas, talvez a mais importante
consideração é que a hiperuricemia pode ser o resultado de jejuns (dietas de fome)
ou do uso de diuréticos. Os esteróides anabólicos parecem não alterar os níveis de
ácido úrico.

COLESTEROL
Quando não associado à elevação dos níveis de bilirrubina e fosfatos
alcalinos, a hipercolesterolemia pode indicar doença hepática. Os esteróides
anabólicos podem geralmente causar elevações do colesterol enquanto provocam um
decréscimo das lipoproteínas de alta densidade. Isto por sua vez aumenta o risco da
aterosclerose.

PROTEÍNAS TOTAIS
Através de um processo de descargas elétricas sobre a solução sérica
(eletroforese), as proteínas sanguíneas tendem a decantar, desta forma tornando
possível determinar taxas precisas. A proporção normal de albumina para a globulina
é de 3,2 - 4,5 mg/dl e 2,3 - 3,5 mg/dl respectivamente. Uma globulina elevada e uma

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albumina reduzida (isto é, uma proporção invertida entre estas) pode sugerir um dano
hepático crônico.

BILIRRUBINA
Enquanto um nível normal de bilirrubina total não significa uma imparidade das
funções excretórias do fígado, níveis elevados de bilirrubina total podem ser (e
geralmente são) indicativos de icterícia obstrutiva. A bilirrubina é um subproduto do
metabolismo das hemoglobinas, e é excretada pelo fígado.

TRIGLICERÍDEOS
Como o colesterol, os triglicerídeos podem ser relacionados com a doença
arterial coronariana. A eletroforese é usada para distinguir as diferentes
classificações da hiperlipidemia. Colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios são
classificados como lipídeos e quando circulam no sangue associam-se às proteínas
sob a forma de lipoproteínas. A salientar estão o tipo 2 no qual existe um nível
elevado de colesterol e normal ou moderadamente elevado de triglicerídeos, e o tipo
4 no qual o colesterol está normal e os triglicerídeos estão elevados. Estes tipos
podem indicar uma doença coronariana.

CPK
Existem várias causas para a elevação da creatina fosfoquinase (CPK)
incluindo: injeções intramusculares, exercícios vigorosos, doença no
musculoesquelético, infarto do miocárdio e isquemia cerebral, e hipertrofia muscular.
Parece ser normal que em atletas de treinamento com pesos terem valores
significativamente mais elevados de CPK, embora, na presença de outros sintomas
ou leituras sanguíneas, tais elevações devem ser checadas.

FOSFATASE ALCALINA
Quando existir uma leitura extremamente elevada de fosfatase alcalina, junto
com testes de elevada função renal, geralmente suspeita-se de doença renal. Caso a
leitura de fosfatase alcalina está alta sem uma elevação da função renal, pode haver
suspeita de doença óssea. Esteróides anabólicos têm aparecido como redutores dos
fosfatase alcalina, mesmo após a interrupção da droga.

DHL
A desidrogenase lática é uma enzima envolvida na oxidação dos ácidos lático
e pirúvico. Portanto, é encontrada em muito tecidos do corpo, especialmente na
musculatura esquelética. Praticamente qualquer lesão nos tecidos provoca elevação
nas leituras da DHL. A fonte exata da elevação da leitura pode ser detectada através
da eletroforese. Como muitas doenças podem estar associadas às elevações da
DHL, devem ser feitos testes adicionais (particularmente os relacionados com
distúrbios no fígado e no coração).

TGO
A transaminase glutâmico-oxaloacético é uma enzima que catalisa a
conversão dos aminoácidos em certos ácidos, e vice-versa. É encontrada no coração,
fígado, musculatura esquelética, rins e ossos. Danos às células causam leituras
elevadas da TGO, e o sítio exato de dano pode normalmente ser determinado através

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de outros testes com leituras elevadas. Não é incomum níveis elevados de TGO entre
atletas em treinamento intenso já que a musculatura esquelética é submetida a
consideráveis traumas (distensões, contraturas, etc.). Normalmente as leituras
atingem seu pico em torno de 36 horas após a lesão e retornam ao normal em
aproximadamente seis dias. Traumas repetidos dia após dia tendem a manter os
níveis de TGO elevados.

TGP
A transaminase glutêmica-pirúvica sérica (SGPT) é liberada após danos às
células hepáticas. Na ausência de lesões cardíacas ou musculares, níveis
extremamente elevados de SGOT e SGPT são geralmente indicativos de danos
hepatocelulares (os esteróides anabólicos podem causar tal dano). Geralmente,
níveis elevados de fosfatos alcalinos, colesterol e bilirrubina acompanham tal dano
hepático.

TESTOSTERONA
Os esteróides anabólicos são similares sintéticos da testosterona, assim sendo
inibem a secreção desta. Não é incomum à testosterona descer à niveis bem abaixo
do normal durante o uso da droga (tanto para homens quanto para mulheres). Este
efeito é quase sempre reversível após a interrupção do uso da droga.

SÓDIO E POTÁSSIO
Os eletrólitos geralmente podem flutuar no corpo dependendo de vários fatores
(ambiente, várias drogas que estejam sendo usadas, certas doenças infecciosas,
etc.) De importância para atletas é o fato de que o uso de esteróides bem como o
calor extremo (sudorese) pode causar um desequilíbrio de moderado a elevado dos
eletrólitos. O uso de diuréticos também causa perda de eletrólitos do mesmo modo
que drogas anti-inflamatória (exemplo: Butazolidina). Já que os eletrólitos têm seu
papel principal na função muscular, a perda de força não é incomum sob o uso de
anti-inflamatórios e diuréticos.

