Você está na página 1de 17

EFEITOS DO USO DO ESTERÓIDE ANABOLIZANTE OXANDROLONA EM

MULHERES PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO NA CIDADE DE SANTO INÁCIO,


PARANÁ.

.EFFECTS OF THE USE OF THE ANABOLIC STEROID OXANDROLONE IN


WOMEN WHO PRACTICE BODYBUILDING IN THE CITY OF SANTO INÁCIO,
PARANÁ

SARA KELLI DOS SANTOS LINARD1* ,FERNANDA GIMENIZ MILANI2

1
Centro Universitário Ingá – UNINGÁ / Maringá / PR
2
Centro Universitário Ingá – UNINGÁ / Maringá / PR
3
*Rua Goiás, Urbana, Santo Inácio, Paraná, Brasil.
4
*Sarahlinardy@gmail.com

RESUMO

O presente estudo categorizado por uma pesquisa de campo teve como objeto de
investigação a substância oxandrolona, um esteróide anabolizante androgênico
(EAA) e o seu uso feito por mulheres praticantes de musculação da academia do
município de Santo Inácio – PR. Para a realização do artigo analisou - se os efeitos
do uso do esteróide anabolizante Oxandrolona em mulheres praticantes de
musculação com idade igual ou superior a 18 anos, da cidade de Santo Inácio – PR
e se utilizou da contextualização de outros autores para comparar os resultados
obtidos. Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário adaptado, com
questões relacionadas a freqüência de treino dessas mulheres, o resultado que
procuravam com a prática do treino, o motivo que as levaram a utilizar da substância
oxandrolona e a experiência que obtiveram com o uso deste EAA.Todas as
respostas foram analisadas por meio do Excel, obtendo resultados relacionados a
substância, classificados como 50% positivos e 50% negativos, tendo a possibilidade
de algumas participantes continuarem com o uso da substância e outras não. Com
isto, para a conclusão dos resultados levou - se em consideração os efeitos
causados por este EAA e os principais motivos pelos quais as participantes
pretendem continuar/interromper com o seu uso, avaliando o desempenho e o
desenvolvimento destas mulheres na realização do exercício físico, na hipertrofia
muscular e na diminuição das dobras cutâneas durante o período de utilização desta
substância.

Palavras-chave: Esteróides Anabolizantes. Oxandrolona.


Emagrecimento. Hipertrofia Muscular.

ABSTRACT

The present study, categorized by a field research, had as object of investigation the
substance oxandrolone, an anabolic-androgenic steroid (EAA) and its use by women
practitioners of bodybuilding at the gym in the city of Santo Inácio - PR. To carry out
the article, the positive and negative effects caused by the ingestion of the substance
oxandrolone were identified and the context of other authors was used to analyze the
results obtained. In data collection, an adapted questionnaire was used, with
questions related to the frequency of training of these women, the result they were
looking for with the practice of training, the reason that led them to use the
oxandrolone substance and the experience they obtained with its use. EAA, all
answers were analyzed using Excel, obtaining results related to the substance,
classified as 50% positive and 50% negative, with the possibility of some participants
continuing to use the substance and others not, with this, for the conclusion The
results took into account the effects caused by this AAS and the main reasons why
the participants intend to continue/discontinue its use, evaluating the performance
and development of these women in physical exercise, muscle hypertrophy and
reduction of skin folds during the period of use of this substance

Keywords: Anabolic Steroids. Oxandrolone. Slimming. Muscular hypertrophy.

INTRODUÇÃO

No início do século XIX, Charles Eduard Brown - Séquard neurologista francês


em uma de suas descobertas desenvolveu um extrato testicular animal e se
impressionou com os efeitos adquiridos pela substância. Um século depois esta
substância foi analisada e identificada como um derivado da testosterona, visto seus
efeitos rejuvenescedores e anabólicos, foi então, sintetizada e renomeada como um
esteróide anabolizante androgênico (EAA) e serviu como tratamento de doenças e
restauração de peso corporal dos sobreviventes da 2° Guerra Mundial. Atualmente
esta substância é compreendida como, “um hormônio esteróide, originado do
colesterol, sendo o principal hormônio androgênico para o homem, tendo também
importante papel anabólico”. (BOFF, 2010, p. 81)

De acordo com os autores Silva; Danielski e Czepielewski (2002, p. 235):

Os esteróides anabolizantes ou esteróides anabólico-androgênicos


(EAA) referem-se aos hormônios esteróides da classe dos hormônios
sexuais masculinos, promotores e mantenedores das características
sexuais associadas à masculinidade (incluindo o trato genital, as
características sexuais secundárias e a fertilidade) e do status
anabólico dos tecidos somáticos.

Com isto, Ghaphery (1995) apud Silva, Danielski e Czepielewski (2002) nos
mostra em um quadro científico alguns dos efeitos anabólicos que os EAA
apresentam no organismo de um indivíduo, sendo eles o aumento da massa
muscular esquelética, redução dos estoques de gordura corporal, aumento da
deposição de cálcio nos ossos, entre outros.
Ao analisar o quadro dos autores, é visto que os esteróides anabolizantes
possuem efeitos anabólicos extremamente impressionantes no organismo humano,
porém, da mesma maneira que este possui efeitos benéficos, há também os
famosos efeitos colaterais. Carmo et al., (2011) relata em sua pesquisa que atletas
de alto rendimento e praticantes recreativos de musculação passaram a utilizar EAA
para melhorar a performance e estética pessoal.
O uso de esteróides anabolizantes vem aumentando cada dia mais entre os
atletas e praticantes de musculação. Além desses indivíduos utilizarem destas
substâncias sem prescrição médica, há a ingestão de doses elevadas, o que pode
acarretar em severos efeitos colaterais. Rocha, Aguiar e Ramos (2014) afirmam que
o uso indiscriminado de Esteróides Androgênicos Anabolizantes (EAA) se faz cada
vez mais presente entre atletas de alto rendimento, atletas amadores e praticantes
de musculação. Estas drogas são usadas com a intenção de melhorar as
capacidades físicas e estéticas.
Diante disto, o profissional de educação física se torna o principal e o primeiro
contato com o usuário destas substâncias, um agente informante dos efeitos da
utilização destas substâncias.
Correlacionado a este fato, tem-se um fator agravante, o alto padrão estético
a que mulheres tem sido cobradas na sociedade atual. De acordo com Silva, Filho e
Costa (2017) este padrão irreal estético imposto ao corpo das mulheres faz com que
elas busquem e comparem com padrão de perfeição levando a utilizar outros
instrumentos além da pratica de atividade física, como o uso de EAA para atingir o
corpo “ideal”.
Este trabalho se justifica, na tentativa de informar sobre os riscos de certas
práticas relacionadas ao corpo e manutenção da saúde, expondo através dos
achados, os riscos da utilização desta substância para a saúde. Através desta
pesquisa, os usuários destas substâncias, especialmente as mulheres, poderão ter
consciência sobre os efeitos relacionados ao uso de um EAA específico, a
Oxandrolona, para que assim estes indivíduos tenham informações necessárias
sobre este hormônio e quais os efeitos decorrentes dele e tenham a consciência de
procurar um profissional especializado no assunto antes de fazer qualquer tipo de
utilização por conta própria.
Dentre esses praticantes recreativos de musculação que passaram a utilizar
EAA, estão os indivíduos do sexo feminino. É sabido que a sociedade vem
mantendo padrões de estética irreais para serem seguidos, e as mulheres são as
mais afetadas com esses padrões. Os seios siliconados e o corpo estrutural estão
entre os mais almejados por elas. Este é um dos maiores motivos que levam esta
população a realizarem atividades físicas como, por exemplo, a musculação.
Sanzon, Almeida e Toriani (2019), corroboram com esta idéia, afirmando que
a saúde e estética corporal é um dos principais motivos para a adesão à atividades
físicas o que contribui para que o indivíduo continue com essa prática.Porém os
praticantes, principalmente as mulheres,aderem a esta prática juntamente com a
ingestão de EAA para acelerar o processo de hipertrofia muscular e melhorar a
qualidade dos treinos, devido a ansiedade de resultados rápidos e eficazes.
Entre os EAA mais procurados pelas mulheres que fazem a ingestão dessas
substâncias, temos a oxandrolona, também conhecida pelo nome Anavar. Diante
disso, ao verificar a utilização da oxandrolona por mulheres praticantes de
musculação, este artigo terá como objetivo analisar os efeitos do uso do esteróide
anabolizante Oxandrolona em mulheres praticantes de musculação com idade igual
ou superior a 18 anos, da cidade de Santo Inácio – PR. É importante verificar como
é feita esta utilização, para analisar a correlação dos efeitos colaterais e benéficos
com a dose ingerida, os meios utilizados para conseguir esta substância e os
motivos pessoais (sendo estéticos ou não) que levam essas mulheres a buscarem
estas substâncias.