Insisto veementemente para que cada fisiculturista que esteja usando, ou


planejando usar, esteróides anabólicos ou outras drogas, a fazer um exame de
sangue completo e buscar por um competente médico especialista em medicina
desportiva para o assistir na interpretação dos resultados. A lista citada anteriormente
é apenas de caráter informacional para os usuários e usuários em potencial de
alguns dos perigos e armadilhas na interpretação dos testes sanguíneos - várias das
leituras estão relacionadas de maneiras muito complexas.
Além disso, já que vários dos constituintes do sangue podem variar
consideravelmente de dia para dia (dependendo da droga, dosagem, e outros
fatores), é importante refazer os testes diversas vezes, particularmente durante um
ciclo pesado do uso da droga como no caso do período pré-competitivo. Os efeitos da
maioria do esteróides estão relacionados com o tempo de uso e a dosagem e podem
provocar inúmeras flutuações em várias das leituras em curtos espaços de tempo.
Isto, é claro, significa dinheiro. Da mesma forma que comprar drogas, e as dosagens
relacionadas com o abuso dessas.

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Contudo, para não parecer um alarmista, é importante observar que a
interrupção do uso da droga irá causar uma volta imediata aos níveis “normais” em
poucas semanas após a interrupção (geralmente variando de 2 a 6 semanas). Além
do mais, existe evidências científicas que as taxas do sangue não se elevam
significativamente (e mesmo que ocorra, rapidamente retornam ao normal) durante
um programa de doses descendentes intermitentes de esteróides anabólicos
injetáveis. Mais será dito a respeito sobre esquemas de dosagens na próxima parte
deste manual. O ponto é, como tem sido visto através desta parte do manual, o uso
apropriado dos esteróides pode certamente reduzir os riscos - somente um tolo não
daria ouvidos ao que a ciência e a experiência têm a oferecer.
X- O QUE A PESQUISA MOSTRA
Existem pesquisas substanciais sobre certos aspectos do uso de esteróides. É
importante que os usuários e usuários em potencial prestem atenção a este
conhecimento que visa maximizar os benefícios e minimizar os riscos, os quais
podem ser ditos em apenas um parágrafo.
Para minimizar os riscos e ainda maximizar os benefícios do uso dos
esteróides anabólicos no treinamento, utilize um programa intermitente de dosagens
descendentes de esteróides injetáveis. Os de administração oral devem ser usados
com intervalos pois são mais tóxicos ao fígado e manifestam mais severamente os
efeitos colaterais (a maioria é 17-alfa-alquelado). Os orais devem ser reservados para
os períodos pré-competitivos caso o componente androgênico seja elevado, e
esparsamente durante o treinamento de off-season caso o componente anabólico
seja alto e o androgênico baixo. Em ambos os casos o IAPE (índice de atividade da
proteína esteróide) deve ser alto. Quando os efeitos colaterais começarem a se
manifestar em qualquer nível de intolerância, interrompa o uso da droga. Monitorize
as leituras sanguíneas sempre que possível, particularmente durante as primeiras 3-4
semanas de uso dos esteróides. Consulte sempre um médico desportivo a fim de
monitorar seu sangue e condição geral de saúde antes e durante o uso de esteróides.
Em todos os casos, o uso de esteróides deve ser acompanhado de uma alimentação
adequada e treinamento em musculação.
É isso aí, amigos - tudo mastigado e condensado! Agora não existem mais
razões para abusar de esteróides, certo? Embora faça esta pergunta mordendo a
língua, estas diretrizes irão provavelmente minimizar os riscos de abuso da droga.
Contudo, apesar de vários fisiculturistas estarem avisados, as doses maiores, do que
as do limite de segurança, de esteróides orais parecem funcionar um pouco melhor
do que as “seguras” discutidas no método anterior. É deplorável que adeptos de tal
abuso da droga acreditem que um pouco a mais de força e volume muscular ganhos
através do abuso da droga compense o risco. Se eles tomassem um posicionamento
científico a respeito disto, saberiam que com o tempo que a diferença desaparecerá.
Não é uma questão de anos, mas sim de poucos meses antes que o método
relativamente seguro descrito permita a alguém alcançar todo o volume e força
muscular desejados. E, a experiência mostra que ganhos obtidos ao longo do tempo
são relativamente mais duradouros (possivelmente porque o corpo vai se
acostumando aos aumentos bem como as mudanças no estilo de vida do indivíduo
vai se modificando de modo a se adaptar com mais eficácia) do que os ganhos

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obtidos através de um método de maior risco de ingestão de altas doses de
esteróides orais e sofrer dos efeitos colaterais.
XI- DIETA E NUTRIÇÃO
Durante os períodos onde deseja-se ganhos de peso, sua ingestão calórica
deve ser acrescida em 500 calorias sobre o valor de consumo energético diário, e a
principal fonte destas calorias extras deve ser a partir de proteínas de alto valor
biológico (as que possuem todos os aminoácidos essenciais). Cada refeição deve
consistir de uma variedade de fontes essenciais de nutrientes (isto é, dos quatro
grupos básicos - farinhas integrais e cereais, vegetais e frutas, carnes e ovos, e
laticínios). Aconselha-se suplementar sua dieta caso ela esteja deficiente de alguns
nutrientes. Na verdade, provavelmente será necessário a ingestão de um bom
suplemento vitamínico/mineral/enzimático, visto que os alimentos que serão
consumidos provavelmente não conterão o suficiente para maximizar seus ganhos
durante o uso de esteróides. É também aconselhável que se coma pelo menos de 4 a
5 refeições ao dia, num total de calorias superior em 500 calorias às consumidas ao
longo do dia. Quinhentas calorias é a melhor estimativa já que a biossíntese
muscular, apesar de acelerada pelo esteróide, não pode progredir indefinidamente
antes que uma certa quantidade de gordura comece a se instalar em volta da cintura.
Ingerindo um pouco mais de calorias proteicas do que o necessário, junto com o
treinamento pesado, assegurará o desenvolvimento da musculatura ao invés da
gordura. Em torno de 450 gramas por semana é o que a maioria dos atletas podem
esperar de ganho em massa muscular nas primeiras semanas do ciclo de esteróides.
Contudo, uma vez cessado o uso de esteróides, a ingestão calórica deve ser
reduzida a níveis de manutenção.
Nos casos onde não se deseja ganho de peso, ingerir o total calórico que se
está consumindo, assegurará uma redução do percentual de gordura (desde que se
esteja fazendo musculação).
Atletas cujos percentuais de gordura corporal já estejam baixos (isto é, abaixo
de 5 ou 6 %) e que ainda insistam em usar esteróides devem estar atentos para o
único lugar que resta para subir o peso corporal. Pequeno aumento da força pode ser
alcançado caso você mantenha seu peso corporal e o uso de esteróides quando seu
percentual de gordura corporal já esteja baixo. Geralmente um ciclo descendente
(como mencionado anteriormente) de dosagem bem baixa é suficiente para manter a
força e o volume muscular após ter obtido o tamanho e percentual de gordura
desejados.
XII- MÉTODOS DE UTILIZAÇÃO DE ESTERÓIDES ANABÓLICOS
Algo da nomenclatura que se tornou comum entre os fisiculturistas usuários de
esteróides inclui termos como acumulação (ou escada), combinação, e
ajustamento. Outros termos ou frases são ciclo, programa de doses
decrescentes, programa de doses crescentes, estabilizando, salto do esteróide,
diminuição, e tiro-ao-alvo. Estes termos apareceram essencialmente através da
experiência prática ao invés de um texto científico. Existem muitos exemplos de
pesquisa científica sustentando as observações dos atletas, mas muito pouca
pesquisa provou estarem corretas. Particularmente acredito que nos casos em que
um grande número de esteróides relataram o mesmo fenômeno, pelo menos um voto
de crédito deve ser dado, independente da falta de suporte científico. Novamente,