METODOLOGIA

Caracterização da pesquisa

Trata-se de uma pesquisa qualitativa. A pesquisa qualitativa adequada


possibilita a compreensão dos fenômenos sociais sobre as informações dos
indivíduos participantes do estudo (TRIVIÑOS, 1987).

População e amostra

Participaram do estudo 6 mulheres praticantes de musculação das academias


do município de Santo Inácio-PR, com a média de idade de 28,66 anos, cujo a
escolaridade da maioria (66,6%) é ensino médio completo e apenas duas ensino
superior e pós-graduação na área de Educação Física. Como critério de inclusão, foi
verificado anteriormente a seleção dos sujeitos do estudo apenas aquelas mulheres
que já faziam o uso de Oxandrolona, sendo que as autoras já conheciam tais
participantes e faziam idéia do uso desta substância por estas mulheres.

Instrumento de pesquisa

Foi selecionado o questionário de Sousa, et al., (2017), (ANEXO 1), e


adaptado ao nosso objetivo de pesquisa,contendo 30 questões, sendo 25 questões
fechadas e 5 questões abertas.

Coleta de dados

Inicialmente foi solicitada a autorização dos responsáveis da academia de


musculação para o estudo em seu estabelecimento. Após o consentimento dos
proprietários, os sujeitos foram convidados a participar da pesquisa. Aos que
concordaram em participar do estudo foram entregues o Termo de Consentimento
Livre Esclarecido (TCLE) e posteriormente o questionário. Para a coleta dos dados,
inserimos as informações do TCLE e do instrumento de pesquisa na plataforma
Google Forms® e o link do formulário foi enviado via WhatsApp® para as
participantes preencherem.
Análise de dados

Após a coleta, os dados foram tabulados no Excel®. Para a análise dos


dados, foi utilizado a metodologia proposta por Bardin (2011). Trata-se da
interpretação dos resultados obtidos através da inferência, que é um tipo de
interpretação controlada. Para Bardin (1977, p. 133), a inferência poderá “apoiar-se
nos elementos constitutivos do mecanismo clássico da comunicação: por um lado, a
mensagem (significação e código) e o seu suporte ou canal; por outro, o emissor e o
receptor”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base nos dados obtidos por meio da aplicação do questionário, foi
observado que 4 mulheres freqüentam as academias de musculação por um período
de 12 meses ou mais e 2 mulheres frequentam por um período menor, sendo de 1 a
3 meses e de 6 a 12 meses, cada uma. A maioria dessas mulheres (66,6%) durante
este período de frequência vêm cumprindo sessões semanais de treino de no
mínimo 5 a 6 dias semanais e duas mulheres praticam de 3 a 4 dias semanais. Ao
relatarem estas informações no questionário foi identificado que cerca de 83,3% das
participantes freqüentam as academias de musculação e realizam as sessões diárias
de treinamento resistido com o objetivo de atingir o ápice da hipertrofia muscular e
16,6% tem como objetivo alcançar um bom condicionamento físico.
Após esse primeiro momento, em que buscou-se identificar características de
tempo e frequência de prática, fomos em busca de identificar os objetivos pessoais e
os motivos para a adesão desta prática da musculação. A partir da análise dos
resultados, observou-se que 50% das participantes buscam o aperfeiçoamento da
estética pessoal e 50%buscam a melhora da qualidade de vida, variável relacionada
a promoção da saúde.
Com relação ao tempo de uso que estas participantes utilizaram
continuamente este hormônio, observou-seque a maioria das mulheres (66,6%)
utilizaram por um período de tempo de 1 a 3 meses consecutivos e as demais
mulheres (33,3%) utilizaram por um período de tempo maior equivalente a 12 meses
ou mais, sendo estes hormônios adquiridos por meio de amigos próximos (33,3%),
em farmácias (33,3%) e importados (33,3%) (Figura 1).
Além de realizarem uso de tal substância e praticarem o treino resistido,
observou-se que 4 mulheres participantes da pesquisa seguem uma dieta elaborada
e 2 participantes não realizam nenhum tipo de dieta.
Figura 1 - Indicação para o uso do esteróide.

Fonte: as autoras.

Em relação a indicação do uso de esteróides anabolizantes, observou-se que


amigos próximos foram a principal forma de indicação (4 participantes), também foi
relatado a indicação por meio de um nutrólogo (1 participante) e de um
endocrinologista (1 participante).
Nos gráficos abaixo serão apresentados os resultados obtidos pelas mulheres
que utilizaram os EAA (Figura 2) e os efeitos colaterais que foram desenvolvidos em
conseqüência do uso desta substância (Figura 3)
Figura 2: Resultados positivos obtidos com o uso do EAA.

Fonte: as autoras.
Figura 3: Resultados negativos adquiridos com o uso do EAA

Fonte: as autoras

Ao desenvolver o presente estudo, analisou-se que 50% das mulheres que


participaram desta pesquisa (3 participantes) pretendem continuar com o uso do
esteróide anabolizante oxandrolona e 50% (3 participantes) optaram por interromper
com o uso desta substância. Tais mulheres que fizeram a interrupção do uso desta
substância destacaram como motivo: a falta de prática das sessões do treinamento
resistido por motivos pessoais e a manifestação de alguns efeitos colaterais. Em
contrapartida as demais participantes (50%) pretendem continuar com o uso, pois
obtiveram resultados rápidos e eficazes com a utilização deste EAA (Figura 4).
Figura 4: Motivos que levaram as Mulheres que participaram da pesquisa a
continuar/interromper com o uso da Oxandrolona

Quadro 1: Motivos que levaram as participantes a continuar/interromper com o uso da


Oxandrolona
*Participantes *Relato das participantes
1 Pretende continuar pois obteve de ótimos resultados
2 Pretende interromper pois não pratica mais a
musculação
3 Pretende interromper pois teve queda de cabelo
4 Pretende continuar pois teve resultados rápidos na
musculação
5 Pretende continuar pois teve os resultados
esperados
6 Pretende interromper pois teve um aumento de peso
indesejado

Fonte: As autoras

As experiências descritas pelas participantes foram definidas em um aspecto


geral como “Boa”, havendo a presença de alguns efeitos colaterais, e o destaque de
que conseguiram alcançar resultados satisfatórios (Figura 5).
Figura 5: Resultados obtidos sobre a experiência das participantes com o uso do
EAA Oxandrolona

Quadro 2: Experiência com o uso da substância EAA


*Participantes *Relato das participantes
1 Boa, com ótimos resultados
2 Utilizou em um curto periodo de tempo
3 Produtiva
4 Obteve de efeitos colaterais moderados
5 Obteve de resultados rápidos
6 Alcançou resultados satisfatórios