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20
chamo a atenção do leitor para a analogia feita no início deste manual a respeito do
“rastro na neve”. Mas vamos dar uma olhada nestes conceitos que surgiram como a
geração de atletas em todo mundo que fazem uso de esteróides, e que fornecem
alguma informação a respeito.

ACUMULAÇÃO (STACKING)
Refere-se à prática de usar mais de um tipo de esteróide anabólico ao mesmo
tempo. Muitos usuários de esteróides anabólicos há algum tempo acreditam que com
isso podem conseguir um efeito “sinergístico”. Sinergia significa que a ação desejada
da droga é auxiliada por outra - uma espécie de “ajudante”. Inúmeras drogas (não
apenas os esteróides) apresentam este tipo de sinergismo quando combinadas com
outras substâncias. Parece não existir nenhum método “bom” de acumulação,
possivelmente porque as pessoas respondem de modo diferente às várias
combinações de esteróides, tanto do ponto de vista dos efeitos desejados como da
ativação dos efeitos colaterais não desejados. Na verdade, o que parece estar
funcionando melhor no seu caso pode mudar de um dia para o outro devido à
“estabilização” de uma ou das duas drogas. Geralmente estes usuários com
experiência acham que a melhor maneira de começar a descobrir quais as melhores
drogas para serem acumuladas é usando um oral e um injetável. Mas este método
não se encaixa no esquema de aprimoramento da relação risco/benefício.

ESTABILIZAÇÃO (PLATEAUING)
Quando o esteróide parece não fornecer mais os efeitos desejados de ganho
de força e volume muscular, pode-se dizer que com segurança que o esteróide não
está mais funcionando ao máximo. Acredita-se que este tipo de estabilização no
progresso é causado pelos sítios receptores de esteróides (mencionados
anteriormente neste manual) terem se fechado. Contudo, o primeiro ponto de partida
deverá ser a verificação do programa de treinamento e dieta. O aumento da
sobrecarga (se estiver baixa) ou a diminuição (se estiver exagerada), ou limitação da
ingestão de calorias pode por vezes ser o responsável por tal estabilização, da
mesma forma que insuficiência de nutrientes em geral (exemplo: vitaminas ou
proteínas). Se o problema for de fato o fechamento do sítio receptor, então nenhuma
quantidade de aumento de esteróide deverá funcionar para superar a estabilização.
Contudo, se for seguido um programa cíclico de uso do esteróide anabólico, a
estabilização jamais deverá ser um problema - não se estará usando a mesma droga
tempo para isso aconteça. Mais a este respeito a seguir, quando for delineado um
modelo de programa de uso da droga que consiga minimizar os riscos e maximizar os
benefícios.

AJUSTAMENTO (STAGGERING)
Para evitar a estabilização de uma droga, ou evitar a estabilização de duas
(acumuladas), os usuários de longa data geralmente optam por largarem esta(s)
droga(s) e usar outra(s). Acredita-se que isto permitirá o sistema continuar o trabalho
que foi interrompido pela droga que estabilizou. Esta prática funciona para algumas
pessoas, mas para outras não. Pode acontecer que o usuário, tendo atingido a
estabilização, redobre os esforços, modifique os treinos, ou mesmo passe a comer
mais (visto que algumas drogas diminuem o apetite e a troca de droga pode retomar
o apetite e desta forma permitir um novo aprimoramento da força e/ou do volume

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21
muscular). De qualquer forma, não parece provável que uma droga utilize sítios
receptores diferentes da outra, portanto a teoria do fechamento dos sítios receptores
parece não vingar. Não se conhece ainda qual(is) o(s) mecanismo(s) que agem no
ajustamento das drogas e impulsiona(m) o atleta através da estabilização, se é que
isto realmente acontece.

DIMINUIÇÃO (TAPERING)
A pesquisa mostra claramente que a interrupção abrupta do uso do esteróide
não é o melhor (mais seguro) método de se induzir o sistema a voltar ao normal. É
melhor reduzir lentamente a dosagem por um período de 4-6 semanas (quanto mais
longo o ciclo, mais longo será o período de diminuição efetiva). Contudo, mais uma
vez, parece existir uma alternativa mais segura. Para começar, inserir a diminuição da
dosagem no ciclo. Mais adiante voltaremos a abordar o ciclo.