Fonte: as autoras

Os efeitos eminentes do uso de esteróides anabolizantes vem sendo


amplamente discutidos nos últimos anos, com a crescente busca, sobretudo, por
mulheres, de um padrão estético difícil de ser alcançado. As redes sociais, em muito
tem contribuído para isto, a grande necessidade de postagem de fotos em busca de
engajamento virtual, a utilização de filtros de imagens que corrigem “imperfeições”
acabam distorcendo a percepção de cada um sobre si. Dessa forma, o uso de
substâncias, por vezes perigosas a saúde, tem sido muito recorrente entre mulheres.
Dentre os esteróides anabolizantes tidos como femininos, temos a Oxandrolona
também conhecida pelo nome Anavar.
Nascimento (2019), traz algumas informações importantes sobre a
Oxandrolona, a autora nos relata que é uma substância excelente para o ganho de
massa muscular, inclusive, é muito utilizada para ciclos de cutting (definição),
principalmente para o publico feminino, uma vez que possui poder androgênico
moderado e pouco efeito colateral. Este EAA costuma ser utilizado usualmente
dentro de um ciclo entre 2,5 mg e 20 mg divididas entre 2 a 4 vezes de ingestão por
dia por um período de até 4 semanas.
É visto que esta substância se liga a receptores protéicos intracelulares
através de células-alvo fazendo com que haja um aumento do metabolismo oque
pode causar a hipertrofia muscular entre outros efeitos decorrentes do aumento da
síntese protéica. (ROCHA;ROQUE;OLIVEIRA, 2007)
Autores relatam que aOxandrolona é administrada por via oral e em ciclos,
também pode ser encontrada por vias injetáveis, é dessa maneira que geralmente é
usada para obter os melhores resultados estéticos.(MENDEZ e WILLIAN, 2019)
Este esteróide anabolizante quando utilizado em ciclos pode manifestar
efeitos positivos e negativos,também conhecidos como efeitos anabólicos (aumento
de massa corpórea) e efeitos androgênicos (masculinizantes). (PATRÍCIO, p.10,
2012)
Segundo Akyurek e Dunn (2006) apud Bernadina (2019), a Oxandrolona é um
fármaco que pertence á classe dos 17 α-alquilados, e possui uma baixa taxa de
biotransformação hepática. Sendo assim, é uma substância com poder androgênico
e anabólico baixo, que manifesta poucos efeitos colaterais quando ingerido, um fator
significativo que leva um maior número de mulheres em relação aos homens a
adquirirem e utilizarem desta substância.
Porém, os efeitos deste EAA podem ser intensificados dependendo da forma
como será administrado em relação á sua inserção ao organismo do indivíduo e aos
estímulos que este irá dar ao seu corpo (atividade física, dieta, etc.) ao utilizar
continuamente.
Há descrições científicas sobre alguns dos efeitos negativos que podem ser
causados por esta substância, são eles: acne, irritabilidade, aumento de pêlos,
insônia, queda de cabelo, ginecomastia, atrofia testicular, engrossamento da voz,
aumento do clitóris, virilização, alteração do colesterol, hipertensão arterial e
mudança de humor. (MARKOVICZ, 2019). Vale ressaltar que estes efeitos negativos
vão ao encontro dos resultados obtidos no presente estudo, sendo estes, a queda de
cabelo, engrossamento da voz, mudança de humor, entre outros, reforçando
empiricamente a manifestação de efeitos colaterais indesejáveis em usuários deste
EAA.
Em mulheres, observa-se que os efeitos negativos mais decorrentes são: o
engrossamento da voz, aumento dos pelos pubianos, hipertrofia do clitóris, virilização
e acne. Sobre isto, Silva, et al., (2019, p. 15) em sua pesquisa intitulada de uso de
esteroides anabolizantes androgênicos e seus efeitos fisiopatológicos cujo objetivo
foi analisar quais efeitos colaterais foram vivenciados pelos usuários durante e após
o uso de EAA e qual o grau de gravidade de cada um dos sintomas apresentados,
nos mostram dados evidentes que:

Em relação ao nível dos efeitos colaterais manifestados por mulheres


pós-ciclo do uso de EAA verificou-se que o aumento na quantidade
de pêlos e engrossamento da voz se mantiveram no mesmo nível
mesmo após a suspensão do uso, algumas mulheres afirmaram uma
pequena melhora nas cordas vocais, porém, a voz não voltou a ser
como era antes de usar anabolizantes.

Ainda sobre os efeitos colaterais, Cunha, et al. (2004) ao pesquisar sobre


esteróides anabólicos androgênicos e sua relação com a prática desportiva compilou
os dados a respeito dos EAA, descrevendo que estes efeitos são conseqüências do
abuso do uso de EAA, que possui como componente essencial e estruturante a
testosterona, que é o principal hormônio utilizado para o desenvolvimento de
características sexuais masculinas, como o engrossamento da voz, por exemplo. As
mulheres por sua vez, possui em seu organismo a testosterona em pouca
quantidade, produzido pelas glândulas supra-renais, exatamente isto é o que faz
com que as mulheres apresentem poucas características secundárias masculinas,
como, por exemplo, a inexistência ou o pouco aparecimento de pêlos no rosto, baixa
quantidade de massa muscular em relação ao sexo masculino, dentre outras
características.
Sobre os efeitos positivos o uso desta substância pode proporcionar um
melhor desempenho na prática esportiva e melhorar o potencial estético de seus
usuários. (RODRIGUES, RODRIGUES, 2017)
Estudo científico realizado pelos autores Sanzon, Almeida e Toriani (2019),
apresentam resultados obtidos sobre os efeitos positivos mais decorrentes em
mulheres. Foram citados: resultados rápidos de ganho de massa magra e o aumento
da disposição. Nesse sentido, Nunes (2006), acrescenta que um dos efeitos
positivos da oxandrolona importantes para mulheres que praticam o treino resistido,
trata-se do aumento da produção de ATP (trifosfato de adenosina), principal
substrato energético do músculo, possibilitando uma maior contratilidade da célula
muscular, o que resulta no aumento de força muscular para o levantamento de
pesos, auxiliando assim, no aumento do rompimento de fibras musculares e
consequentemente no ganho de massa magra (hipertrofia).
Em relação a isto, observa-se que o exercício físico pode ser um grande
intensificador dos efeitos anabólicos que a Oxandrolona pode apresentar no
organismo de seus usuários, pois assim como ele, principalmente o treino resistido,
possui como função principal, a hipertrofia muscular, o EAA atua no organismo
colaborando para o anabolismo das células. Sendo assim, a combinação do usoda
oxandrolona e da prática de exercício físico, contribui para um aumento significativo
do ganho de massa muscular.

CONCLUSÃO

O objetivo desta pesquisa foi analisar os efeitos colaterais do uso da


substância Oxandrolona em mulheres praticantes de treino resistido da academia de
musculação do município de Santo Inácio - PR. Nesta investigação foram
observados diversos efeitos decorrentes do uso deste EAA, entre eles, efeitos
positivos como a hipertrofia muscular e o emagrecimento subcutâneo e os efeitos
negativos como o aparecimento de espinhas, queda de cabelo, engrossamento da
voz, entre outros.
Foi observado que a substância Anavar (Oxandrolona) derivada da
testosterona é muito utilizada principalmente pelas mulheres que freqüentam as
academias de musculação, pois esta substância é muito eficiente no quesito de
ganho muscular A utilização deste EAA por estas mulheres que frequentam as
academias de musculação, vêm aumentando cada dia mais. Por mais que haja
efeitos colaterais pelo uso exagerado da substância, o que se pode observar é que
estas usuárias estão mais focadas nos efeitos positivos do uso de EAA, entre eles, o
ganho de massa muscular, e por sua vez ignoram o fato de haver efeitos colaterais
que podem até levar a morte.
Com isso, conclui-se que o uso do esteróide anabolizante oxandrolona feito
por mulheres em complementação da prática de exercícios físicos em destaque o
treino resistido, pode trazer diversos benefícios relacionados a hipertrofia muscular e
ao emagrecimento, porém, haverá efeitos colaterais decorrentes deste uso que irão
se associar aos efeitos positivos.
Visto isto, faz se necessário que mulheres que procuram alcançar algum
objetivo específico relacionado ao corpo e pretendem utilizar da substância
Oxandrolona, que procurem os profissionais especializados como orientação médica
e de nutricionista, estudem sobre a substância, e repensem sobre começar a utilizar
deste EAA, para que os efeitos colaterais possam ser evitados/amenizados e os
efeitos positivos sejam ampliados. No entanto, é necessário deixar o lembrete de
que, não é recomendado a ingestão desta substância, e sim, a organização e
realização de uma dieta balanceada juntamente com a prática de atividades físicas,
deste modo, haverá o ganho muscular e/ou emagrecimento esperado, porém, sem
efeitos colaterais.
REFERÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Edições 70, LDA, p. 9 – 223, França, 1977.


Disponível
em:<file:///C:/Users/sarah/Downloads/BARDlN_L_1977_Analise_de_conteudo_Lisbo
a.pdf>Acesso em: 8 de outubro de 2021.

BERTHOLDO, A. D. L. et al.,. O Uso de Esteroides Anabolizantes em Mulheres


Praticantes de Musculação. 2017-2021. 13 f.Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização) - Programa de Pós - Graduação da Faculdade Assis Gurgacz,
Cascavel-PR, 2017-2021. Disponível
em:<http://tcconline.fag.edu.br:8080/app/webroot/files/trabalhos/20181105174322.pdf
>Acesso em: 10 de outubro de 2021.

BERNARDINA, N. R. D. Avaliação da ansiedade em ratos jovens tratados com


oxandrolona em dose semelhante á terapêutica e dose de abuso. Dissertação
de Mestrado em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal do Espírito Santo, p.
17-54,
Vitória, 2019. Disponível
em:<http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_13404_Disserta%E7%E3o%20Nara.p
df>Acesso em: 20 de agosto de 2021.

BOTH, L. Resposta de hormônios esteróides ao exercício. Monografia de


conclusão de curso, Universidade Federal do Grande do Sul, Escola de Educação
Física, p. 1-28, Porto Alegre, 2009. Disponível
em:<https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/53140/000782206.pdf?sequence=
1>Acesso em: 22 de agosto de 2021.