TIRO-AO-ALVO (SHOTGUNNING)
Tomar drogas na esperança de que a falha de uma será suprida por outra, tem
sido um método bem popular de uso (ou abuso) dos esteróides no passado. Não
existe nenhuma explicação racional que justifique esta maneira de proceder, seja na
literatura científica ou na prática. Simplesmente não funciona desta forma. Embora
existam diferenças óbvias nos esteróides anabólicos, os aspectos nos quais os
atletas estão interessados (especialmente na retenção de nitrogênio para o
crescimento muscular) funcionam basicamente da mesma maneira. Os sítios
receptores são os mesmos, o ARN e o ADN são os mesmos, e as proteínas que
produzem os ribossomos são as mesmas. Ou é o que parece, pelo menos até agora.
XIII- OUTRAS DROGAS USADAS PELOS ATLETAS
Na procura do primeiro lugar - a vantagem sobre o adversário - muitos atletas
optaram por afundarem-se num saco de surpresas de produtos farmacêuticos.
Provavelmente, os usuários mais comuns dessas outras drogas sejam os
fisiculturistas, embora também existam levantadores e atletas de outras modalidades.
As tabelas a seguir enumeram muitos desses ergogênicos, classificando-os em duas
categorias: (1) auxiliares ergogênicos orais e injetáveis e, (2) outras substâncias e
métodos (não orais e não-injetáveis). Como este manual trata basicamente de
esteróides anabólicos e não de ergogênicos em geral, estas tabelas serão o
suficiente por enquanto.

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AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA DE ERGOGÊNICOS NÃO-ORAIS E NÃO-INJETÁVEIS
(SUBSTÂNCIAS E PRÁTICAS)

TREINAMENTO PRÉ-
APRIMORAMENTO DA COMPETIÇÃO. AUMENTO NA
ERGOGÊNICOS PERFORMANCE DURANTE A RECUPERAÇÃO OU NA
COMPETIÇÃO TERAPIA
SIM NÃO DUVIDOSO SIM NÃO DUVIDOSO
Acupuntura FR V --- FVR --- ---
Bálsamos analgésicos --- V FR --- --- FVR
Frio (úmido e seco) --- V FR FVR --- ---
Dióxido de carbono --- FVR --- --- FVR ---
Condicionamento disinibitório FR --- V FVR --- ---
DSMO --- --- FVR FVR --- ---
Eletroestímulo --- FVR ---- FVR --- ---
Calor (infravermelho, úmido e --- --- FVR FVR --- ---
seco)
Hipnose F --- VR FVR --- FVR
Manipulação quiroprática ou FR --- V FVR --- ---
naturoprática
Massagem ou vibração --- --- FVR --- --- FVR
Música -- FVR --- FVR --- ---
Cinema --- FVR --- FVR --- ---
Meditação FVR --- --- FVR --- ---
Barulho (alto ou explosivo) FR V --- FR --- V
Disinibição Pavloviana FR --- V FVR --- ---
Oxigênio R V F R --- FV
Eletroestímulo nervoso --- FVR --- FVR --- ---
transcutâneo
Luz ultravioleta --- FVR --- FVR --- ---
Ultra-som --- FVR --- FVR --- ---
F = força / R = resistência / V = volume muscular ou fisiculturismo.
Nota: Algumas das práticas ergogênicas aqui enumeradas podem funcionar ou serem benéficas apenas quando
em combinação de certas condições prévias ou concomitantes. Além do mais, algumas práticas podem ser
perigosas e devem ser administradas somente sob supervisão especializada.

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EFICÁCIA DE SUBSTÂNCIAS ORAIS E INJETÁVEIS UTILIZADOS
TREINAMENTO PRÉ-
APRIMORAMENTO DA COMPETIÇÃO. AUMENTO NA
ERGOGÊNICO PERFORMANCE DURANTE A RECUPERAÇÃO OU NA
(em ordem alfabética) COMPETIÇÃO TERAPIA
SIM NÃO DUVIDOSO SIM NÃO DUVIDOSO
Adrenalina (epinefrina) FR --- V --- --- FVR
Alcales --- FV R --- FVR FVR
(+) Álcool --- RV F --- FVR ---
Anti-inflamatórios (Butazolidina) FVR --- --- FVR --- ---
Aminoácidos (além da quota --- FVR --- --- --- FVR
diária)
(+) Esteróides anab.(dianabol, --- FVR --- FVR --- ---
etc)
Antiestrogênios (novadex, --- FVR ---- --- --- FVR
clomid, teslac)
Asparatos --- FV R --- FVR ---
B-12 - injetável --- --- FVR --- --- FVR
Barbitúricos --- FVR --- --- FVR ---
’Doping’ no sangue --- F RV --- FVR ---
Beta-bloqueador -- FV R --- FV R
Cânfora --- FVR --- --- FVR ---
(+) Cafeína FR V --- --- --- FVR
(+)Estimuladores do SNC R --- FV --- --- FVR
(estricnina)
Digitálicos --- FV R --- FVR ---
(++) Diuréticos V R F --- FVR ---
Éter FVR --- --- FVR --- ---
(++) Eletrólitos FVR --- --- FVR --- ---
Reserva de glicogênio R V F --- FVR ---
Gelatina --- FVR --- --- --- FVR
Glicina --- --- FVR --- --- FVR
Gonadotropina coriônica humana --- FVR --- --- --- FVR
Lecitina --- FVR --- --- FVR ---
Extratos hepáticos --- FVR --- --- FVR ---
Levidopa (sinemet) --- FVR --- --- --- FVR
Maconha --- --- FVR --- FVR ---
Vitaminas e minerais --- FVR --- FVR --- ---
(suplementos)
Nicotina --- V FR --- FVR ---
Nitroglicerina --- FV R --- FVR ---
(+) Analgésicos narcóticos R FV --- R FV ---
(morfina)
(+) Estimuladores psicomotores FR V --- --- FVR ---
(anfetaminas)
Fosfatos --- FVR --- --- FVR ---
Analgésicos FVR --- --- FVR --- ----
Periatin (anti-histamínico) --- FVR --- --- R FV
Sulfa derivados --- FVR --- --- FVR ---
Hormônio somatotrófico --- FVR --- --- FVR ---
(somatropina)
Açúcar --- FVR --- --- FVR ---
(+)Aminas simpatomiméticas R V F --- FVR ---
(efedrina)
Germe de trigo --- FVR --- --- FVR ---
(++) Wydase V FR --- --- R FV
Levedura --- FVR --- --- FVR ---
F = força / R = resistência / V = volume muscular ou fisiculturismo.
+ = drogas proibidas pelo COI em competições internacionais (ou por organizações desportivas que também
proibiram estas drogas); a cafeína e o álcool foram proibidos com discrição em certos esportes do COI.