BOFF S. R. Esteróides Anabólicos e Exercício: Ação e Efeitos Colaterais. Revista


Brasileira de Ciência e Movimento, v. 18, n. 1, p. 81-88, 2010. Disponível
em:<https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/1316/1666>Acesso
em: 8 de outubro de 2021.

CARMO, E. et al. O papel do esteroide anabolizante sobre a hipertrofia e força


muscular em treinamentos de resistência aeróbia e de força. Artigo original, Revista
Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, vol. 17, n. 3, p.
212-217, São Paulo, 2011. Disponível
em:<https://www.scielo.br/j/rbme/a/vGSF7w5JQz837BKbwqq7syC/?format=pdf>Ace
sso em: 10 de outubro de 2021.

CUNHA, T. S; CUNHA, N. S; MOURA; M. J. C. S; MARCONDES, F. K. Esteróides


anabólicos androgênicos e sua relação com a prática desportiva. Departamento
de Ciências Fisiológicas. Universidade Estadual de Campinas, Piracicaba, São
Paulo. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 40, n. 2, abril/jun., 2004.
Disponível em:<https://www.scielo.br/j/rbcf/a/3K9ZsdqmCFxhxjDMrXbdC8t/>Acesso
em: 10 de agosto de 2021.
MARKOVICZ, R. A. S. Uso de esteróides anabolizantes em atletas de
fisiculturismo na cidade de Curitiba. Monografia de Especialização em
Treinamento de Força e Hipertrofia, Setor de Ciências Biológicas. Universidade
Federal do Paraná,
Curitiba, 2019. Disponível
em:<https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/62787/RAISSA%20APARECI
DA%20DA%20SILVA%20MARKOVICZ.pdf?sequence=1&isAllowed=y>Acesso em:
10 de outubro de 2021.

MELLUZZI, M. D; FILHO, J. N. D. Efeitos do Uso de Esteroides Anabolizantes por


Mulheres.Revista de Educação Física e desporte, v. 22, p. 235, Buenos Aires –
AG,
2017. Disponível
em:<https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/download/
49/7?inline=1>Acesso em: 10 de outubro de 2021.

MENDEZ, S; WILLIAN, J. Oxandrolona funciona entenda mais sobre a


substância oxandrolona. Viver de produtos. 5 de set. de 2019. Disponível
em:<https://www.viverdeprodutos.com/oxandrolona-funciona/>Acesso em: 3 de
agosto de 2021.

NASCIMENTO; E. Medicina esportiva –hormônios esteróides anabolizantes.


Eficácia Farmácia de Manipulação desde 1990, Prescrevendo Manipulados, 2019.
Disponível em:<https://www.farmaciaeficacia.com.br/profissionais/?p=286>Acesso
em: 16 de agosto de 2021.

NUNES, L. O. O efeito do treinamento muscular respiratório associado ao uso


da oxandrolona na função muscular respiratória de indivíduos com doença
neuromuscular. Tese de Mestrado em Ciências, Programa de pós-graduação em
Reabilitação da Universidade Federal de São Paulo, p. 1 – 23, São Paulo, 2006.
Disponível
em:<https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/9852/Publico200600018.pd
f?sequence=1&isAllowed=y>Acesso em: 20 de agosto de 2021.

NUNES, L. G. Esteróides Anabolizantes: mecanismos de ação e efeito sobre o


sistema reprodutor masculino. Revista Digital – Buenos Aires, n. 136, 2009.
Disponível em:<https://www.efdeportes.com/efd136/esteroidesanabolizantes-e-
sistema-reprodutor-masculino.htm>Acesso em: 10 de outubro de 2021.

PATRÍCIO, A. C. S. O uso de esteróides anabolizantes por mulheres praticantes


de musculação. 2012. 30 f. Monografia do Curso de Bacharel em Educação Física.
Universidade Federal do Espírito Santo – Centro de Educação Física e Desportos, p.
7 – 29, Vitória, 2012. Disponível
em:<https://cefd.ufes.br/sites/cefd.ufes.br/files/field/anexo/Ana%20Carolina%20SIlva
%20-
%20O%20USO%20DE%20ESTER%C3%93IDES%20ANABOLIZANTES%20POR%
20MULHERES%20PRATICANTES%20DE%20MUSCULA%C3%87%C3%83O.pdf>
Acesso em: 19 de agosto de 2021.
ROCHA, M; AGUIAR, F; RAMOS, H. O uso de esteroides anabolizantes e outros
suplementos ergogénicos – uma epidemia silenciosa. Revista Portuguesa de
Endocrinologia Diabetes e Metabolismo, vol. 9, n. 2, p. 98 - 105, Portugal, 2014.
Disponível
em:<https://reader.elsevier.com/reader/sd/pii/S1646343914000406?token=A6F0969
D006832E4C2BED68AED0C2383F3241DA3563400B103CE7870542BD2E977F7B6
537F83EFC4E264D2842AD26FC3&originRegion=us-east-
1&originCreation=20211010193640>Acesso em: 10 de outubro de 2021.

ROCHA, F. L; ROQUE, F. R; OLIVEIRA, E. M. D. Esteróides Anabolizantes:


mecanismos de ação e efeitos sobre o sistema cardiovascular. Artigo Original, O
Mundo da Saúde, v. 4, p. 470-477, São Paulo, 2007. Disponível
em:<https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/863
>Acesso em: 10 de outubro de 2021.

RODRIGUES, M. P; RODRIGUES, L. Esteróides anabolizantes: conheça


principais efeitos colaterais. Saúde com Ciência – Centro de comunicação social
Faculdade de Medicina UFMG. 29 de maio de 2017. Disponível da
em:<https://www.medicina.ufmg.br/esteroides-anabolizantes-conheca-seusprincipais-
efeitos-colaterais/>Acesso em 10 de outubro de 2021.

SANZON, G. F; ALMEIDA, P. H. F; TORIANI, S. S. Efeitos decorrentes do uso de


anabolizantes em praticantes de musculação. Redes-Revista Interdisciplinar da
Faculdade IELUSC, n. 2, p. 119-127, Joinville - SC, 2019. Disponível
em:<http://revistaredes.ielusc.br/index.php/revistaredes/article/view/53/37>Acesso
em: 19 de agosto de 2021.

SILVA, A. L. F. et al.,.Uso de esteroides anabolizantes androgênicos e seus efeitos


fisiopatológicos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.
n. 4, ed. 3, v. 1, p. 128 - 151, Bahia, março de 2019. Disponível
em:<file:///C:/Users/sarah/Downloads/Usodeesteroidesanabolizantesandrognicosese
usefeitosfisiopatolgicos.pdf>Acesso em: 22 de agosto de 2021.

SILVA, P. R. P; DANIELSKI, R; CZEPIELEWSKI, M. A. Esteróides anabolizantes no


esporte.Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 8, n. 6, p. 235 - 243, Niterói -
SP, 2002. Disponível
em:<https://www.scielo.br/j/rbme/a/pM5xWdGWg3H75yfhphJ6XPs/?format=pdf>Ace
sso em: 19 de agosto de 2021.

SILVA, R. C. C. C; FILHO, J. N. S; COSTA, L. P. Efeitos da síndrome de tensão pré-


menstrual na atividade física de alunas universitárias de Educação Física no Rio de
Janeiro.RBPFEX - Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, vol.
11, n. 68, p. 550-557, Rio de Janeiro, 2017. Disponível
em:<https://www.researchgate.net/publication/319939289_Efeitos_da_sindrome_de_
tensao_pre-
menstrual_na_atividade_fisica_de_alunas_universitarias_de_Educacao_Fisica_no_
Rio_de_Janeiro>Acesso em: 10 de outubro de 2021.
SOUZA, P. Droga sintética derivada da testosterona, que aumenta a massa
muscular, expõe a saúde a graves efeitos adversos, como morte súbita e
câncer de próstata. Conselho Federal de Farmácia - Pharmacia Brasileira, p. 57 -
60,
Brasília, 2010. Disponível
em:<https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/124/057a060_anabolizantes.pdf
>Acesso em: 10 de outubro de 2021.

SOUSA, S. et al.Perfil de Usuários de Esteroides Anabolizantes no Município de


Presidente Prudente-SP. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 11, n. 63, p.
383 – 389, São Paulo, 2017. Disponível
em:<https://1library.org/document/y9ddm9lqperfil-usuarios-esteroides-anabolizantes-
municipio-presidente-prudentesp.html>Acesso em: 10 de outubro de 2021.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa


qualitativa em educação. Editora Atlas S.A, p. 9 – 175, São Paulo, 1987. Disponível
em:<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4233509/mod_resource/content/0/Trivin
os-Introducao-Pesquisa-em_Ciencias-Sociais.pdf>Acesso em: 10 de outubro.
ANEXOS

Você também pode gostar