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++ = os diuréticos são utilizados com frequência para eliminar o peso nas competições de boxe, levantamento de
peso e luta. Os fisiculturistas usam os diuréticos e outras drogas para “modelar” ou conseguir maior definição nas
competições. É necessária a reposição de eletrólitos.
Nota: Algumas das eficácias acima dependem da combinação de certas condições prévias ou concomitantes. Por
exemplo, certos ergogênicos não funcionam a não ser um conjunto com o treinamento intensivo ou alimentação
adequada. Além do mais, algumas drogas sob supervisão enquanto outras jamais devem ser usadas devido ao
grande perigo.
Algumas drogas usadas juntamente com os esteróides com os esteróides
devem receber menção neste texto.

PERIATIN (ANTI-HISTAMÍNICO)
É frequentemente usado junto com os esteróides anabólicos para aumentar o
apetite. Muitos esteróides possuem ação inibitória do apetite, e seriam relativamente
inúteis sem uma maneira de aumentar a ingestão de calorias. O Periatin provoca
sonolência, especialmente nos primeiros 4 - 5 dias de uso, mas este efeito
geralmente diminui e o apetite torna-se nada menos que voraz. Evite esta droga, pois
é conhecida por ter resultado em graves condições como asma e glaucoma.

SINEMET
É uma droga anti-parkinsoniana que é utilizada por alguns atletas na tentativa
de aumentar a quantidade de hormônio do crescimento secretado pelo organismo.
Provoca vômitos e náusea, mas provavelmente poucos (se existiram) resultados
desejados forma obtidos.

GONADOTROPINA CORIÔNICA HUMANA


É uma droga usada com frequência para que os testículos dos usuários de
esteróides comecem a produzir testosterona novamente após o ciclo do anabólico.
Funciona, mas deve ser usado próximo ao final do período de diminuição e por não
mais que três semanas. As doses podem variar até no máximo 2cc por dia por um
curto período de tempo - um período maior fará a glândula pituitária interromper a
produção de gonadotropina. Esta droga é usada em algumas “fazendas de
gordura” pois acredita-se que ajude na mobilização dos depósitos de gordura. Não
existe prova científica deste fato e acredito que também não exista qualquer prova
empírica.

CLOMID
Da mesma forma que gonadotropina coriônica, é usada para estimular a
produção de testosterona, uma vez iniciada a diminuição do esteróide. Contudo, sua
ação se faz na pituitária (que estimula a liberação da gonadotropina) e não
diretamente nos testículos. Também funciona, mas não é eficaz quanto a
gonadotropina, e seu ciclo é o mesmo, de 2-3 semanas.

SOMATROPINA (HORMÔNIO DO CRESCIMENTO SOMATOTRÓPICO)


Tem se tornado o “supra sumo” do ganho de força e volume muscular no
mundo livre. É extraída das glândulas pituitárias de cadáveres e carcaças de
macacos, e faz todos os tecidos do corpo aumentarem. Os principais efeitos
colaterais são a acromegalia e a diabetes, mas com prescrição clínica a droga tais
efeitos são mínimos (ex. utilização por seis semanas e não mais de 1cc a cada dois
dias). A somatropina é um potente mobilizador de gordura, aumentando a espessura
dos ligamentos e tendões e reduzindo assim o risco de lesões, e provoca um

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25
crescimento substancial da força e do volume muscular. Seu melhor uso é associado
aos esteróides anabólicos e a uma dieta rica em calorias e proteínas. Devido aos
efeitos colaterais e casos de morte registrados pelo uso dessa droga derivada de
cadáveres, criou-se o hormônio do crescimento sintético sem os efeitos colaterais
nocivos e sem risco de rejeição. Os levantadores de peso e fisiculturistas acreditam
que páginas da história serão reescritas com o uso dessa droga. Outros países do
mundo já desenvolveram ou estão desenvolvendo diversos hormônios do
crescimento. Contudo, antes de recomendar o uso dessa droga, sob qualquer
circunstância, é necessário que haja mais pesquisas práticas, que já estão sendo
feitas sob a direção do Dr. Robert B. Kerr, da Califórnia.

EXOBOLINA
É uma droga alemã que já foi constada ser eficaz em facilitar a síntese
proteica. Como não se trata de um esteróide (está quimicamente relacionada com a
vitamina B12) não é detectável nos testes anti-esteróides (nem é ilegal numa
competição internacional). Existem pequenas quantidades desta droga disponível nos
USA, e promessas de aumento. É relativamente segura e causa poucos ou nenhum
efeito colateral.

WYDASE
É usado clinicamente como agente “difusor” para outras drogas e quase
exclusivamente pelos fisiculturistas que acreditam interferir na redução (temporária)
da gordura subcutânea. Presume-se que este seja seu efeito através da mobilização
do líquido nas células adiposas, mas voltam ao normal nu curto espaço de tempo.
Outra droga similar ao Wydase (usada pelos fisiculturistas) é a Thiomucase.
Alega-se também que provoque a redução nos depósitos de gordura subcutânea
permitindo um visual “mais modelado” e rígido. Tanto a Wydase como a Thiomucase
são tipicamente usadas antes da competição (nas últimas duas semanas) e é
injetada subcutaneamente em vários pontos do corpo dependendo da localização dos
depósitos de gordura. Efeitos colaterais parecem ser mínimos ou inexistentes,
embora, não se tenha conhecimento de testes científicos para confirmação.
Existem virtualmente dezenas de outras drogas sendo utilizadas (quase
sempre indiscriminadamente) pelos atletas no afã de melhorar suas performances.
Todas são drogas e portanto podem ser potencialmente perigosas. A precaução em
todos os casos procure seu médico! O seu médico desportivo é a melhor dica para
determinar se suas condições são realmente saudáveis para tomar qualquer droga
que julgue ser necessária. Somente um tolo tomaria uma droga só porque outro atleta
diz que é boa. É melhor saber ao certo do que se trata ou pelo menos informar-se
mais a respeito.
XIV- DOSAGENS
Os esteróides anabólicos são apresentados sob diversas formas, e a dosagem
geralmente depende de qual esteróide se pretende usar. Cada esteróide tem o que
se chama de “vida média”, que significa o período de tempo que a droga permanece
ativa no corpo antes de se quebrar (ser aromatizada ou hidrolisada). Os atletas que
fazem uso dos esteróides anabólicos desenvolveram, através de anos, uma crença
perigosa de quanto mais quantidade, melhor. Isto não é sempre verdadeiro, e muito

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menos quando se trata de esteróides anabólicos, quando se leva em consideração os
riscos sempre presentes contra os benefícios em potencial.
À medida que começam os benefícios provenientes do uso de esteróides a
entrarem em declínio, os efeitos colaterais continuam em espiral ascendente,
tornando-se cada vez mais mensuráveis. O ponto onde os efeitos benéficos se
estabilizam é onde deve-se começar a diminuição dos esteróides, e regulada a
dosagem. Este ponto varia de um indivíduo para outro e de uma droga para
outra de forma desconhecida. Somente a experiência poderá determiná-lo. A
manutenção cuidadosa de um diário de treinamento e monitoração dos efeitos
colaterais tanto visualmente quanto através de exames de sangue fornecerão ao
atleta astuto informação suficiente para regular a dosagem e duração do uso da
droga com eficiência, especialmente se contar com a assistência de um médico.
É comum entre os atletas que se dedicam a um treinamento intenso com
pesos (especialmente os levantadores) regularem o uso do esteróide com base na
seguinte fórmula: 1 mg / quilo corporal / por dia.
Esta seria uma dose relativamente alta - em alguns círculos tem-se notícia de
duas ou três vezes essa quantidade, embora através de minha experiência seja
pequena a expectativa de benefícios provenientes de dosagens tão altas. Certamente
os efeitos colaterais ficarão muito mais acentuados e a relação risco-benefício
definitivamente não está dentro dos interesses da saúde do atleta.
XV- O CICLO
O ciclo refere-se à prática da manipulação da dosagem e duração do esteróide
de acordo com seu programa de treinamento ou competição. Inúmeros ciclos
diferentes têm sido usados através dos anos e seria impossível relacioná-los aqui, e
muito menos mencionar os motivos para o uso de cada um dele (se é que existem).
Ao invés disto, tentarei apresentar um método de ciclagem que obteve certo sucesso
no passado em termos de maximização dos benefícios e minimização dos perigos do
uso de esteróides. O ciclo foi adaptado com sucesso para o fisiculturismo e
levantamento de peso. Também tem sido usado amplamente por muitos atletas de
outras modalidades de esporte como futebol americano, atletismo e outros.
Observe a tabela a seguir que o ciclo dura 6 semanas com intervalo de 2 ou 3
semanas entre os ciclos. Durante as seis semanas de administração do esteróide, a
dose diminui continuamente. Esta prática permite o corpo voltar ao normal
gradualmente - a produção de testosterona jamais chega a níveis extremamente
baixos e o hemograma geralmente se mantém dentro da variação “normal”. Contudo,
ao longo do tempo (meses), os benefícios obtidos são do tipo que a experiência
demonstrou serem de longa duração. Os ciclos curtos ou infrequentes de altas doses
produzem ganhos que passam rapidamente já que os aumentos de volume muscular
e da força provêm da retenção de água ou fluído e da ação histológica,
respectivamente. A ciclagem a longo prazo permite um aumento mais acentuado nos
componentes miofibrilares da célula muscular, que são os verdadeiros elementos
contráteis do tecido muscular. A força derivada deste método de treinamento e
ciclagem geralmente tem longa duração e também atinge um bom nível.
A experiência mostrou que a maioria dos levantadores “estabilizam” a maioria
dos esteróides em seis ou sete semanas. O ciclo mais curto aqui apresentado foge a

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27
este problema, e à necessidade de procurar programas esquisitos de acumulação ou
ajustamento.
Note também que a primeira quantidade de esteróide deve ser de forma
injetável. Este procedimento é aconselhável já que os injetáveis apresentam muito
menos efeitos colaterais negativos que os esteróides orais alfa-alquilados 17. Existem
alguns esteróides anabólicos que, mesmo sendo administrados por via oral, são
menos tóxicos ao fígado por causa de sua baixa androgenicidade. Conforme
mencionado na primeira parte deste manual, os cientistas conseguiram manipular a
estrutura química da molécula base da testosterona de tal forma que prolonga sua
ação no sistema antes de ser hidrolisada ou aromatizada. Algumas drogas orais são
muito boas no sentido em que não são variantes do alfa-alquilado 17 (ex. Maxibolan)
ou produzem maior força em comparação com os efeitos androgênicos (ex. Anavar).
Além disso, alguns esteróides orais tiveram sua estrutura química de tal forma
alterada que não se aromatizam (ex. Winstrol, Anavar).
Durante o ciclo fora de temporada, os únicos esteróides usados devem ser os
orais de baixo risco, sendo os mais tóxicos reservados para a preparação
antecedente à competição ou para a lata de lixo. Durante a fase pré-competição de
seu treinamento, pode-se adotar um programa de dosagem ascendente para
maximizar a aptidão física, por um período de seis a oito semanas (não mais).
Considero este tipo de ciclagem como o método que possui o máximo de riscos no
uso de esteróide anabólicos, e deve ser reservado apenas para competições
importantes (ex. Competições Nacionais ou Mundiais), por talvez 2 a 3 vezes por ano.
As drogas orais escolhidas para este tipo de programa devem ser o Dianabol (não
encontrado na forma oral, mas ainda disponível em sua forma genérica,
Methandrostenolona), Anadrol 50 ou Halotestin. Tanto o Halotestin quanto o Anadrol
50 são extremamente tóxicos ao fígado e devem ser usados com extrema cautela ou
preferencialmente não usados.

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CICLO PARA FORA-DE-TEMPORADA E PRÉ-TEMPORADA PARA UM ATLETA DE 100 KG
FORA-DE- ORAL (ex. Anavar, INJETÁVEL (ex. GONADOTROPINA
TEMPORADA Maxibolan, Winstrol) decadurabolin, CORIÔNICA (Pregnil)
primobolan)
1a e 2a semanas 50 mg/dia 300 mg/semana ------
(comece com os
exames de sangue)
3a e 4a semanas 25 mg/dia 200 mg/semana ------
(repetir exame de
sangue)
5a e 6a semanas ------- 100 mg/semana ------
7a e 8a semanas ------- ------ 2 cc a cada 2 dias
9a - 16a SEMANAS : REPITA O CICLO INTEGRALMENTE
PRÉ-TEMPORADA ORAIS* INJETÁVEIS* OBSERVAÇÕES
a
6 semana 20 mg Dianabol/dia 100 mg/semana Caso seja necessário o
uso
a
5 semana 40 mg Dianabol/dia 200 mg/semana de diuréticos antes da
com-
a
petição, os atletas
4 semana 20 mg Dianabol/dia 300 mg/semana super-
50 mg Anadrol/dia compensam com
acréscimo de vitaminas,
eletrólitos e proteínas.
a
3 semana 100 mg Anadrol /dia 300 mg/semana Comece os
preparativos de
a
2 semana 50 mg Anadrol/dia 400 mg/semana definição.
10 mg Halotestin/dia (fisiculturismo)
a Último dia: comece com
1 semana 50 mg Anadrol/dia não é necessário os diuréticos
20 mg Halotestin/dia (fisiculturistas
ou altetas com peso a
mais)
Nota: Após a competição, utilize o programa de dosagem decrescente para fora-de-temporada a fim de
“normalizar” as funções orgânicas.
(*) Use injeções de Primobolan e um oral de baixa androgenicidade (ex. Anavar) nas últimas três semanas caso
exista problemas de redução do peso corporal.

XVI- OUTROS ESTERÓIDES ANABÓLICOS


Existem algumas drogas estrangeiras que estão apresentando como
promissoras, mais ainda não encontradas no mercado dos USA (pelo menos não
legalmente). Algumas das mais famosas são: Proviron (Alemanha), Steranabol
(Itália), Anabolicum (Itália), Furazabolum (Japão), Stenbolonum (Itália), Nilevar
(França e Inglaterra), Formebolonum (Itália). A cada ano aprecem mais no mercado,
com pretensas vantagens sobre os demais. Até agora, são poucos os esteróides
anabólicos claramente superiores em seu efeito anabólico. Através dos anos de
experiência dos atletas, foram poucas as drogas encontradas que apresentaram tais
efeitos superiores, com poucos cientistas controlando o caminho.
A maioria dos usuários de esteróides anabólicos há algum tempo
demonstraram preferência pelo Anavar (força), Maxibolan (volume), Dianabol (força e
volume) e Winstrol (volume). Quanto aos injetáveis parece haver preferência pelo
Decadurabolin, Primobolan, Equipoise (uma droga veterinária para garanhões),
Winstrol V (outra droga veterinária) e vários tipos de testosterona (principalmente o
cipionato). Os esteróides de uso sublingual ou por implantação de cápsulas não se
tornaram populares nem nos USA ou em outro lugar qualquer.

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TESTOSTERONA
Muito pouco tem sido falado a respeito do uso das várias formas da
testosterona. Isto é porque não acredito que valha a pena. É claro que funcionam,
mas sua meta é desenvolver força ou volume muscular por um longo período (como
deve ser se você acredita ser a maneira mais segura de proceder), então não existe
lugar para mais testosteronas tóxicas. Os esteróides anabólicos foram desenvolvidos
porque provaram ser melhores (mais anabólicos e menos androgênicos) que as
testosteronas. Fora o aumento da agressividade causado pela testosterona não
existe vantagem alguma provada através de seu uso exceto, talvez, sua conta
bancária (as testosteronas são geralmente mais baratas). Quanto ao aspecto da
agressividade, a automotivação e determinação já têm peso suficiente sem precisar
da agressividade - muito menos levá-la para casa ou para o convívio com os amigos.
Os atletas e levantadores acreditam que a testosterona é necessária por sua
androgenicidade, para “equilibrar” os efeitos das drogas mais anabólicas. Acredita-se
que seja produzido algum tipo de efeito sinergístico acima e além dos produzidos
apenas pelos esteróides anabólicos. Em minha opinião, trata-se de um mito. Se a
androgenicidade é tão importante, muitos agentes anabólicos possuem
características androgênicas suficientes para suprir este aspecto. Mas, francamente,
não existe prova científica de que este “equilíbrio” seja eficaz. E com certeza não é
eficaz na manutenção do princípio básico com a relação risco-benefício aumentando.
XVII- PASSANDO PELOS TESTES ANTIDOPING
Nas competições de altíssimo nível em virtualmente todos os esportes que
possuem legislação contra o uso de esteróides anabólicos, foram desenvolvidas
técnicas sofisticadas por parte dos atletas para ludibriar os testes contra esteróides.
Os dois métodos mais frequentes são: (1) usar drogas substitutas, e (2) a ciclagem.
Estes dois métodos são geralmente usados em conjunto.
As drogas substitutas geralmente não são tão eficazes quanto os esteróides
anabólicos (a Somatropina é uma exceção), mas emprestam ao atleta uma boa dose
de “confiança” para se apresentar na competição durante um período em que não
esteja usando os esteróides.
A gonadotropina coriônica é geralmente usada para contrabalançar o efeito
rebote da testosterona quando os esteróides são interrompidos. Este aumento no
nível da testosterona produzido naturalmente é bastante para sustentar um atleta por
um período de três a cinco semanas em rigoroso treinamento anterior à competição.
Outro método é combinar a gonadotropina com a testosterona. Teoricamente, a
gonadotropina pode ser usada para elevar o nível de testosterona endógena ao seu
nível normal, de modo que a testosterona ingerida ou injetada não possa ser
detectada. A quantidade exata de cada substância para um determinado atleta deve
ser experimentada antes do teste, privativamente. Muita gonadotropina, por exemplo,
pode provocar um nível muito alto de testosterona endógena.
O hormônio humano do crescimento (somatropina) tem sido amplamente
utilizado, há mais de um ano, por atletas em geral. Alguns atletas usaram a droga por
vários anos e geralmente escaparam de alguns dos efeitos colaterais mais sérios.
Usado em dosagens aprovadas clinicamente de cerca de 1 cc a cada dois dias por
seis semanas, pode, contudo, produzir aumentos consideráveis de força e redução

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nos níveis de gordura corporal (ou seja aumento no volume muscular). Não é
detectável pelas técnicas atuais.
Existe uma droga alemã no mercado considerada pelos atletas por possuir
uma natureza anabólica moderada. Trata-se de uma coenzima da vitamina B12 (as
marcas comerciais são Maxibol e Exoboline, dentre outras). Minha experiência com
esta droga acusou-a de ser relativamente segura, mas sua eficácia verdadeira e
efeitos a longo prazo permaneceram obscuros.
O Sinemet (L-dopa ou Levodopa) tem sido usado (a meu ver não com muito
sucesso) na produção de ganhos de força e volume. A náusea e vômitos causados
por sua ingestão são desconcertantes e potencialmente perigosos. De acordo com a
teoria, esta droga provoca discretas elevações na secreção dos níveis do hormônio
do crescimento.
Outra droga usada para melhorar o apetite (para ficar maior, é claro) é o
Periatin, anti-histamínico. Alguns atletas fizeram uso desta droga para manter o
volume e muscularidade conseguidos, nas últimas semanas antes da competição. O
cyproheptadine (designação clínica do Periatin) também é tido como estimulador da
produção de testosterona no corpo, que, evidentemente, é de natureza anabólica.
Acredita-se que o hormônio do crescimento é secretado em maior quantidade
do que o normal quando são introduzidas a glicina, arginina, tolbutamida, apomorfina
e clonidina. As dosagens exatas e meios de administração devem ser
cuidadosamente supervisionados pelo médico desportivo, pois algumas dessas
substâncias são potencialmente perigosas.
Algumas pesquisas identificaram a metoclopramida como um estimulante da
secreção do hormônio do crescimento nas mulheres (aparentemente estimula a
secreção de prolactina). Novamente, é enfaticamente aconselhável um
acompanhamento especializado no uso desta droga.
Muitos atletas, no final da 4a a 6a semanas de preparação para competição,
mudaram para esteróides de curta duração, e interromperam o uso com antecedência
suficiente para eliminá-los do sistema. Alguns dos mais populares são as
testosteronas equinas, Anavar, Maxibolan, Methandriol e alguns outros.
Evidentemente que os atletas que optaram por este método de mascarar o uso de
esteróides, devem certificar-se de que os metabólitos remanescentes no corpo
estarão suficientemente reduzidos antes do dia do teste. Geralmente as drogas orais
não são detectáveis depois de 3 ou 4 semanas, enquanto algumas drogas injetáveis
ainda podem ser detectadas até dois meses depois de sua administração.
Outra crença, ainda não confirmada, é que existem drogas que “mascaram” os
esteróides, tornando-os assim indetectáveis. Uma dessas drogas é a Probenecida
(normalmente usada em conjunto com a terapia à base de penicilina).
Se você tiver sorte de encontrar um esteróide anabólico para o qual ainda não
foi desenvolvido um antissoro para que seja detectado pelas técnicas da
cromatografia à gás e contraste radio-imunizados utilizados nas competições
desportivas. Uma dessas drogas é o Primobolan, embora ainda não se saiba ao certo
se é fato. É um mito que ainda deve ser comprovado. Outra é Proviron (mesterlone),

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esta não aromatiza ou reduz o Hormônio Luteinizante ou os níveis de testosterona no
corpo, mas é um poderoso androgênico.
XVIII- CONCLUSÃO
O uso de esteróides anabólicos tornou-se um modo de vida profundamente
arraigado dentro do esporte em todo o mundo. O fato de que funcionam tornou-se
evidente a todos os atletas que desejam ganhar força e volume, chegando a ser mais
predominante nos esportes de resistência para aumentar a resistência muscular. As
tentativas de proibição legal serviram apenas para exacerbar o problema do abuso da
droga. Estou convencido de que a educação é a única forma de minimizar o abuso da
droga no esporte. Provavelmente jamais será eliminado. É certo que o uso de drogas
nunca o será.
A pouca pesquisa feita a respeito do uso de esteróides anabólicos no esporte
demonstrou claramente a existência de algumas linhas de conduta que ajudam a
minimizar os riscos envolvidos e manter os benefícios a nível de utilidade para os
atletas. Estas linhas de conduta foram apresentadas neste manual.
Em sua procura de vencer, os atletas tentaram enganar os testes que lhes
foram impostos pelas respectivas autoridades desportivas. Alguns dos métodos mais
utilizados para falsear os testes foram enumerados. Os métodos de uso do esteróide,
terapia alternada da droga e técnicas de falseamento dos testes antidoping não são
de minha autoria, são exemplos do que está sendo feito no mundo dos esportes. Não
estou desculpando estas práticas. Mas chamo a atenção de todos atletas que fazem
uso ou que pretendam usar drogas de qualquer tipo para procurarem a maneira mais
eficaz de fazê-lo. Isto sempre implicará em:
1) Informar-se sobre as drogas a serem usadas.
2) Procurar auxílio de um médico competente em medicina desportiva.
3) Minimizar os riscos obtendo os máximos benefícios.

FONTES:
1) TRADUÇÃO DE PARTE DO LIVRO
BODYBUILDING: A SCIENTIFIC APPROACH - FREDERICK C. HATFIELD,PHD
2) TRANSCRIÇÃO DO ARTIGO -
ESTERÓIDES ANABÓLICOS - REVISTA SPRINT - FREDERICK C. HATFIELD, PHD

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